segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
segunda-feira, fevereiro 23, 2015
Jamais Desista
Jeremias 22:1-30 - DESCE... E ANUNCIA ALI A MINHA PALAVRA.
Estamos na décima primeira parte, de nossa
divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada
pela BEG. Estamos no capítulo 22.
XI. JULGAMENTO E ESPERANÇA NOS ÚLTIMOS DIAS DE JUDÁ (21.1-24.10) – continuação.
Como já dissemos, ainda que alguns negassem
a realidade, o julgamento de Judá seria inevitável. Esses capítulos estão narrando
o fim da dinastia davídica, deixando claro que a calamidade e o exílio seriam o
resultado do julgamento divino dos pecados dos reis, dos profetas e do povo de
Judá. O julgamento é enfatizado, mas o tema de esperança de restauração futura
também está presente.
Para melhor compreensão do assunto, também
foi dividida esta parte em três seções: A. Os governantes de Judá (21.1 - 23.8)
– já iniciada; B. Os falsos profetas
(23.9-40); C. Uma distinção e a esperança futura (24.1-10).
A. Os governantes de Judá (21.1 - 23.8) - continuação.
Estamos vendo na primeira parte, que irá
até o capítulo 23, os governantes de Judá. Esses capítulos resumem o que
Jeremias tinha a dizer acerca dos últimos anos da monarquia em Judá durante o
reinado de Zedequias, antes da última Invasão babilônica e da destruição de
Jerusalém em 586 a.C.
Esse material foi igualmente dividido em
duas seções também: (1) Palavras de condenação (21.1 - 23.2) – estamos vendo; e, (2) Palavras
contrastantes de esperança quanto à continuidade da linhagem davídica depois do
exílio (23.3-8).
(1) Palavras de condenação (21.1 - 23.2) – continuação.
Como também já dissemos, estamos vendo a
explicação do por que a linhagem real de Judá seria julgada com tamanha
severidade pelo cativeiro babilônico.
Com “Assim diz o Senhor” é que se começa o
presente capítulo. A palavra é dirigida ao profeta para descer à casa do rei de
Judá e anunciar ali a sua palavra. Hoje, temos a ordem de Jesus Cristo de descer,
ou melhor, ir, por todo o mundo e anunciarmos o evangelho a toda criatura– Mc
16:15.
Era para ele dizer ao rei de Judá, muito
provavelmente a Zedequias que ouvissem a palavra do Senhor, tanto ele, como o
povo junto com ele, todos aqueles que entrariam por aquelas portas - 17.19-20
-, ou seja, à linhagem real como um todo, servindo de prelúdio para uma
demonstração do seu fracasso praticamente total.
Nos versos 3 e 4, parece haver ainda
esperanças para o povo, mas quem disse que ouviriam e praticariam a palavra de
Deus? Era mais provável que aquela pregação viesse a endurecer os seus corações
e eles fizessem simplesmente descaso do que se pregava.
A palavra era muito simples e exigia
justiça, juízo, verdade e misericórdia, coisas essas deixadas de lado por causa
das suas vaidades e outros negócios com as outras nações que imitavam tão bem.
Se eles cumprissem aquele básico do verso
4, por aquelas portas entrariam reis que se assentariam sobre o trono de Davi,
andando em carros e montados em cavalos, com seus servos e todo o seu povo.
Agora, se não dessem ouvidos, e era este o
caso ali, a coisa seria diferente. O Senhor chega a jurar por si mesmo, isto é,
não encontrando alguém maior para firmar seu juramento, firma-o sobre a sua
própria pessoa. Veja outros exemplos do Senhor jurando por si mesmo - Gn 22.16;
Is 45.23. A coisa seria diferente,
porque ao invés de reis entrando por aquelas portas, a casa se tornaria em
desolação e tanto o templo (7.14) quanto o palácio também sofreriam grandes
calamidades - 17.27.
O Senhor compara a casa do rei com Gileade
e a cabeça do Líbano, lugares férteis (8.22). O Líbano era abundante em água e
florestas, especialmente de cedro, a madeira usada na construção do templo de
Jerusalém (1 Rs 5.6-10), no entanto, Deus faria daquele lugar paradisíaco um
deserto de cidades desabitadas.
Numa inversão chocante – vs. 7 -, a
linguagem de guerra santa é usada para descrever o exército da Babilônia
avançando contra o povo de Deus - 6.4-5; 21.4-5. Aqueles lindos cedros seriam
cortados e lançados ao fogo e se levantariam destruidores sem piedade que
apenas destruiriam.
A calamidade seria tão terrível que, no
futuro, nações passariam por ali e perguntariam por que o Senhor tinha se irado
tanto contra aquele lugar que antes era uma maravilha.
A resposta seria por que deixaram o pacto
do Senhor seu Deus, e adoraram a outros deuses, e os serviram.
O rei morto – vs. 10 - é Josias, e o rei
exilado, o seu filho Jeoacaz (identificado no versículo seguinte). Este último
teve um reinado curto e foi exilado no Egito em 609 a.C. (2Rs 23.30-34).
Salum, filho de Josias – vs. 11 – que
reinou em lugar de Josias seu pai, é outro nome usado para Jeoacaz (v. 10; 1Cr
3.15). Depois de seu exílio, a palavra profética é de que jamais voltaria,
antes ali morreria, sem jamais ver a sua terra novamente – vs. 11 e 12.
Dos versos 13 ao 19, temos uma seção que
falará contra Jeoaquim (vs. 18; 2Rs 23.35-24.7). A casa do verso 13 que ele
edificou com iniquidade, refere-se, primeiramente, ao palácio do rei, mas também
pode indicar a dinastia real que se valeu do serviço do seu próximo, sem paga,
contrariando Dt 24.14-15; 1Sm 8.10-18.
Ele mesmo dizia para si que edificaria
ainda casa mais espaçosa, com aposentos largos, janelas, uso de cedros e
pintada de vermelho. Ele via no reinado não a oportunidade de servir ao povo,
mas se servir do povo para seus deleites e caprichos.
Um contraste entre reis: um reinou
exercendo justiça (Josias), outro considerou o seu reino uma oportunidade de
adquirir riquezas (Jeoaquim, seu filho). O versículo retrata a harmonia pactual
entre a obediência e a bênção (Dt 7.12-13; 6.24-25).
O verso 16 que diz que julgou a causa do
aflito e do necessitado, detalha "o juízo e a justiça" do v. 15. E o
Senhor mesmo conclui o que seria óbvio acerca do conhecê-lo. O conhecimento do
Senhor é caracterizado pela fidelidade aos seus mandamentos (Mq 6.6-8; Jn
14.15,17).
No entanto, os olhos do rei estavam em
outro lugar. Uma referência a Jeoaquim (vs. 18) que tinha se entregado à
ganância e mesmo derramado sangue inocente, praticado a violência e a extorsão,
para simplesmente se dar bem. Jeoaquim era pessoalmente culpado de todos os
males que Jeremias condenou (6.13; 7.6, 19.4; 21.12, cf. 26.20-23).
Uma palavra dura é dirigida a Jeoaquim,
pois não seria nem lamentado. Contrastar com 2Cr 34.24-25 (também implícito no
vs. 10) e seria sepultado – vs. 19 - como se sepulta um jumento. Em outras
palavras, o rei não teria um sepultamento (7.33; cf. 15.3).
No verso 20, a palavra para subir ao Líbano,
Basã e Abarim - regiões montanhosas ao norte, nordeste e sudeste,
respectivamente – e clamar contra elas, consideradas namorados de Judá, ou
seja, cidades em que Judá estava de olho e encantada com suas práticas.
Jerusalém é retratada à espera de ajuda de antigos aliados (v. 22; p. ex., o
Egito e a Assíria 2.36) que agora eram impotentes diante da Babilônia, deixando
Jerusalém esperar sozinha.
Apesar de advertida, desde o princípio,
desde os tempos de prosperidade, Jerusalém se recusou a escutar. O seu caminho
e a sua escolha tem sido o não obedecer à voz do Senhor, por isso que o vento
apascentaria os seus pastores e esses seus namorados iriam todos ao cativeiro.
O Líbano é uma referência ao palácio, construído com cedros do Líbano (vs. 6) e
até o palácio em Jerusalém havia sido chamado de "Casa do Bosque do
Líbano" (1 Rs 7.2).
Dos versos 24 ao 30, encontraremos palavras
contra Jeconias (também chamado de Joaquim ou Conias), em cujo reinado ocorreu
a primeira das principais deportações para a Babilônia. Foram palavras duras
que refletiam a indignação do Senhor por causa dele o qual seria lançado em
terra estrangeira para ali padecer até ao fim, sem qualquer esperança de
retorno.
O clamor do vs. 29 é de arrepiar! Ó terra,
terra, terra! Pode-se ouvir nessa personificação da Terra Prometida, a tristeza
do Senhor diante da sua herança contaminada pelo pecado de Judá (2.7; 12.4).
Hoje também podemos exclamar igualmente: ó
terra, terra, terra; ouve a palavra do Senhor! A palavra do evangelho de seu
Filho que veio ao mundo salvar ao perdido.
Jr 22:1 Assim diz o Senhor:
Desce
à casa do rei de Judá, e anuncia ali esta palavra.
Jr
22:2 E dize:
Ouve
a palavra do Senhor, ó rei de Judá,
que
te assentas no trono de Davi; ouvi, tu, e os teus servos,
e
o teu povo, que entrais por estas portas.
Jr 22:3 Assim diz o Senhor:
Exercei
o juízo e a justiça,
e
livrai o espoliado da mão do opressor.
Não
façais nenhum mal ou violência ao estrangeiro,
nem
ao órfão, nem a viúva;
não
derrameis sangue inocente neste lugar.
Jr 22:4 Pois se deveras cumprirdes esta
palavra,
entrarão
pelas portas desta casa reis
que
se assentem sobre o trono de Davi,
andando
em carros e montados em cavalos,
eles,
e os seus servos, e o seu povo.
Jr 22:5 Mas se não derdes ouvidos a estas
palavras,
por
mim mesmo tenho jurado, diz o Senhor,
que
esta casa se tornará em assolação.
Jr 22:6 Pois assim diz o Senhor acerca
da casa do rei de Judá:
Tu
és para mim Gileade, e a cabeça do Líbano;
todavia
certamente farei de ti um deserto
e
cidades desabitadas.
Jr 22:7 E prepararei contra ti
destruidores, cada um com as suas armas;
os
quais cortarão os teus cedros escolhidos, e os lançarão no fogo.
Jr 22:8 E muitas nações passarão por
esta cidade,
e
dirá cada um ao seu companheiro:
Por
que procedeu o Senhor assim com esta grande cidade?
Jr 22:9 Então responderão:
Porque
deixaram o pacto do Senhor seu Deus,
e
adoraram a outros deuses, e os serviram.
Jr 22:10 Não choreis o morto, nem o
lastimeis;
mas
chorai amargamente aquele que sai; porque não voltará mais,
nem
verá a terra onde nasceu.
Jr 22:11 Pois assim diz o Senhor acerca
de Salum, filho de Josias, rei de Judá,
que
reinou em lugar de Josias seu pai, que saiu deste lugar:
Nunca
mais voltará para cá,
Jr
22:12 mas no lugar para onde o levaram cativo morrerá,
e
nunca mais verá esta terra.
Jr 22:13 Ai daquele que edifica a sua
casa com iniqüidade,
e
os seus aposentos com injustiça;
que
se serve do trabalho do seu próximo sem remunerá-lo,
e
não lhe dá o salário;
14
que diz:
Edificarei
para mim uma casa espaçosa, e aposentos largos;
e
que lhe abre janelas, forrando-a de cedro,
e
pintando-a de vermelhão.
Jr
22:15 Acaso reinarás tu, porque procuras exceder no uso de cedro?
O
teu pai não comeu e bebeu, e não exercitou o juízo
e
a justiça? Por isso lhe sucedeu bem.
Jr
22:16 Julgou a causa do pobre e necessitado;
então
lhe sucedeu bem.
Porventura
não é isso conhecer-me? diz o Senhor.
Jr
22:17 Mas os teus olhos e o teu coração não atentam
senão
para a tua ganância, e para derramar sangue inocente,
e
para praticar a opressão e a violência.
Jr
22:18 Portanto assim diz o Senhor acerca de Jeoiaquim,
filho
de Josias, rei de Judá: Não o lamentarão, dizendo:
Ai,
meu irmão! ou: Ai, minha irmã!
nem
o lamentarão, dizendo:
Ai,
Senhor! ou: Ai, sua majestade!
Jr
22:19 Com a sepultura de jumento será sepultado,
sendo
arrastado e lançado fora das portas de Jerusalém.
Jr
22:20 Sobe ao Líbano, e clama, e levanta a tua voz em Basã,
e
clama desde Abarim; porque são destruídos todos
os
teus namorados.
Jr
22:21 Falei contigo no tempo da tua prosperidade; mas tu disseste:
Não
escutarei.
Este
tem sido o teu caminho, desde a tua mocidade,
o
não obedeceres à minha voz.
Jr
22:22 O vento apascentará todos os teus pastores,
e
os teus namorados irão para o cativeiro;
certamente
então te confundirás,
Jr
22:23 e tu, que habitas no Líbano, aninhada nos cedros,
como
hás de gemer, quando te vierem as dores,
os
ais como da que está de parto!
Jr
22:24 Vivo eu, diz o Senhor, ainda que Conias,
filho
de Jeoiaquim, rei de Judá, fosse o anel do selo
da
minha mão direita, contudo eu dali te arrancaria;
Jr
22:25 e te entregaria na mão dos que procuram tirar-te a vida,
e
na mão daqueles diante dos quais tu temes,
a
saber, na mão de Nabucodonosor,
rei
de Babilônia, e na mão dos caldeus.
Jr
22:26 A ti e a tua mãe, que te deu à luz,
lançar-vos-ei
para uma terra estranha, em que não nascestes,
e
ali morrereis.
Jr
22:27 Mas à terra para a qual eles almejam voltar,
para
lá não voltarão.
Jr
22:28 E este homem Conias algum vaso desprezado e quebrado,
um
vaso de que ninguém se agrada?
Por
que razão foram ele e a sua linhagem arremessados
e
arrojados para uma terra que não conhecem?
Jr 22:29 Ó terra, terra, terra; ouve a
palavra do Senhor.
Jr
22:30 Assim diz o Senhor:
Escrevei
que este homem fica sem filhos,
homem
que não prosperará nos seus dias;
pois
nenhum da sua linhagem prosperará
para
assentar-se sobre o trono de Davi
e
reinar daqui em diante em Judá.
Apesar de Jeconias ter filhos
(1Cr 3.17-18), nenhum deles reinaria no trono de Davi. Em sua graça, Deus
ofereceu uma inversão dessa maldição a Zorobabel (Ag 2.23; 22.24), mas essa
inversão só se concretizou de fato quando Jesus, um descendente de Jeconias (Mt
1.12 – “Depois
da deportação para Babilônia nasceu a Jeconias, Salatiel; a Salatiel nasceu
Zorobabel;”), começou a reinar
no trono de Davi (Lc 1.32-33).
Se não fosse isso, essa graça do Senhor,
nem nós teríamos qualquer salvação e a semente messiânica teria chegado ao seu
fim, sem gerar o Messias esperado, aquele que esmagaria a cabeça da serpente e
poria fim à morte, com a sua própria morte.
...
1 comentários:
Lucas fala da descendência de Maria e Mateus da Descendência de José! Apesar de ambos ser da tribo de Judá, apenas José veio da família de Jeconias. Jesus não era da descendência de José, mas de Maria! Deus realmente cumpriu sua promessa: Os filhos de Jeconias não subiram ao trono de Davi.
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.