Terminaremos agora a sétima parte, de nossa
divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada
pela BEG. Estamos no capítulo 14.
VII. O JULGAMENTO POR MEIO DA SECA (14.1-15.21) - continuação.
Como já dissemos, de 14.1 a 15.21, estamos
vendo o julgamento de Judá por meio da seca. Esses capítulos declaram que os judaítas
se encontravam de tal modo empedernidos em seu pecado que Deus se recusou a
responder, por amor ao seu próprio povo, até mesmo a súplica de Jeremias para
que o povo fosse livrado da seca.
Deus responde à pergunta de Jeremias em
14.19 — Acaso Deus havia rejeitado Judá completamente? — dizendo que o
julgamento vindouro era inevitável devido aos pecados de Judá, mas também
garante a Jeremias o livramento pessoal das mãos de seus inimigos.
Para melhoria de nossa reflexão, foi
dividida esta parte VII em duas seções: A. Uma descrição da seca (14.1-6) – já vista; e, B. Astrês orações de Jeremias acompanhadas das
respostas de Deus (14.7-15.21) – veremos
e concluiremos agora.
B. Astrês orações de Jeremias
acompanhadas das respostas de Deus (14.7-15.21) - continuação.
Como já dissemos, do vs. 7 até 15.21 estaremos
vendo as orações e as respostas de Deus a Jeremias. Essa seção se alterna entre
as orações de Jeremias e as respostas de Deus.
·O
profeta ora em favor do povo na esperança de encontrar perdão (14.7-9), mas
Deus responde com palavras de condenação (14.10-12) – já vista.
·Jeremias
ora novamente (14.13) e Deus responde com uma condenação dos falsos profetas
(14.14-18) – já vista.
·O
profeta ora pela terceira vez (14.19-22) e Deus lhe diz que a sua oração não
adiantará de nada (15.1-9) – veremos agora.
·Jeremias
ora novamente (15.10) e Deus responde com palavras sobre Jeremias e Judá
(15.11-14) – veremos agora.
·O
profeta ora pela última vez (15.15-18) e Deus lhe responde com encorajamento e
uma advertência (15.19-21) – veremos
agora.
Rejeitada em absoluto a terceira intercessão de Jeremias - continuação.
Até ao verso 9, Deus estará respondendo à
oração de Jeremias dizendo-lhe que é inútil continuar intercedendo.
Deus cita dois grandes intercessores que
poderiam se juntar a Jeremias e mesmo assim, ele não os ouviria. Deus recorda
os grandes intercessores de Israel (Ex 32.11-14; 1 Sm 12 23; 1 Rs 17.1. A
oração pelo povo volta a ser proibida e a súplica que Jeremias acabou de fazer
(14.19-22) é rejeitada de modo específico (7.16; 11.14).
Deus estava decidido a entrar em juízo com
Judá e nada poderia demovê-lo disso. No capítulo anterior vimos que Deus falou
a Jeremias que não o ouviria por amor ao seu povo, isso para o seu próprio bem.
Embora triste e sofrível, o castigo seria necessário.
Nos versos 2 e 3, ele separa dois conjuntos
de quatro grupos de flagelos sobre o povo. Primeiro: morte- espada – fome –
cativeiro.
No verso 3, os elementos são diferentes
daqueles mencionados no vs. 2. Segundo: espada – cães – aves do céu – feras da
terra. A espada seria para matar, os cães para os arrastarem e as aves e as
feras para os devorarem. Os três últimos estavam relacionados ao medo das
pessoas de que o seu corpo permanecesse insepulto (7.33; 14.16; cf. 1Rs 21.23).
Por ironia, esse filho de Ezequias, um rei
que realizou várias reformas (2Rs 20.21), foi um dos monarcas mais perversos de
Judá. Apesar de reformas posteriores realizadas pelo seu neto, Josias, o
castigo e o exílio de Judá foram associados especificamente às transgressões de
Manassés (2Rs 23.26).
Na verdade, nem seria para Manassés ter
nascido, mas por causa da oração de Ezequias que rogou ao Senhor mais tempo de
vida é que lhe veio, depois, esse filho maligno – II Re 20.
E agora, quem iria se compadecer,
entristecer e perguntar pela paz de Jerusalém? Seria por causa de Manassés o
terrível espetáculo inevitável em que Jeremias não conseguia mudar a história
por meio da intercessão. Na verdade, Manassés foi a escolha e o desejo do povo.
O verso 6 pode trazer mais luz às argumentações.
O povo havia rejeitado a Deus, voltado para
trás e Deus já não mais estenderia as sus mãos para a salvação, mas contra eles
para os destruir. Deus se diz cansado de abrandar as coisas.
Manassés era culpado sim, mas Manassés era
a escolha do povo rebelde e contradizente.
Deus iria impor o castigo (cf. Is 41.16) a
eles, pois não voltaram de seus caminhos de maldade.
Observe – vs 8 - a transformação irônica da
promessa numa terrível ameaça (Gn 22.17; cf. Is 10.22). As mulheres ficando
viúvas e os seus filhos desaparecendo.
Aquela que tinha sete filhos – vs 9 – se enfraqueceu,
expirando a sua alma. Estando ela em plena luz do dia, com o sol à pino, ela se
confunde e se envergonha. Essa descrição de grande bênção (SI 127.5) é
novamente invertida. Até mesmo o remanescente depois da destruição acabaria
sucumbindo. No entanto, em Is 6.13 uma ideia semelhante é, por fim, atenuada
pela promessa da "santa semente".
Dos versos de 10 ao 21, essa passagem
costuma ser considerada a terceira "confissão" de Jeremias. Jeremias
ora novamente, expressando o seu desespero diante da força dos seus opositores
e Deus consola o seu profeta
Do 11 ao 14, Deus responde a Jeremias, prometendo
livrá-lo dos seus adversários.
Pode alguém quebrar o ferro e o bronze? Que
esperança Jeremias poderia ter de mudar o coração obstinado de Judá? Mais uma
vez, fica implícita a sugestão de uma analogia entre a crueldade dos inimigos
pessoais de Jeremias e do inimigo de Judá, a Babilônia (cf. 6.1).
Deus estava com o profeta e jamais o
abandonaria, mas ele iria levá-lo com os seus inimigos. Uma predição que se
cumpre em Jr 43.4-7. É como tenho meditado e pensado sobre minha vida nos
últimos dias. Já não somos mais de nós mesmos – o apóstolo Paulo nos ensina
isso em Romanos e em muitas passagens em outras epístolas e nos evangelhos.
A vida que temos, no presente, é para
vivermos para a glória de Deus – I Co 10:31 – para ele, o Senhor que por nós
morreu. Assim, Jeremias não era o dono de sua vida, mas a vivia para Deus e foi
servindo a Deus que também fez parte do cativeiro, sendo levado cativo à
Babilônia.
Nos versos de 15 a 18, naturalmente, Jeremias
ora, se queixando novamente a Deus por ele permitir que o seu profeta fosse
maltratado.
Ele diz que comeu as suas palavras. Sendo que
o aspecto era inicialmente doce, mas depois ficou amarga. Era essa a tarefa, ao
mesmo tempo doce e amarga de receber as palavras de Deus (veja Ez 3.1-3). Ele
entende que carrega o poderoso nome do Senhor e que por ele era chamado, como
era também declarado acerca do povo em 14.9.
A compulsão de profetizar era, com frequência,
opressora, solitária, mas necessária e abençoadora. Sem dúvida se trata de uma
afirmação literalmente verdadeira, em parte devido ao celibato de Jeremias
(16.2). No entanto, o profeta indesejado certamente experimentou também um
sentimento profundo de solidão. Compare com Elias ( I Rs 19.10) e Jesus (Mt
26.37-38).
Ele sente ser pérpetua a sua dor e
incurável a sua ferida por causa de sua missão e por causa do povo de Deus. Em
14.17, a ferida é de Judá. A frase inteira é aplicada a Judá em 30.12,
juntamente com uma promessa de cura (vs. 16-17). Veja também 10.19, em que é
usada para Jeremias. Seria Deus um ilusório ribeiro para ele? Contrastando 2.13
e comparando com 20.7, veremos que no fim mesmo quem prevalecerá será sempre
Deus.
Jr 15:1 Disse-me, porém, o Senhor:
Ainda que
Moisés e Samuel se pusessem diante de mim,
não
poderia estar a minha alma com este povo.
Lança-os
de diante da minha face, e saiam eles.
Jr 15:2 E
quando te perguntarem:
Para
onde iremos?
dir-lhes-ás:
Assim
diz o Senhor:
Os
que para a morte, para a morte;
e
os que para a espada, para a espada;
e
os que para a fome, para a fome;
e
os que para o cativeiro, para o cativeiro.
Jr 15:3 Pois
os visitarei com quatro gêneros de destruidores,
diz
o Senhor:
com
espada para matar,
e
com cães, para os dilacerarem,
e
com as aves do céu
e
os animais da terra,
para
os devorarem e destruírem.
Jr 15:4
Entregá-los-ei para serem um espetáculo horrendo
perante
todos os reinos da terra, por causa de Manassés,
filho
de Ezequias, rei de Judá,
por
tudo quanto fez em Jerusalém.
Jr 15:5 Pois
quem se compadecerá de ti, ó Jerusalém?
ou
quem se entristecerá por ti?
Quem
se desviará para perguntar pela tua paz?
Jr 15:6 Tu me
rejeitaste, diz o Senhor, voltaste para trás;
por
isso estenderei a minha mão contra ti,
e
te destruirei; estou cansado de me abrandar.
Jr 15:7 E os
padejei com a pá nas portas da terra;
desfilhei,
destruí o meu povo;
não
voltaram dos seus caminhos.
Jr 15:8 As
suas viúvas mais se me têm multiplicado
do
que a areia dos mares; trouxe ao meio-dia
um
destruidor sobre eles, até sobre a mãe de jovens;
fiz
que caísse de repente sobre ela
angústia
e terrores.
Jr 15:9 A que
dava à luz sete se enfraqueceu:
expirou
a sua alma; pôs-se-lhe o sol sendo ainda dia;
ela
se confundiu, e se envergonhou;
e
os que ficarem deles eu os entregarei à espada,
diante
dos seus inimigos, diz o Senhor.
Jr 15:10 Ai
de mim, minha mãe! porque me deste à luz,
homem
de rixas e homem de contendas para toda a terra.
Nunca
lhes emprestei com usura,
nem
eles me emprestaram a mim com usura,
todavia
cada um deles me amaldiçoa.
Jr 15:11
Assim seja, ó Senhor,
se
jamais deixei de suplicar-te pelo bem deles,
ou
de rogar-te pelo inimigo no tempo da calamidade
e
no tempo da angústia.
Jr 15:12 Pode
alguém quebrar o ferro, o ferro do Norte, e o bronze?
Jr 5:13 As
tuas riquezas e os teus tesouros,
eu
os entregarei sem preço ao saque;
e
isso por todos os teus pecados,
mesmo
em todos os teus limites.
Jr 15:14 E
farei que sirvas os teus inimigos numa terra
que
não conheces; porque o fogo se acendeu em minha ira,
e
sobre vós arderá.
Jr 15:15 Tu,
ó Senhor, me conheces; lembra-te de mim, visita-me,
e
vinga-me dos meus perseguidores;
não
me arrebates, por tua longanimidade.
Sabe que por
amor de ti tenho sofrido afronta.
Jr 15:16
Acharam-se as tuas palavras, e eu as comi;
e
as tuas palavras eram para mim o gozo e alegria
do
meu coração; pois levo o teu nome,
ó
Senhor Deus dos exércitos.
Jr 15:17 Não
me assentei na roda dos que se alegram,
nem
me regozijei. Sentei-me a sós sob a tua mão,
pois
me encheste de indignação.
Jr 15:18 Por
que é perpétua a minha dor, e incurável a minha ferida,
que
se recusa a ser curada? Serás tu para mim como ribeiro
ilusório
e como águas inconstantes?
Jr 15:19
Portanto assim diz o Senhor:
Se
tu voltares, então te restaurarei, para estares
diante
de mim;
e
se apartares o precioso do vil,
serás
como a minha boca;
tornem-se
eles a ti, mas não voltes tu a eles.
Jr 15:20 E eu
te porei contra este povo como forte muro de bronze;
eles
pelejarão contra ti, mas não prevalecerão contra ti;
porque
eu sou contigo
para
te salvar, para te livrar, diz o Senhor.
Jr 15:21 E
arrebatar-te-ei da mão dos iníquos,
e
livrar-te-ei da mão dos cruéis.
Em resumo, aprendendo com Jeremias, entendo
que não estamos aqui para o sucesso ou para o fracasso, para a vitória ou para
a derrota, para os ganhos ou para as perdas, mas para fazer o que nos vier às
mãos para fazê-lo, em amor – I Co 16:14, de todo o coração – Cl 3:23, como se
ao Senhor Jesus as estivéssemos fazendo – Cl 3:17, dando a ele glórias em tudo
e em todas as coisas – I Co 10:31 – e isso tudo sem murmurações, nem contendas –
Fp 2:14.
Deus responde a Jeremias, garantindo
livramento, mas advertindo-o para se arrepender dos seus próprios pecados.
A promessa do livramento de Jeremias
prefigura o livramento de Judá. Essa é uma função importante da "confissão"
juntamente com as respostas do Senhor.
Fique à vontade para tecer seus comentários. No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 : devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.
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devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.