O Evangelho de João é o livro escrito por
João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos possam ir a
ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como o Messias e
o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o tema central
desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João Batista, do
Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte do mundo.
Estamos vendo o capítulo 6, da parte II.
Breve síntese do capítulo 6
Jesus multiplica milagrosamente, depois das ações de graça pelo
que tinham (não pelo que estava para acontecer), 5 pães e dois peixinhos de
forma que mais de 5 mil pessoas comem, se fartem e ainda sobrem 12 cestos
cheios de pedaços dos 5 pães.
É engraçado que primeiro Jesus sabendo o que iria fazer faz um
teste com seus discípulos e provoca Filipe. Podem me dizer o que quiserem, mas
vejo aqui senso de humor. Ele parece brincar com seus discípulos.
É Jesus quem cuida de tudo e até os organiza para não haver
tumultos, mas ele põe seus discípulos para trabalharem seguindo as suas
instruções. Eu vejo aqui um Deus zeloso e cuidadoso que tudo controla e governa
e que está atento à nossas necessidades.
Depois do
milagre, despacha seus discípulos num barco e somente vai encontrá-los umas 12
horas depois andando por sobre as águas em uma forte tempestade de ventos
contrários. Agora ele está aqui como aquele que controla o tempo e as estações.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS (1.19-12.50) - continuação.
Como já dissemos, Jesus passou a maior
parte do seu tempo ministrando às pessoas de várias partes, especialmente nas
festas judaicas. Veremos, doravante, até o capítulo doze, o ministério público
de Jesus.
Estamos seguindo, conforme já falamos a
proposta de divisão da BEG: A. O começo do ministério de Jesus (1.19-51) – já vimos; B. Os eventos que ocorreram
durante a viagem entre Caná (na Galileia) e a Judeia (2.1-4.54) – já vimos; C. Uma breve visita a
Jerusalém (5.1-47) – já vimos; D. O
seu ministério na Galileia (6.1-71) –
veremos agora; e, E. Vários acontecimentos próximos e dentro de Jerusalém
durante várias festas (7.1-12.50).
D. O seu ministério na Galileia (6.1-71).
Os milagres e ensinamentos de Jesus na
Caldeia correspondem às experiências de Israel da Páscoa, da travessia do mar e
do recebimento do maná durante o êxodo do Egito.
Esse capítulo é o ponto crucial dos caps.
2-12, em que o relato de João se desloca de Jerusalém para a Galileia,
revelando de modo completo a identidade de Jesus como aquele enviado pelo Pai
(vs. 38,44,46,50-51,57).
Também faz uma distinção visual entre os
cristãos e os incrédulos por meio do simbolismo de comer e beber da carne e do
sangue de Jesus (vs. 53-58), registrando o crescimento da rejeição motivada
pela descrença com a qual Jesus defrontou-se (vs. 41-42,60-66).
Os milagres registrados nesse capítulo
relembram os atos de salvação da história de Israel e devem ser percebidos como
sinais do cumprimento de Jesus como tipificado pela primeira Páscoa, pelo êxodo
e pela alimentação milagrosa no deserto.
Era esperado que os leitores estivessem familiarizados
com os relatos do Antigo Testamento para apreciarem com mais propriedade as
afirmações que Jesus fez sobre si mesmo.
Esse material está divido em três segmentos:
1. Alimentando cinco mil (6.1-15) –
veremos agora; 2. Andando sobre as águas (6.16-21) – veremos agora; e, 3. Ensinando as multidões (6.22-71) – veremos agora.
1. Alimentando cinco mil (6.1-15).
Quando estava chegando o momento de
celebrar a Páscoa. Jesus deixou Jerusalém para ir até a margem mais distante do
mar da Galileia.
Essa festa, estabelecida em Ex 12.43-51,
comemora a destruição dos egípcios e o livramento dos israelitas.
Algumas evidências sugerem que nos dias de
Jesus, as seguintes passagens do Antigo Testamento eram lidas durante a Páscoa:
Gn 1-8; Ex 11-16; Nm 6-14. E possível que as palavras de Jesus nesse contexto
componham o seu comentário sobre essas passagens à luz de sua pessoa e obra.
Herodes construiu a cidade de Tiberíades
entre os anos 18 e 22 d.C. Portanto, a designação de João – quando chama o mar
da Galileia de Tiberíades - reflete a nova denominação usada para o mar da Galileia.
A multidão estava seguindo a Jesus por
causa dos sinais que ele fazia curando todos os doentes. O Evangelho de João
registra, até esse momento, apenas uma cura na Galileia: a do filho de um oficial
do rei (4.46-54). Nesse versículo fica subentendido que Jesus realizou outros
milagres além desse (cf. 21.25).
No verso 3, subiu Jesus ao monte com os
seus discípulos. Esse detalhe pode ter sido registrado para chamar a atenção
quanto à semelhança entre Jesus e Moisés, que subiu ao monte Sinai (vs. 14).
A multidão não largava o pé de Jesus e
olhando para ela que crescia mais e mais, principalmente por causa da chegada
da páscoa, Jesus resolve provocar Felipe mandando-o ir comprar comida. Uma vez
que Felipe era de Betsaida, a cidade mais perto dali, era natural Jesus tê-lo
questionado para lhes dar a comer? Semelhante a Nm 11.13, onde Moisés faz uma
pergunta semelhante a Deus.
Felipe, prático, logo pensou no montante
necessário para isso: duzentos denários de pães. Um denário era aproximadamente
a quantia paga a um trabalhador por um dia de serviço (Mt 20.2).
Já André, irmão de Pedro, localizou no meio
da multidão alguém que tinha uma pequena quantidade de pães e peixes, mas isso
seria desprezível diante de tão grande multidão de cindo mil homens. Não estão
incluídas as mulheres e as crianças (Mt 14.21). Compare com 2Rs 4.42-44).
Jesus manda apanharem da comida que tinha
aquele jovem, manda que todos se assentem e ordena os discípulos a organizarem
a multidão de forma a ficarem organizadas em grupos. Jesus dá graças a Deus
pelo que tinham e manda distribuir ao povo, onde todos comem, se saciam e ainda
sobram 12 cestos cheios de alimento.
Um grande milagre ali ocorrera e exclamaram
que diante deles estava um grande profeta que Deus tinha levantado – vs. 14 - uma
referencia ao profeta como Moisés (Dt 18.15).
Diante disso, o povo se levantou para arrebatá-lo
e proclamarem-no rei. A realeza de Jesus, associada à sua encarnação, era
espiritual e não política. Embora tenha aceitado o título de “Rei de Israel”
(1.49), Jesus se esquivou da oferta de Satanás (Mt 4.8-9; Lc 4.5-6) e dos
esforços mal direcionados do povo.
2. Andando sobre as águas (6.16-21).
O dia amanheceu e os seus discípulos
desceram para o mar. João registrou esse milagre – Jesus andando por sobre as
águas -, que corresponde à travessia do mar Vermelho (Ex 15). Esse sinal também
está registrado em Mt 14.22-33 e em Mc 6.47-51. Não deve ser confundido com o
acalmar da tempestade (Mt 8.23-27; Mc 4.36-41; Lc 8.22-25).
O fato foi que Jesus entrando no barco,
logo chegou ao seu destino. Alguns comentaristas entendem que esse é um outro
milagre; outros, como significando que depois que Jesus entrou no barco não
houve mais dificuldades.
3. Ensinando as multidões (6.22-71).
A partir do vs. 22 ao 71, veremos Jesus ensinando
as multidões.
Continuando com sua apresentação de Jesus
como o cumprimento do êxodo de Israel, João registra que após terem cruzado o
lago, Jesus ensinou que ele era o pão que veio do céu.
Nesse sermão, Jesus e a multidão são
comparados e contrastados com o provimento de maná aos israelitas no deserto e
o milagre de Jesus (alimentar os cinco mil), e com a realidade da redenção que
estava representada na alimentação.
A multidão que seguia a Jesus notara que
tinham sido deixados para trás, mas não ficaram desanimados, pelo contrário,
pegaram barcos e atravessaram o mar atrás de Jesus e o encontraram.
Jesus lhes fala que o procuraram, não
porque tinham visto sinais, mas porque comeram dos pães e se fartaram. Embora
essas pessoas tivessem visto o milagre da alimentação dos cinco mil, elas não
perceberam no sinal a identificação de Jesus com o Messias, mas simplesmente
como uma oportunidade de ganhar uma refeição.
Jesus apontou para o significado espiritual
do milagre: o selo de aprovação de Deus para o seu ministério e suas
afirmações, o que o identificava como o Messias prometido (o Filho do Homem).
As pessoas pensavam que a vida eterna podia
ser assegurada por meio de algo que elas mesmas pudessem fazer. Porém, Jesus
mostrou que estavam muito enganados: a salvação é de graça, e vem pela fé; e
até mesmo essa fé é obra de Deus, embora exercitada por um ser humano responsável.
As multidões esperavam que a vinda do
Messias fosse marcada por um milagre tão grande quanto o do maná no deserto, se
não maior. A alimentação dos cinco mil foi bem menor em comparação com o
"pão do céu” que alimentou o povo de Israel por um período de quarenta anos.
Essa multidão tinha saído à procura de Jesus,
não por causa dos sinais, nem da palavra de Deus, mas porque comeram e se
fartaram. Ela também tinha perguntado a ele como teria ele chegado ali, se eles
o estavam vigiando; depois, o que fariam para realizar as obras de Deus e que
sinais Jesus poderia fazer para provar quem ele era e assim eles crerem nele.
Jesus lhes replica dizendo ser ele o
verdadeiro pão do céu. A palavra "verdadeiro” tem um significado especial,
pois Jesus estava se referindo ao que é eterno em oposição ao que é apenas uma
sombra ou um tipo.
O pão que Deus proveu por meio de Moisés
(Ex 16; Nm 11) não era falso; era pão de verdade, mas apenas material. Esse pão
antecipou o sustento perfeito e eterno que Deus iria prover ao mandar o seu
Filho, em quem há vida eterna (17.3).
Ele sim era que era o pão verdadeiro que
desce do céu. Refere-se a Jesus Cristo, cuja encarnação é descrita como aquele
que “desce do céu” (3.13,37; 6.38,41-42, 50.51,58; Ef 4.9-10) e dá vida ao mundo.
Eles respondem a ele pedindo que nunca lhes
falte esse pão. Os ouvintes de Jesus entenderam suas declarações apenas num
sentido puramente físico, exatamente como Nicodemos (3.4) e a mulher samaritana
(4.15) haviam feito anteriormente.
Jesus então declara que ele era o pão da
vida. Essa afirmação "Eu sou" é a primeira de uma série de sete que
ocorrem nesse Evangelho (8.12; 9.5; 10.7,9,11,14; 11.25; 14.6; 15.1,5), relembrando
as palavras de Ex 3.14 e desse modo constituindo unia afirmação implícita de
divindade (8.58,59).
Jesus ainda lhes dizia que o que viria a
ele, jamais teria fome. Pressupõe que a união dos cristãos com Cristo, da qual
fala os vs. 53-58, é um vinculo espiritual de fé. Esse versículo apresenta as
metáforas de fome e sede que serão desenvolvidas nos vs. 53-58.
Apesar do privilégio especial que tinham em
se associar com o Cristo encarnado e testemunhar alguns de seus milagres,
muitas dessas pessoas fecharam o coração e recusaram-se a aceitá-lo pela fé.
Por causa desse privilégio, a recusa delas fez com que se tornassem mais
culpadas (Mt 11.20-24).
Por isso que Jesus lhes disse no verso 37
que todo aquele que o Pai lhe desse, viria a ele. Deus conduz à fé todos
aqueles que planejou redimir. A redenção dos eleitos está garantida, e ninguém
mais tem a capacidade de ir até ele.
Portanto é válido dizer que o que vai a
ele, de modo nenhum será lançado fora. Demonstra isso a receptividade do Filho,
que promete acolher qualquer pessoa que acredite nele genuinamente. Observe que
o versículo enfatiza a soberania divina ("o Pai me dá") e a responsabilidade
humana ("o que vem"). Óbvio supor que todo o que vai até ele é porque
o Pai o enviou e todos os que o rejeitam é porque não foram enviados.
Jesus veio não para fazer a sua própria
vontade, e sim a vontade daquele que o enviou. Não há indicio de qualquer
competição entre a vontade do Filho e a vontade do Pai, muito menos sugestão de
que há diferenças entre as suas vontades. Pelo contrário, esse versículo indica
concordância perfeita entre o que enviou e o enviado, chamando a atenção para a
submissão do Filho.
Jesus estava garantindo que nenhum se perca
de todos os que lhe foram dados; pelo contrário, ele o ressuscitará no último
dia. A vontade do Pai não é apelas que Jesus faça um convite aos pecadores
perdidos, mas que ele ressuscite a todos os que lhe são dados pelo Pai e não
perca nenhum deles. Esses versículos afirmam a graciosa proteção de Deus aos
cristãos verdadeiros, o que lhes garante a salvação completa.
Como Jesus se dizia o pão que veio do céu
ou o pão do céu, isso provocou grande murmuração entre eles, os judeus.
Trata-se de isso de uma atitude semelhante à dos israelitas no deserto, quando
murmuraram contra Moisés e Arão (Ex 16.7; 17.3; Nm 11.1).
A origem de Jesus é de importância
fundamental para estabelecer a sua identidade como o Messias e Filho de Deus (1.1-2,14,18,45-46;
3.2,13,17,31; 5.36-38; 6.29,33,38). A razão para essa contestação e para as
futuras é bastante clara: Jesus se identifica como o Filho de Deus encarnado,
cuja origem está no Pai. Aqueles que são confrontados com essa revelação devem
reagir com fé ou rejeição, pois não há meio-termo.
Jesus afirmava que ninguém poderia ir a ele
se o Pai, que o enviou, não o conduzisse a ele. Ninguém pode reagir
favoravelmente ao convite de Jesus se o Pai não conduzir essa pessoa a Cristo.
O coração naturalmente endurecido da humanidade impede a aceitação desse
convite, a menos que ocorra urna obra graciosa de Deus (6.65).
Jesus afirmou o que estava escrito nas
Escrituras que seriam todos ensinados por Deus. O contexto original dessa citação
de Is 54.13 se refere à promessa da redenção final.
Jesus, ao indicar na frase seguinte que
aqueles que participam dessa realidade são os que vão até ele, identifica a si
mesmo como aquele em quem essa redenção final se realiza. Todos os que
desejarem, podem ir a Jesus; porém, como alguém pode ter essa disposição a
menos que a obra da graça esteja movendo o coração dessa pessoa para que ouça?
No verso 46, em seu arrazoado, Jesus, o Cristo,
afirma a sua própria divindade (1.18; 14.9).
Os
ouvintes de Jesus continuam interpretando mal as afirmações dele, pois só
atentam para o sentido físico e literal (cf. vs. 34).
Compreendido
em sentido literal, as palavras de Jesus seriam bastante censuráveis, pois
envolvem canibalismo e beber sangue, coisas que eram totalmente proibidas pela
lei (Gn 9.4; Lv 7.26-27; 17.10-14; Dt 12.23-24).
Contudo,
a fim de testar o coração deles, Jesus não corrigiu o equívoco. Ele usou essa
ilustração de comer a sua carne e beber o seu sangue para ilustrar a qualidade
da intimidade que há na união entre Cristo e o cristão.
Essa
união espiritual, pela qual Cristo concede sustento e uma nova vida ao cristão
é representada posteriormente na união da videira e seus ramos (15.1-8).
Algumas vezes é chamada de "união mística", pois a sua natureza transcende
a nossa compreensão e envolve uma identificação que ultrapassa a união entre
marido e esposa (Ef 5.32).
Dessa
união procedem todos os benefícios da salvação que são expressos na fórmula “em
Cristo” (Gl 2.20; Ef 1.3-14). A referência à ceia do Senhor é apenas indireta,
e essa passagem é mais bem compreendida como apontando para a realidade
espiritual do significado da ceia do Senhor: união com Cristo e o recebimento
de todos os benefícios da salvação por meio dele.
Jesus
afirmava que ele era o pão vivo que tinha descido do céu. O maná do deserto
também veio do céu (vs. 31.33); porém, esse pão [Jesus] não perece (em
contraste com o maná, que apodrecia no deserto) e concede vida eterna (e não
apenas vida física) a todos os que comem dele.
Os judeus
não entendia nada do que ele estava dizendo e mesmo perguntavam entre si como
poderia ele, Jesus, dar a eles a sua própria carne e sangue. Jesus afirmava que
se eles não comessem de sua carne, nem bebessem de seu sangue, não poderiam ter
vida nele. Esse comer e beber, representa a união indispensável com Cristo
mediante a fé e o Espírito Santo. Não há esperança de salvação a não ser pela
união com o Salvador.
O discurso
era insuportável e intragável, diziam que era duro demais. Jesus lhes responde
que se assim estavam achando o que seria então deles quando o vissem
crucificado? Ele usou a palavra "Subir" que é um termo semelhante a “levantado"
(3.14). Se os discípulos se escandalizaram com esse sermão "duro" (vs.
53-58, 60), qual seria a atitude deles ao verem o escândalo da crucificação?
Jesus
lhes dizia que era o espírito que os vivificava e não a carne, que nada
aproveitaria. As palavras dele eram na verdade espírito e vida para os que
acreditavam nele. Ele, contudo, sabia existir descrentes com ele, mas
prosseguiu dizendo que ninguém poderia ir a ele, se o Pai não o tivesse enviado.
Juntamente
com a multidão, muitos discípulos se tornaram incrédulos e abandonaram Jesus,
embora a fé dos doze tenha se aprofundado (como exemplificado na confissão de
Pedro).
Jesus,
vendo a reação deles, exclama para os seus discípulos se eles também iriam
querer se retirar dele. A pergunta de Jesus deu ocasião à firme confissão de
Pedro, o porta-voz dos doze (veja Mt 16.13-20; Mc 8.27-29; Lc 9.18-20): “Simão Pedro lhe respondeu: "Senhor,
para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. Nós cremos e sabemos que
és o Santo de Deus". (João 6:68,69).
Jesus
então afirma que tinha mesmo escolhido os doze, mas ali, confessou que um deles
era do diabo. Referia-se a Judas, filho de Simão Iscariotes, que, embora fosse
um dos Doze, mais tarde haveria de traí-lo.
Jo 6:1 Depois destas coisas,
atravessou
Jesus o mar da Galiléia, que é o de Tiberíades.
Jo 6:2 Seguia-o numerosa multidão,
porque
tinham visto os sinais que ele fazia na cura dos enfermos.
Jo 6:3 Então,
subiu
Jesus ao monte
e
assentou-se ali com os seus discípulos.
Jo
6:4 Ora, a Páscoa, festa dos judeus, estava próxima.
Jo 6:5 Então,
Jesus,
erguendo os olhos
e
vendo que grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe:
Onde
compraremos pães para lhes dar a comer?
Jo 6:6 Mas dizia isto para o
experimentar;
porque
ele bem sabia o que estava para fazer.
Jo 6:7 Respondeu-lhe Filipe:
Não
lhes bastariam duzentos denários de pão,
para
receber cada um o seu pedaço.
Jo 6:8 Um de seus discípulos,
chamado
André, irmão de Simão Pedro, informou
a Jesus:
Jo
6:9 Está aí um rapaz
que
tem cinco pães de cevada e dois peixinhos;
mas
isto que é para tanta gente?
Jo 6:10 Disse Jesus:
Fazei
o povo assentar-se;
pois
havia naquele lugar muita relva.
Assentaram-se, pois, os homens
em
número de quase cinco mil.
Jo 6:11 Então, Jesus tomou os pães
e,
tendo dado graças, distribuiu-os entre eles;
e
também igualmente os peixes, quanto queriam.
Jo 6:12 E, quando já estavam fartos,
disse
Jesus aos seus discípulos:
Recolhei
os pedaços que sobraram,
para
que nada se perca.
Jo 6:13 Assim, pois, o fizeram
e encheram doze cestos de pedaços dos
cinco pães de cevada,
que
sobraram aos que haviam comido.
Jo 6:14 Vendo, pois, os homens o sinal
que
Jesus fizera, disseram:
Este
é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo.
Jo 6:15 Sabendo, pois, Jesus que estavam
para vir
com
o intuito de arrebatá-lo para o proclamarem rei,
retirou-se
novamente, sozinho,
para
o monte.
Jo 6:16 Ao descambar o dia,
os
seus discípulos desceram para o mar.
Jo 6:17 E, tomando um barco,
passaram
para o outro lado, rumo a Cafarnaum.
Já se fazia escuro,
e Jesus ainda não viera ter com eles.
Jo 6:18 E o mar começava a empolar-se,
agitado
por vento rijo que soprava.
Jo 6:19 Tendo navegado uns vinte e cinco
a trinta estádios,
eis
que viram Jesus
andando
por sobre o mar, aproximando-se do barco;
e
ficaram possuídos de temor.
Jo 6:20 Mas Jesus lhes disse:
Sou
eu.
Não
temais!
Jo 6:21 Então, eles, de bom grado,
o
receberam,
e
logo o barco chegou ao seu destino.
Jo 6:22 No dia seguinte,
a
multidão que ficara do outro lado do mar
notou
que ali não havia senão um pequeno barco
e
que Jesus não embarcara nele com seus discípulos,
tendo
estes partido sós.
Jo 6:23 Entretanto, outros barquinhos
chegaram de Tiberíades,
perto
do lugar onde comeram o pão,
tendo
o Senhor dado graças.
Jo 6:24 Quando, pois, viu a multidão
que
Jesus não estava ali
nem
os seus discípulos,
tomaram
os barcos e partiram para Cafarnaum à sua procura.
Jo 6:25 E, tendo-o encontrado no outro
lado do mar, lhe perguntaram:
Mestre,
quando chegaste aqui?
Jo 6:26 Respondeu-lhes Jesus:
Em
verdade, em verdade vos digo:
vós
me procurais,
não
porque vistes sinais,
mas
porque comestes dos pães e vos fartastes.
Jo
6:27 Trabalhai, não pela comida que perece,
mas
pela que subsiste para a vida eterna,
a
qual o Filho do Homem vos dará;
porque
Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo.
Jo 6:28 Dirigiram-se, pois, a ele,
perguntando:
Que
faremos para realizar as obras de Deus?
Jo 6:29 Respondeu-lhes Jesus:
A
obra de Deus é esta:
que
creiais naquele que por ele foi enviado.
Jo 6:30 Então, lhe disseram eles:
Que
sinal fazes para que o vejamos e creiamos em ti?
Quais
são os teus feitos?
Jo
6:31 Nossos pais comeram o maná no deserto,
como está escrito:
Deu-lhes
a comer pão do céu.
Jo 6:32 Replicou-lhes Jesus:
Em
verdade, em verdade vos digo:
não
foi Moisés quem vos deu o pão do céu;
o
verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá.
Jo
6:33 Porque o pão de Deus é o que desce do céu
e
dá vida ao mundo.
Jo 6:34 Então, lhe disseram:
Senhor,
dá-nos sempre desse pão.
Jo 6:35 Declarou-lhes, pois, Jesus:
Eu
sou o pão da vida;
o
que vem a mim jamais terá fome;
e
o que crê em mim jamais terá sede.
Jo
6:36 Porém eu já vos disse que,
embora
me tenhais visto,
não
credes.
Jo
6:37 Todo aquele que o Pai me dá,
esse
virá a mim;
e
o que vem a mim,
de
modo nenhum o lançarei fora.
Jo
6:38 Porque eu desci do céu,
não
para fazer a minha própria vontade,
e
sim a vontade daquele que me enviou.
Jo
6:39 E a vontade de quem me enviou é esta:
que
nenhum eu perca de todos os que me deu;
pelo contrário,
eu
o ressuscitarei no último dia.
Jo
6:40 De fato, a vontade de meu Pai
é
que todo homem que vir o Filho
e
nele crer
tenha
a vida eterna;
e
eu o ressuscitarei no último dia.
Jo 6:41 Murmuravam, pois, dele os
judeus, porque dissera:
Eu
sou o pão que desceu do céu.
Jo 6:42 E diziam:
Não
é este Jesus, o filho de José?
Acaso,
não lhe conhecemos o pai e a mãe?
Como,
pois, agora diz:
Desci
do céu?
Jo 6:43 Respondeu-lhes Jesus:
Não
murmureis entre vós.
Jo
6:44 Ninguém pode vir a mim
se
o Pai, que me enviou, não o trouxer;
e
eu o ressuscitarei no último dia.
Jo
6:45 Está escrito nos profetas:
E
serão todos ensinados por Deus.
Portanto,
todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido,
esse
vem a mim.
Jo
6:46 Não que alguém tenha visto o Pai,
salvo
aquele que vem de Deus;
este
o tem visto.
Jo
6:47 Em verdade, em verdade vos digo:
quem
crê em mim tem a vida eterna.
Jo
6:48 Eu sou o pão da vida.
Jo 6:49 Vossos pais comeram o maná no
deserto e morreram.
Jo 6:50 Este é o pão que desce do céu,
para que todo o que dele comer não
pereça.
Jo 6:51 Eu sou o pão vivo que desceu do
céu;
se alguém dele comer,
viverá eternamente;
e o pão
que eu darei pela vida do mundo
é a minha carne.
Jo 6:52 Disputavam, pois, os judeus
entre si, dizendo:
Como pode este dar-nos a comer a sua
própria carne?
Jo 6:53 Respondeu-lhes Jesus:
Em verdade, em verdade vos digo:
se não comerdes a carne do Filho do
Homem
e não beberdes o seu sangue,
não tendes vida em vós mesmos.
Jo 6:54 Quem comer a minha carne
e
beber o meu sangue
tem a vida eterna,
e eu o ressuscitarei no último dia.
Jo
6:55 Pois a minha carne é verdadeira comida,
e o
meu sangue é verdadeira bebida.
Jo 6:56 Quem comer a minha carne
e beber o meu sangue
permanece em mim,
e eu, nele.
Jo 6:57 Assim como o Pai,
que vive,
me enviou,
e
igualmente eu vivo pelo Pai,
também quem de mim se alimenta
por mim viverá.
Jo 6:58 Este é o pão que desceu do céu,
em nada semelhante àquele que os vossos
pais comeram
e, contudo, morreram;
quem
comer este pão
viverá eternamente.
Jo 6:59 Estas coisas disse Jesus,
quando ensinava na sinagoga de
Cafarnaum.
Jo 6:60 Muitos dos seus discípulos,
tendo ouvido tais palavras, disseram:
Duro é este discurso;
quem o pode ouvir?
Jo 6:61 Mas Jesus,
sabendo por si mesmo
que eles murmuravam a respeito de suas
palavras, interpelou-os:
Isto
vos escandaliza?
Jo 6:62 Que será, pois,
se virdes o Filho do Homem
subir para o lugar onde primeiro estava?
Jo 6:63 O espírito é o que vivifica;
a carne para nada aproveita;
as palavras que eu vos tenho dito
são espírito
e são vida.
Jo
6:64 Contudo, há descrentes entre vós.
Pois Jesus sabia,
desde o princípio,
quais eram os que não criam
e quem o havia de trair.
Jo 6:65 E prosseguiu:
Por causa disto, é que vos tenho dito:
ninguém poderá vir a mim,
se, pelo Pai, não lhe for concedido.
Jo 6:66 À vista disso,
muitos dos seus discípulos o abandonaram
e já não andavam com ele.
Jo 6:67 Então, perguntou Jesus aos doze:
Porventura, quereis também vós outros
retirar-vos?
Jo 6:68 Respondeu-lhe Simão Pedro:
Senhor, para quem iremos?
Tu tens as palavras da vida eterna;
Jo 6:69 e nós temos crido
e conhecido que tu és
o Santo de Deus.
Jo 6:70 Replicou-lhes Jesus:
Não vos escolhi eu em número de doze?
Contudo, um de vós é diabo.
Jo 6:71 Referia-se ele a Judas,
filho de Simão Iscariotes;
porque era quem estava para traí-lo,
sendo um dos doze.
Ele deixa claro nas suas palavras que não foi por causa do sinal
que eles o procuravam, mas porque tinham comido e se fartado. Jesus mesmo disse
que ele é o pão vivo que desceu do céu e que verdadeiramente alimenta a alma.
Após o seu duro discurso, muitos o abandonaram, mas não os 12
que nas palavras de Pedro revelam que Jesus é o Senhor e que somente o Senhor
tem as palavras de vida eterna.
Fique à vontade para tecer seus comentários. No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 : devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.