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terça-feira, 1 de março de 2016

Hebreus 6 1-20 - A ESPERANÇA COMO A ÂNCORA DE NOSSA ALMA!

Como dissemos, a epístola de Hebreus foi escrita, provavelmente, antes de 70 d.C., com a finalidade de incentivar a fidelidade a Cristo e à sua nova aliança mostrando que ele é o novo, último e superior sumo sacerdote. Estamos vendo o capítulo 6/13.
Breve síntese do capítulo 6.
O autor de Hebreus nos fala para deixarmos os princípios elementares e continuarmos a caminhada rumo à perfeição.
Em seguida, bruscamente, adverte com muita severidade, aos que uma vez iluminados e já conhecedores e já experimentadores das bênçãos celestiais resolvem cair. Parece haver um limite, que passando dele, o destino do pecador não é outro se não estar perto da maldição e ser queimado.
Podemos ver isso claramente na vida de Judas! Andou com o Senhor, participou, foi iluminado, recebeu dons, poder, viu maravilhas, sinais e prodígios, mas caiu...
Com isso estou afirmando que o salvo perde a salvação? Absurdo! Somente perdem a salvação os perdidos, jamais os salvos, isso me parece tão óbvio.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. CRISTO É SUPERIOR A ARÃO (4.14-7.28) - continuação.
Como dissemos, o eterno sumo sacerdócio de Cristo é muito superior ao sumo sacerdócio temporário dado a Arão e a sua família.  Dos vs. 4.14 ao 7.28, veremos que Cristo é superior a Arão.
Para isso, dividimos essa parte III em 4 seções, conforme a BEG: A. Cristo, o eterno sumo sacerdote (4.14-5.10) – já vimos; B. Exortação à maturidade espiritual (5.11-6.12) – concluiremos agora; C. Um sacerdote eterno por juramento divino (6.13-20); e, D. Um sacerdote eterno da ordem de Melquisedeque (7.1-28).
B. Exortação à maturidade espiritual (5.11-6.12) - continuação.
Dos vs. 5.11 ao 6.12, o autor de Hebreus está nos exortando à maturidade espiritual. O ministério sacerdotal de Cristo após a ordem de Melquisedeque era "difícil de explicar" (5.11) por causa da imaturidade dos leitores. O autor, no entanto, estimulou seus leitores a deixar-se "levar para o que é perfeito" (6.1).
Portanto, seria oportuno deixarmos os princípios elementares da doutrina de Cristo, ou seja, os princípios fundamentais do evangelho e a instrução básica a respeito da inclusão na igreja, os quais são brevemente enumerados nos vs. 1-2. São eles:
·         Do arrependimento de atos que conduzem à morte.
·         Da fé em Deus.
·         Da instrução a respeito de batismos.
O plural é inesperado; há somente um batismo cristão (Ef 4.5). É provável que o autor tivesse em mente outros tipos de "batismos" ou "lavagens" (p. ex., as lavagens do templo e o batismo de João) que estavam presentes nos primeiros anos da igreja, mas distintos do batismo cristão (9.10; Mt 3.11; 28.19; Mc 1.4; Jo 4.1; At 1.5; 1Co 15.29).
Ele também pode estar se referindo aos atos do batismo e não ao próprio conceito do batismo.
Nos tempos do Novo Testamento, essa ação acompanhava as bênçãos que curavam doentes, ordenavam ministros da igreja e especialmente a concessão do dom do Espírito, o qual também era associado com o batismo (Mt 19.13-15; Lc 4.40; At 6.6; 8.17; 9.17; 28.8; 1Tm 4.14).
·         Da imposição de mãos.
·         Da ressurreição dos mortos.
·         Do juízo eterno.
E ele diz que assim faria, se Deus permitisse – vs. 3. Essa frase convencional reconhece a necessidade da ajuda de Deus para aprender e para ensinar a doutrina cristã. O seu uso sugere que o material a seguir é difícil, como de fato ele é.
Dos vs. 4 ao 12, ele entra na questão delicada dos perigos espirituais. A primeira das duas sérias advertências (10.26-29) contra a apostasia em face das grandes bênçãos e dos privilégios da nova aliança (cf. 2.1-4; 4.1-2).
Embora Jesus salve completamente (7.25) e tenha tornado perfeitos para sempre (10.13) aqueles que aceitaram a sua palavra com fé salvadora, todos são exortados a provar a sinceridade de sua fé pela perseverança.
Mesmo para aqueles que não têm a fé salvadora, o envolvimento com a igreja traz bênçãos nesta vida. Todavia, aqueles que, na igreja, nunca chegam à fé salvadora, serão submetidos a julgamento mais severo do que os não cristãos que nunca foram membros da igreja.
Os vs. 4-5 descrevem aqueles que caíram da fé em termos de bênçãos que compartilharam, em algum grau, com os verdadeiros cristãos até o momento de sua apostasia.
Os iluminados desse vs. 4 são aqueles informados do conhecimento de Deus como revelado na mensagem do evangelho (10.26; Jo 1.9; 2Co 4.4-6) que provaram o dom celestial. Alguns veem aqui uma referência à participação no sacramento da Ceia do Senhor.
Alternativamente, a frase também pode ser equiparada a "iluminados" como uma ampla descrição da conversão aparente.
Esses também acabaram sendo participantes do Espírito Santo, ou seja, tiveram alguma experiência do/com o Espírito Santo. Além disso, ainda provaram "os poderes do mundo vindouro" (vs. 5), ou seja, os sinais e maravilhas que acompanharam a apresentação do evangelho, bem como os dons do Espírito Santo (2.4).
O Espírito Santo às vezes presenteia até mesmo os incrédulos ou os infiéis com o objetivo de beneficiar o seu povo (p. ex., Balaão; veja Nm 22-24; 2Pe 2.15-17).
Dessa forma, os que:
·         Uma vez foram iluminados.
·         Provaram o dom celestial.
·         Tornaram-se participantes do Espírito Santo.
·         Experimentaram a bondade da palavra de Deus.
·         Experimentaram ainda os poderes da era que há de vir.
·         E caíram...
Esses que caíram – vs. 6 -, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento. Há um tipo ou um grau de queda que é irreversível. Somente Deus sabe com certeza quando a severidade da queda atinge esse nível. Essa flagrante apostasia não pode ser revertida.
Os apóstatas geralmente parecem ser verdadeiros cristãos até que cometam a apostasia (cf. 1Jo 2.19). Judas Iscariotes é o mais claro exemplo bíblico de alguém que participou de muitas bênçãos do reino de Cristo (até mesmo possuindo grandes dons espirituais; Mt 10.5-8), mas que deixou de entrar no reino dos céus (Mt 26.47-49; Jo 17.12; cf. Mt 7.21-23).
No caso de Judas, o diabo entrou em seu corpo e ele traiu o Senhor, depois se enforcou. Aqueles que rejeitam as bênçãos de Deus correm o mesmo risco de endurecimento do coração de forma irreversível. Obviamente que somente serão endurecidos os perdidos, jamais os salvos. No caso de Judas, a bíblia afirma que ele era do diabo – Jo 6.70; filho da perdição – Jo 17.12.
Os tais que rejeitam as bênçãos de serem partes da igreja, comportam-se como aqueles que literalmente crucificaram Cristo, visto que estão rejeitando Cristo na medida em que ele oferece a eles as bênçãos de Deus.
Assim, estariam expondo-o à ignomínia novamente. A apostasia descrita não é uma questão de dúvida interior, privada. É uma rejeição aberta, total e pública que desonra Cristo e seu corpo.
Nos vs. 7 e 8, de acordo com os símbolos convencionais do Antigo Testamento, a terra é o povo de Deus (Is 5.1-7), e a chuva que cai é a palavra de Deus (Is 55.10-11) ou o Espírito de Deus (Is 44.3-4). A colheita proveitosa é a boa ação de Deus que traz a bênção da vida eterna. Os espinhos e abrolhos são obras do mal que conduz ao julgamento eterno de Deus, se não houver arrependimento (Is 5.4-6).
O autor tinha visto provas que deram a ele a certeza a de que os verdadeiros leitores continuariam a produzir boas obras e receber a bênção da salvação de Deus. No entanto, os leitores precisavam livrar-se da indolência a fim de receberem a herança prometida aos cristãos perseverantes.
Deus não é injusto. Deus não é impiedoso; ele não se esquecerá do empenho sincero do seu povo e nem renunciará a ele, portanto todo trabalho no Senhor nunca será em vão. Os que cuidam das coisas do Senhor são sábios e não ficarão esquecidos jamais.
O autor quer que mostrem a mesma prontidão desde o início até ao fim – vs. 11. O Novo Testamento repetidamente deixa claro que a fé temporária não é fé salvadora (aqui a BEG recomenda a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "A perseverança e a preservação dos santos", em Fp 1).
Esse termo “indolentes” – vs. 12 (traduzido como "tardio" em 5.11) marca tanto o início como o final da exortação. Ninguém deve se tornar indolente ou negligente, mas ao contrário, que, pela fé e pela longanimidade, herdam as promessas.
Abraão é o exemplo proeminente (vs. 15,17; 11.8-19), mas a história bíblica está cheia de testemunhas que seguiram o exemplo de fé perseverante antes de nós (11.4.38) e que agora receberam a herança prometida conosco por meio da obra perfeita de Cristo (11.13,39-40).
C. Um sacerdote eterno por juramento divino (6.13-20).
Dos vs. 13 ao 20, veremos a imutabilidade das promessas de Deus Para apoiar a sua visão da necessidade de segurar-se firmemente em Cristo, o autor explicou como o sacerdócio de Jesus foi estabelecido por juramento divino.
A fé pode resistir com paciência porque o juramento de Deus assegura a sua palavra de promessa a nós, como fez a Abraão.
A promessa específica aqui – vs. 13 e 14 - é vaga. Pode ser a promessa feita em Gn 22.16-18 no tempo em que Deus fez o juramento em questão, de modo que a promessa é o conteúdo ("te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência") e o voto é o juramento (jurei, por mim mesmo", Gn 22.16). Isso concorda bem com o uso de "juramento" no vs. 16.
Também pode ser que a promessa em questão seja uma ou mais das promessas anteriores de Deus aos descendentes de Abraão (p. ex., Gn 15.5), de terra e descendentes (Gn 15; 17) ou especificamente do nascimento de Isaque (Gn 17.19,21; 18.10-14).
Nesse caso, o juramento em Gn 22.16-18 confirma que Abraão permaneceu fiel a Deus (Gn 22.1,12) ao manter as condições da aliança (p. ex., Gn 17.1-2,14) e dessa maneira garantindo aos herdeiros de Abraão que a fidelidade de Abraão assegurou que as promessas fossem estendidas a eles também.
Essa interpretação é apoiada pela ênfase em Isaque como o herdeiro principal em Gn 22 (Gn 22.17-18), e pelo propósito de Deus de assegurar aos herdeiros de Abraão como declarado aqui no vs. 17.
Foi por isso que jurou por si mesmo. Que Deus, cuja "palavra é a verdade" (Jo 17.17; cf. Tt 1.2), deveria reforçar a certeza da palavra infalível da promessa por meio de um juramento (Gn 22.16-18), sublinha a permanência e a seriedade da promessa divina.
Enquanto os seres humanos pecadores e falíveis "juram pelo que lhes é superior" (vs. 16), Deus, a autoridade maior, "jurou por si mesmo" (vs. 13).
E foi desse modo, depois de esperar com paciência – vs. 15 -, que obteve Abraão a promessa. No nascimento e salvamento de Isaque (Gn 21.1-3; 22.11-12), Abraão recebeu o início da bênção prometida sobre a descendência. Todavia, ele não viu o cumprimento total das promessas pactuais (11.39-40; cf. Rm 4.13,16-17).
A promessa de Deus, ligada por um juramento – vs. 17 -, não foi somente para Abraão, mas também para seus descendentes por meio de Isaque (cf. 11.9) como o cabeça pactual do seu povo (Gn 22.17-18).
Todos os que seguem os passos de Abraão na fé são considerados membros dessa comunidade da aliança (1.14; 2.16; 6.12; 10.36; Rm 4.23-24). O juramento de Deus foi feito por amor aos herdeiros de Abraão para assegurá-los que receberiam as bênçãos anteriormente prometidas a Abraão.
O propósito imutável de Deus foi abençoar o mundo por meio da semente de Abraão (Gn 22.17-18). O significado disso foi revelado no evangelho (GI 3.6-9).
As duas coisas coisas imutáveis do vs. 18, muito provavelmente são:
(1)     A promessa.
(2)     O juramento (vs. 13-14).
Também é possível que seja os dois conteúdos importantes das promessas feitas a Abraão:
(1)     A terra (11.8; Gn 15.7,18-21; 17.8; 22.17).
(2)     Os descendentes (vs. 14; Gn 15.5; 17.7-10,19; 22.17).
Assim, temos esta esperança como âncora da alma, firme e segura e que penetra além do véu. Nossa âncora da vida está firmada na parte mais segura do tabernáculo celestial, o original a partir do qual o santuário terreno foi modelado (8.2; 9.11-12,24-25; 10.19-20).
A entrada no santuário secreto é impossível sem Jesus. Ele entrou primeiro para que seu povo pudesse segui-lo. Sua entrada, e o modo pelo qual seu povo tem parte nisso, requer uma explicação prolongada.
O restante desse versículo começa a discussão sobre o sumo sacerdote "segundo a ordem de Melquisedeque", um tema anunciado primeiro em 5.6.
Hb 6:1 Por isso, pondo de parte os princípios elementares
da doutrina de Cristo,
deixemo-nos levar para o que é perfeito,
não lançando, de novo,
a base do arrependimento
de obras mortas
e da fé em Deus,
Hb 6:2 o ensino
de batismos
e da imposição de mãos,
da ressurreição dos mortos
e do juízo eterno.
Hb 6:3 Isso faremos, se Deus permitir.
Hb 6:4 É impossível, pois, que
aqueles que uma vez foram iluminados,
e provaram o dom celestial,
e se tornaram participantes do Espírito Santo,
Hb 6:5 e provaram
a boa palavra de Deus
e os poderes do mundo vindouro,
Hb 6:6 e caíram,
sim, é impossível outra vez
renová-los para arrependimento,
visto que, de novo,
estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus
e expondo-o à ignomínia.
Hb 6:7 Porque a terra
que absorve a chuva que freqüentemente cai sobre ela
e produz erva útil para aqueles por quem é também cultivada
recebe bênção da parte de Deus;
Hb 6:8 mas, se produz espinhos e abrolhos,
é rejeitada
e perto está da maldição;
e o seu fim é ser queimada.
Hb 6:9 Quanto a vós outros, todavia, ó amados,
estamos persuadidos
das coisas que são melhores
e pertencentes à salvação,
ainda que falamos desta maneira.
Hb 6:10 Porque Deus não é injusto para ficar esquecido
do vosso trabalho
e do amor que evidenciastes para com o seu nome,
pois servistes e ainda servis aos santos.
Hb 6:11 Desejamos, porém,
continue cada um de vós mostrando, até ao fim,
a mesma diligência
para a plena certeza da esperança;
Hb 6:12 para que
não vos torneis indolentes,
mas imitadores daqueles que,
pela fé
e pela longanimidade,
herdam as promessas.
Hb 6:13 Pois, quando Deus fez a promessa a Abraão,
visto que não tinha ninguém superior por quem jurar,
jurou por si mesmo, Hb 6:14 dizendo:
Certamente,
te abençoarei
e te multiplicarei.
Hb 6:15 E assim, depois de esperar com paciência,
obteve Abraão a promessa.
Hb 6:16 Pois os homens
juram pelo que lhes é superior,
e o juramento, servindo de garantia, para eles,
é o fim de toda contenda.
Hb 6:17 Por isso, Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa
a imutabilidade do seu propósito, se interpôs com juramento,
Hb 6:18 para que, mediante duas coisas imutáveis,
nas quais é impossível que Deus minta,
forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio,
a fim de lançar mão da esperança proposta;
Hb 6:19 a qual temos por âncora da alma,
segura
e firme
e que penetra além do véu,
Hb 6:20 onde Jesus,
como precursor,
entrou por nós,
tendo-se tornado sumo sacerdote para sempre,
segundo a ordem de Melquisedeque.
A palavra “ESPERANÇA” (strong’s: 1680; no grego: ἐλπίδος – transliterado: elpidos) no livro de Hebreus parece uma palavra escolhida a dedo pelo autor. Ele a usa 5x (ARA): Hb 3:6; 6:11, 18; 7:19; 10:23. Ele está sempre nos fazendo lembrar dela. Nós que já corremos para o refúgio – CRISTO – a fim de lançar mão da esperança proposta.
Assim como a fé é a certeza das coisas que se esperam e a plena convicção dos fatos que não se veem, a esperança é uma expectativa certa e de plena convicção, por causa daquele que falou.
Repare que a fé não é certeza das coisas em si, mas das coisas que se esperam; assim como também não é plena convicção dos fatos em si, mas dos fatos que não se veem. Assim também é a esperança que tem o seu nascedouro na fé e é ancora da alma, firme e segura, apoiada plenamente na Palavra de Deus.
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete. 
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1 comentários:

Uma benção este estudo, Deus seja louvado pela vida do escritor Daniel.

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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.