segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
segunda-feira, janeiro 19, 2015
Jamais Desista
Isaías 53:12 - ISAÍAS "VIAJA NO TEMPO" E FAZ UMA DESCRIÇÃO IMPRESSIONANTE DE JESUS CRISTO, O MESSIAS.
Em nossa leitura, meditação e reflexão, capítulo
por capítulo, nós nos encontramos aqui no capítulo 53 e nas seguintes partes:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO
BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
C. Os dois instrumentos de Deus
para a restauração (44:24 – 55:13).
2. O plano de Deus para o seu
servo – 49:1 a 55:13.
Como já dissemos, estamos vendo os planos
de Deus para o seu Servo, depois de termos visto os seus planos para Ciro.
Foi também dividida essa parte, seguindo a
estrutura já composta da BEG, em oito partes, para melhor estudo e compreensão
da temática: a. Oráculo real acerca do servo – 49:1-13 – já vista; b. Debate contra a incredulidade de Israel – 49:14 – 50:3
– já vista; c. O salmo de confiança
do servo – 50:4 – 11 – já vista; d.
Debate sobre a compaixão e a retidão de Deus – 51:1-8 – já vimos; e. Lamento e respostas – 51:9 – 52:12 – já vimos; f. O servo sofredor e exaltado
– 52:13 – 53:12 – terminaremos neste;
g. Chamado a que Jerusalém louve – 54:1-17; g. O convite para ir – 55:1-13.
f. O servo sofredor e exaltado – 52:13 – 53:12 - continuação.
Em continuação, como já dissemos,
ocuparemos dois capítulos, sendo este o segundo, com a reflexão sobre o servo
sofredor e exaltado. Enfatizamos novamente, não sofredor no sentido de
“coitadinho”, mas por causa da soberania de Deus a qual ele nos é exemplo.
Nos três primeiros versículos, Isaías
descreve a humilhação e o sofrimento do servo que viria – parece até ter
viajado no tempo - (Mc 9:12; Lc 24:27,46), o messias esperado, a semente da
mulher que, em breve, esmagaria a cabeça da serpente, outro profeta semelhante
a Moisés.
São feitas no primeiro verso, perguntas
retóricas que esperam uma resposta negativa (Jo 12:38; Rm 10:16). Embora muitas
nações viessem a crer (52:15), a maioria não o faria. É como temos pregado em
nossas oportunidades que nem toda pregação tem a finalidade da conversão dos
corações por causa de que muitos deles estarão com seus corações endurecidos.
No entanto, o Israel eleito e convertido
faria parte do nossa, em “nossa pregação”, como fazemos nós parte, nós os
crentes do século XXI. A palavra pregação aqui vem da mesma raiz hebraica
traduzida como "ouviram" de 52:15 e obviamente estão intimamente
interligadas.
Darão crédito à “nossa pregação” todos
aqueles que o Pai tem escolhido para crerem em seu Filho amado, cujos corações
se acham ávidos pela justiça divina. A estes também se manifestará o braço do
Senhor que por meio de sinais, milagres e maravilhas realizará o testemunho do
Pai à Palavra da pregação.
Ele viria como um renovo que vai crescendo,
como um broto que sai do caule ou da raiz de uma planta ao lado da planta
principal. Em outro lugar Isaías afirma que o Messias cresceria do "tronco
de Jessé" (11:1; veja 4.2). A metáfora indica que o servo viria de Israel
e seria de origem humilde.
Como raiz de uma terra seca, sendo
portanto, aparentemente pouco promissor. Como sem aparência nem formosura, ou
seja, em termos humanos, o servo não teria uma aparência que causasse admiração
seria obviamente desprezado e o mais rejeitado. Seria o Cristo alienado dos
homens (49:7; Sl 22:6; Lm 1:1-3; 2:15-16), mas experimentado na dor e na angústia
da existência humana. De fato, alguém que os homens esconderiam o seu rosto, de
fato, mesmo odiado por muitas pessoas.
A opção do Senhor sempre foi pela
simplicidade, pela humildade, pela modéstia de forma que sua atração não se
daria pelo que se vê o qual é efêmero, mas pelo seu interior, pela sua
essência. O seu objetivo não era atrair a atenção das pessoas pelas quais veio
dar a sua vida pelo visível e aparente, mas pelo real e eterno poder de sua
presença santa.
Nos versos de 4 a 6, vemos expressa a natureza
vicária do sofrimento de Cristo, do sofrimento que resultou da queda de Adão
bem como de pecados pessoais. Cristo sofreu de maneira substitutiva a punição
pelos pecados do próprio povo de Deus (vs. 1) e eliminou do povo a consequência
dos pecados (vs. 6,11-12).
Mesmo assim, essa passagem não garante
saúde perfeita para os crentes durante a era atual. Podemos entender isso
melhor pela explicação teológica dos momentos do “já’ e do “ainda não”.
Como
vimos o Reino de Deus é uma realidade difícil de definirmos. Para uns é uma
realidade futura, para outros ela já se estabeleceu, tentaremos conceituar o
Reino de Deus seguindo o pensamento, que hoje é consenso entre os eruditos, que
o Reino de Deus é tanto uma realidade presente, como uma esperança futura. A
tensão do "já" e do "ainda não". Segundo as Escrituras o
Reino de Deus já chegou com poder através de Jesus Cristo, ele se manifestou
durante seu ministério, e se estabeleceu derrubando o reino do mal que
controlava a existência humana. Mas ele ainda não chegou com toda plenitude. O
governo de Deus ainda não alcançou toda a extensão da terra. Os homens ainda
são rebeldes ao projeto eterno de Deus.
Quarenta
anos atrás, Carl Henry, em seu livro The Uneasv Consciense of Modere
Fundamentalism, tentava persuadir os evangélicos a darem mais atenção ao tema
do Reino de Deus. Ele cria que se a mensagem do Reino era central na pregação
de Jesus, deveria sê-lo na nossa. Este é uma alerta que deve soar aos nossos
ouvidos ainda hoje.
Como
podemos entender esta tensão do Reino, do "já e ainda não"? Oscar
Culmann, usando uma terminologia da Segunda Guerra Mundial, introduz a noção do
Dia D e o Dia V. Os aliados venceram os nazistas em uma batalha na Normandia,
que ficou conhecida como o Dia D. Ali foi vencida uma batalha, não a guerra. Os
nazistas só foram vencidos tempos depois, no confronto conhecido como Dia V. A
grande invasão de Deus se deu no ministério de Jesus. A vitória foi na cruz do
Calvário, onde segundo Paulo, Jesus despojou os principados e potestades, expondo-os
ao desprezo público, (Cl 2:15). Mas, ainda falta vencer toda obra do mal, que
será vencida na Segunda Vinda de Jesus. Nós vivemos a expectativa do intervalo,
entre o Dia D e o Dia V.[1]
Cristo curará completamente aqueles que são
seus quando ressuscitá-los de entre os mortos e der a eles um corpo glorificado
(I Co 15:42-44; Hb 9:28).
Ele tomou as nossas dores e foi reputado
por aflito - a maior parte de Israel nos dias de Jesus acreditava que ele
mereceu o sofrimento que lhe foi infligido - e ferido de Deus.
A Lei estipulava que "o que for
pendurado no madeiro é maldito de Deus" (Dt 21:23; cf. GI 3:13), mas a dor
e a angústia de Jesus (vs. 3) foram em favor dos outros (Mt 8:17; cf. Rm 4:25;
I Pe 2:24). A dor e o sofrimento que ele enfrentou não era para ele, mas para
cada um de nós, os transgressores da lei de Deus.
Ele foi traspassado – vs. 5; Sl 22:16; Zc
12:10; Jo 19:.34 por nossas transgressões. Ele sofreu pelos pecados dos eleitos
e por meio dele, fomos sarados. Isso nos leva a uma confissão de fé no
sofrimento e na morte substitutivos do servo.
O Novo Testamento explica que o Servo
garante cura espiritual agora e restauração física no final, quando ele voltar
em glória (I Pe 2:24). Por terem sido curados, todos os santos de Deus podem
considerar-se mortos para o pecado e livres para a causa da justiça (Rm 6:6; I
Pe 2:24).
A morte do Servo é eficaz para todo o seu
povo. Todo aquele que o Pai dá ao Filho, vai a ele (Jo 6:37). Embora a
referência inicial aqui seja o povo de Deus – vs. 6 -, todos os seres humanos
estão debaixo do julgamento divino (Gn 8:21).
Devemos nos lembrar sempre que foi o desvio
de Israel que o levou ao julgamento do exílio. No entanto, o Senhor fez cair
sobre ele a iniquidade de todos nós que nos dá uma imagem que retrata Deus como
que lançando os pecados do seu povo sobre Cristo e transformando-o num
sacrifício no lugar do povo (Lv 16:21; I Pe 2:24).
A morte de bezerros e de touros não poderia
apagar os nossos pecados. Teria de ser um homem para morrer pelos homens, mas
um homem que fosse perfeito e que estivesse disposto a dar a sua vida pela vida
dos outros homens. Também teria de ser um Deus para satisfazer o próprio Deus
em sua infinitude. Jesus Cristo, com suas duas naturezas era esse homem, era
esse Deus.
Jesus Cristo foi verdadeiramente o Cordeiro
de Deus (vs. 7; Jo 1:29; I Co 5:7; Ap 5:6,12; 13:8) em termos de sua obediência
e submissão silenciosa (cf. Mt 26:63; 27:12,14; I Pe 2:23) e ainda continua a
ser em sua condição glorificada (Ap 5:12; 13:8).
Ele poderia ter escolhido não obedecer ao
seu Pai e deixar os homens em seu estado de pecado e sem salvação, mas
entendeu, viveu e pregou que há um Deus soberano sobre os céus e sobre a terra
que possui suas vontades e que é perfeito em seus caminhos.
Ao aceitar ser tratado de maneira tão cruel
e sofrer calado, Jesus mostrou-se ser verdadeiramente o Cordeiro de Deus que
tira os pecados do mundo.
Jesus foi julgado – vs 8 - de maneira
desumana e desonesta, além de crucificado injustamente. Ele morreu sem filhos
("linhagem"), como alguém julgado por Deus (cf. 14:22). O Filho de
Deus não teve filhos físicos, mas "gerou" uma "posteridade"
espiritual depois de sua morte (vs. 10).
Ele bem poderia ter se unido a uma mulher e
ter gerados filhos que seriam todos à sua imagem e à sua semelhança, uma nova
raça, dentro da raça pecadora dos homens, mas preferiu os planos de seu Pai e
este lhe deu, “gerou uma posteridade” numerosa, composta de seus irmãos, filhos
adotivos do Pai celestial. Ele é tanto Pai celestial em sua divindade, como é
irmão, pela sua humanidade.
Os israelitas ricos e iníquos confiavam em
si mesmos (veja Sl 49:6,13; Pv 18:11; 28:11) e com frequência obtinham sua
riqueza de maneira injusta (Pv 11:16; Jr 9:23; 17:11; Mq 6:12; Mt 12:23; Tg 5:21).
Embora fosse sábio e justo, o Servo morreu sendo considerado criminoso (I Pe 2:22),
crucificado entre dois ladrões e sepultado com o rico na sua morte.
Foi da vontade do Senhor – vs. 10 – esmagá-lo,
fazendo-o enfermar até a morte. Cristo foi entregue à morte "pelo determinado
desígnio e presciência de Deus" (At 2:23). A oferta pelo pecado fazia a
restituição pelo dano causado a Deus (Lv 5:14-6.7; 7:1-7; 14:12; 19:21).
Ele se pôs como oferta pelo pecado e pode
ver sua descendência espiritual que foi gerada após a sua morte (vs. 8; GI 3:26-29)
oriundos de todos os tempos, nações e tribos ao redor do mundo. Como prolongaria
ele os seus dias e veria a vontade do Senhor prosperar em suas mãos – vs. 10b -,
senão, pela vida eterna que ele nos prometeu a qual ele recebeu do Pai a
promessa?
Por isso ele veria o fruto do trabalho de
sua alma e ficará muito satisfeito. Cristo, o justo – Rm 5:19 - tinha ciência
do plano divino (52:13), de seu papel sacerdotal que poderia justificar e
declarar alguém absolvido da culpa (53:4-6), pois seria ele um instrumento de
perdão (vs. 12).
Como o grande Rei, o Senhor dividiu os
espólios da vitória com o seu Servo triunfante (41:8; 52:13). O triunfo do Servo
depois da morte contrasta fortemente com a sua humilhação antes e durante a sua
morte. Ele entregou a si mesmo de maneira substitutiva e abnegada, num sentido
de "derramar-se" pelos pecados dos outros (53:4; Lc 22:37; Hb 9:28; I
Pe 2:.24).
e
a quem se manifestou o braço do Senhor?
Is
53:2 Pois foi crescendo como renovo perante ele,
e
como raiz que sai duma terra seca;
não
tinha formosura nem beleza;
e
quando olhávamos para ele,
nenhuma
beleza víamos, para que o desejássemos.
Is
53:3 Era desprezado, e rejeitado dos homens;
homem
de dores, e experimentado nos sofrimentos;
e,
como um de quem os homens escondiam o rosto,
era
desprezado, e não fizemos dele caso algum.
Is
53:4 Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades,
e
carregou com as nossas dores;
e
nós o reputávamos por aflito,
ferido
de Deus, e oprimido.
Is
53:5 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões,
e
esmagado por causa das nossas iniqüidades;
o
castigo que nos traz a paz estava sobre ele,
e
pelas suas pisaduras fomos sarados.
Is
53:6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas,
cada
um se desviava pelo seu caminho;
mas
o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade
de
todos nós.
Is
53:7 Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca;
como
um cordeiro que é levado ao matadouro,
e
como a ovelha que é muda
perante
os seus tosquiadores,
assim
ele não abriu a boca.
Is
53:8 Pela opressão e pelo juízo foi arrebatado;
e
quem dentre os da sua geração considerou
que
ele fora cortado da terra dos viventes,
ferido
por causa da transgressão do meu povo?
Is
53:9 E deram-lhe a sepultura com os ímpios,
e
com o rico na sua morte,
embora
nunca tivesse cometido injustiça,
nem houvesse
engano na sua boca.
Is
53:10 Todavia, foi da vontade do Senhor esmagá-lo,
fazendo-o
enfermar; quando ele se puser
como
oferta pelo pecado,
verá
a sua posteridade,
prolongará
os seus dias,
e
a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos.
Is
53:11 Ele verá o fruto do trabalho da sua alma,
e
ficará satisfeito; com o seu conhecimento
o
meu servo justo justificará a muitos,
e
as iniqüidades deles levará sobre si.
Is
53:12 Pelo que lhe darei o seu quinhão com os grandes,
e
com os poderosos repartirá ele o despojo;
porquanto
derramou a sua alma até a morte,
e
foi contado com os transgressores;
mas
ele levou sobre si o pecado de muitos,
e
pelos transgressores intercedeu.
Ele foi contado com os transgressores - uma
mesma palavra hebraica traduzida como "revoltados" em 1:2 (Mt 27:38;
Lc 22:37; 23:33), mas ele levou sobre si o pecado de muitos e pode pelos
transgressores interceder. Nosso Salvador-Mediador orou pelos pecadores (Lc 23:34;
Hb 7:25) e desejou-lhes a salvação, mesmo quando irracionalmente o feriam e o
agrediam, ali na cruz do Calvário.
[1] Do site
monergismo, documento: http://www.monergismo.com/textos/comentarios/reino_marcos_isaias.pdf
...
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.