Gálatas foi escrito para auxiliar os
cristãos da Galácia a resistir aos falsos mestres que pregavam que só era salvo
quem acrescentava à fé em Cristo, o mérito humano da obediência à lei.
Breve
síntese do capítulo 1.
Tanta coisa nos chama atenção em Gálatas, mas quero destacar alguns
verbos, na sequência que aparecem, do vs. 15 a 17: SEPARAR – CHAMAR – REVELAR –
PREGAR – PARTIR. Medite nisso.
Deus separou (escolheu) Paulo desde o ventre e o chamou para revelar
nele o Cristo a fim de que ele pregasse e assim, partiu para cumprir sua missão
sem consultar ninguém.
E não é assim conosco também? Não foi Deus quem nos separou e nos chamou
e revelou a Jesus em nós para pregarmos? E, agora, conhecedores disso, devemos
obedecer e partir para lugares e povos que ainda não receberam o evangelho.
Deus te abençoe!
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
1. PREFÁCIO (1.1-5).
Paulo se identifica como apóstolo de Jesus
e saúda os seus leitores. Paulo começa a epístola com uma saudação na qual
identifica a si mesmo e os destinatários da carta.
Sabemos, a partir de quinze referências em
At 7-13, que Paulo também era conhecido como "Saulo". Contudo, nas
cartas reconhecidamente de sua autoria, ele sempre se refere a si mesmo como
Paulo, um nome romano comum.
Ele se identificou como apóstolo. Essa
palavra significa "mensageiro". Em outra ocasião, Paulo usou-a para
se referir ao seu enviado, Epafrodito (Fp 2.25), mas aqui ele emprega o termo
para indicar a autoridade oficial de alguém que fala em nome de Cristo (At
1.21-26; 1Co 9.1).
Entre outros apóstolos com autoridade, Deus
ordenou a Paulo que estabelecesse a fundação da igreja (1Co 3.10; 9.1;
14.37-38; Ef 2.20; 3.3-5). Sua autoridade procedia do próprio Deus (1.11-2.10).
Ele não era apóstolo de “per-se”, também não
da parte de homens, mas por Jesus Cristo. Até mesmo em sua saudação Paulo
defende o seu apostolado como sendo de autoridade divina.
Ao fazer distinção entre autoridade humana
e divina, ele coloca o nome de Jesus Cristo no lado divino, ainda que Jesus
também fosse também humano (cf. vs. 10,12). Na sua saudação o Deus Pai é quem o
ressuscitou dos mortos.
Ele, Paulo, assim identificado e seus
irmãos companheiros saudavam a igreja de Gálatas com graça e paz. Todas as
cartas de Paulo começam com uma referência a essas duas bênçãos de Deus.
·"Graça" significa "ato de
bondade não merecido". Paulo usava essa palavra com mais frequência do que
qualquer outro escritor do Novo Testamento e atribuía a ela um significado
teológico muito grande.
Ela
se refere a tudo o que Deus nos deu em Cristo, sem que fizéssemos algo por
merecer e sem condições de retribuir.
·"Paz" se refere ao relacionamento
que Cristo, mediante a sua morte e ressurreição (1.4), estabeleceu entre Deus e
aqueles que creem no evangelho.
Quanto
aos comentários de Paulo sobre o significado dessas duas palavras, veja Rm
5.1-2.
A graça e a paz eram da parte de Deus Pai e
do Filho – Senhor Jesus Cristo, que se entregou a si mesmo (ninguém lhe tirou a
vida, mas ele voluntariamente a deu) pelos nossos pecados com um objetivo
claro: desarraigar-nos deste mundo perverso.
Essa expressão corresponde a uma designação
judaica comum nos dias de Paulo para "esta era", a era do pecado e do
julgamento antes da vinda do Messias (a BEG recomenda a leitura e a reflexão de
seu excelente artigo teológico "O plano das eras", em Hb 7).
Paulo associava a tradição legalista e
pecaminosa de Israel à condição desta era, e chamou a atenção para o fato de
Cristo ter vindo libertar o seu povo desta era e de seu legalismo.
Essa expressão introduz o tema principal
dessa epístola: os gálatas não devem se desviar do evangelho de Cristo para o
legalismo.
Paulo encerra essa epístola com o mesmo
tema, referindo-se ao valor da "nova criatura", que excede o da
circuncisão (6.15).
II. O PROBLEMA (1.6-10).
Na Galácia, surge um evangelho falso e
legalista que prega aos cristãos gentios a necessidade da circuncisão para
obter a salvação. Isso era contrário ao evangelho de Paulo, que pregava a
justificação exclusivamente pela fé, e qualquer pessoa que ensinasse outra
coisa, ou acreditasse em outra coisa, estava correndo sérios riscos.
Paulo identificou imediatamente o problema
que afligia os gálatas: eles haviam começado a seguir falsos mestres que
ensinavam outro evangelho. Paulo se opôs a esse falso evangelho e condenou
aqueles que o seguiam. Ainda hoje há quem pregue outro evangelho e ainda diga
que é a terceira revelação de Deus ao mundo – cuidado![1]
A graça de Deus nos alcança por iniciativa
e chamado de Deus, e não por causa de qualquer coisa que tenhamos feito para
merecê-la (vs. 15; Rm 4.4-8; 8.30; 9.11-13).
Provavelmente esse “alguns” que os perturbavam
– vs. 7 - refere-se a cristãos judeus de Jerusalém que insistiam que os gentios
deveriam não apenas acreditar em Jesus Cristo para serem salvos, mas também se
fazer circuncidar, desse modo assumindo o compromisso de observar as tradições
judaicas como o caminho para a salvação (2.3-5,12; 6.12-13).
Muitas nuanças dessa ideia foram espalhadas
em grande escala entre os primeiros cristãos judeus (At 15.1; 21.20-21; Fp
3.2-3).
Paulo vai fundo nessa questão e não deixa
dúvidas. Seja anátema todo aquele que pregar outro evangelho. Quer dizer
"condenado eternamente", significando "separado de Cristo"
(Rm 9.3).
Aqui, as costumeiras ações de graças de
Paulo foram substituídas pela ameaça de maldição. A repetição da ameaça é um
recurso usado para dar ênfase – vs. 8 e 9.
Os que exigem outras coisas além da fé em
Jesus Cristo, independentemente de quão impecáveis sejam as suas credenciais,
distorcem o evangelho, dando a ele um outro formato. Os pregadores desse falso
evangelho estavam sob a condenação de Deus.
Os adversários de Paulo na Galácia atacaram
não apenas o evangelho, mas também seu mensageiro, Paulo. Uma das acusações era
que Paulo pregava uma forma fácil de evangelho que não exigia circuncisão nem
obediência às leis do sábado e da restrição alimentar (4.10; 5.11).
III. RELATOS HISTÓRICOS (1.11-2.21).
Muitos acontecimentos históricos apoiam a
afirmação de Paulo de que o evangelho da salvação pela fé, e não pelas obras, é
o verdadeiro evangelho de Cristo:
·Paulo
recebeu essa mensagem do evangelho diretamente de Cristo; ela não teve origem
humana. Há muitos outros que receberam também outras mensagens (não de Cristo,
nem de Deus, nem do Espírito Santo) e fundaram filosofias, ciências e religiões.
Os líderes da igreja em Jerusalém
confirmaram que Paulo pregava o verdadeiro evangelho. Paulo até mesmo corrigiu
Pedro por causa da hipocrisia deste diante dos cristãos gentios incircuncisos.
Veremos dos vs. 1.11 ao 2.21 esses relatos
históricos. Paulo defendeu o seu apostolado e a mensagem do seu evangelho
relembrando vários acontecimentos históricos: o seu chamado e treinamento
(1.11-17), a sua visita aos líderes de Jerusalém (1.18-2.10) e o seu conflito
com Pedro quanto à condição dos gentios (2.11-21). Isso formará nossa divisão
proposta, seguindo a BEG: A. Chamado e treinamento (1.11-17) – veremos agora; B. Os líderes de
Jerusalém (1.18-2.10) – começaremos a ver
agora; e, C. O conflito com Pedro (2.11-21).
A. Chamado e treinamento (1.11-17).
Paulo explicou que havia recebido o seu
apostolado e a mensagem do seu evangelho diretamente de Cristo. Paulo se
defendeu da acusação de seus adversários, de que havia se rebelado contra os
apóstolos de Jerusalém que lhe haviam dado a autoridade que afirmava possuir,
dizendo que a sua autoridade procedia somente de Deus, e que os líderes de
Jerusalém apenas a confirmaram.
Paulo esclarece que não recebeu o Evangelho
de pessoa alguma nem lhe ensinado por homem algum; pelo contrário, ele o recebeu
diretamente de Jesus Cristo por revelação – vs. 12; At 9.3-5; 22.6-10;
26.13-18; 1Co 15.8.
A perseguição que Paulo fazia à igreja
antes de seu chamado era bastante conhecida entre os primeiros cristãos (At
7.58; 8.3; 9.1-2). O próprio Paulo envergonhava-se profundamente desse seu
passado (1Co 15.9), embora considerasse isso como evidência de que a graça de
Deus pode vencer até os pecadores mais rebeldes (At 22.4-5; 26.9-11; 1Co 15.10;
Fp 3.6-8; 1Tm 1.13-16).
Paulo gostava de mostrar a seus adversários
que ser judeu, mesmo um judeu zeloso, não era suficiente para ser salvo. Paulo
considerava a sua própria experiência como prova de que o zelo pela lei não
pode salvar (Rm 9.30-10.4; 2Co 11.22; Fp 3.4-6).
Paulo evocava conscientemente o chamado de
Jeremias (Jr 1.5) e, talvez, do servo de Isaias 49 (Is 49.1,5), os quais foram
chamados para serem mensageiros de Deus entre os gentios, como ele.
Paulo estava consciente de que o seu
apostolado dava continuidade às tradições proféticas do Antigo Testamento. Paulo
ressalta que foi chamado pela sua graça.
O chamado de Paulo para ser apóstolo, assim
como a fé que todos os cristãos possuem, era resultado da graça precedente de
Deus.
Antes de nascermos, e desse modo, antes que
pudéssemos vir a fazer qualquer coisa boa ou má, Deus escolheu nos agraciar com
a fé (Rm 9.10-13; Ef 1.4-6). Ninguém pode adquirir o chamado de Deus; é um dom
gratuito.
As palavras "gentios” e
"nações" – vs. 16 - são traduções do mesmo termo grego. Os escritores
judeus usavam essa palavra para se referir a qualquer pessoa que não fosse
judia.
Paulo foi chamado para pregar aos gentios
(2.9; At 9.15; 22.21; 26.17; Rm 1.5; 15.16), mas não considerou isso como um
mandamento para pregar exclusivamente aos gentios.
Em At 13-28 ele muitas vezes pregou aos
judeus, e passagens como Rm 1.14-16; 9.1-5;
1Co 9.20 demonstram que ele também se esforçava por evangelizar os
judeus.
Obviamente, Paulo se encontrou com Ananias
três dias depois de sua conversão (At 9.10-19; 22.12-16). Contudo, a palavra
traduzida como "consultei" indica a ação de apresentar algo a alguém
ou submeter alguma coisa à aprovação de outra pessoa.
Paulo certamente não consultou Ananias
nesse sentido. Antes, o papel de Ananias foi de batizar Paulo e confirmar o seu
chamado para pregar aos gentios.
A conversão e o chamado de Paulo
aconteceram perto de Damasco (At 9.3; 22.6; 26.12), e ele passou vários dias em
Damasco depois da sua conversão (At 9.19).
Jerusalém era o centro cultural e religioso
da antiga Israel e das nações vizinhas, bem como o lar de Tiago, Pedro e João,
que tiveram uma participação considerável em Atos e Gálatas como líderes da
primeira comunidade cristã-judaica nessa cidade (At 2.9).
Paulo enfatizava que o seu chamado para
pregar aos gentios procedia de Deus, e não dos líderes da igreja de Jerusalém.
A Arábia era governada pelo rei nabateu
Aretas IV, que disputava com Roma o controle de Damasco. Na época da conversão
de Paulo, o governo de Aretas controlava a cidade e, aparentemente, fornecia
auxilio a judeus irritados em seus esforços para assassinar Paulo (At 9.23-25;
2Co 11.32-33).
B. Os líderes de Jerusalém (1.18-2.10).
Dos vs. 1.18 ao 2.10, veremos a questão dos
líderes de Jerusalém. Paulo confirma a sua autoridade como apóstolo ao relatar
o seu relacionamento com os apóstolos em Jerusalém.
Paulo relembra – vs. 18 ao 24 - o seu
encontro inicial com Pedro e Tiago e a calorosa recepção que o seu apostolado
recebeu das igrejas.
Os três anos que ele fala – vs. 18 - refere-se
aos "muitos dias" de At 9.23. Paulo menciona esse período para
mostrar que o seu treinamento sob a tutela de Cristo foi comparável ao
treinamento que os outros apóstolos receberam durante os três anos do
ministério terrestre de Cristo.
A primeira viagem de Paulo a Jerusalém
depois de sua conversão (At 9.26-30) foi para Jerusalém para avistar-se com
Cefas. Essa frase traduz uma palavra que significa fazer uma visita a alguém
com o propósito de obter informações dessa pessoa.
Paulo pode ter entrevistado Pedro sobre a
vida e os ensinamentos de Jesus durante aqueles quinze dias que ficou com ele –
vs. 18. Cefas era o nome aramaico de Pedro que Paulo usa no grego. Tanto Cefas
quanto Pedro significam "pedra'.
Ele também não vira outro apóstolo, a não
ser Tiago, o irmão do Senhor – vs. 19. (Veja Mt 13.55; Mc 6.3).
Devemos fazer distinção entre esse Tiago e
o discípulo de Jesus que esteve com frequência associado com Pedro e João nos
Evangelhos e que foi assassinado por Herodes durante os primeiros dias da
igreja (At 12.2). “Tiago, o irmão do Senhor" não creu em Jesus no início
(Jo 7.5), mas se converteu mais tarde talvez como resultado de ter visto o
Senhor ressurreto (1Co 15.7).
Ele somente viu esses dois apóstolos e dali
seguiu para a Síria e a Cilicia. (Veja At 9.30). Paulo retomou a Tarso (At 9.11;
21.39; 22.3), a cidade mais importante da Cilicia. A Cilicia oriental, a região
onde se localizava a cidade de Tarso, estava sob a administração da província
romana da Síria no inicio do século 1.
A junção dessas duas regiões por Paulo está
rigorosamente correta.
Paulo poderia estar se referindo – vs. 22
-, quando diz que não era conhecido pessoalmente, à provinda romana da Judeia
que incluía a Judeia bíblica, Samaria e Galileia, ou à região menor da Judeia
bíblica. Jerusalém estava localizada na Judeia bíblica.
Gl 1:1 Paulo, apóstolo,
não da parte de
homens,
nem por intermédio
de homem algum,
mas
por Jesus Cristo
e
por Deus Pai,
que
o ressuscitou dentre os mortos,
Gl 1:2 e todos os irmãos meus companheiros,
às igrejas da
Galácia,
Gl
1:3 graça a vós outros
e
paz,
da
parte de Deus, nosso Pai,
e
do [nosso] Senhor Jesus Cristo,
Gl
1:4 o qual se entregou a si mesmo
pelos
nossos pecados,
para
nos desarraigar deste mundo perverso,
segundo
a vontade de nosso Deus e Pai,
Gl 1:5 a quem seja a glória pelos
séculos dos séculos. Amém!
Gl 1:6 Admira-me que estejais passando tão depressa
daquele que vos
chamou na graça de Cristo
para
outro evangelho,
Gl
1:7 o qual não é outro,
senão
que há alguns que vos perturbam
e
querem perverter
o
evangelho de Cristo.
Gl 1:8 Mas, ainda que nós
ou mesmo um anjo
vindo do céu
vos
pregue evangelho
que
vá além do que vos temos pregado,
seja
anátema.
Gl 1:9 Assim, como já dissemos, e agora repito,
se alguém vos prega evangelho
que vá além daquele
que recebestes,
seja
anátema.
Gl 1:10 Porventura, procuro eu, agora,
o favor dos homens
ou o de Deus?
Ou procuro agradar
a homens?
Se
agradasse ainda a homens,
não
seria servo de Cristo.
Gl 1:11 Faço-vos, porém, saber, irmãos,
que o evangelho por
mim anunciado
não
é segundo o homem,
Gl
1:12 porque eu não o recebi,
nem
o aprendi de homem algum,
mas
mediante revelação de Jesus Cristo.
Gl 1:13 Porque ouvistes qual foi o meu proceder outrora no judaísmo,
como sobremaneira
perseguia eu a
igreja de Deus
e a devastava.
Gl 1:14 E, na minha nação, quanto ao judaísmo,
avantajava-me a
muitos da minha idade,
sendo extremamente
zeloso das tradições de meus pais.
Gl 1:15 Quando, porém,
ao que me separou
antes
de eu nascer
e me chamou
pela
sua graça,
aprouve Gl 1:16
revelar
seu
Filho em mim,
para
que eu o pregasse
entre
os gentios,
sem
detença, não consultei carne e sangue,
Gl
1:17 nem subi a Jerusalém para os que
já eram apóstolos antes de
mim,
mas
parti para as regiões da Arábia
e
voltei, outra vez, para Damasco.
Gl 1:18 Decorridos três anos, então,
subi a Jerusalém
para avistar-me com Cefas
e
permaneci com ele quinze dias;
Gl 1:19 e não vi
outro dos apóstolos,
senão
Tiago, o irmão do Senhor.
Gl 1:20 Ora, acerca do que vos escrevo,
eis que diante de
Deus testifico que não minto.
Gl 1:21 Depois, fui para as regiões da Síria e da Cilícia.
Gl 1:22 E não era conhecido de vista das igrejas da Judéia,
que estavam em
Cristo.
Gl 1:23 Ouviam somente dizer:
Aquele que, antes,
nos perseguia, agora,
prega
a fé
que,
outrora, procurava destruir.
Gl 1:24 E glorificavam a Deus a meu respeito.
O último verso do capítulo primeiro fala de PREGAR A FÉ! Você tem sido
reconhecido por ser aquele que prega a fé? Se não, acho melhor você rever suas
crenças, valores e objetivos.
O evangelho: O que é a salvação e
como obtê-la?[2]
A Bíblia ensina que existe uma mensagem de boas-novas para todos os que
se arrependem e creem em Jesus Cristo como seu Salvador. No entanto, ao lermos
a Bíblia encontramos várias sínteses legítimas (Mt 4.23; Mc 1.15; At 2.1 4-3 8)
e ilegítimas (Cl 1.9; Jd 3-1 9) desse ensinamento fundamental. Infelizmente,
muitos cristãos se tornam complacentes e empregam somente uma síntese do evangelho,
sem perceber que essa visão limitada restringe não apenas o grupo de pessoas ao
qual podem levar o evangelho, mas também o grau de aplicação do mesmo na sua
própria vida.
A expressão mais plena da mensagem do evangelho se encontra em Jesus
Cristo, o Verbo que se fez carne. Jesus Cristo, o Filho de Deus, se tornou
homem fisicamente e desceu à terra para anunciar as boas-novas de que o reino
prometido de Deus havia chegado. É essa notícia do reino que constitui a base
da mensagem do evangelho (veja o artigo teológico "O reino de Deus",
em Mt 4). Ao estabelecer o reino por meio de sua morte, ressurreição e ascensão
(Lc. 9.21-36; At 1.1-11), Jesus viveu o conteúdo da mensagem do evangelho - uma
mensagem que deveria ser anunciada ao mundo inteiro (Jo 1.1-14; At 2.2 2ss).
Mas qual é, exatamente, a mensagem do evangelho? Podemos sintetizá-la
da seguinte maneira: Deus ofereceu aos pecadores um modo de escapar do castigo
eterno que os aguarda. Se tivermos verdadeira consciência do nosso pecado e
situação miserável e compreendermos a misericórdia de Deus em Cristo Jesus, e
se nos afastarmos do pecado com arrependimento e tristeza e aceitarmos a
Cristo, confiando somente nele para a nossa salvação, seremos poupados da ira
justa de Deus contra os pecadores. Em vez de experimentarmos essa ira, seremos
unidos com Jesus, nossos pecados serão perdoados, Deus nos considerará justos
aos seus olhos e nos abençoará abundantemente por toda a eternidade (BC 86,87;
CM 72).
Por vezes, os cristãos podem supor equivocadamente que muitas outras
doutrinas também são essenciais para a mensagem do evangelho, mas em nenhuma
passagem a Bíblia indica que devemos possuir uma teologia madura antes de
sermos salvos. Antes, as Escrituras demonstram com frequência a necessidade de
apenas um conhecimento mínimo para se ter a fé salvadora (Lc 23.3 9-4 3„At
10.34-43; 16.25-34). Outros se enganam ao pensar que o evangelho só precisa ser
ouvido pelos perdidos. Na verdade, todo cristão deve renovar constantemente a
sua confiança nas verdades do evangelho e, por meio da fé e do arrependimento
contínuos (Fp 1.25; Cl 1.23; 310 3), ser transformado cada vez mais pelo poder
do evangelho.
Todos os cristãos são chamados a dar testemunho das boas-novas da obra
de Deus em sua vida onde quer que estejam, e não apenas em ambientes seguros
(Mt 2 8.1 9-2 O; At 1.8; 4.20; 5.27-29; 8.4). Porém, nem todos sabem como fazer
essa proclamação. Um modo de comunicar as verdades do evangelho é começar
relatando em poucas palavras a operação de Deus em nossa própria vida e,
depois, apresentar uma síntese do conteúdo do evangelho apropriada para a
situação em questão. Se alguém está lutando com uma sensação clara de falta de
sentido na vida, podemos mostrar a essa pessoa como a fé em Deus implica crer
que Deus enviou Jesus Cristo ao mundo para oferecer uma vida nova e abundante (Jo
7.37-38; 10.10; Cl 5.22). Se alguém está se debatendo com suas próprias
fraquezas, podemos demonstrar que a fé no Deus da Bíblia nos dá o poder de
superar a solidão e a tensão, o medo das pessoas e/ou do futuro e até mesmo
maus hábitos que parecem impossíveis de quebrar (1Co 6.9-11; I Jo 4.18). Ou, se
alguém se sente separado de Deus, podemos confirmar a realidade dessa alienação
(Rm 3.23; 6.23), acrescentando a garantia de que Deus proveu uma solução em
Cristo (Rm 5; 1Co 1.30; 1Jo 1.7).
Se Deus lhe conceder a oportunidade de dar sequencia a essa
apresentação do evangelho convidando a pessoa a reconhecer sua necessidade, e arrepender-se
de seus pecados, orar a Deus pedindo perdão e aceitando a Jesus como Senhor e
Salvador, não a desperdice! É pelo poder do Espirito Santo, combinado tom o
evangelho poderoso da graça que Deus chama os eleitos para si.
[2]Extraído,
literalmente, da BEG – artigo teológico referente à Galatas 1.
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Paulo Freire – Uma avaliação relâmpago
-
É sempre surpreendente, para mim, ver que a maioria das referências feitas
ao professor Paulo Freire (1921-1997) são benevolentes e eivadas de
admiração. ...
TRANSTORNANDO O CALVINISMO
-
A doutrina Calvinista é a mais bela expressão do ensino bíblico
transmitida a nós pelo seu maior representante - João Calvino. É claro, a
de se ori...
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