Em nossa leitura, meditação e reflexão, capítulo
por capítulo, nós nos encontramos aqui no capítulo 58 e nas seguintes partes:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO
BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
D. O caminho de arrependimento e
restauração que Israel precisava percorrer para poder desfrutar da restauração
(56:1 – 66:24).
1. A importância do sábado da
justiça (56:1-58:14).
Como já dissemos, de 56:1 a 58:14, desta
parte “1”, veremos a ênfase na importância do sábado da justiça, não pelo
sábado em si, mas por causa da palavra de Deus e do senso da justiça. Nesses
capítulos Isaías se concentrará na guarda do sábado como uma provisão de
justiça e retidão de Israel.
Nós dividimos esse material em três partes
principais: a. Os judeus e os gentios e o sábado e a justiça (56:1-8) – já vista; b. A divisão entre justos e
ímpios em Israel (56:9-57:21) – já vimos;
e, c. A necessidade de guardar o sábado como um dia de justiça (58:1-14) – veremos agora.
c. A necessidade de guardar o sábado como um dia de justiça (58:1-14).
Nós estamos seguindo a estruturação
proposta pela BEG, com ligeiras adaptações, no entanto, este capítulo em
especial não deveria ganhar, somente, o nome que ganhou, mas deveria ter um
complemento falando do verdadeiro jejum que agrada a Deus.
Dos versos de 1 a 14, veremos o profeta
falando, então, do verdadeiro jejum que agrada a Deus e da observância do
sábado e a prática da justiça.
Tendo já mencionado as bênçãos concedidas
aos gentios e eunucos que observavam o sábado, assim como a importância do
arrependimento humilde entre os exilados, Isaías aplica esses temas diretamente
aos israelitas ao chamá-los, primeiramente, a prática do verdadeiro jejum que
agrada a Deus, e depois a observar o sábado de maneira correta.
O profeta é intimado por Deus a conclamar,
a anunciar a plenos pulmões, com todas as suas forças e com todo o poder de sua
voz, de modo alto e claro, como se fosse uma trombeta, sobre as suas
transgressões e os seus pecados (Ex 19:19; 20:18; Os 8:1; I Co 14:8).
A verdade é que a hipocrisia dos israelitas
acabava de ser exposta. Embora parecessem piedosos, eles não o eram. A prevista
reclamação dos exilados era que eles já haviam jejuado e se humilhado, mas Deus
não lhes respondera com a libertação do exílio.
O profeta, então, por pura graça divina,
lhes explica por que jejuaram e nada aconteceu. Eles simplesmente estavam
cuidando somente dos seus próprios interesses e sendo exigentes. Eles não
estavam preocupados com os direitos dos outros ou com a justiça demonstrada a
essas pessoas (cf. 1:15-17; 59:2; Os 6:4-6; Am 5:23-24; Zc 7:8-12).
Em vez de separar o dia de modo que todos
pudessem se dedicar ao descanso e à adoração, eles exploravam e surravam o
empregado que não trabalhava e se afligiam privando-se de alimentos e água,
chamando a isso de jejum e sacrifício ao Senhor.
Não adiantava nada daquilo, pois Deus não
recebe favoravelmente a oração que não é pronunciada em espírito de amor e em
observância à justiça.
Deus contrastou o seu conceito de jejum com
o do ímpio em Israel (1:10-15; Am 5:21-23; Mq 6:7). Deus procurava expressões
de humildade e quebrantamento interiores diante deles, não devoção a rituais
(cf. Mt 6:16), mas eles insistiam em cerimônias de lamento que acompanhavam o
jejum (II Sm 12:16; JI 1:13,14) desacompanhadas da justiça ou do amor.
No verso 6, um exemplo do verdadeiro jejum,
uma clara definição do tipo de jejum que uma nação injusta deveria fazer: seus
cidadãos deveriam negar a si mesmos para resgatar o oprimido e ajudar o
necessitado (cf. Jó 31:17-20; Mt 25:35-36). No entanto, o que fazemos é
desprezá-los e deixá-los à mingua.
Repartir o pão com o faminto, recolher em
casa os pobres desabrigados, cobrir o nu, deixar livre os oprimidos, despedaçar
todo jugo são atitudes a serem praticadas e incentivadas que nos levarão – vs.
8 – ao romper da luz como a alva, à cura, à justiça e à glória do Senhor, sendo
esta nossa retaguarda. A glória do Senhor é essa que nos remete à coluna de
nuvem e fogo no deserto (4:5,6; Ex 13:21; 14:20).
Um jejum desses de amor e de justiça acompanhado
de contrição e arrependimento pelo pecado seria um jejum verdadeiro que Deus atentaria.
O glorioso reino de Deus (9:2; 60:1-3; Lc 1:78-79), então, se manifestaria com
a bênção e a proteção de Deus (vs. 5; 60:1-3), com transformação (30:26), com o
estabelecimento de uma nova ordem (1:21) e com a presença do Deus da glória (4:2).
Sendo assim, sem dúvidas, Deus responderia
à oração (30:19; 65:24; cf. vs. 4) dizendo para nós: “Eis-me aqui!”. Pelo contrário,
não adianta sacrificar-se tolamente.
Seria necessário, portanto, tirar daquele
meio todo o jugo, todo dedo que ameaça, todo falar injurioso e, ato contíguo,
abrir a alma ao próximo.
Seria necessário abrir-se ao outro. Vemos aqui
no verso 10, um chamado a "abrir a alma" para cuidar dos necessitados
(vs. 7) com uma consequente promessa de um alvorecer de uma nova era, com um
brilho ainda maior (2:5; 5:30).
As promessas e bênçãos se estendem pelos
vs. 11 e 12. Os restaurados do exílio careciam de recursos espirituais e
econômicos para a reconstrução (veja 44:26,28; 61:2,4; Ez 36:10; Am 9:14-15; Ag
1:2-9; cf: At 15:15-17), no entanto, seus filhos (obviamente se fizessem o que
está escrito no vs. 10) edificariam as antigas ruínas e levantariam os
fundamentos de muitas gerações a ponto de serem chamados de reparadores de
brechas e de veredas para que o povo de Deus em sua nação se tornasse habitável
– vs. 12.
Is 58:1 Clama em alta voz,
não
te detenhas,
levanta
a tua voz como a trombeta
e
anuncia ao meu povo a sua transgressão,
e
à casa de Jacó os seus pecados.
Is
58:2 Todavia me procuram cada dia,
tomam
prazer em saber os meus caminhos;
como
se fossem um povo que praticasse a justiça
e
não tivesse abandonado a ordenança do seu Deus,
pedem-me
juízos retos,
têm
prazer em se chegar a Deus!,
Is
58:3 Por que temos nós jejuado, dizem eles,
e
tu não atentas para isso?
por
que temos afligido as nossas almas, e tu não o sabes?
Eis
que no dia em que jejuais,
prosseguis
nas vossas empresas,
e
exigis que se façam todos os vossos trabalhos.
Is
58:4 Eis que para contendas e rixas jejuais,
e
para ferirdes com punho iníquo!
Jejuando
vós assim como hoje,
a
vossa voz não se fará ouvir no alto.
Is
58:5 Seria esse o jejum que eu escolhi?
o
dia em que o homem aflija a sua alma?
Consiste
porventura, em inclinar o homem a cabeça
como junco e em estender debaixo
de
si saco e cinza?
chamarias
tu a isso jejum e dia aceitável ao Senhor?
Is
58:6 Acaso não é este o jejum que escolhi?
que
soltes as ligaduras da impiedade,
que
desfaças as ataduras do jugo?
e
que deixes ir livres os oprimidos,
e
despedaces todo jugo?
Is 58:7 Porventura não é também
que repartas o teu pão
com
o faminto,
e
recolhas em casa os pobres desamparados?
que
vendo o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?
Is
58:8 Então romperá a tua luz como a alva,
e
a tua cura apressadamente brotará.
e
a tua justiça irá adiante de ti;
e
a glória do Senhor será a tua retaguarda.
Is
58:9 Então clamarás, e o Senhor te responderá;
gritarás,
e ele dirá:
Eis-me
aqui.
Se
tirares do meio de ti o jugo,
o
estender do dedo,
e
o falar iniquamente;
Is
58:10 e se abrires a tua alma ao faminto,
e
fartares o aflito;
então
a tua luz nascerá nas trevas,
e
a tua escuridão será como o meio dia.
Is
58:11 O Senhor te guiará continuamente,
e
te fartará até em lugares áridos,
e
fortificará os teus ossos;
serás
como um jardim regado,
e
como um manancial, cujas águas nunca falham.
Is
58:12 E os que de ti procederem edificarão as ruínas antigas;
e
tu levantarás os fundamentos de muitas gerações;
e
serás chamado reparador da brecha,
e
restaurador de veredas para morar.
Is
58:13 Se desviares do sábado o teu pé,
e
deixares de prosseguir nas tuas empresas no meu santo dia;
se
ao sábado chamares deleitoso,
ao
santo dia do Senhor, digno de honra;
se
o honrares, não seguindo os teus caminhos,
nem
te ocupando nas tuas empresas,
nem
falando palavras vãs;
Is
58:14 então te deleitarás no Senhor,
e
eu te farei cavalgar sobre as alturas da terra,
e
te sustentarei com a herança de teu pai Jacó;
porque
a boca do Senhor o disse.
Agora, no vs. 13, o jejum geral estava
intimamente ligado ao sábado. O Senhor não rejeitava o ritual em si; ele era um
sinal da aliança.
No entanto, a condicional atrelada ao
prestígio social, ao ganho financeiro e ao poder político (33:15) era o “se
desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos seus próprios interesses”.
Fique à vontade para tecer seus comentários. No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 : devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.
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