Como já dissemos o evangelho de Lucas foi
escrito com o propósito principal de apresentar um relato fiel e organizado
visando estabelecer os fatos a respeito do ministério de Jesus e sua
importância para a história da salvação, além de fornecer parâmetros para a
igreja em sua pregação de arrependimento e perdão em nome de Jesus para todas
as nações. Estamos no capítulo 5, parte III.
III. MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS NA GALILEIA (4.14-9.50) - continuação.
Veremos dos versos 14 ao capítulo 9.50, o
ministério público de Jesus na Galileia.
Para melhor compreendermos os detalhes
desta parte, dividimos o assunto em nove partes, conforme a BEG: A. O sermão em
Nazaré (4.14-30) – já vimos; B.
Ensinamentos e milagres (4.31-6.11) – continuaremos
a ver; C. A escolha dos doze (6.12-16); D. O sermão na planície (6.17-49);
E. Curas milagrosas (7.1-17); F João Batista (7.18-35); G. Jesus e uma mulher
(7.36-50); H. Mais ensinamentos e milagres (8.1-56); e, I. Jesus prepara os
doze (9.1-50).
Uma breve síntese do capítulo 5 de Lucas.
Com tantos barcos a escolher, Jesus escolhe
o barco de Pedro. Bem poderia Pedro, estando cansado de pescar toda a noite e
nada encontrar, ter dado um fora em Jesus, mas não, acudiu a ele e fez
exatamente o que ele queria.
Afastou o barco um pouco e ao invés de
vermos ele trovejando, gritando, vibrando os seus braços, senta-se tranquilo e
começa a falar ensinando o povo. Interessante que Jesus me parecia alguém muito
calmo e tranquilo. Ao fim de sua prédica, reconhecendo o cansaço e a frustração
da pesca dá uma dica a Pedro.
Pedro conhecia a sua profissão e era
especialista em pesca, mesmo assim, deu créditos a quem lhe falava e apanharam
tanto peixe que nem vizinhos podiam ajudar ou as redes suportarem. Pedro não
teve dúvidas de crer estar diante de alguém muito importante e pediu que se
afastasse por ser ele pecador.
Jesus se agradou dele e o transformou em
pescador de homens. Ali o resultado daquela grande pescaria não foram as
multidões de peixe pescados, mas um só: Pedro!
Depois disso, Jesus cura um leproso que
roga por sua cura e é atendido. Se queres... Jesus disse: - Eu quero!
Interessante esta cura da lepra. Quem tem problemas de saúde, procurará por
alívio daquilo e, se possível, a cura. Deus nos proporciona o tratamento quer
pela medicina, quer pelos medicamentos, quer pela natureza, quer pelo seu
poder, quer pelos que ele tem enviado a exercerem a cura.
Depois Jesus cura um paralítico cujos
amigos demonstraram muita fé ao aproximá-los de Jesus de forma inusitada.
Elogiou-lhes a fé! A fé e a demonstração da fé genuína diante de Deus sempre
será correspondida por Deus. Quando Jesus vai tratar de sua paralisia, ele fala
do perdão que estaria concedendo àquele paralítico.
Aquilo foi demais para eles que viviam
presos em seu mundo de prisão. Não entenderam nada do que Jesus dizia e fazia
por causa de seus corações comprometidos com sua própria religiosidade.
Agora, iremos ver com maiores detalhes, com
a boa ajuda da BEG.
B. Ensinamentos e milagres (4.31-6.11) - continuação.
Estamos vendo, como já dissemos, os
ensinamentos e milagres de Jesus.
Eles queriam ouvir a palavra de Deus - o
que provinha de Deus e falava de Deus - e Jesus reunia as credenciais de um
excelente pregador e o povo sabia disso, por isso procuravam por ele que estava
junto ao lago de Genesaré.
Lucas sempre se refere a essa massa de água
como um lago, porém os outros escritores dos Evangelhos o chamam de "mar
da Galileia" (Genesaré só ocorre aqui).
Para facilitar as coisas, Jesus resolveu
entrar num barco cujos pescadores tinham descido para lavavam as redes. Após
cada retorno dos pescadores, as redes eram verificadas, remendadas e lavadas
para a pesca seguinte. Os barcos não estavam em uso nesse momento, por isso
Jesus utilizou o barco de Simão para fugir da pressão da multidão.
Dali, Jesus pode ministrar a multidão e
tendo concluído disse para Pedro que voltasse ao mar alto para lançar a rede
novamente para pescar. Pedro responde se referindo a ele como Mestre. Essa
palavra é utilizada somente por Lucas e sempre em referência a Jesus. Em termos
gerais, refere-se a qualquer pessoa com autoridade.
Pedro comunica a Jesus que faria o que ele
pedia, mas por pura fé, pois devido sua experiência e tino de pescador, o mar
não estava para peixe.
Pedro obedeceu e lançou a sua rede que
ficou tão repleta que teve de chamar todos ao seu lado para o ajudarem, pois
havia o perigo real da rede ceder com o peso de tantos peixes.
Simão Pedro não resistiu e inclinou-se
diante de Jesus e disse para ele se afastar dele, pois que era pecador. Pedro
conhecia muito bem o ofício de pescador e esse acontecimento milagroso o
colocou na presença de Deus, onde reconheceu a sua natureza pecaminosa (cf. Gn
18.27; Jó 42.6; Is 6.5).
Jesus, então, completa a obra na vida de
Pedro e o chama para o ministério e este, prontamente, se dispôs a segui-lo. Os
barcos, as pescas, sua empresa e negócios ficaram ali, na praia, onde
certamente havia alguém que deles cuidassem.
Ato contínuo, surge no caminho deles um
homem cheio de lepra. Muitas doenças com diferentes graus de severidade e prognóstico
eram diagnosticadas como "lepra". Em sua forma mais grave, além de
ser considerada uma moléstia que tornava a pessoa cerimonialmente impura,
causava desfiguração e levava à morte. A única defesa conhecida nessa época era
isolar o doente.
O leproso vendo a Jesus, prostrou-se sobre
o rosto e rogou-lhe para curá-lo dizendo que se ele quisesse, seria curado.
Jesus foi rápido e preciso: “Quero, sê limpo” – vs. 13. Imediatamente, foi
limpo o que tivera lepra, mas Jesus ordenou a ele que não dissesse isso a
ninguém, mas fosse a um sacerdote. O sacerdote iria certificar-se de que a
lepra havia sido curada, e também faria o sacrifício apropriado para a situação
(Lv 14).
No entanto, sua fama crescia
assustadoramente e ajuntava-se a ele mais e mais multidões para ouvi-lo e para
poderem ser curadas de suas enfermidades. A sua atitude, porém, era se retirar
para os desertos e ali orar a Deus. Jesus, de fato, eram homem de oração.
Houve um daqueles dias em que Jesus estava
ali ensinando, pregando e curando na presença de doutores da lei e de fariseus.
Quanto aos fariseus, Josefo estimou que
havia mais de seis mil fariseus nesses dias. Estes se viam como
"separados" por Deus e procuravam servi-lo da melhor maneira
possível. Muitos eram piedosos, mas a ênfase em atos de justiça externos, bem
como certos tabus, fazia com que se tornassem rígidos e formais. Foram eles que
se opuseram vigorosamente a Jesus.
Já os mestres da Lei eram os escribas, cujo
trabalho era principalmente estudar a lei de Deus; muitos eram também fariseus.
Jesus estava cercado de visitas e lá estava
ele no meio da casa e todas as portas e janelas estavam ocupadas. Quem quisesse
se aproximar dele, ali, teria de se virar e muito.
O grupo que conduzia um paralítico resolveu
ir a Jesus custasse o que custasse. Eles não enxergaram problemas, mas viram a
oportunidade por onde ninguém jamais teria visto. Pelo telhado da casa, abrindo
nela um buraco, desceram um paralítico em sua cama, bem onde Jesus estava.
O eirado das casas daquela época possuíam
telhado plano, com escadas externas que lhe davam acesso.
Vendo-lhes a fé - além da fé do paralítico,
Jesus incluiu a fé dos homens que o haviam levado -, Jesus não resistiu e logo
tratou de oferecer a ele o que ele mais precisava, que também seria na vida
daqueles fariseus e doutores da lei um golpe certeiro contra suas crenças
equivocadas.
Eles perguntavam entre si quem seria aquele
que tinha poder para liberar perdão de pecados. Jesus uniu o poder do perdão ao
poder para curar (já falamos disso em Mt 9.1-8 e Mc 2.1-12). Também se
identificou como o Filho do Homem. Era a autodesignação preferida de Jesus,
usada mais de oitenta vezes nos Evangelhos e quase sempre pelo próprio Jesus.
Refere-se a sua origem celestial e sua vocação (Dn 7.13-14).
Depois disso, passando Jesus viu um
publicano chamado Levi, assentado na recebedoria, ou seja trabalhando. Também
ele Jesus convidou e este prontamente aceitou e passo a segui-lo, deixando tudo.
Levi pode ter, literalmente, saído nesse exato momento, deixando os registros e
o dinheiro no posto; ou, a frase pode indicar que ele abandonou de modo
definitivo o seu ofício de cobrador de impostos.
Levi ficou tão feliz que resolveu fazer um
banquete em sua casa, mas os invejosos dos fariseus e dos mestres da lei
estavam procurando algo para poderem manchar a honra de Jesus. Os fariseus
estavam do lado de fora, uma vez que consideravam que compartilhar uma refeição
com pecadores era um ato especialmente desonroso.
Eles não conseguiam enredá-lo em suas
tramas e a cada argumento que levantavam, Jesus mostrava a eles o verdadeiro
sentido da lei, das cerimônias e tradições.
O único jejum exigido pela Lei era aquele
ordenado para o Dia da Expiação, mas o povo jejuava em outras ocasiões (p. ex.,
Zc 7.3,5). Jesus não ordenou o jejum, embora ele mesmo tenha jejuado (Lc 4.2) e
permitido essa prática entre os seus seguidores (Mt 6.16-18).
Em seguida conta-lhes uma parábola e nela
explica suas razões, mas eles ficam perdidos. Um remendo novo numa roupa velha
iria arruinar ambos: o novo se perde, porque o remendo tirado do tecido novo o
deixaria danificado; e o velho, porque o remendo novo não combina. Colocar
vinho novo em odres velhos faz com que a fermentação cause a ruptura do odre, e
assim se perca tanto o odre quanto o vinho.
Lc 5:1 Aconteceu que,
ao apertá-lo
a multidão
para
ouvir a palavra de Deus,
estava
ele junto ao lago de Genesaré;
Lc 5:2 e viu
dois barcos junto à praia do lago;
mas
os pescadores,
havendo
desembarcado,
lavavam
as redes.
Lc 5:3
Entrando em um dos barcos,
que
era o de Simão,
pediu-lhe
que o afastasse um pouco da praia;
e,
assentando-se,
ensinava
do barco as multidões.
Lc 5:4 Quando
acabou de falar, disse a Simão:
Faze-te
ao largo,
e
lançai as vossas redes para pescar.
Lc 5:5
Respondeu-lhe Simão:
Mestre,
havendo trabalhado toda a noite,
nada
apanhamos,
mas
sob a tua palavra lançarei as redes.
Lc 5:6 Isto
fazendo,
apanharam
grande quantidade de peixes;
e
rompiam-se-lhes as redes.
Lc 5:7 Então,
fizeram sinais aos companheiros do outro barco,
para
que fossem ajudá-los.
E foram e
encheram ambos os barcos,
a
ponto de quase irem a pique.
Lc 5:8 Vendo
isto, Simão Pedro
prostrou-se
aos pés de Jesus, dizendo:
Senhor,
retira-te de mim,
porque
sou pecador.
Lc 5:9 Pois,
à vista da pesca que fizeram,
a
admiração se apoderou dele
e
de todos os seus companheiros,
Lc
5:10 bem como de Tiago e João,
filhos
de Zebedeu, que eram seus sócios.
Disse Jesus a
Simão:
Não
temas;
doravante
serás pescador de homens.
Lc 5:11 E,
arrastando eles os barcos sobre a praia,
deixando
tudo,
o
seguiram.
Lc 5:12 Aconteceu que,
estando ele
numa das cidades,
veio
à sua presença um homem coberto de lepra;
ao
ver a Jesus,
prostrando-se
com o rosto em terra, suplicou-lhe:
Senhor, se
quiseres, podes purificar-me.
Lc 5:13 E
ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero,
fica limpo!
E,
no mesmo instante,
lhe
desapareceu a lepra.
Lc
5:14 Ordenou-lhe Jesus
que
a ninguém o dissesse, mas vai, disse,
mostra-te
ao sacerdote e oferece,
pela
tua purificação,
o sacrifício
que Moisés determinou,
para
servir de testemunho ao povo.
Lc 5:15 Porém o que se dizia a seu
respeito
cada vez mais
se divulgava,
e grandes
multidões afluíam
para
o ouvirem e serem curadas de suas enfermidades.
Lc 5:16 Ele,
porém,
se
retirava para lugares solitários
e
orava.
Lc 5:17 Ora, aconteceu que,
num daqueles
dias, estava ele ensinando,
e achavam-se
ali assentados fariseus e mestres da Lei,
vindos
de todas as aldeias da Galiléia, da Judéia
e
de Jerusalém.
E o poder do
Senhor
estava
com ele para curar.
Lc 5:18
Vieram, então, uns homens
trazendo
em um leito um paralítico;
e procuravam
introduzi-lo
e pô-lo diante
de Jesus.
Lc 5:19 E,
não achando por onde introduzi-lo por causa da multidão,
subindo
ao eirado,
o
desceram no leito, por entre os ladrilhos,
para
o meio, diante de Jesus.
Lc 5:20
Vendo-lhes a fé,
Jesus
disse ao paralítico:
Homem,
estão perdoados os teus pecados.
Lc 5:21 E os
escribas e fariseus arrazoavam, dizendo:
Quem
é este que diz blasfêmias?
Quem
pode perdoar pecados, senão Deus?
Lc 5:22
Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse-lhes:
Que
arrazoais em vosso coração?
Lc
5:23 Qual é mais fácil, dizer:
Estão
perdoados os teus pecados ou:
Levanta-te e
anda?
Lc 5:24 Mas,
para que saibais que o Filho do Homem
tem
sobre a terra autoridade para perdoar pecados
-
disse ao paralítico:
Eu
te ordeno:
Levanta-te,
toma
o teu leito
e
vai para casa.
Lc 5:25
Imediatamente,
se
levantou diante deles
e,
tomando o leito
em
que permanecera deitado,
voltou
para casa,
glorificando
a Deus.
Lc 5:26 Todos
ficaram atônitos,
davam
glória a Deus
e,
possuídos de temor, diziam:
Hoje,
vimos prodígios.
Lc 5:27 Passadas estas coisas,
saindo, viu
um publicano, chamado Levi, assentado na coletoria,
e
disse-lhe:
Segue-me!
Lc 5:28 Ele
se levantou
e, deixando
tudo,
o
seguiu.
Lc 5:29
Então, lhe ofereceu Levi
um
grande banquete em sua casa;
e
numerosos publicanos e outros estavam com eles à mesa.
Lc 5:30 Os
fariseus e seus escribas
murmuravam
contra os discípulos de Jesus, perguntando:
Por que
comeis e bebeis com os publicanos e pecadores?
Lc 5:31
Respondeu-lhes Jesus:
Os
sãos não precisam de médico,
e
sim os doentes.
Lc 5:32 Não
vim chamar justos,
e
sim pecadores, ao arrependimento.
Lc
5:33 Disseram-lhe eles:
Os
discípulos de João e bem assim os dos fariseus
freqüentemente
jejuam
e
fazem orações;
os teus,
entretanto,
comem
e bebem.
Lc
5:34 Jesus, porém, lhes disse:
Podeis fazer
jejuar os convidados para o casamento,
enquanto
está com eles o noivo?
Lc 5:35 Dias
virão, contudo,
em
que lhes será tirado o noivo;
naqueles
dias, sim,
jejuarão.
Lc 5:36
Também lhes disse uma parábola:
Ninguém
tira um pedaço de veste nova
e
o põe em veste velha; pois rasgará a nova,
e
o remendo da nova não se ajustará
à
velha.
Lc
5:37 E ninguém põe vinho novo em odres velhos,
pois
o vinho novo romperá os odres;
entornar-se-á
o vinho,
e
os odres se estragarão.
Lc
5:38 Pelo contrário,
vinho
novo
deve ser
posto em odres novos
[e ambos se
conservam].
Lc
5:39 E ninguém,
tendo
bebido o vinho velho,
prefere
o novo;
porque
diz:
O
velho é excelente.
Aqui está Jesus
na casa de Levi e os fariseus e os escribas estão indignados com isso. A nossa
religiosidade quando extremada perde o seu foco em rituais tolos que não
refletem a verdade, a justiça e o amor de Deus. Jesus enxergou a salvação de
Levi e se alegrou; eles, enxergaram quebras de regras e leis e se indignaram.
Fique à vontade para tecer seus comentários. No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 : devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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Como usar o poder de Deus para tomar, e manter, a iniciativa na guerra
contra o mal
Wilbur N. Pickering, ThM PhD
Isaías 47.10: “*Confiaste na tua iniq...
O Nascimento e a Infância de Jesus
-
*O NASCIMENTO E A INFÂNCIA DE JESUS*
Neste breve sumário iremos ver os fatos relacionados com o nascimento de
Jesus. Eles estão ausentes no Evangelho de...
TRANSTORNANDO O CALVINISMO
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