sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
sexta-feira, dezembro 26, 2014
Jamais Desista
Isaías 29:1-24 - CULTOS NOS RITOS E FORMAS CERTAS NÃO SÃO SUFICIENTES.
Estamos no capítulo 29/66, na terceira
parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como temos dito, a época corresponde
ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se encontra detalhada em II Re 15:1 a
20:21, envolvendo os públicos de Israel e Judá. Veja nosso mapinha de nossas
reflexões:
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1
– 39:8.
C. A invasão de Senaqueribe – 28:1 a 39:8.
a. Os oráculos do profeta relacionados a Ezequias (28:1 – 35:10).
Como havíamos
dito, estamos primeiramente vendo nesses capítulos os oráculos acerca dessa
invasão promovida por Senaqueribe que oportunizou ao profeta muita coisa a
dizer, especialmente importantes para Judá e o rei Ezequias.
Neste capítulo, teremos aqui dois ais. O
primeiro ai é contra Jerusalém que estaria enfrentando sérias ameaças da
Assíria. O juízo não aconteceria nos dias de Ezequias, mas posteriormente, com
os babilônios.
Ariel ou lareira de Deus é uma referência a
Jerusalém que também pode significar "leão de Deus" (Gn 49:9) ou
"centro do altar" (vs. 2; Ez 43:15). O fato é que o Senhor profanaria
Jerusalém, o lugar de seu altar, principalmente pela falta de arrependimento do
seu povo que de ano a ano estavam promovendo festas e mais festas numa repetitiva
e cansativa observância de rituais vazios. O Senhor não é contra as festas e a
alegria dos povos, mas associar coisas santas com profanas, em total
desrespeito às coisas de Deus, é insuportável.
Agora vem a pergunta principal o que é
santo e o que é profano? Para mim, todas as coisas são santas ao Senhor e tudo
deve ser recebido com ações de graça nos corações. O que é profano então? É
quando atribuímos algo a Deus ou dedicamos a ele, mas sem reverência alguma ou
por pura formalidade vazia.
No verso 3 ele fala de cercar, de sitiar e
de levantar trincheiras numa referência clara ao cerco de Jerusalém promovido
pela Assíria em 701 a.C.
Em consequência, vs 4, será ela abatida e lançada
por terra se referindo à experiência de humilhação e de julgamento – vs 5 -
("pó miúdo" (5:24; Dt 28:24; Ez 26:10 – “palha” 17:13; Jó 21:18; Sl 1:4;
Os 13:3; Sf 2:21). Tudo isso acontecendo num momento repentino – vs 5 -, demonstrando
o poder de Deus na justiça punitiva (10:16; 37:36-38).
Muitas vezes, esse tipo de linguagem com
visitas de trovões, terremotos, grande ruído com tufão, tempestade e labareda
de fogo – vs 7 -, descreve Deus quando ele vem em juízo ou em guerra santa (Ex
19:16-19; Jz 5:4-5; Sl 18:7-15; Hc 3:3-7).
A descrição continua no vs 8 com figuras
terríveis, pelo menos em sonhos. Quando acordamos, vemos que estávamos sonhando
e aí nos vem o grande alívio. Também assim desejamos que aconteça conosco, que
despertemos de um sonho, mas a realidade dura e cruel não nos permite o
despertar.
O julgamento assírio contra Jerusalém
chegaria de maneira repentina e inesperada, pois os corações incautos estavam
incapazes de discernir os tempos e as estações (6:10; Ex 7:13; Rm 1:24; 11:8; I
Co 2:14).
A mensagem do profeta foi ocultada dos
rebeldes de Jerusalém e de Judá (cf. Ap 5.1). Apesar de as ter recebido, não
sabiam ler. Embora seja possível que os habitantes de Judá fossem incapazes ou
analfabetos, o mais provável é que os corações se tornaram endurecidos demais
para poderem compreenderem as profecias e os avisos divinos.
Isto porque o povo de Judá e de Jerusalém apesar
de possuir os adornos da fé verdadeira (no templo e em seus cultos),
faltava-lhes o essencial, pois Deus queria o coração deles, não o simples
formalismo (Mt: 15:8-9; Mc 7:6; I Co 1:19; Cl 2:.22).
O que adianta o formalismo dos cultos e os
ritos certos quando o coração está entregue a essas coisas e distante de Deus?
A impressão que dava era a de aproximação de Deus, mas a prática era um
distanciamento cada vez maior. Em vez de relacionamentos com Deus, uma
enganação de consciência, como se Deus pudesse ser manipulado e comprado com
práticas “santas”. Naturalmente, Deus haveria de confundir a sabedoria do povo
e frustrar os seus planos (cf. 29:15-24; 30:1-7; 31:1-3).
É muito importante estar certo e fazer as
coisas certas, mas o que adianta estar certo quando o coração está podre e
distante do Senhor?
No vs 15, temos aqui um terceiro ai geral e
um segundo ai contra Jerusalém. Em oposição aos planos, obras e pensamentos de
Deus (Sl 10:11; 64:5-6) e, em vez de se submeterem à Deus, eles tentavam
manipulá-lo – vs 15 e 16 - para se tornarem o seu deus, segundo os seus
corações. De modo inteiramente insensato, eles acreditavam que poderiam
criticar o que o Senhor dissera, como se fossem superiores dele.
No entanto,
haveria uma esperança para o futuro – vs 17 a 24. A despeito das dificuldades
que sobrevieram a Samaria e que ameaçavam Jerusalém, o Senhor um dia interviria
para restaurar a sua benção sobre o seu povo, os renovando no pós-exílio e em
Cristo Jesus ao escolher e preparar um povo para ser somente seu, com o qual os
relacionamentos seriam aprimorados e completos.
Conhecido por
suas grandes florestas, o Líbano – vs 17 – é uma boa representação da Assíria,
que seria reduzida a um mero campo fértil pelo julgamento divino.
Quando Deus
interviesse, destruindo os opressores e os tiranos deste mundo (13:11; 25:3-5;
29:5; 49:25; Sl 37:35; 86:14; Ez 28:7; 30:11; 32:12), Israel estaria sendo
restaurada como uma nação.
No entanto,
apenas o remanescente israelita haveria de ouvir a palavra de Deus. Até os
cegos, uma referência aos israelitas que, antes, haviam formalmente vagueado e
falhado em discernir os caminhos de Deus (35:5; 42:7,16,18-19; 43:8; 56:10; 59:10;
Lm 4:14) haveriam de novamente ver. Essa profecia de restauração do exílio é
cumprida totalmente somente em Jesus Cristo (61:1).
Is 29:1 Ai de Ariel,
Ariel,
a cidade onde Davi acampou!
Acrescentai
ano a ano, e sucedam-se as festas.
Is
29:2 Contudo porei a Ariel em aperto, e haverá pranto e tristeza;
e
ela será para mim como Ariel.
Is
29:3 Porque te cercarei com o meu arraial,
e
te sitiarei com baluartes, e levantarei trincheiras contra ti.
Is
29:4 Então serás abatida, falarás de debaixo da terra,
e
a tua fala desde o pó sairá fraca, e será a tua voz debaixo
da
terra, como a de um que tem espírito familiar,
e
a tua fala assobiará desde o pó.
Is
29:5 E a multidão dos teus inimigos será como o pó miúdo,
e
a multidão dos tiranos como a pragana que passa,
e
num momento repentino isso acontecerá.
Is
29:6 Do SENHOR dos Exércitos serás visitada com trovões,
e
com terremotos, e grande ruído com tufão de vento,
e
tempestade, e labareda de fogo consumidor.
Is
29:7 E como o sonho e uma visão de noite será a multidão
de
todas as nações que hão de pelejar contra Ariel,
como
também todos os que pelejarem contra ela
e
contra a sua fortaleza, e a puserem em aperto.
Is
29:8 Será também como o faminto que sonha, que está a comer,
porém,
acordando, sente-se vazio;
ou
como o sedento que sonha que está a beber,
porém,
acordando, eis que ainda desfalecido se acha,
e
a sua alma com sede; assim será toda a multidão
das
nações, que pelejarem contra o monte Sião.
Is
29:9 Tardai, e maravilhai-vos, folgai, e clamai;
bêbados
estão, mas não de vinho, andam titubeando,
mas
não de bebida forte.
Is
29:10 Porque o SENHOR derramou sobre vós um espírito
de
profundo sono, e fechou os vossos olhos,
vendou
os profetas, e os vossos principais videntes.
Is
29:11 Por isso toda a visão vos é como as palavras
de
um livro selado que se dá ao que sabe ler, dizendo:
Lê
isto, peço-te; e ele dirá: Não posso,
porque
está selado. Is 29:12
Ou
dá-se o livro ao que não sabe ler, dizendo:
Lê
isto, peço-te; e ele dirá: Não sei ler.
Is
29:13 Porque o Senhor disse:
Pois
que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca,
e
com os seus lábios me honra, mas o seu coração
se
afasta para longe de mim e o seu temor
para
comigo consiste só em mandamentos
de
homens, em que foi instruído;
Is
29:14 Portanto eis que continuarei a fazer uma obra maravilhosa
no
meio deste povo, uma obra maravilhosa e um assombro;
porque
a sabedoria dos seus sábios perecerá,
e
o entendimento dos seus prudentes se esconderá.
Is
29:15 Ai dos que querem esconder profundamente
o
seu propósito do SENHOR, e fazem as suas obras
às
escuras, e dizem:
Quem
nos vê? E quem nos conhece?
Is
29:16 Vós tudo perverteis, como se o oleiro fosse igual ao barro,
e
a obra dissesse do seu artífice:
Não
me fez;
e
o vaso formado dissesse do seu oleiro:
Nada
sabe.
Is
29:17 Porventura não se converterá o Líbano, num breve momento,
em
campo fértil? E o campo fértil não se reputará
por
um bosque?
Is
29:18 E naquele dia os surdos ouvirão as palavras do livro,
e
dentre a escuridão e dentre as trevas
os
olhos dos cegos as verão.
Is
29:19 E os mansos terão gozo sobre gozo no SENHOR;
e
os necessitados entre os homens se alegrarão
no
Santo de Israel.
Is
29:20 Porque o tirano é reduzido a nada,
e
se consome o escarnecedor, e todos os que se dão
à
iniquidade são desarraigados;
Is
29:21 Os que fazem culpado ao homem por uma palavra,
e
armam laços ao que repreende na porta,
e
os que sem motivo põem de parte o justo.
Is
29:22 Portanto assim diz o SENHOR, que remiu a Abraão,
acerca
da casa de Jacó: Jacó não será agora envergonhado,
nem
agora se descorará a sua face.
Is
29:23 Mas quando ele vir seus filhos, obra das minhas mãos
no
meio dele, santificarão o meu nome;
sim,
santificarão ao Santo de Jacó,
e
temerão ao Deus de Israel.
Is
29:24 E os errados de espírito virão a ter entendimento,
e
os murmuradores aprenderão doutrina.
No verso 22,
quando ele diz “portanto”, ele começa a conclusão de 28:1 – 29:21. Portanto,
assim diz o Senhor que remiu a Abraão, o patriarca que foi liberto de suas
origens pagãs (Gn 12:1; Is 24:14; At 7:2-4) acerca de Jacó: Jacó não será mais
envergonhada e os seus filhos, obra das mãos do Senhor, santificarão o nome do
Santo de Jacó e temerão o Deus de Israel.
Ou seja, grandes
privilégios e responsabilidades se estendem aos filhos daqueles que estão
ligados a Deus pela sua aliança ( 45:11; 49:20-22; 54:1-13; 65:23; 66:7; At 2:38;
I Co 7:14). Os errados de espírito então desejarão conhecer e praticar a vontade
de Deus, como em 2:2-5; 32:4.
...
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.