Estamos
no capítulo 38/66, na terceira parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como
temos dito, a época corresponde ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se
encontra detalhada em II Re 15:1 a 20:21, envolvendo os públicos de Israel e
Judá. Veja nosso mapinha de nossas reflexões:
Parte III
– A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1 – 39:8.
C. A
invasão de Senaqueribe – 28:1 a 39:8.
b. A
invasão e seus desdobramentos (36.1-39.8).
Estaremos
vendo, como já dissemos, nesses capítulos de ligação, o relato da invasão de
Senaqueribe pela ótica de Isaías. Grande parte do material presente aqui,
conforme nossa BEG, é paralelo a II Re 18:13 a 20:19 e essas duas passagens
formam uma ponte histórica entre os blocos compostos pelos caps. 1 a 35, aos
quais acabamos de ver, e do bloco do capítulo 40 ao 66, que ainda veremos.
Ligando esses dois blocos temos essa invasão de Senaqueribe que ocupa os
capítulos de 36 ao 39.
A
presente seção foi dividida em três partes para nossa melhor compreensão: (1) O
primeiro encontro com o exército assírio (36:1 – 37:8) – já vimos. (2) O segundo encontro (37:9 - 38) – já vimos; e (3) O resultado da escolha fatal de Ezequias (38:1 a
39:8) – veremos agora.
(3) O resultado da
escolha fatal de Ezequias (38:1 a 39:8).
Doravante
até 39:8, estaremos vendo a bênção e a maldição na vida de Ezequias. Por causa
da oração de Ezequias, Deus permitiu que ele sobrevivesse à sua doença
(38:1-22), depois de avisá-lo que ele estaria prestes a morrer, mas o rei
falhou grandemente quando tirando os olhos do Senhor cobiçou coisas indevidas e
tentou estabelecer uma aliança com a Babilônia (39.1-8).
Eu
gostaria de saber do dia de minha partida nesta terra, mas sei que isso me será
negado conhecer, embora, com certeza, venha a tentá-lo; Ezequias teve esse
privilégio, mas usou ele para pedir mais anos à sua vida. Dele veio, depois,
seu descendente Manassés, um terrível rei que governou o povo de Deus por mais
de 50 anos.
Aparentemente,
Ezequias não tinha um herdeiro do sexo masculino. Ele viveu esses mais quinze
anos depois desse incidente (vs. 5) e gerou Manassés, seu sucessor no reino,
que tinha doze anos quando Ezequias morreu (II Re 20:21 – 21:1).
Quem
é que entende os planos de Deus ou tem capacidade de compreender isso? Com
certeza, tem gente que não gostaria de saber dessas coisas, mas não importa
isso, vamos em frente.
Até
o verso 22, estaremos vendo Ezequias adoecer, orar e receber a cura do Senhor.
Isso
pode ter acontecido antes ou depois do cerco de Jerusalém (701 a.C.). Alguns
defendem que Ezequias morreu em 696 a.C. e datam a sua doença como um fato do
início do seu reinado individual (711 a.C.).
A
ideia que se tem é que a ordem dos acontecimentos bíblicos esteja na forma
cronológica, mas aqui, nesse caso, cremos que não, conforme se estuda o texto e
as pistas que nele se encontram.
Muito
provavelmente essa situação de enfermidade e a próxima de visitação babilônica
tenha se dado em 702 a.C., antes da invasão assíria à Judá que culminou com a
morte de Senaqueribe.
O
fato é que Ezequias estava enfermo e um dos sintomas era uma úlcera – vs. II Re
20:7 – no entanto, ninguém sabe que doença mortal era aquele do rei.
A
sua morte estava decretada e não haveria cura, mas Ezequias orou ao Senhor que
o ouviu e ele foi curado. Em sua oração, depois de receber a notícia do profeta
Isaías, filho de Amoz, que iria morrer, ele lembra ao Senhor os seus feitos de
como andou diante do Senhor escolhendo a fidelidade, a inteireza de coração e o
que era reto aos seus olhos e chorou intensamente.
Não
há nenhum segredo em sua oração de forma alguma. O Senhor não o atendeu por
causa de suas obras, pois obra alguma nos justifica diante dele, uma vez que
todas elas, diante de Deus, são como trapo de imundícia – Is 64:6.
O
dever de andar diante do Senhor escolhendo a fidelidade, a inteireza do coração
e o bom proceder fazendo o que é reto diante de Deus é dever de todos os que
são crentes e temem ao Senhor, sem jamais constituírem-se, na sua execução, em
créditos divinos.
Ezequias
não tinha créditos, nem era justo, mas pecador e homem como nós, como foi Elias
– homem semelhante a nós (Tg 5:17) -, logo Deus ter-lhe ouvido e atendido não
foi devido seus argumentos, nem foi por causa de seu choro e intenso clamor, mas
por causa de seus próprios propósitos.
O
fato é que Deus mandou o profeta recuar e dizer ao “príncipe de meu povo” – vs.
II Re 20:5 - se voltar a ele dizendo que tinha visto tanto o seu clamor quanto
as suas lágrimas e que por isso estaria lhe concedendo mais 15 anos.
Ele
pediu e ele chorou por isso. Deus o ouviu e o atendeu. Todos os que pedem e
choram serão ouvidos e atendidos? Por isso que essa situação não faz regra
geral, por isso que Deus atendeu sua oração por causa de seus propósitos.
Deus
poderia curá-lo de diversas formas, mas ensinou a Isaías que se fizesse uma
pasta de figos e que por meio dela, passando na úlcera, ele ficaria
curado. E de fato foi ele curado daquela
forma.
Ainda
Deus estabeleceu um prazo de 3 dias. Ora, Deus mesmo poderia tê-lo curado
instantaneamente, mas escolheu 3 dias para que ele ficasse inteiramente bom.
Se
não bastasse tudo isso, Deus também concedeu a ele um sinal de que ficaria
curado – ora ele já não ficaria curado mesmo? Por que então a necessidade de um
sinal? – e lhe propõe uma manipulação do tempo como sinal.
Ou
viajar para o futuro ou para o passado, conforme fosse a sombra do relógio de
Acaz, para frente ou para trás. Os dois movimentos seriam já extraordinários,
embora não tenha isso percebido Acaz e assim, escolheu voltar e o relógio
recuou dez graus.
Resumidamente:
Ezequias fica mortalmente doente. O profeta Isaías é enviado para avisá-lo de
sua morte certa. Ezequias ora e chora. Deus ouve, o cura e lhe dá mais 15 anos
de vida. Cura-o com remédio. Propõe a ele a escolha de um sinal de que seria
curado e ele escolhe voltar no tempo. Deus faz o relógio de Acaz voltar 10
graus.
Essa
foi – vs. 2 - sua segunda oração (a primeira em 37:14-20) na qual o rei coloca
a sua confiança na retidão de Deus e de forma alguma é frustrado.
Is 38:1 Naqueles dias Ezequias adoeceu
de uma enfermidade mortal;
e
veio a ele o profeta Isaías, filho de Amós, e lhe disse:
Assim
diz o SENHOR:
Põe
em ordem a tua casa, porque morrerás,
e
não viverás.
Is
38:2 Então virou Ezequias o seu rosto para a parede,
e
orou ao SENHOR. Is 38:3 E disse:
Ah!
SENHOR, peço-te, lembra-te agora,
de que andei diante de ti em
verdade, e com
coração
perfeito, e fiz o que era reto
aos
teus olhos.
E
chorou Ezequias muitíssimo.
Is
38:4 Então veio a palavra do SENHOR a Isaías, dizendo:
Is
38:5 Vai, e dize a Ezequias:
Assim
diz o SENHOR, o Deus de Davi teu pai:
Ouvi
a tua oração, e vi as tuas lágrimas;
eis
que acrescentarei aos teus dias
quinze
anos.
Is
38:6 E livrar-te-ei das mãos do rei da Assíria, a ti,
e
a esta cidade, e defenderei esta cidade.
Is
38:7 E isto te será da parte do SENHOR como
sinal
de que o SENHOR cumprirá esta
palavra
que falou.
Is
38:8 Eis que farei retroceder dez graus a sombra
lançada
pelo sol declinante no relógio de Acaz.
Assim
retrocedeu o sol os dez graus que já tinha declinado.
Is
38:9 O escrito de Ezequias, rei de Judá, de quando adoeceu
e
sarou de sua enfermidade:
Is
38:10 Eu disse:
No
cessar de meus dias ir-me-ei às portas da sepultura;
já
estou privado do restante de meus anos.
Is
38:11 Disse:
Não
verei ao SENHOR, o SENHOR na terra dos viventes;
jamais
verei o homem com os moradores do mundo.
Is
38:12 Já o tempo da minha vida se foi, e foi arrebatada de mim,
como
tenda de pastor; cortei a minha vida como tecelão;
ele
me cortará do tear; desde a manhã até à noite
me acabarás.
Is
38:13 Esperei com paciência até à madrugada;
como
um leão quebrou todos os meus ossos;
desde
a manhã até à noite me acabarás.
Is
38:14 Como o grou, ou a andorinha, assim eu chilreava,
e
gemia como a pomba; alçava os meus olhos ao alto;
ó
SENHOR, ando oprimido, fica por meu fiador.
Is
38:15 Que direi? Como me prometeu, assim o fez;
assim
passarei mansamente por todos os meus anos,
por
causa da amargura da minha alma.
Is
38:16 Senhor, por estas coisas se vive, e em todas elas está a vida
do
meu espírito, portanto cura-me e faze-me viver.
Is
38:17 Eis que foi para a minha paz que tive grande amargura,
mas
a ti agradou livrar a minha alma da cova da corrupção;
porque
lançaste para trás das tuas costas
todos
os meus pecados.
Is
38:18 Porque não te louvará a sepultura,
nem
a morte te glorificará; nem esperarão em tua verdade
os
que descem à cova.
Is
38:19 O vivente, o vivente, esse te louvará, como eu hoje o faço;
o
pai aos filhos fará notória a tua verdade.
Is
38:20 O SENHOR veio salvar-me; por isso, tangendo em meus
instrumentos,
nós o louvaremos todos os dias de nossa vida
na
casa do SENHOR.
Is 38:21 E dissera Isaías:
Tomem
uma pasta de figos, e a ponham como emplastro
sobre
a chaga; e sarará.
Is
38:22 Também dissera Ezequias:
Qual
será o sinal de que hei de subir à casa do SENHOR?
Ezequias
expressou, e nós também devemos fazê-lo, a sua angústia diante da realidade da
dor aguda da morte (SI 55:4). Ele fez uso de muitas metáforas para expressar esse
seu desgosto pela brevidade da vida, como se Deus fosse até o seu inimigo (Sl
22; 32:3-4).
A ênfase do
louvor pela vida não estaria na sepultura que nada poderia fazer, mas se dá no
louvor público e pessoal em resposta aos atos de salvação de Deus nesta vida. Ele
somente poderia oferecer louvor a ele pela cura se oferecido somente na terra dos
viventes. A esperança da vida temporal não se estende para além da morte, mas a
esperança da vida eterna sim (52:13; Sl 22:22-31; II Tm 1:10; Hb 2:10-12; I Jo
5:11-12).
A esperança
estava viva (Sl 6:9; 22:22-24) e baseada no fato de que o Senhor veio salvá-lo
e vem nos salvar também – vs 20 -, por isso devemos louvá-lo ainda mais.
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