quinta-feira, 14 de agosto de 2014
quinta-feira, agosto 14, 2014
Jamais Desista
Jó 35:1-16 - O TERCEIRO DISCURSO DE ELIÚ - ADVERTÊNCIAS A JÓ
Parte IV – OS MONÓLOGOS – 29:1 A
42:6.
B. Os discursos de Eliú – 32:1 a
37:24.
Como já visto, essa seção “B. Os discursos
de Eliú – 32:1 a 37:24” foi subdividida em 5 partes: 1. Introdução aos seus
discursos – 32:1-5 – já vista. 2. O primeiro discurso – 32:6 – 33:33 – já
vista. 3. O segundo discurso – 34:1 – 37 – já vista. 4. O terceiro discurso –
35:1 – 16 – veremos agora. 5. O quarto discurso – 36:1 – 37:24.
4. O terceiro discurso – 35:1 – 16.
Aqui Eliú procurará falar das
inconsistências de Jó. Ou seja, Jó lutando contra a justiça de Deus. Ele espera
ser justificado e está impaciente para entrar na presença de Deus, mas também
duvida que Deus seja justo.
O problema aqui em Jó seria a sua
ansiedade, pois estava ele correto no que pensava, mas por causa dessa impaciência
almejava encontrar-se com seu Deus entrando em sua presença e demonstrando para
ele que ele não estava errado.
Jó enfraquecido com sua situação duvidava
da justiça de Deus, por isso que estava ansioso e desejoso de entrar na
presença de Deus para provar-lhe sua justiça.
Era isso também fruto de uma mente voltada
ali, naquele caso, para as obras e não se baseava na fé. Elifaz, Bildade e
Zofar já tinham se apressado em emitir a sua opinião e isso tinha afetado, de
certa forma, a mente e o raciocínio de Jó.
Assim, Eliú adverte Jó no sentido de estar ir
longe demais. Um lamento sincero, que era o seu caso, deve ser equilibrado por
um compromisso de “esperar em Deus” – vs 14, com paciência e não ansiosamente.
Jó se queixou no cap. 23 alegando ser Deus
indiferente para com a sua situação e Eliú replica isso aconselhando Jó que nos
momentos de aflição, os justos não devem se esquecer das dádivas maravilhosas
que Deus tem dado aos seres humanos.
Eliú estava correto em seu raciocínio
relacionado à gratidão que muitas vezes falta em nossas vidas, principalmente
quando estamos sendo vítimas de circunstâncias inadministráveis.
É incrível como perdemos a capacidade de
ver que se restou em meio ao caos algo de bom, seja o que for, em nós, isso foi,
e é, devido à grande misericórdia e graça de Deus e não, devido a algo que
temos ou possuímos nos fazendo ser melhores do que o outro.
Há muitos versos bíblicos sobre a gratidão
e muitas histórias bíblicas que demonstram a gratidão.
A gratidão é uma atitude comportamental
presente em todo coração que teme a Deus e que se sente dependente dele, em
tudo. Calvino sobre a oração nos ensinava que oramos porque somos dependentes
de Deus. Essa dependência dele é que nos faz buscar a ele, confiar nele e ter
coração grato.
Quando percebemos que nossa vida está nas
mãos dele e dele dependemos para tudo, reconhecemos que dele recebemos tudo o
que precisamos para passar pelo que for e sairmos vencedores.
Eu vejo a gratidão como a confiança em
Deus. Ela deve ser em nós como uma roupa que usamos por baixo da roupa de
baixo. Ninguém sai nu de casa, antes primeiro se arruma todo diante do espelho
e primeiro começa a se vestir com as suas roupas íntimas.
Assim deve ser a nossa confiança em Deus.
Ela deve estar nos envolvendo e estar em nós em todo o tempo. Quando estamos
sem ela, sentimo-nos nus e vulneráveis diante das circunstâncias da vida que
temos de enfrentar.
Aquele que confia em Deus e sai de casa
protegido, a gratidão o acompanha por que ele reconhece que somente é forte na
força que Deus nos concede. Em nosso caso presente da vida de Jó, este, por
exemplo: perdeu tudo em um só dia, família, bens, patrimônio e, em outro dia,
sua saúde, ficando canceroso dos pés ao alto da cabeça. Quando seus amigos se
aproximaram dele, ele esperou deles consolo e conforto, mas os seus amigos
conselheiros o acusaram e criticaram ele dizendo que ele estava sofrendo por
causa do pecado na vida dele.
Era terrível a situação de Jó! Deus ficou
em silêncio total e não mandou nenhuma ajuda para ele, no entanto, vemos em Jó:
uma fé inabalável (confiança em Deus e reconhecimento de que Deus tem controle
de tudo e de todas as coisas), uma consciência imperturbável (ele, como
Sócrates não abriu mão de sua consciência, apesar das astúcias dos argumentos
de seus acusadores) e uma vida exemplar de oração em Deus (ele reconhecia que
tudo vinha de Deus, por isso se mantinha firme).
No final, Deus mesmo apareceu para ele e o
abençoou tão grandemente que recebeu de tudo o que perdeu o dobro do que tinha
antes. No entanto, Deus nunca lhe explicou nada! Sabe por quê? Não é para
entendermos... mas sim para confiarmos nele, em Deus.
Caro leitor, a gratidão não pode ser
buscada, mas é encontrada dentro de nossos corações quando nos sentimos amados,
protegidos e cuidados por Deus em tudo, mesmo que não entendamos o porquê de
muitas coisas.
Eliú ainda acusa Jó de compartilhar essa
insensatez enquanto se queixava contra Deus. Jó estaria tão dominado pela sua consciência
do sofrimento que negava as verdades nas quais sempre devemos crer e as quais
devemos afirmar.
Aqui realmente outro problema sério em Jó e
nas nossas vidas que passamos por situações semelhantes: a valorização de nossa
dor acima de qualquer coisa. Isso estava tornando Jó repreensivo diante de Eliú
que isso notou em seus argumentos e justificativas.
Jó 35:1 Respondeu mais Eliú, dizendo:
Jó
35:2 Tens por direito dizeres:
Maior
é a minha justiça do que a de Deus?
Jó
35:3 Porque disseste:
De
que me serviria?
Que
proveito tiraria mais do que do meu pecado?
Jó
35:4 Eu te darei resposta,
a
ti e aos teus amigos contigo.
Jó
35:5 Atenta para os céus, e vê; e contempla as mais altas nuvens,
que
são mais altas do que tu.
Jó
35:6 Se pecares, que efetuarás contra ele?
Se as tuas transgressões se multiplicarem, que
lhe farás?
Jó
35:7 Se fores justo, que lhe darás,
ou
que receberá ele da tua mão?
Jó
35:8 A tua impiedade faria mal a outro tal como tu;
e
a tua justiça aproveitaria ao filho do homem.
Jó
35:9 Por causa das muitas opressões os homens clamam
por
causa do braço dos grandes.
Jó
35:10 Porém ninguém diz:
Onde
está Deus que me criou,
que
dá salmos durante a noite;
Jó
35:11 Que nos ensina mais do que aos animais da terra
e
nos faz mais sábios do que as aves dos céus?
Jó
35:12 Clamam, porém ele não responde,
por
causa da arrogância dos maus.
Jó
35:13 Certo é que Deus não ouvirá a vaidade,
nem
atentará para ela o Todo-Poderoso.
Jó
35:14 E quanto ao que disseste, que o não verás,
juízo
há perante ele; por isso espera nele.
Jó
35:15 Mas agora, porque a sua ira ainda não se exerce,
nem
grandemente considera a arrogância,
Jó
35:16 Logo Jó em vão abre a sua boca,
e
sem ciência multiplica palavras.
Eliú corrige Jó em seus excessos por causa
de sua autocomiseração. Suas razões (as de Jó) estavam em grande perigo por
causa da valorização de sua dor e por causa de sua grande ansiedade em querer
estar na presença de Deus a fim de mostrar a ele que ele, Jó, estava certo e, óbvio,
Deus “errado”.
...
0 comentários:
Postar um comentário
Fique à vontade para tecer seus comentários.
No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.