Estamos no capítulo 32/66, na terceira
parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como temos dito, a época corresponde
ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se encontra detalhada em II Re 15:1 a
20:21, envolvendo os públicos de Israel e Judá. Veja nosso mapinha de nossas
reflexões:
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1
– 39:8.
C. A invasão de Senaqueribe – 28:1 a 39:8.
a. Os oráculos do profeta relacionados a Ezequias (28:1 – 35:10).
2. O problema do Egito (30:1 – 32:20), com dois ais 30.1;
31.1.
Como também
havíamos dito, Ezequias não se lembrou do Senhor, mas buscou nos egípcios ajuda
contra as forças assírias. Tal como Acaz, antes dele (cap. 7), ele confiou mais
nas outras nações do que no Senhor. Isaías condenou essas ações de Ezequias.
Essa parte “2” também
foi dividida em nove seções nas quais está se tratando desses dois temas
interessantes, em forma de contraste: a confiança no Egito e a confiança no
Senhor.
Nossa tendência
natural é confiar mais no que é visível e palpável do que no Deus invisível;
mais nas finanças e no poder econômico do que nas provisões do Senhor; mais nos
médicos, drogas e remédios, do que no poder de cura do Senhor. Vejamos como
estamos em nossas nove partes:
(1) Isaías
adverte quanto a confiar no Egito (30:1-7) – já vista; (2) Isaías acusa Judá de não confiar em Deus (30.8-14) – já vista; (3) Isaías chama ao
arrependimento (30.15-18) – já vista;
(4) Isaías proclama que apenas o Senhor poderia trazer bênção e alegria 30:19-26)
– já vista; (5) Isaías enfatiza que a
Assíria seria destruída (30:27-33) – já
vista; (6) Isaías pronuncia um ai contra aqueles que confiaram no Egito
(31.1-3) – já vista; (7) Isaías demonstra
que a intervenção de Deus é a única esperança de Judá (31:4-9) – já vista; (8) Isaías declara que tudo ficaria
bem quando Deus colocasse governantes justos para substituir aqueles que haviam
fracassado na liderança nos dias de Ezequias (32:1-8) – veremos agora; e (9) Isaías chama o povo a que abandone a falsa
confiança e espere no Espirito de Deus (32.9-20) - veremos e concluiremos neste capítulo.
(8) Isaías declara que tudo ficaria bem
quando Deus colocasse governantes justos para substituir aqueles que haviam
fracassado na liderança nos dias de Ezequias (32:1-8).
Até o vs 8,
veremos que Isaías encerra essa seção sobre o problema do Egito lembrando aos
habitantes de Judá sobre as bênçãos futuras que viriam quando os líderes de
Jerusalém não fossem mais insensatos desprezando o Senhor e confiando na força
das aparências.
O grande Filho de
Davi reinaria (9:1-7; 11:1-9; 28:16; Jo 10:11,16) com justiça e líderes
piedosos serviriam sob o seu comando (1:25-26; I Pe 5:2).
A descrição do
verso 2 se aplica ainda ao Filho de Davi: ele é:
·Ele é um esconderijo contra o vento.
·Ele é um refúgio contra a tempestade.
·Ele é como ribeiros de águas em lugares secos.
·Ele é como uma sombra de uma grande rocha em terra sedenta.
Pela dependência
dos habitantes de Judá em Deus contra o vento, a tempestade, os lugares secos e
a terra sedenta,em contraste com a sua
confiança na ajuda do Egito que oferecia apenas as aparências das coisas,
chegaria a época em que Judá confiaria totalmente no Senhor.
Esse seria um
tempo de bênçãos sem precedentes (28:7; 29:9-10; 30:1-2,12; 31:1-2) que geraria
conhecimento no coração dos imprudentes, desembaraço da fala destinada aos gagos, em grande contraste
com os 6:9-10; 28:7-8; 29:9-10, 14; 30:1-2; 31:1 e, ainda, correta
classificação, sem engano, do vil e do avarento que serão desmascarados,
O líder de Judá é
visto aqui nos versos de 5 a 7, pela narrativa, como uma pessoa sem visão,
intolerante e mesquinha que desencaminhou o povo, levando-o a depender do
Egito, em vez de confiar no Senhor (cf. Sl 14:1; Pv 17:7; Jr 17:11; Lc 12:20).
(9) Isaías chama o povo a que abandone a
falsa confiança e espere no Espirito de Deus (32.9-20)Egito (31.1-3).
Em contraste com
o louco ou com o avarento que maquina invenções para destruir os mansos, o
nobre ou o liberal perseverará e prosperará, pois ele tem futuro e recompensa
por causa de Deus e de seus projetos nobres (Sl 1:5-6).
Dos versos de 9
ao 20, a seção se encerra com a pregação de Isaías ao povo de Deus para que
coloque a sua confiança no Espírito de Deus em vez de nas estratégias seguidas
pelos seus líderes.
O povo tinha
confiança no sucesso dos seus planos (vs. 5-7; cf. 3:16-24; Am 6:1; Zc 1:15) e
andavam por aí "despreocupadamente" que é a mesma palavra traduzida
como "segurança" no vs. 17 e "seguras" no vs. 18. Essa
falsa segurança baseada na confiança no Egito é contrastada com a verdadeira
segurança baseada na confiança em Deus.
Unia mudança
repentina da segurança para o desespero estava prevista para as mulheres que
estavam sossegadas. Uma colheita pobre que é uma ilustração do julgamento de Deus,
estava por ocorrer.
Elas foram
convidadas a tremerem e a se debaterem numa expressão de comportamento que
corresponde ao fato e à severidade da desventura (vs. 13-14). É como você estar
numa estação de trem aguardando o seu importante embarque internacional e
descobrir que o seu trem, tão esperado, acaba de passar e você não percebeu.
Aquela confiança
e segurança na passagem de nada valeram por que o trem já se foi e agora vem o
pânico e a desventura.
Tudo se tornaria
estéril porque o povo colocou a sua confiança em outras coisas que não no
Senhor (cf. 5:5-6; 16:8-10; 24:4-9; 34:13-15). As forças humanas e o s seus
recursos podem de uma hora para outra perderem todo o seu valor e significado. Basta
que o governos sai de uma mão diligente para outra irresponsável ou violenta.
O fato de
estarmos vivos hoje e termos o que comer, vestir e onde ficar são pura demonstração
de graça do Senhor Soberano. O povo deveria confiar em Deus porque somente ele
tinha o poder para restaurar a sorte de Israel. Deus está e sempre esteve no
controle de tudo e de todas as coisas e jamais desrespeitou a vontade humana
em suas escolhas imbecis.
Quando as ameaças
dos inimigos não fossem mais preocupantes, O Espírito Santo levaria Israel de
volta à ordem de Deus. Ele é o Espírito de restauração (vs 15; 11:2; 28:6; 42:1;
61:1; Ir 31:33; Ez 36:27; II 2:28-29), que vem lá do alto, de onde procede e
vem. Em contraste com os poderes terrenos que são instáveis, inseguros e sem
garantias nenhuma de força e poder.
Onde habitaria o
juízo e a justiça? No deserto e no campo fértil! Quando a justiça reina,
sobrevêm a paz e com ela temos repouso e segurança, por isso que está nos
campos férteis onde devem morar igualmente o povo da paz, o povo de Deus fiel à
sua palavra e ao seu reino – vs 16 ao 18 – que receberam o Espírito lá do alto –
vs 15.
Is 32:1 Eis que reinará um rei com
justiça,
e
dominarão os príncipes segundo o juízo.
Is
32:2 E será aquele homem como um esconderijo contra o vento,
e
um refúgio contra a tempestade, como ribeiros de águas
em
lugares secos, e como a sombra de uma grande
rocha
em terra sedenta.
Is
32:3 E os olhos dos que veem não olharão para trás;
e
os ouvidos dos que ouvem estarão atentos.
Is
32:4 E o coração dos imprudentes entenderá o conhecimento;
e
a língua dos gagos estará pronta para falar distintamente.
Is
32:5 Ao vil nunca mais se chamará liberal;
e
do avarento nunca mais se dirá que é generoso.
Is
32:6 Porque o vil fala obscenidade,
e
o seu coração pratica a iniquidade, para usar hipocrisia,
e
para proferir mentiras contra o SENHOR,
para
deixar vazia a alma do faminto,
e
fazer com que o sedento venha a ter
falta
de bebida.
Is
32:7 Também todas as armas do avarento são más;
ele
maquina invenções malignas, para destruir os mansos
com
palavras falsas, mesmo quando o pobre chega
a
falar retamente.
Is
32:8 Mas o liberal projeta coisas liberais,
e
pela liberalidade está em pé.
Is
32:9 Levantai-vos, mulheres, que estais sossegadas,
e
ouvi a minha voz; e vós, filhas, que estais tão seguras,
inclinai
os ouvidos às minhas palavras.
Is
32:10 Porque num ano e dias vireis a ser turbadas,
ó
mulheres que estais tão seguras;
porque
a vindima se acabará, e a colheita não virá.
Is
32:11 Tremei, mulheres que estais sossegadas, e turbai-vos vós,
que
estais tão seguras; despi-vos, e ponde-vos nuas,
e
cingi com saco os vossos lombos.
Is
32:12 Baterão nos peitos, pelos campos desejáveis,
e
pelas vinhas frutíferas.
Is
32:13 Sobre a terra do meu povo virão espinheiros
e
sarças, como também sobre todas as casas onde há alegria,
na
cidade jubilosa.
Is
32:14 Porque os palácios serão abandonados,
a
multidão da cidade cessará; e as fortificações e as torres
servirão
de cavernas para sempre, para alegria
dos
jumentos monteses,
e
para pasto dos rebanhos;
Is
32:15 Até que se derrame sobre nós o espírito lá do alto;
então
o deserto se tornará em campo fértil,
e
o campo fértil será reputado por um bosque.
Is
32:16 E o juízo habitará no deserto,
e
a justiça morará no campo fértil.
Is
32:17 E o efeito da justiça será paz,
e
a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.
Is
32:18 E o meu povo habitará em morada de paz,
e
em moradas bem seguras,
e
em lugares quietos de descanso.
Is
32:19 Mas, descendo ao bosque, cairá saraiva
e
a cidade será inteiramente abatida.
Is
32:20 Bem-aventurados vós os que semeais junto a todas as águas;
e
deixais livres os pés do boi e do jumento.
Embora o dia do
Senhor fosse terrível em muitos aspectos, fazendo cair a saraiva ao descer ao
bosque e fazendo a cidade inteiramente abatida – vs 19 -, os filhos de Deus
receberiam a proteção (31:5) e as bênçãos divinas (30:23-26).
Os que semearem
junto a todas as águas das nações deixando livres os pés dos bois e dos
jumentos – sem violência e com respeito - estariam como o Espirito de Deus, da
restauração, tornando as coisas mortas em vivas e renovadas para a glória de Deus.
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