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terça-feira, 24 de novembro de 2015

Atos 23 1-35 - A CORAGEM DE PAULO PARA TESTEMUNHAR

Como já dissemos, Atos foi escrito para orientar a igreja em sua missão permanente por meio do relato de como o Espírito Santo capacitou os apóstolos para propagar o testemunho de Cristo ao mundo gentio. 
Estamos no capítulo 23, da parte IV.
Breve síntese do capítulo 23
Paulo muito esperto atiçou os ânimos da plateia acusadora que queriam o seu fim e jogou-os uns com os outros ao levantar a questão sobre a ressurreição que os fariseus criam, mas que os saduceus não criam.
A confusão sobre o assunto foi tanta que não conseguiram unanimidade e Paulo pode ser poupado pelo livramento provido por parte do comandante da guarda que temia que algo viesse a acontecer com Paulo, cidadão romano.
Nesta noite, estando Paulo retido, o próprio Senhor se manifesta a ele e se põe ao seu lado o animando com palavras e lhe revelando que ele iria dar o seu testemunho também em Roma. Na verdade Paulo estava tão seguro da soberania de Deus no assunto que não temia as circunstâncias contrárias.
Já os judeus, mais de 40 deles, tinham jurado entre si com juramento de morte e estavam em jejum absoluto até matarem Paulo. No entanto, o socorro vem para Paulo e este é enviado para o governador Félix.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. O TESTEMUNHO APOSTÓLICO AOS CONFINS DA TERRA (13.1-28.31) – continuação.
Como já dissemos, Paulo, como testemunha apostólica de Cristo, sofreu a mesma perseguição que os apóstolos haviam sofrido antes dele. Em suas três viagens missionárias e em suas prisões, Paulo levou o evangelho aos confins da terra e foi capacitado poderosamente pelo Espírito Santo para dar testemunho da verdade e chamar muitos judeus e gentios à fé.
Essa parte foi dividida em 7 seções: A. A primeira viagem missionária de Paulo (13.1-14.28) – já vimos; B. O concílio de Jerusalém (15.1-35) – já vimos; C. A segunda viagem missionária de Paulo (15.36-18.22) – já vimos; D. A terceira viagem missionária de Paulo (18.23-21.14) – já vimos; E. A detenção, o julgamento e a prisão de Paulo em Jerusalém (21.15-26.32) – estamos vendo; F A viagem de Paulo a Roma (27.1-28.16); e, G. Os dois anos do ministério de Paulo na sua prisão domiciliar em Roma (28.17-31).
E. A detenção, o julgamento e a prisão de Paulo em Jerusalém (21.15-26.32) - continuação.
Como dissemos, veremos até o capítulo 26, a detenção, o julgamento e a prisão de Paulo na Palestina. Lucas registra como os judeus incrédulos fizeram falsas acusações contra Paulo quando este retornou a Jerusalém para celebrar a festa de Pentecostes. Essa série de acontecimentos mostra que Paulo não foi responsável pela discórdia que ocorreu entre ele e os judeus incrédulos.
No último capítulo, o comandante Cláudio Lisias (vs. 26) tinha ordenado que se reunissem todo o sinédrio e os principais sacerdotes para Paulo se apresentar a eles e ele conhecer os verdadeiros motivos de ele estar sendo acusado pelos judeus.
Estava ali o sumo sacerdote, Ananias, filho de Nebedeu, esse Ananias era um homem cruel e violento que exerceu o ofício de sumo sacerdote entre 48-59 d.C., e não deve ser confundido como Anás de Jo 18.13. Ananias foi assassinado pouco antes do início da guerra contra Roma em 66-70 d.C.
Paulo, corajosamente, fixou seus olhos no sinédrio e começou seu discurso se defendendo, principalmente defendendo a sua consciência. O sumo sacerdote porém deu ordens para baterem na sua boca.
Paulo, então, não perde a oportunidade e o chama de parede branqueada e ainda diz que Deus o julgará! Os túmulos que continham ossos de mortos geralmente eram pintados de branco para que ficassem claramente visíveis (Mt 23.27-28). Aqui Paulo está homenageando esse oficial corrupto de maneira apropriada.
Paulo estava indignado pois Ananias estava ali para julgar segundo a lei e ele estava sendo acusado contra a lei. De acordo com a lei judaica, Paulo tinha direito a um julgamento e era necessário que o tribunal o declarasse culpado antes que a punição pudesse ser executada.
Não haveria como Paulo se dar bem no meio daquelas feras, mas, sabiamente, incitou uns contra os outros, pois a plateia deles era composta de fariseus e saduceus.
Esses dois grupos que surgiram no período intertestamentário tinham posturas políticas e religiosas bastante diferentes. Paulo aproveitou a oportunidade para enfatizar as diferenças religiosas e colocar-se ao lado do grupo dos fariseus, uma vez que era filho de fariseu e aceitava a doutrina da ressurreição dos mortos apresentada no Antigo Testamento, coisa que os saduceus rejeitavam, juntamente com a existência de anjos e espíritos (Mt 22.23-32).
Pronto, a confusão estava armada entre os fariseus - mestres da lei (do grego gram-Mateus) eram especialistas na interpretação da lei judaica - e os saduceus e vendo que a celeuma crescia demasiadamente, o comandante temeu que Paulo fosse ali despedaçado por eles e mandou que ele fosse retirado dali e guardado na fortaleza.
Enquanto isso, na noite seguinte Paulo recebe uma visita divina. O Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: "Coragem! Assim como você testemunhou a meu respeito em Jerusalém, deverá testemunhar também em Roma" – vs. 11.
Já os judeus, inflamados pelo ódio, pela raiva e pelo inferno, se reuniram sob anátema, uns 40 deles, jurando que iriam dar fim a vida de Paulo e até que isso se cumprisse, não comeriam, nem beberiam nada. Não haveria escapatória para Paulo depois disso, mas Deus proveu a ele uma saída.
A estratégia deles era simples, avisar ao comandante que eles iriam ver com Paulo uma certa questão e depois o devolveriam e nisso iriam matá-lo.
No entanto, alguém mais ouviu esse plano maluco deles, era o filho da irmã de Paulo. Evidentemente, alguns membros da família de Paulo viviam ou estavam hospedados em Jerusalém.
Paulo foi avisado em uma visita de seus parentes. Os prisioneiros recebiam suprimentos por meio de parentes e amigos que os visitavam regularmente. Paulo então diz aos guardas que levassem aquele rapaz até ao comandante que ele teria algo importante a dizer.
Aquele rapaz falou do plano dos 40 judeus para o comandante que logo preparou uma estratégia para defender Paulo deles.
O comandante imediatamente destacou dois centuriões e ordenou a eles que escoltassem Paulo até Cesareia. Um destacamento militar fortemente armado (um destacamento de duzentos soldados, setenta cavaleiros e duzentos lanceiros) foi incumbido de entregar Paulo ao governador Félix, procurador da província imperial da Judeia, cujo centro de operações ficava na Cesareia. Eles iriam sair dali às 9h da noite e irem direto para o Governador Félix.
Félix era um ex-escravo liberto que ascendeu à posições de influência no governo romano. Em 52 d.C., o imperador Cláudio o enviou para governar a Cesareia, ocasião em que Félix foi chamado de "excelentíssimo" (24.3) durante o seu oitavo ano de administração. O historiador romano Tácito (c. 56-120 d.C.) o caracterizou como um homem cruel e ávido por lucros, que praticava 'toda sorte de crueldade e luxúria, exercendo o poder de um rei com os instintos de um escravo' (História 5.9).
O comandante escreveu uma carta para explicar o caso de Paulo. O teor da carta se encontra resumido nos vs. 27 ao 30. Basicamente ela contém as seguintes informações básicas:
·         Foi preso pelos judeus.
·         Estava para ser morto por eles.
·         Foi resgatado por Cláudio Lisias, comandante, da mão deles, principalmente por ser ele cidadão romano.
·         Foi levado ao Sinédrio.
·         As acusações contra ele eram de cunho religioso, portanto nada havia nele digno de morte ou mesmo prisão.
·         Prepararam cilada contra a vida dele.
Os soldados em cumprimento do seu dever, chegaram a Antipátride. Uma cidade construída por Herodes, o Grande, em honra a seu pai, Antipater. Situava-se cerca de 50 km a noroeste de Jerusalém. No dia seguinte, deixaram a cavalaria (setenta cavaleiros) prosseguir com ele e eles voltaram para a fortaleza.
A cavalaria chegou e deu a carta para o governador, juntamente com Paulo. Ele leu a carta e se informou de que Paulo era da Cicília, mas somente anunciou que o ouviria depois de que chegassem os acusadores dele.
Enquanto isso, Paulo foi mantido sob custódia no pretório de Herodes. A residência oficial, construída por Herodes, o Grande, que mais tarde se tornou também um pretório romano, que incluía celas para prisioneiros (Jo 18.28; Fp 1.13).
At 23:1 Fitando Paulo os olhos no Sinédrio, disse:
                Varões, irmãos, tenho andado diante de Deus
                               com toda a boa consciência até ao dia de hoje.
At 23:2 Mas o sumo sacerdote, Ananias,
                mandou aos que estavam perto dele que lhe batessem na boca.
At 23:3 Então, lhe disse Paulo:
                Deus há de ferir-te, parede branqueada!
                Tu estás aí sentado para julgar-me segundo a lei
                e, contra a lei, mandas agredir-me?
At 23:4 Os que estavam a seu lado disseram:
                Estás injuriando o sumo sacerdote de Deus?
At 23:5 Respondeu Paulo:
                Não sabia, irmãos, que ele é sumo sacerdote;
                               porque está escrito:
                                               Não falarás mal de uma autoridade do teu povo.
At 23:6 Sabendo Paulo
                que uma parte do Sinédrio se compunha de saduceus
                e outra, de fariseus, exclamou:
                               Varões, irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseus!
                               No tocante à esperança
                               e à ressurreição dos mortos sou julgado!
At 23:7 Ditas estas palavras,
                levantou-se grande dissensão entre fariseus e saduceus,
                               e a multidão se dividiu.
At 23:8 Pois os saduceus declaram
                não haver ressurreição,
                nem anjo,
                nem espírito;
ao passo que os fariseus
                admitem todas essas coisas.
At 23:9 Houve, pois, grande vozearia.
E, levantando-se alguns escribas da parte dos fariseus, contendiam, dizendo:
                Não achamos neste homem mal algum;
                e será que algum espírito ou anjo lhe tenha falado?
At 23:10 Tomando vulto a celeuma,
                temendo o comandante que fosse Paulo espedaçado por eles,
                               mandou descer a guarda para que o retirassem dali
                               e o levassem para a fortaleza.
t 23:11 Na noite seguinte,
                o Senhor,
                               pondo-se ao lado dele, disse:
Coragem!
                Pois do modo por que deste testemunho
a meu respeito em Jerusalém,
                                assim importa que também o faças em Roma.
At 23:12 Quando amanheceu,
                os judeus se reuniram
                e, sob anátema, juraram
                               que não haviam de comer, nem beber,
                                               enquanto não matassem Paulo.
At 23:13 Eram mais de quarenta os que entraram nesta conspirata.
At 23:14 Estes, indo ter com os principais sacerdotes e os anciãos, disseram:
                Juramos, sob pena de anátema,
                               não comer coisa alguma, enquanto não matarmos Paulo.
At 23:15 Agora, pois,
                notificai ao comandante, juntamente com o Sinédrio,
                               que vo-lo apresente como se estivésseis para investigar
                                               mais acuradamente a sua causa;
                e nós, antes que ele chegue,
                               estaremos prontos para assassiná-lo.
At 23:16 Mas o filho da irmã de Paulo,
                tendo ouvido a trama,
                               foi, entrou na fortaleza
                                               e de tudo avisou a Paulo.
At 23:17 Então, este, chamando um dos centuriões, disse:
                Leva este rapaz ao comandante,
                               porque tem alguma coisa a comunicar-lhe.
At 23:18 Tomando-o, pois,
                levou-o ao comandante, dizendo:
                               O preso Paulo, chamando-me, pediu-me que trouxesse
à tua presença este rapaz,
                                               pois tem algo que dizer-te.
                At 23:19 Tomou-o pela mão o comandante
                e, pondo-se à parte, perguntou-lhe:
                               Que tens a comunicar-me?
                At 23:20 Respondeu ele:
                               Os judeus decidiram rogar-te que, amanhã,
apresentes Paulo ao Sinédrio,
                               como se houvesse de inquirir mais acuradamente
a seu respeito.
                At 23:21 Tu, pois, não te deixes persuadir,
                               porque mais de quarenta entre eles estão pactuados entre si,
                                               sob anátema, de não comer, nem beber,
                                                               enquanto não o matarem;
                                               e, agora, estão prontos, esperando a tua promessa.
At 23:22 Então, o comandante despediu o rapaz,
                recomendando-lhe que a ninguém dissesse
ter-lhe trazido estas informações.
At 23:23 Chamando dois centuriões, ordenou:
                Tende de prontidão, desde a hora terceira da noite,
                               duzentos soldados,
                               setenta de cavalaria
                               e duzentos lanceiros para irem até Cesareia;
                At 23:24 preparai também animais para fazer Paulo montar
                               e ir com segurança ao governador Félix.
                At 23:25 E o comandante escreveu uma carta nestes termos:
At 23:26 Cláudio Lísias ao excelentíssimo governador Félix, saúde.
At 23:27 Este homem foi preso pelos judeus
e estava prestes a ser morto por eles,
                quando eu, sobrevindo com a guarda,
                               o livrei, por saber que ele era romano.
At 23:28 Querendo certificar-me do motivo por que o acusavam,
                fi-lo descer ao Sinédrio deles;
At 23:29 verifiquei ser ele acusado de coisas referentes à lei que os rege,
                nada, porém, que justificasse morte ou mesmo prisão.
At 23:30 Sendo eu informado de que ia haver uma cilada contra o homem,
                tratei de enviá-lo a ti, sem demora,
                intimando também os acusadores
                               a irem dizer, na tua presença, o que há contra ele. [Saúde.]
At 23:31 Os soldados, pois, conforme lhes foi ordenado,
                tomaram Paulo
                e, durante a noite,
                               o conduziram até Antipátride;
At 23:32 no dia seguinte,
                voltaram para a fortaleza,
                               tendo deixado aos de cavalaria o irem com ele;
                               At 23:33 os quais, chegando a Cesareia,
                                               entregaram a carta ao governador
                                               e também lhe apresentaram Paulo.
At 23:34 Lida a carta,
                perguntou o governador de que província ele era;
                e, quando soube que era da Cilícia,
At 23:35 disse:
                Ouvir-te-ei quando chegarem os teus acusadores.
E mandou que ele fosse detido
                no pretório de Herodes.
O que houve com estes mais de 40 judeus? Morreram como juraram? Duvido! A Bíblia não fala, mas eu aposto que eram covardes e covardes não cumprem os seus votos treslocados.
Continuo a me admirar de que a verdade estava ali com Paulo, mas as pessoas do mundo não viam a salvação da vida deles que estava ali com Paulo e, pior, resolvem persegui-lo e até matá-lo.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.