Como já dissemos, Coríntios foi escrita
para, principalmente, combater a rebeldia, as divisões e a falta de amor que
tinham sido causadas pelo orgulho e pela presunção na igreja de Corinto.
Estamos vendo a parte II, cap. 2/16.
Breve
síntese do capítulo 2.
O capítulo 2 de I Co se inicia com Paulo afirmando que a base de
sustentação da fé deles não deveria estar firmada em sabedoria humana, mas no
poder de Deus! Sobre a sabedoria, ele afirma contundentemente que descartou
tudo para saber apenas uma coisa: Jesus Cristo e este crucificado!
Ele diz que decidiu nada saber entre eles! Está assim claro que a sua
palavra foi entregue em demonstração do Espírito e em poder e não em outras
coisas.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. RELATÓRIO FEITO PELOS DA CASA DE CLOE (1.10-6.20) - continuação.
Dos vs. 1.10 ao 6.20, estaremos vendo esse
relatório feito pelos da casa de Cloe. Paulo volta a sua atenção para algumas
questões que haviam sido relatadas a ele "pelos da casa de Cloe"
(1.11). Ele tem duas preocupações principais, que formarão nossas divisões,
seguindo a BEG: A. Divisões na igreja (1.10-4.21); B. Problemas morais e éticos
(5.1-6.20).
A. Divisões na igreja (1.10-4.21) - continuação.
Como falamos, estamos vendo dos vs. 10 ao
4.21, essas divisões na igreja. As pessoas da casa de Cloe informaram que havia
um movimento de separação muito sério dentro da igreja.
Para melhor entender isso, nós fizemos as
seguintes divisões: 1. Relatório (1.10-17) – já vimos; 2. A sabedoria e o poder de Deus (1.18-3.4) – estamos vendo; e, 3. Ministério e
apostolado (3.5-4.21).
2. A sabedoria e o poder de Deus (1.18-3.4) - continuação.
Estamos vendo dos vs. 18 ao 3.4, Paulo
falando da verdadeira sabedoria e do poder de Deus.
Paulo, no vs. 1, deve estar se referindo à
sua primeira visita a Corinto, conforme registrado em At 18.1-17 na qual ele
fez não com ostentação de linguagem ou de sabedoria, pois não era esse o seu
objetivo.
Alguns cristãos em Corinto, influenciados
pela cultura grega, talvez estivessem criticando Paulo por não utilizar as
técnicas retóricas de seus contemporâneos (2Co 11.5-6).
Paulo afirma que não decidiu saber nada
entre eles, mas tão somente sobre Jesus Cristo e este crucificado.
Separados do contexto, esses versículos –
vs. 3 a 5 - podem sugerir que Paulo era um pregador tímido e sem instrução,
incapaz de falar com persuasão e eloquência.
Tanto o livro de Atos (p. ex., At 19.8)
como as epístolas (p. ex., 1Co 13) provam o contrário. Sabendo que o ser humano
é persuadido somente pela “demonstração do Espírito e de poder", Paulo
confiava inteiramente nos dons e no treinamento que Deus lhe deu, e não na
retórica secular (2Co 3.5,12).
O objetivo do apóstolo Paulo era que a fé
de quem alcançasse a fé era que esta tivesse sua base em Deus, em seu poder, em
sua própria sabedoria, por isso que ele fala que expunha sua sabedoria - refere-se
ao evangelho, à proclamação do Cristo crucificado - entre os maduros ou
experimentados. Literalmente, "perfeitos". Compare o uso do termo
"espiritual" nos vs. 13,15; 3.1, que claramente se refere ao Espírito
Santo.
A pessoa espiritual é aquela que tem o
Espírito Santo e vive em conformidade com ele (veja o vs. 14; 3.1). Uma vez que
todo cristão verdadeiro recebeu o Espírito, cada um deles é espiritual e
consegue entender, num certo grau, a sabedoria de Deus (o evangelho de Jesus
Cristo). No entanto, o cristão experimentado pode compreender muito mais.
Paulo fala da sabedoria de Deus em
mistério. A sabedoria revelada na mensagem de Paulo, ainda que estivesse
"escondida" no período do Antigo Testamento, agora é revelada
plenamente pelo Espírito (vs. 10).
Nesse contexto, o termo
"mistério" tem um forte significado temporal (Ef 3.2-6): é unia
mensagem que "em outras gerações, não foi dado a conhecer aos filhos dos
homens" (Ef 3.5) e estava "guardado em silêncio nos tempos
eternos" (Rm 16.25).
Visto que os cristãos atuais vivem no
período do cumprimento, a verdade tem sido revelada claramente para aqueles que
têm o Espírito, pois é para estes que "o fim dos séculos têm chegado"
(10.11).
Era essa sabedoria e esse mistério que Deus
preordenou, antes do princípio das eras, para nossa glória. Ou,
"destinou". Uma palavra semelhante, porém mais específica, é
encontrada em Rm 8.29 e Ef 1.5 ("predestinou") e expressa a
infalibilidade da vontade de Deus para o seu povo.
Era para os poderosos dessa era evitarem a
sua morte. Nenhum dos poderosos deste século o reconheceu. Os incrédulos ainda
fazem parte de uma era antiga e, por isso, não recebem a sabedoria de Deus (vs.
14). Paulo salienta essa questão quando se refere aos membros mais influentes
da sociedade (1.20).
Em contraste com a sabedoria deste século,
que não é capaz de conceber a grandeza da salvação divina, aqueles que amam a
Deus conhecem a salvação e participam de suas bênçãos.
A citação do vs. 9 se baseia em Is 64.4,
mas inclui ideias encontradas em outras passagens do Antigo Testamento. Deus a todas
as coisas perscruta. A ideia de Deus investigando (como no SI 139.1; Rm 8.27)
serve para salientar a onisciência de Deus, em particular o seu poder para
compreender coisas imperceptíveis aos seres humanos (Jo 2.25).
Isso não implica que o Espírito Santo
precisa obter com o Pai conhecimento que porventura lhe falte. O Espírito
sonda, por assim dizer, as profundezas do conhecimento de Deus em nosso benefício.
Apesar de olho nenhum ter visto, ouvido
nenhum ter ouvido, mente nenhuma ter imaginado o que Deus preparou para aqueles
que o amam, Deus o revelou a nós por meio do Espírito que a todas as coisas
perscruta.
A ideia desse versículo é demonstrar uma
observação elementar e de bom senso, e não revelar algum mistério sobre
constituição da psique humana. Aqui, a palavra "espírito" é uma
referência geral ao aspecto não material da existência humana, em particular às
faculdades mentais.
Apesar dessa observação inteligente da BEG,
sabemos que Deus tem Espírito e nós temos nosso espírito e que um comunica com
o outro as verdades de Deus.
Ninguém conhece a mente de Deus, mas
somente o seu Espírito que nele está, como também ninguém pode conhecer a mente
de uma pessoa, a não ser o seu espírito que também está nela.
No entanto, o Espírito
de Deus comunica com nosso espírito as verdades de Deus, conferindo coisas
espirituais com pessoas espirituais ou nascidas de novo, pelo espírito.
Já o homem natural – vs.
14 - ou "o homem sem o Espírito", não pode jamais entender ou
discernir tais coisas. "Natural" é a tradução do termo grego psychikós que Paulo usou para descrever
a pessoa que pertence à era antiga, em contraste com aquela que é
"espiritual" (v. 15), tradução do grego pneumatikós.
Quem não tem o Espírito
não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é
capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente, mas o homem
espiritual – vs. 15 – julga todas as coisas.
Julgar aqui, literalmente,
seria "examina" ou "avalia". Por três vezes, Paulo utilizou
usou o mesmo verbo numa sequência rápida, mas esse jogo de palavras não pode
ser reproduzido em português.
O primeiro verbo é
traduzido como "discernem", no final do v. 14, e o terceiro como
"não é julgado por ninguém", no final do v. 15. É possível que aqui
Paulo esteja, novamente, argumentando contra pessoas que se opunham a ele e o
julgavam de modo negativo.
Afinal de contas, quem
conheceu a mente do Senhor – vs. 16. Paulo cita Is 40.13 ("o Espírito do
SENHOR") e reproduz essa expressão no final do versículo como "a
mente de Cristo".
Possuir o Espírito de
Cristo é o mesmo que possuir a mente do Senhor, e os inimigos de Paulo, que
ignoravam essa verdade, não estavam em condições de instruir ou examinar o
apóstolo.
Por implicação, quem
aceita a verdade do ensinamento de Paulo mostra que possui o Espírito/a mente
de Cristo e, desse modo, é capaz de entender as coisas de Deus.
I Co 2:1 Eu, irmãos, quando fui ter convosco,
anunciando-vos o
testemunho de Deus,
não
o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria.
I
Co 2:2 Porque decidi nada saber entre vós,
senão
a Jesus Cristo
e
este crucificado.
I
Co 2:3 E foi em fraqueza,
temor
e
grande tremor que eu estive entre vós.
I Co 2:4 A minha palavra
e a minha pregação
não consistiram em
linguagem persuasiva de sabedoria,
mas
em demonstração do Espírito
e de
poder,
I
Co 2:5 para que a vossa fé
não
se apoiasse em sabedoria humana,
e
sim no poder de Deus.
I Co 2:6 Entretanto, expomos sabedoria entre os experimentados;
não, porém, a
sabedoria deste século,
nem a dos poderosos
desta época, que se reduzem a nada;
I Co
2:7 mas falamos a sabedoria de Deus
em
mistério, outrora oculta,
a
qual Deus preordenou desde a eternidade
para
a nossa glória;
I Co 2:8 sabedoria essa
que nenhum dos
poderosos deste século conheceu;
porque,
se a tivessem conhecido,
jamais
teriam crucificado o Senhor da glória;
I Co
2:9 mas, como está escrito:
Nem
olhos viram,
nem
ouvidos ouviram,
nem
jamais penetrou em coração humano
o
que Deus tem preparado para aqueles que o amam.
I Co 2:10 Mas Deus
no-lo revelou pelo
Espírito;
porque
o Espírito a todas as coisas perscruta,
até
mesmo as profundezas de Deus.
I Co 2:11 Porque qual dos homens
sabe as coisas do
homem,
senão
o seu próprio espírito, que nele está?
Assim, também as coisas de Deus,
ninguém as conhece,
senão
o Espírito de Deus.
I Co 2:12 Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo,
e sim o Espírito
que vem de Deus,
para
que conheçamos o que por Deus
nos foi dado gratuitamente.
I Co 2:13 Disto também falamos,
não em palavras
ensinadas pela sabedoria humana,
mas
ensinadas pelo Espírito,
conferindo
coisas espirituais com espirituais.
I Co 2:14 Ora, o homem natural
não aceita as
coisas do Espírito de Deus,
porque
lhe são loucura;
e não pode
entendê-las,
porque
elas se discernem espiritualmente.
I Co 2:15 Porém o homem espiritual
julga todas as
coisas,
mas
ele mesmo não é julgado por ninguém.
I Co 2:16 Pois quem conheceu a mente do Senhor,
que o possa
instruir?
Nós,
porém,
temos
a mente de Cristo.
Quem conhece as coisas que estão na sua mente se não você mesmo? Da
mesma forma, quem conhece as coisas que estão na mente de Deus, se não ele
mesmo? Queridos, temos o Espírito de Deus e portanto, a mente de Cristo! um bom
dia a todos.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
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1 comentários:
Excelente estudo,glórias a Deus :)
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devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.