Estamos vendo o Evangelho de Mateus escrito
com o propósito de inspirar os cristãos ao serviço grato e fiel de promover o
reino de Deus ao apresentar Jesus como o tão esperado rei e apresentar o reino
que ele trouxe como o cumprimento do plano da redenção de Deus. Entramos na última
parte de Mateus, a parte VII, veremos o capítulo 26.
VII. A PAIXÃO E A RESSURREIÇÃO (26.1-28.20).
Até o final do evangelho de Mateus,
estaremos vendo a paixão e a ressurreição de Cristo. Os caps. 26-28 formam a
última seção principal do evangelho de Mateus.
Eles retratam o drama da morte e da
ressurreição de Jesus, assim corno os seus aparecimentos e a sua ascensão.
Esses capítulos finais exaltam Jesus ao
chamar a atenção para o seu grande sacrifício na cruz, à sua vitória sobre a
morte e a sua recomendação à igreja para continuar expandindo o reino de Deus
até que ele volte.
Jesus passou por aflições, morreu como o
Rei sofredor dos judeus, e foi exaltado na sua ressurreição como o vitorioso
Rei. Jesus revelou-se a seus discípulos e os comissionou a espalharem o seu
evangelho até aos confins da terra.
Tinha Jesus acabado de ensinar os seus discípulos
falando de sua vinda e da necessidade da vigilância e agora ele está se
preparando para a páscoa, a sua última páscoa antes de sua morte.
Ele vai celebrá-la junto com seus
discípulos e também vai vivê-la para que se cumpram as Escrituras. Jesus o
Cordeiro Pascoal! É ele o cordeiro cujo sangue derramado nos livrará da morte
certa.
Embora os oficiais (os chefes dos
sacerdotes e os líderes religioso do povo, inclusive Caifás) pretendessem
atrasar a traição e o assassinato de Jesus para depois da festa – vs. 5 -, o
propósito de Deus (vs. 2) era que esse acontecimento essencial ocorresse um
pouco antes da festa (26.17).
Durante a festa uma mulher que o ungi para
o seu sepultamento e o traidor Judas querendo dar uma de que se interessava por
pobres. Seu cuidado não estava com os pobres, pois era ladrão e somente queria
mesmo o dinheiro.
Embora a preocupação com os pobres seja uma
prioridade da Escritura, ela não é tão grande como a prioridade de amar a
Jesus. As palavras de Jesus relevam a sua surpreendente reivindicação à
adoração e tornam o cuidado com os pobres a preocupação de todos aqueles que
não podem agora ungir os seus pés.
Mc 14.3-9 é um paralelo exato de 6 a 13; Jo
12.1-8 difere cronologicamente, mas nenhum dos detalhes entra em conflito, e
provavelmente se referem ao mesmo incidente.
João relata que a mulher ungiu os pés de
Jesus - isso pode indicar que ela derramou tanto bálsamo que ele caiu até mesmo
sobre os pés dele. Esse não é o mesmo incidente relatado em Lc 7.36-38, que tem
apenas semelhanças superficiais com essa história.
Como Jesus defendeu a mulher dizendo que
ela tinha praticado uma boa ação para com ele e onde o evangelho fosse pregado,
essa história dela deveria ser compartilhada com o mundo todo, Judas resolveu,
a partir disso, procurar os chefes dos sacerdotes para acertar os detalhes da
traição.
Durante a ceia o traidor trai, mas Jesus o
amou até o fim, tanto que no último momento ainda o chama de amigo. Não creio
que Jesus estava sendo irônico, mas falava francamente. O seu exemplo fica claro
para nós que devemos amar os nossos inimigos até o fim, como se crendo que
ainda haveria esperanças de arrependimento.
O primeiro dia da Festa – vs. 17 – era o
dia da preparação para a Páscoa, presumivelmente quinta-feira, 14 de nisã.
Assim, Jesus fez a refeição da Páscoa nessa noite (que era o começo da
sexta-feira, 15 do nisã, dia de Páscoa) e foi crucificado na tarde do dia da
Páscoa.
O problema aqui é que João parece, em
alguns lugares (Jo 18.28; 19.14,31), apresentar Jesus como crucificado no dia
14 do Nisã, o dia anterior à Páscoa, e nesse caso a Ceia do Senhor não foi uma
refeição da Páscoa (a menos que Jesus tenha feito a refeição da Páscoa um dia
antes).
Mas apesar de João apresentar Jesus como o
cordeiro da Páscoa, ele não diz que Jesus foi morto ao mesmo tempo que os
cordeiros no templo, e as passagens relevantes em João não provam
necessariamente o 14 do nisã como a data da crucificação.
Calvino entendeu "os preparativos"
como sendo o dia anterior à celebração da Páscoa e argumentou que uma vez que
15 do nisã caiu numa sexta-feira, os judeus, de acordo com algumas tradições,
combinaram a Páscoa com a sábado semanal e ainda celebraram a Páscoa no dia 16
do nisã.
Se for assim, a referência em 27.62 é ao
dia de preparação que a liderança judaica observava.
Há alguma dificuldade, entretanto, em ver
como os discípulos de Jesus poderiam ter tido seu cordeiro abatido antes do dia
oficialmente acerto como dia da preparação, e Mc 14.12 indica, com precisão que
Jesus combinou de fazer a preparação da Páscoa no dia em que os cordeiros eram
costumeiramente sacrificados.
Qualquer que seja a solução, Mateus aqui
torna claro que foi uma refeição da Páscoa que Jesus comeu com seus discípulos
na véspera de sua crucificação.
Bem, essa é a explicação da BEG, mas temos
outra versão explicativa[1].
No verso 18, Jesus afirma que o seu tempo
estava próximo. Mais uma vez Jesus enfatizou que todos os terríveis
acontecimentos que estavam prontos para ocorrer estavam totalmente sob o
controle do soberano Deus.
Pelo que se percebe do texto de 20 a 25,
onde o traidor é indicado, a traição de Judas foi ordenada por Deus. Mesmo
pecados são preordenados, mas o ato pecaminoso não vem de Deus, mas das más
intenções do perpetrador humano.
A preordenação de Deus não tira do pecador
a responsabilidade pelo seu pecado (cf. Rm 9.19-20). Aqui surge a questão com
relação ao local onde a traição de Judas é profetizada no Antigo Testamento.
Conquanto não haja uma profecia óbvia que
se encaixe, o Novo Testamento vê os salmos, especialmente os de Davi, como
palavras messiânicas.
Conforme a BEG, passagens como SI 41.9;
55.12-14 expressam o horror da traição por parte de um companheiro íntimo de um
modo que indiretamente profetiza a traição de Judas, e Pedro aplicou Sl 69.25;
109.8 a Judas (veja também At 1.16-20).
O fato de Jesus ter transformado a sua
última refeição de Páscoa na instituição da Ceia do Senhor mostra:
·A
unidade da redenção e da revelação de Deus.
·A
continuidade essencial entre a antiga e a nova aliança.
·O
verdadeiro significado da Páscoa o qual se baseia no fato de que aponta para
Jesus Cristo.
·Mostra
o relacionamento essencial entre a morte de Jesus e o perdão dos pecados, assim
como a ligação de ambos com o sacrifício da Páscoa.
·Anseia
pelo banquete messiânico na consumação.
Quando ele diz “isto é o meu corpo”, essas
palavras têm dado origem a muitas discussões que ignoram o significado da
ilustração.
Conforme a BEG, é claramente um exemplo de
metonímia, uma figura de linguagem que chama alguma coisa pelo nome do que ela
representa; por exemplo, "Ele é leal à coroa" ou “Sua caneta é cheia
de denúncia" ou "Seu coração foi quebrado".
Jesus disse essas palavras no corpo, e sua
declaração apresenta o pão como representando o seu corpo. O fato de nos
alimentarmos da carne e do sangue de Cristo não é um tipo de canibalismo, mas
um compartilhamento espiritual de Cristo, uma identificação de nós mesmos com
ele (veja Jo 6.53-58).
Quando ele afirma no verso 28 que esse é o sangue
da nova aliança. Esse é o cumprimento por parte de Jesus do sangue
representativo da aliança descrita em Ex 24.8. Provavelmente os judeus já
entendiam o vinho da Páscoa como representando o sangue da aliança (relatado no
tratado mishnaico Pesahim 10.6).
A morte de Cristo, simbolizada pelo seu
sangue, verdadeiramente estabelece o relacionamento de Deus com o seu povo,
pelo qual ele perdoa os pecados deles.
Os textos de Lc 22.17-20; 1Co 11.23-25
relatam o fato de que Jesus chamou o cálice do seu sangue de a “nova
aliança". Assim, a renovação da aliança de Deus com seu povo, como predito
em passagens como Jr 31.31-34, está também em vista.
O termo grego do Novo Testamento para
"aliança" (diatheke) não é
a palavra mais comum para uma concordância entre partes iguais (um contrato, suntheke).
É um testamento ou documento feito por uma
pessoa, formalmente declarando os termos de um relacionamento. Seu uso comum
estava relacionado a um testamento (cf. Hb 9.16-22).
A razão para o uso desse termo se baseia no
conceito de aliança do Antigo Testamento, pelo qual Deus formalmente declara a
natureza, os termos e as sanções (bênçãos pela obediência e maldições pela
desobediência) de seu relacionamento com Israel.
Deus nunca negociou uma aliança. Ele
simplesmente a anunciava e a implementava. As alianças eram validadas por uma
morte simbólica, que representava a maldição que cairia sobre aqueles que
quebravam a aliança.
A nova aliança, entretanto, é a consumação
da aliança de Deus com o seu povo. Ela não é ratificada por uma morte
simbólica, mas pela morte real de Jesus, que suportou a maldição por nós.
Tendo, depois, cantado um hino, saíram para
o monte das Oliveiras. Provavelmente cantaram um salmo dos chamados “Salmos do
Hallel” (hallel significa “Louvor”), ou seja, os Salmos 113-118, cuja recitação
encerrava a ceia pascal.
No verso 31, Jesus afirma que o pastor
seria ferido e se ferido, as ovelhas se dispersariam. No contexto de Zc 13.7,
Javé fere o pastor, o homem que é íntimo dele. Como resultado, os
"pequeninos" de Deus (Zc 13.7) são espalhados, mas eles são
subsequentemente renovados e verdadeiramente se tomam o povo de Deus.
O abandono predito dos discípulos com
relação a Jesus é um exemplo da apostasia da nação, e o retorno deles
representa os remanescentes que Deus salvará.
Também Pedro é avisado de que negaria
Jesus, mas resistiu à palavra de Jesus e se deu mal. Foi uma dura lição para
Pedro.
A aparente discordância com Marcos (Mc
14.30,72, de acordo com a maioria dos manuscritos) é um pseudoproblema. Mateus
simplesmente apresenta uma história resumida e não considerou importante
mencionar que o galo cantou duas vezes. Claramente, foi um canto particular do
galo que condenou Pedro.
Na oportunidade, Jesus afirma que depois de
sua ressurreição, iria adiante deles para a Galileia. O cumprimento está
registrado em 28.16.
Dos versos 36 ao 46, Jesus tem a maior luta
de sua vida e também a maior de todas as suas vitórias! A verdadeira batalha se
vence ou se perde de joelhos, diante do Pai, em oração! Quando aprendermos o
que isso significa, nossos sermões e projetos serão outros.
Foi no Jardim do Getsêmani que essa luta horrível e cruel de Jesus
aconteceu, em oração. Foi ali que ele venceu! Repetimos que não vencemos a
batalha nem a guerra no campo da batalha, mas quando estamos de joelhos!
Nas Escrituras, “cálice"
frequentemente se refere ao cálice da ira de Deus (cf., p. ex., SI 75.8; Is
51.17,22; Jr 25.15-16). Jesus estava aterrorizado com a perspectiva de suportar
a ira do Pai.
Nós conseguimos encarar a morte por saber
que Deus está conosco, mas Jesus teve de enfrentar a morte sabendo que o seu
Pai iria lançar-se sobre ele em ira e condenação.
Ele pede ajuda aos seus discípulos para
estarem com ele em oração. Ele pede a eles para vigiar e orar. O que ele pede a
eles é estendido a todos nós que estamos esperando em Cristo. Mesmo em sua
agonia, Jesus estava preocupado com os seus discípulos.
Jesus sabia que o traidor estava chegando e
avisou seus discípulos. Ele ainda falava quando chegou Judas para traí-lo.
Nisso, Pedro, tempestivo, reagiu e retirou
sua espada e com ela conseguiu ferir a orelha de Malco que abaixou a cabeça quando
Pedro o atacou. Se não tivesse abaixado, sua cabeça, teria sido degolada.
Jesus adverte para ele embainhar a sua
espada. As espadas eram impróprias para defender Jesus, que tem mais poder à
sua disposição do que podemos imaginar. Do mesmo modo, a força militar é
imprópria para defender o evangelho.
Conforme a BEG, essa passagem não pode ser
usada para defender o pacifismo, para fazer oposição à pena de morte ou para
negar ao estado o uso da guerra ou da força física.
As palavras de Jesus parecem ser baseadas
no principio de Gn 9.6 de que aquele que matou um homem deve ser ele mesmo
morto, desse modo explicitamente dando poder ao estado para executar
assassinos.
Mais precisamente, essa passagem lida com a
guerra espiritual, não física. As batalhas espirituais devem ser travadas com
armas espirituais, com a espada do Espírito, a espada de dois gumes que é a
Palavra de Deus (cf. 2Co 10.3-6; Hb 4.12).
Jesus explica para Pedro que era necessário
que as Escrituras se cumprissem. Jesus está comprometido com o cumprimento das
Escrituras, uma vez que elas mostram os decretos de Deus (cf. Lc 22.37).
Alguns comentaristas sugerem que Zc 13.7
ainda está em vista (vs. 31), mas é mais provável que Jesus tivesse em mente
todo o complexo de sua paixão, morte e ressurreição, assim como a subsequente
dádiva do Espírito e a missão ao mundo (cf. Lc 24.44-46).
Prenderam então Jesus e como havia predito,
as ovelhas, todas, se dispersaram.
Dos versos de 57 a 68, Jesus está perante o
Sinédrio. Aparentemente, o Sinédrio teve dificuldade de obter até mesmo o
pretexto da prova de mais de uma testemunha.
Finalmente uma acusação trivial com base na
perversão de alguma coisa que Jesus na verdade havia dito (Jo 2.19) foi
extraída de duas testemunhas, que era o número requerido para que uma ação
pudesse ser tomada.
O número inacreditável de irregularidades
nesse processo tem sido sempre observado. Essa é uma evidência não de histórica
desconfiança, mas da extrema ansiedade dos lideres judeus de livrarem-se de
Jesus.
Uma vez que a ofensa "provada"
ainda não configurava um crime digno de pena de morte, Caifás teve de provocar Jesus,
com uma conjuração. Jesus responde a ela dizendo que ele era mesmo o Filho de
Deus.
Duas opções estavam diante de quem conjurou:
crer ou não crer. Ele não creu e amargou as consequências de sua decisão louca
e absurda. Junte-se a isso o fato de que Caifás era considerando o maior
representante de Deus ali presente.
Esse “Filho de Deus” aqui é usado como um
equivalente para “Messias" (16.15-16). O juramento invocado pelo sumo
sacerdote colocava Jesus sob a obrigação legal de responder com a verdade para
evitar a possibilidade de que ele negasse que era o Messias.
Mas Jesus, a fim de dizer toda a verdade,
não poderia simplesmente reconhecer que ele era o Messias sem uma definição
mais profunda de quem o Messias era. Foi a sua reivindicação de ser o divino
"filho do Homem" de Dn 7 - e mais, Aquele que virá nas nuvens e
reinará com o Todo-Poderoso Deus (SI 10.11- que fez com que ele fosse acusado
de blasfêmia vs. 65). A BEG, aqui, neste
ponto recomenda a leitura e reflexão de seu excelente artigo teológico
"Jesus Cristo, Deus e homem", em Jo 1.
A vinda de Jesus em julgamento é o único
acontecimento que pode ter sido pensado aqui, porque nenhum descrente judeu
testemunhou a ressurreição ou a ascensão.
Alguns argumentaram que o julgamento que
está em vista aqui é a destruição do templo e da cidade, mas é mais natural
entender Jesus como se referindo ao julgamento final, porque é duvidoso de que
muitos descrentes judeus "tenham visto" Jesus como o Aquele que
puniria Israel em 70 d.C.
Dos versos de 69 a 75, temos as três
negações de Pedro que são registradas em todos os quatro Evangelhos (veja
também Mc 14.66-72; Lc 22.54-62; Jo 18.15-18, 25-27), mas as histórias diferem
quanto aos detalhes.
As diferenças não são nem grandes, nem
irreconciliáveis (p. ex., João pode ter invertido a segunda e a terceira
negações).
As três negações de Pedro são terríveis
(isso ainda dará um belo sermão):
1.A
primeira, simplesmente negou diante de uma simples serva.
2.Na
segunda, fez juramento, não "pragas", mas a evocação de Deus como
testemunha para uma auto maldição caso ele estivesse mentindo.
3.Na
terceira vez, praguejou e jurou.
O fato de todos os Evangelhos registrarem
esse incidente mostra o quanto isso ficou profundamente marcado na mente da
igreja primitiva.
Permaneceu como um testemunho tanto da
inadequação da força humana quanto da grandeza da misericórdia de Deus.
Mt 26:1 Tendo Jesus acabado todos estes
ensinamentos,
disse a seus
discípulos:
Mt 26:2
Sabeis que, daqui a dois dias,
celebrar-se-á
a Páscoa;
e o Filho do
Homem será entregue para ser crucificado.
Mt 26:3 Então,
os principais
sacerdotes
e os anciãos
do povo
se
reuniram no palácio do sumo sacerdote, chamado Caifás;
Mt
26:4 e deliberaram prender Jesus,
à
traição,
e
matá-lo.
Mt 26:5 Mas diziam:
Não durante a
festa,
para
que não haja tumulto entre o povo.
Mt 26:6 Ora, estando Jesus em Betânia,
em casa de Simão,
o leproso,
Mt
26:7 aproximou-se dele uma mulher,
trazendo
um vaso de alabastro
cheio
de precioso bálsamo,
que
lhe derramou sobre a cabeça,
estando
ele à mesa.
Mt 26:8 Vendo isto,
indignaram-se
os discípulos e disseram:
Para
que este desperdício?
Mt 26:9 Pois
este perfume podia ser vendido por muito dinheiro
e
dar-se aos pobres.
Mt 26:10 Mas Jesus,
sabendo
disto, disse-lhes:
Por
que molestais esta mulher?
Ela
praticou boa ação para comigo.
Mt
26:11 Porque os pobres, sempre os tendes convosco,
mas
a mim nem sempre me tendes;
Mt
26:12 pois, derramando este perfume
sobre
o meu corpo,
ela o fez
para o meu sepultamento.
Mt 26:13 Em
verdade vos digo:
Onde
for pregado em todo o mundo este evangelho,
será também
contado o que ela fez, para memória sua.
Mt 26:14
Então, um dos doze,
chamado
Judas Iscariotes,
indo
ter com os principais sacerdotes, propôs:
Mt
26:15 Que me quereis dar,
e
eu vo-lo entregarei?
E
pagaram-lhe trinta moedas de prata.
Mt
26:16 E, desse momento em diante,
buscava ele
uma boa ocasião
para
o entregar.
Mt 26:17 No primeiro dia da Festa dos
Pães Asmos,
vieram os
discípulos a Jesus e lhe perguntaram:
Onde
queres que te façamos os preparativos
para
comeres a Páscoa?
Mt 26:18 E
ele lhes respondeu:
Ide
à cidade ter com certo homem e dizei-lhe:
O
Mestre manda dizer:
O
meu tempo está próximo;
em
tua casa celebrarei a Páscoa
com
os meus discípulos.
Mt 26:19 E
eles fizeram como Jesus lhes ordenara
e
prepararam a Páscoa.
Mt 26:20
Chegada a tarde,
pôs-se
ele à mesa com os doze discípulos.
Mt 26:21 E,
enquanto comiam, declarou Jesus:
Em
verdade vos digo
que
um dentre vós me trairá.
Mt 26:22 E
eles, muitíssimo contristados,
começaram
um por um a perguntar-lhe:
Porventura,
sou eu, Senhor?
Mt 26:23 E
ele respondeu:
O
que mete comigo a mão no prato,
esse
me trairá.
Mt
26:24 O Filho do Homem vai,
como
está escrito a seu respeito,
mas
ai daquele por intermédio de quem o Filho do Homem
está
sendo traído!
Melhor
lhe fora não haver nascido!
Mt
26:25 Então, Judas, que o traía, perguntou:
Acaso,
sou eu, Mestre?
Respondeu-lhe
Jesus:
Tu
o disseste.
Mt 26:26
Enquanto comiam,
tomou
Jesus um pão,
e,
abençoando-o,
o
partiu,
e
o deu aos discípulos, dizendo:
Tomai,
comei;
isto é o meu
corpo.
Mt
26:27 A seguir, tomou um cálice
e,
tendo dado graças,
o
deu aos discípulos, dizendo:
Bebei
dele todos;
Mt
26:28 porque isto é o meu sangue,
o
sangue da [nova] aliança,
derramado
em favor de muitos,
para
remissão de pecados.
Mt 26:29 E
digo-vos que,
desta
hora em diante,
não
beberei deste fruto da videira,
até
aquele dia em que o hei de beber, novo,
convosco
no reino de meu Pai.
Mt 26:30 E,
tendo cantado um hino,
saíram
para o monte das Oliveiras.
Mt 26:31
Então, Jesus lhes disse:
Esta
noite, todos vós vos escandalizareis comigo;
porque
está escrito:
Ferirei
o pastor,
e as ovelhas
do rebanho ficarão dispersas.
Mt
26:32 Mas, depois da minha ressurreição,
irei
adiante de vós para a Galiléia.
Mt 26:33
Disse-lhe Pedro:
Ainda
que venhas a ser um tropeço para todos,
nunca
o serás para mim.
Mt 26:34
Replicou-lhe Jesus:
Em
verdade te digo que,
nesta
mesma noite,
antes
que o galo cante,
tu me negarás três vezes.
Mt 26:35
Disse-lhe Pedro:
Ainda
que me seja necessário morrer contigo,
de
nenhum modo te negarei.
E todos os
discípulos disseram o mesmo.
Mt 26:36 Em
seguida,
foi
Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani
e
disse a seus discípulos:
Assentai-vos
aqui,
enquanto
eu vou ali orar;
Mt
26:37 e, levando consigo a Pedro
e
aos dois filhos de Zebedeu,
começou
a entristecer-se
e
a angustiar-se.
Mt
26:38 Então, lhes disse:
A minha alma
está profundamente triste até à morte;
ficai
aqui e vigiai comigo.
Mt 26:39
Adiantando-se um pouco,
prostrou-se
sobre o seu rosto,
orando
e dizendo:
Meu
Pai,
se possível,
passe de mim este cálice!
Todavia, não
seja como eu quero, ]
e sim como tu
queres.
Mt 26:40 E,
voltando para os discípulos,
achou-os
dormindo;
e
disse a Pedro:
Então, nem
uma hora pudestes vós vigiar comigo?
Mt
26:41 Vigiai e orai,
para que não
entreis em tentação;
o espírito,
na verdade,
está
pronto,
mas a carne é
fraca.
Mt 26:42
Tornando a retirar-se,
orou
de novo, dizendo:
Meu
Pai,
se não é
possível passar de mim este cálice
sem
que eu o beba,
faça-se
a tua vontade.
Mt 26:43 E,
voltando,
achou-os
outra vez dormindo;
porque
os seus olhos estavam pesados.
Mt 26:44
Deixando-os novamente,
foi
orar pela terceira vez,
repetindo
as mesmas palavras.
Mt 26:45
Então, voltou para os discípulos e lhes disse:
Ainda
dormis e repousais!
Eis
que é chegada a hora,
e o Filho do
Homem está sendo entregue
nas
mãos de pecadores.
Mt
26:46 Levantai-vos, vamos!
Eis que o
traidor se aproxima.
Mt 26:47
Falava ele ainda,
e
eis que chegou Judas,
um
dos doze,
e, com ele,
grande turba com espadas e porretes,
vinda da parte
dos principais sacerdotes
e
dos anciãos do povo.
Mt 26:48 Ora,
o traidor
lhes
tinha dado este sinal:
Aquele
a quem eu beijar,
é
esse; prendei-o.
Mt 26:49 E
logo,
aproximando-se
de Jesus, lhe disse:
Salve,
Mestre!
E
o beijou.
Mt 26:50
Jesus, porém, lhe disse:
Amigo,
para
que vieste?
Nisto,
aproximando-se eles,
deitaram
as mãos em Jesus
e
o prenderam.
Mt 26:51 E
eis que um dos que estavam com Jesus,
estendendo
a mão,
sacou
da espada
e,
golpeando o servo do sumo sacerdote,
cortou-lhe
a orelha.
Mt 26:52
Então, Jesus lhe disse:
Embainha
a tua espada;
pois
todos os que lançam mão da espada
à
espada perecerão.
Mt 26:53
Acaso, pensas que não posso rogar a meu Pai,
e
ele me mandaria neste momento
mais
de doze legiões de anjos?
Mt 26:54
Como, pois,
se
cumpririam as Escrituras,
segundo
as quais assim deve suceder?
Mt 26:55
Naquele momento, disse Jesus às multidões:
Saístes
com espadas e porretes para prender-me,
como
a um salteador?
Todos os
dias, no templo,
eu
me assentava [convosco]
ensinando,
e
não me prendestes.
Mt 26:56 Tudo
isto, porém, aconteceu
para
que se cumprissem as Escrituras dos profetas.
Então, os
discípulos todos,
deixando-o,
fugiram.
Mt 26:57 E os
que prenderam Jesus
o
levaram à casa de Caifás,
o
sumo sacerdote,
onde
se haviam reunido
os
escribas e os anciãos.
Mt 26:58 Mas
Pedro
o
seguia de longe
até
ao pátio do sumo sacerdote
e,
tendo entrado,
assentou-se
entre os serventuários,
para
ver o fim.
Mt 26:59 Ora, os principais sacerdotes
e todo o
Sinédrio procuravam algum testemunho falso contra Jesus,
a
fim de o condenarem à morte.
Mt 26:60 E
não acharam,
apesar
de se terem apresentado muitas testemunhas falsas.
Mas,
afinal,
compareceram
duas, afirmando:
Mt
26:61 Este disse:
Posso
destruir o santuário de Deus
e
reedificá-lo em três dias.
Mt 26:62 E,
levantando-se o sumo sacerdote,
perguntou
a Jesus:
Nada
respondes ao que estes depõem contra ti?
Mt 26:63
Jesus, porém,
guardou
silêncio.
E o sumo
sacerdote lhe disse:
Eu
te conjuro pelo Deus vivo
que
nos digas se tu
és
o Cristo, o Filho de Deus.
Mt
26:64 Respondeu-lhe Jesus:
Tu
o disseste;
entretanto,
eu
vos declaro que,
desde
agora, vereis o Filho do Homem
assentado à
direita do Todo-Poderoso
e
vindo sobre as nuvens do céu
Mt
26:65 Então, o sumo sacerdote
rasgou
as suas vestes, dizendo:
Blasfemou!
Que
necessidade mais temos de testemunhas?
Eis que
ouvistes agora a blasfêmia!
Mt
26:66 Que vos parece?
Responderam
eles:
É
réu de morte.
Mt
26:67 Então,
uns
cuspiram-lhe no rosto
e
lhe davam murros,
e
outros o esbofeteavam, dizendo:
Mt
26:68 Profetiza-nos,
ó
Cristo,
quem
é que te bateu!
Mt 26:69 Ora,
estava Pedro
assentado fora no pátio;
e,
aproximando-se uma criada, lhe disse:
Também
tu estavas com Jesus, o galileu.
Mt 26:70 Ele,
porém, o negou
diante
de todos, dizendo:
Não
sei o que dizes.
Mt
26:71 E, saindo para o alpendre,
foi
ele visto por outra criada,
a
qual disse aos que ali estavam:
Este também
estava com Jesus, o Nazareno.
Mt 26:72 E
ele negou outra vez,
com
juramento:
Não
conheço tal homem.
Mt
26:73 Logo depois,
aproximando-se
os que ali estavam,
disseram
a Pedro:
Verdadeiramente, és também um deles,
porque
o teu modo de falar
o
denuncia.
Mt
26:74 Então,
começou
ele a praguejar
e
a jurar:
Não
conheço esse homem!
E
imediatamente
cantou
o galo.
Mt 26:75
Então, Pedro
se
lembrou da palavra que Jesus lhe dissera:
Antes
que o galo cante,
tu
me negarás três vezes.
E,
saindo dali,
chorou
amargamente.
Pedro negando a Jesus! Exatamente como
Jesus havia predito que ele negaria. O valentão Pedro sucumbiu diante de uma
criada por duas vezes e depois diante dos que ali estavam. Foi covarde e negou
ao seu mestre a quem seguiu por três anos e meio.
Dois traidores, um porque o entregou aos
judeus e o outro porque o negou diante de outros. Judas sentiu remorso, tanto é
que se enforcou, mas não se arrependeu; Pedro, ao contrário, chorou amargamente
e se arrependeu, alcançando o perdão.
Fique à vontade para tecer seus comentários. No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 : devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.