Estamos trabalhando na quarta parte, de
nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação
apresentada pela BEG. Estamos no capítulo 5.
IV. OS PECADOS E JULGAMENTOS DE JUDÁ (3.6-6.30) - continuação.
Como já dissemos, nós já vimos os pecados
repetidos de Judá (2.1-3.5) que levaram aos julgamentos divinos e, agora, em
consequência os pecados que os levaram à invasão estrangeira (3.6-6.30).
Também havíamos dividido essa parte “4”
como segue:: A. Judá é pior do que Israel - 3.6-4.4 – já vimos; B. O julgamento por meio da invasão - 4.5-31 – já vimos; C. A cidade pecaminosa de
Jerusalém - 5.1-13 – veremos agora;
D. O julgamento por meio da destruição de Jerusalém - 5.14-19 - veremos agora; E. Os pecados de Judá -
5.20-31 - veremos agora; F. O
julgamento por meio do exílio – 6:1-30.
C. A cidade pecaminosa de Jerusalém - 5.1-13.
Até ao verso 13, veremos Jeremias falando
dessa cidade pecaminosa de Jerusalém. O profeta volta ao tema do pecado,
concentrando-se especialmente na perversidade em Jerusalém.
No verso primeiro a busca por um homem, um
único representante dos homens que pratique a justiça e busque a verdade e se
houvesse esse homem, provavelmente uma alusão à oração de Abraão em favor de
Sodoma (Gn 18.22-32) e uma resposta implícita à petição de Jeremias em favor da
cidade (recusada posteriormente em 7.16). a situação de Jerusalém era tão
deplorável que não foi possível encontrar uma única pessoa honesta.
Com engano serviam e juravam ao Senhor
dizendo “vive o Senhor!”.Eles endureceram
o rosto mais do que uma rocha. A maior frustração do profeta é a determinação
do povo de não se arrepender (cf. Ez 3.7-9).
O Senhor os feriu e até os consumiu, mas
eles resistiram e preferiram o pecado, a mentira e a ilusão.
O Senhor depois de tanto provar o povo,
voltou-se para os grandes, os líderes que provavelmente saberiam os caminhos do
Senhor e a justiça do seu Deus, mas de comum acordo quebraram o jugo e romperam
as ataduras.
A maldição então é decorrente. Essa
violação da aliança com o Senhor traria suas maldições sobre o povo (lv 26.22).
No verso 7, uma pergunta muito
interessante: como poderia Deus perdoá-los? Essa pergunta dá continuidade ao
assunto do vs. 1. depois de eu os ter fartado, adulteraram. O povo buscava os
falsos deuses na ilusão de que estes tinham poder de tornar a terra fértil. O
Senhor afirma que também é soberano nesse âmbito (Os 2.8-9). Eles haviam se
prostituido nessas casas de meretrizes, nessas casas que eram usadas especificamente
para a prostituição religiosa.
A prostituição religiosa se transforma em adultério
explícito. Como os cavalos e éguas no cio, totalmente absortos em seus desejos,
eles se envolviam de forma profunda maculando ainda mais sua alma e se
comprometendo com a mentira.
O Senhor jamais os deixaria desse jeito. A
metáfora do tribunal volta a ser usada mediante um apelo implícito a
testemunhas. O Senhor executaria a sua justiça contra povos que se corrompiam.
Essa indicação de que o castigo não seria
definitivo é uma dentre várias desse tipo no início do livro (cf. 12.14-17;
16.14-15; 23.3). As gravinhas, e não toda a vinha, é que não são do SENHOR –
como na parábola do joio e do trigo – Mt 13:25. Ao mesmo tempo, a situação
pactual de Judá é revogada (Os 1.9). Fica clara aqui a necessidade
aparentemente irreconciliável de julgamento e salvação.
Aleivosamente, talvez por causa das
gravinhas/joio, se houveram contra o Senhor e o negaram – vs 12 - ou,
"Mentiram a respeito do SENHOR". A crença equivocada acerca de Deus
estava relacionada à falsidade em todas as partes da sociedade (cf. 9.3-6). Não
é ele. Ou, "Ele não vai fazer nada!", ou seja, Deus não se importa,
não é imanente, mas tão somente transcendente. Essa era a mensagem dos falsos
profetas (cf. 28.2-4).
Havia, com exceção de alguns, entre eles
Jeremias, muitos dos falsos profetas que predominavam nessa época – vs. 13.
D. O julgamento por meio da destruição de Jerusalém - 5.14-19.
Até ao verso 19, estaremos vendo o
julgamento por meio da destruição de Jerusalém. Em resposta à corrupção de
Jerusalém, Deus trairia invasores que atacariam a cidade e a destruiriam.
Deus promete dar ao profeta Jeremias uma
palavra que sairia de sua boca como fogo sendo eles os gravetos que se
inflamariam com as chamas.
Uma nação de longe traria o Senhor. Essa nação
seriam os babilônios. Um povo diferente, de longe, antigo, de linguagem
diferente, onde os seus guerreiros são valentes e trazem flechas certeiras de
morte, que comerão toda a colheita e todo pão que seriam destinados par ao povo
e ainda comerão dos rebanhos e do gado, dos frutos da vide e da figueira e as
cidades fortificadas em que Jerusalém se fiava seriam abatidas à espada.
O exército invasor seria absolutamente
cruel. Suas atrocidades seriam a antítese das bênçãos da aliança. Para a
promessa das coisas que nesse momento eram consumidas, veja Dt 7.13.
Essa destruição terrível, no entanto, não
seria final, mas seria certa. Não adiantaria focos de resistência ou levantes
patrióticos. Jeremias explicou por que enfatizava o anúncio do julgamento
contra Judá: ele queria que os exilados lessem o seu livro e discernissem como
deveriam reagir. Eles tinham de entender que Deus havia mandado esse terrível
castigo a eles por causa da idolatria.
E. Os pecados de Judá - 5.20-31.
Até ao verso 31, novamente são demonstrados
os pecados de Judá. Jeremias volta a citar os pecados do povo de Deus em Judá
para explicar por que o exílio aconteceria.
O apelo profético era para os que tinham
olhos, mas não viam e ouvidos, mas não ouviam, daí o serem chamados de
insensatos. Não temereis a mim? Jeremias argumenta com base no poder de Deus na
criação (cf. Jó 38 - 41; Rm 1.18-20).
Apesar dos argumentos, o verso 23 esclarece
a razão de eles verem, mas não verem e ouvirem, mas não ouvirem. Os seus
corações estavam sobrecarregados. Por isso que eram obstinados e rebeldes, por
isso rebelaram-se e se foram.
O profeta relembra a eles as bênçãos da
aliança com seu Deus ("para o nosso perpétuo bem" [Dt 6.24). e foram
as suas iniquidades que desviaram o bem e os seus pecados que os destruíram –
vs. 25.
E inerente à perversidade seduzir até mesmo
os inocentes com seus ardis. Assim, os ímpios, no meio do povo, o joio maldito,
as gravinhas terríveis, com as suas palavras lisonjeiras em Pv 2.12-19 estavam
desviando todo o povo e os conduzindo a um desfecho terrível.
Jeremias passa da discussão do pecado de
caráter especificamente religioso para o âmbito ético (ainda que ambos sejam
intimamente relacionados). Engordam, tornam-se nédios, numa ilustração da
prosperidade egoísta (SI 73.7) e maldita. Esquecem-se de praticarem a justiça,
o amor, a verdade e a misericórdia.
Deus não gosta, não aprova que os homens
vivam tão terrivelmente distantes a ponto de se tornarem monstros egoístas e
gananciosos, cujo Deus é o ventre e o fim o lago de fogo e enxofre para todo o
sempre.
Jr 5:1 Dai voltas às ruas de Jerusalém,
e vede agora,
e informai-vos, e buscai pelas suas praças
a
ver se podeis achar um homem,
se há alguém
que pratique a justiça, que busque a verdade;
e
eu lhe perdoarei a ela.
Jr 5:2 E
ainda que digam:
Vive
o Senhor; de certo falsamente juram.
Jr 5:3 Ó
Senhor, acaso não atentam os teus olhos para a verdade?
feriste-os,
porém não lhes doeu;
consumiste-os,
porém recusaram receber a correção;
endureceram
as suas faces mais do que uma rocha;
recusaram-se
a voltar.
Jr 5:4 Então
disse eu:
Deveras
eles são uns pobres; são insensatos,
pois
não sabem o caminho do Senhor,
nem
a justiça do seu Deus.
Jr 5:5 Irei
aos grandes, e falarei com eles;
porque
eles sabem o caminho do Senhor,
e
a justiça do seu Deus;
mas aqueles
de comum acordo quebraram o jugo,
e
romperam as ataduras.
Jr 5:6 Por
isso um leão do bosque os matará,
um
lobo dos desertos os destruirá;
um
leopardo vigia contra as suas cidades;
todo
aquele que delas sair será despedaçado;
porque
são muitas as suas transgressões,
e multiplicadas as suas apostasias.
Jr 5:7 Como
poderei perdoar-te?
pois
teus filhos me abandonaram a mim,
e
juraram pelos que não são deuses;
quando eu os
tinha fartado, adulteraram,
e
em casa de meretrizes se ajuntaram em bandos.
Jr 5:8 Como
cavalos de lançamento bem nutridos,
andavam
rinchando cada um à mulher do seu próximo.
Jr 5:9 Acaso
não hei de castigá-los por causa destas coisas?
diz
o Senhor; ou não hei de vingar-me
de
uma nação como esta?
Jr 5:10 Subi
aos seus muros, e destruí-os;
não
façais, porém, uma destruição final;
tirai
os seus ramos; porque não são do Senhor.
Jr 5:11
Porque aleivosissimamente se houveram contra mim
a
casa de Israel e a casa de Judá, diz o Senhor.
Jr 5:12
Negaram ao Senhor, e disseram:
Não
é ele; nenhum mal nos sobrevirá;
nem
veremos espada nem fome.
Jr 5:13 E até
os profetas se farão como vento,
e
a palavra não está com eles; assim se lhes fará.
Jr 5:14 Portanto
assim diz o Senhor, o Deus dos exércitos:
Porquanto
proferis tal palavra,
eis
que converterei em fogo as minhas palavras
na
tua boca, e este povo em lenha,
de
modo que o fogo o consumirá.
Jr 5:15 Eis
que trago sobre vós uma nação de longe,
ó
casa de Israel, diz o Senhor;
é
uma nação durável, uma nação antiga,
uma
nação cuja língua ignoras,
e
não entenderás o que ela falar.
Jr 5:16 A sua
aljava é como uma sepultura aberta;
todos
eles são valentes.
Jr 5:17 E
comerão a tua sega e o teu pão,
que
teus filhos e tuas filhas haviam de comer;
comerão
os teus rebanhos e o teu gado;
comerão
a tua vide e a tua figueira;
as
tuas cidades fortificadas, em que confias,
abatê-las-ão
à espada.
Jr 5:18
Contudo, ainda naqueles dias, diz o Senhor,
não
farei de vós uma destruição final.
Jr 5:19 E
quando disserdes:
Por
que nos fez o Senhor nosso Deus todas estas coisas?
então lhes
dirás:
Como
vós me deixastes, e servistes deuses estranhos
na
vossa terra, assim servireis estrangeiros,
em
terra que não e vossa.
Jr 5:20
Anunciai isto na casa de Jacó,
e
proclamai-o em Judá, dizendo:
Jr 5:21 Ouvi
agora isto, ó povo insensato e sem entendimento,
que
tendes olhos e não vedes,
que
tendes ouvidos e não ouvis:
Jr 5:22 Não
me temeis a mim? diz o Senhor;
não
tremeis diante de mim, que pus a areia por limite ao mar,
por
ordenança eterna, que ele não pode passar?
Ainda que se
levantem as suas ondas,
não
podem prevalecer;
ainda que
bramem,
não
a podem traspassar.
Jr 5:23 Mas
este povo é de coração obstinado e rebelde;
rebelaram-se
e foram-se.
Jr 5:24 E não
dizem no seu coração:
Temamos
agora ao Senhor nosso Deus,
que
dá chuva, tanto a temporã como a tardia,
a
seu tempo, e nos conserva as semanas
determinadas
da sega.
Jr 5:25 As
vossas iniquidades desviaram estas coisas,
e
os vossos pecados apartaram de vos o bem.
Jr 5:26
Porque ímpios se acham entre o meu povo;
andam
espiando, como espreitam os passarinheiros.
Armam
laços, apanham os homens.
Jr 5:27 Qual
gaiola cheia de pássaros,
assim
as suas casas estão cheias de dolo;
por
isso se engrandeceram, e enriqueceram.
Jr 5:28
Engordaram-se, estão nédios;
também
excedem o limite da maldade;
não
julgam com justiça a causa dos órfãos,
para
que prospere, nem defendem
o
direito dos necessitados.
Jr 5:29 Acaso
não hei de trazer o castigo por causa destas coisas?
diz
o senhor;
ou
não hei de vingar-me de uma nação como esta?
30 Coisa
espantosa e horrenda tem-se feito na terra:
31 os
profetas profetizam falsamente,
e
os sacerdotes dominam por intermédio deles;
e
o meu povo assim o deseja.
Mas
que fareis no fim disso?
Não é à toa que o profeta exclama o quão espantoso
e horrendo é o terem feito na terra tais coisas – vs. 30.
Esse mal também era o desejo do próprio
povo – vs. 31. É o que deseja o meu povo: não apenas os ofícios de profeta e
sacerdote se encontravam corrompidos, como também o povo de Judá se agradava
disso e não desejava que a situação mudasse.
Parece até algo semelhante com nosso país,
o Brasil, aqui nos idos de 2015. Temo por isso as consequências que poderão
advir, como veio a eles naqueles tempos. O confortável é que o Senhor os amou e
ainda os orientou como deveriam viver no cativeiro até que o juízo se concluísse
(70 anos, uma geração!) e somente sobrassem depois os remanescentes.
Fique à vontade para tecer seus comentários. No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 : devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.
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Paulo Freire – Uma avaliação relâmpago
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É sempre surpreendente, para mim, ver que a maioria das referências feitas
ao professor Paulo Freire (1921-1997) são benevolentes e eivadas de
admiração. ...
TRANSTORNANDO O CALVINISMO
-
A doutrina Calvinista é a mais bela expressão do ensino bíblico
transmitida a nós pelo seu maior representante - João Calvino. É claro, a
de se ori...
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