Como eu havia dito, no dilúvio também foram
enterradas todas aquelas culturas. Somente Noé, sua esposa e seus três filhos
com suas esposas sobreviveram e começaram uma nova geração.
De Noé, Sem Cam (ou Cão) e Jafé todos nós
descendemos. Somos hoje filhos de Noé, filhos de Sem, filhos de Cam e filhos de
Jafé. Isso é o que também no diz muito bem uma bela canção, canção linda, de
Atilano Murada que fala inclusive dos povos que dela se originaram.
Que
gerou Peleque, que gerou Réu, que gerou Seruque,
Que
gerou Naor, que gerou Terá.
Terá
gerou Abrão que teve dois irmãos:
Naor
e Harã que gerou a Ló.
Abrão
desposou Sarai e Naor a Milca, sua sobrinha.
Terá,
Abrão, Sarai e Ló partiram de Ur
E
foram morar em Harã.
São
estas as gerações que descenderam
De
Noé, em suas línguas e nações.
Todas
as nações da terra são
Filhas
de Noé;
Sem,
Cão e Jafé.
Atilano Muradas tem outras letras muito boas que
vale a pena conhecer e refletir: 1. A construção do Tabernáculo; 2. Abre-alas;
3. Brasileiros; 4. Candeia; 5. Casar; 6. Como Te agradar; 7. Fingir; 8.
Genealogia; 9. Hagar e Ismael; 10. Levítico; 11. Minha geração; 12. Noé; 13. O
Grande Deus; 14. Oração pelo povo; 15. Orar; 16. Pagodeiro; 17. Sambão; 18.
Sementinha; 19. Solução; 20. Tangrei Com Arte. Ref.: http://atilanomuradas.com/wordpress/?page_id=318. No FaceBook sua página é http://www.facebook.com/atilanomuradaspage.
Depois do dilúvio, a nossa história continua e novas
aventuras vão se desenrolando. Agora veio a pretensão do homem de construir uma
torre que se elevasse até os céus – veremos mais detalhes no próximo capítulo.
Veremos, então, que Deus descerá dos céus e confundirá as línguas de todos os
povos de forma que um não entenda mais a língua do outro.
O povo se espalha pelo mundo formando hoje quem somos:
filhos de Noé, de Cão, Sem e Jafé.
É interessante que quando chegamos em Jesus Cristo,
filho de Maria, filho da mulher, filho natural de Deus e filho adotivo do
homem, José, seu pai, a reprodução cessa.
Jesus não teve esposa. Jesus não teve relacionamento
com uma mulher, nem deixou descendência. Ele foi o último.
É possível, desde Adão, constituirmos a sua
descendência. Vamos para o livro de Lucas (de Paulo!) e façamos isso:
Lucas 3:23 E o mesmo Jesus começava a ser de quase
trinta anos, sendo (como se cuidava) filho de José, e José de Heli,
Lucas 3:24 E Heli de Matã, e Matã de Levi, e Levi de
Melqui, e Melqui de Janai, e Janai de José,
Lucas 3:25 E José de Matatias, e Matatias de Amós, e
Amós de Naum, e Naum de Esli, e Esli de Nagaí,
Lucas 3:26 E Nagaí de Máate, e Máate de Matatias, e
Matatias de Semei, e Semei de José, e José de Jodá,
Lucas 3:27 E Jodá de Joanã, e Joanã de Resá, e Resá de
Zorobabel, e Zorobabel de Salatiel, e Salatiel de Neri,
Lucas 3:28 E Neri de Melqui, e Melqui de Adi, e Adi de
Cosã, e Cosã de Elmadã, e Elmadã de Er,
Lucas 3:29 E Er de Josué, e Josué de Eliézer, e
Eliézer de Jorim, e Jorim de Matã, e Matã de Levi,
Lucas 3:30 E Levi de Simeão, e Simeão de Judá, e Judá
de José, e José de Jonã, e Jonã de Eliaquim,
Lucas 3:31 E Eliaquim de Meleá, e Meleá de Mená, e
Mená de Matatá, e Matatá de Natã, e Natã de Davi,
Lucas 3:32 E Davi de Jessé, e Jessé de Obede, e Obede
de Boaz, e Boaz de Salá, e Salá de Naassom,
Lucas 3:33 E Naassom de Aminadabe, e Aminadabe de
Arão, e Arão de Esrom, e Esrom de Parez, e Perez de Judá,
Lucas 3:34 E Judá de Jacó, e Jacó de Isaque, e Isaque
de Abraão, e Abraão de Terá, e Terá de Nacor,
Lucas 3:35 E Nacor de Seruque, e Seruque de Ragaú, e
Ragaú de Fáleque, e Fáleque de Éber, e Éber de Salá,
Lucas 3:36 E Salá de Cainã, e Cainã de Arfaxade, e
Arfaxade de Sem, e Sem de Noé, e Noé de Lameque,
Lucas 3:37 E Lameque de Metusalém, e Metusalém de
Enoque, e Enoque de Jarete, e Jarete de Maleleel, e Maleleel de Cainã,
Lucas 3:38 E Cainã de Enos, e Enos de Sete, e Sete de
Adão, e Adão de Deus.
QUADRO III - TABELA DOS 77 DESCENDENTES DE ADÃO ATÉ CRISTO
A LINHAGEM DA SEMENTE DE ADÃO
ATÉ JESUS POR LUCAS
1
ADÃO
26
ESROM
51
ELMADÃ
2
SETE
27
ARNI
52
COSÃ
3
ENOS
28
ADMIM
53
ADI
4
CAINÃ
29
AMINADABE
54
MELQUI
5
MAALALEL
30
NAASSOM
55
NERI
6
JAREDE
31
SALÁ
56
SALATIEL
7
ENOQUE
32
BOAZ
57
ZOROBABEL
8
METUSALEM
33
OBEDE
58
RESA
9
LAMEQUE
34
JESSÉ
59
JOANÃ
10
NOÉ
35
DAVI
60
JODÁ
11
SEM
36
NATÃ
61
JOSÉ
12
ARFAXADE
37
MATATÁ
62
SEMEI
13
CAINÃ
38
MENÁ
63
MATATIAS
14
SALÁ
39
MELEÁ
64
MAATE
15
ÉBER
40
ELIAQUIM
65
NAGAI
16
FALEQUE
41
JONÃ
66
ESLI
17
RAGAÚ
42
JOSÉ
67
NAUM
18
SERUGUE
43
JUDÁ
68
AMÓS
19
NAOR
44
SIMEÃO
69
MATATIAS
20
TERA
45
LEVI
70
JOSÉ
21
ABRAÃO
46
MATATE
71
JANAI
22
ISAQUE
47
JORIM
72
MELQUI
23
JACÓ
48
ELIÉZER
73
LEVI
24
JUDÁ
49
JOSUÉ
74
MATATE
25
PÉRES
50
ER
75
ELI
Referência: Lucas 3:23-38
76
JOSÉ
77
JESUS CRISTO
Considerando Adão, o primeiro, avançando na contagem
dos descendentes, chegaremos em Jesus Cristo, o 77º (7x11) descendente, aquele
que ferirá mortalmente a serpente na cabeça, mas que a serpente iria lhe ferir
o calcanhar. Outra curiosidade é Abraão, o 21º (3x7) e Davi, o 35º (5x7).
A história do homem começou com Adão e terminou com
Jesus, o chamado último Adão, mas que na verdade, novamente, é o primeiro, pois
Jesus é o primeiro de milhares de milhares e de milhões de milhões, pois que com
seu sangue comprou para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e
nação.
“E
entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os
selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que
procedem de toda tribo, língua, povo e nação”. Apocalipse 5:9
Apesar de Jesus não ter descendentes segundo a
carne, no entanto, nós continuamos a nos multiplicarmos e continuamos a gerar
filhos e filhas, descendentes de Noé, de Sem, Cão e Jafé.
Como em Jesus houve uma parada, eu creio,
particularmente, que essa nossa geração oriunda de Noé também haverá de cessar
com o último homem (quem será?).
Jesus Cristo teve de passar pela morte, para por sua
morte gerar a nossa vida e nos fazer reviver. É um mistério muito grande a
pessoa e a obra de Jesus.
Infelizmente, estamos com nossos olhos entorpecidos
e não compreendemos o mistério que está diante de nossos olhos e ficamos, como
diz John Piper correndo atrás de miséria e migalhas quando Deus nos oferece
verdadeiros banquetes.
Ele é anunciado diante da serpente, de Adão, de Eva,
dos anjos e por meio dos descendentes vai se perpetuando até Cristo quando
atinge a plenitude e já não mais pode morrer.
Abraão podia morrer e morreu, Davi poderia morrer e
morreu, todos eles poderiam morrer e morreram, mas todos geraram descendentes e
Deus preservou a linhagem messiânica.
É mesmo como uma longa linha até chegar a Cristo.
Agora o seu reino é eterno e durará para sempre.
Gn
10:1 Estas, pois, são as gerações dos filhos de Noé:
Sem, Cão e Jafé;
e nasceram-lhes filhos depois do
dilúvio.
Gn
10:2 Os filhos de Jafé são:
Gomer, Magogue, Madai, Javã, Tubal, Meseque e Tiras.
Gn
10:3 E os filhos de Gomer são:
Asquenaz, Rifate e Togarma.
Gn
10:4 E os filhos de Javã são:
Elisá, Társis, Quitim e Dodanim.
Gn 10:5 Por estes foram repartidas as
ilhas dos gentios nas suas terras,
cada qual segundo a sua língua,
segundo as suas famílias,
entre as suas nações.
Gn
10:6 E os filhos de Cão são:
Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã.
Gn
10:7 E os filhos de Cuxe são:
Sebá, Havilá, Sabtá, Raamá e Sabtecá;
e
os filhos de Raamá:
Sebá e Dedã.
Gn
10:8 E Cuxe gerou a Ninrode;
este começou a ser poderoso na terra.
Gn 10:9 E este foi poderoso caçador
diante da face do SENHOR;
por isso se diz:
Como Ninrode, poderoso caçador diante do
SENHOR.
Gn 10:10 E o princípio do seu reino foi
Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra
de Sinar.
Gn 10:11 Desta mesma terra saiu à Assíria e edificou
a Nínive, Reobote-Ir, Calá,
Gn 10:12 E Resen, entre Nínive e Calá (esta é a
grande cidade).
Gn
10:13 E Mizraim gerou
a Ludim, a Anamim, a Leabim, a Naftuim, Gn 10:14 A
Patrusim
e a Casluim (donde saíram os filisteus)
e a Caftorim.
Gn
10:15 E Canaã gerou a Sidom,
seu primogênito,
e a Hete; Gn 10:16 E ao jebuseu, ao
amorreu, ao girgaseu,
Gn 10:17 E ao heveu, ao arqueu, ao
sineu,
Gn 10:18 E ao arvadeu, ao zemareu, e ao
hamateu,
e depois se espalharam as famílias dos
cananeus.
Gn 10:19 E foi o termo dos cananeus desde Sidom,
indo para Gerar, até Gaza;
indo para Sodoma e Gomorra, Admá e
Zeboim, até Lasa.
Gn
10:20 Estes são os filhos de Cão
segundo as suas famílias, segundo as suas línguas,
em suas terras, em suas nações.
Gn
10:21 E a Sem nasceram filhos,
e ele é o pai de todos os filhos de Eber,
o irmão mais velho de Jafé.
Gn
10:22 Os filhos de Sem são:
Elão, Assur, Arfaxade, Lude e Arã.
Gn
10:23 E os filhos de Arã são:
Uz, Hul, Geter e Más.
Gn
10:24 E Arfaxade gerou a Selá;
e Selá gerou a Éber.
Gn
10:25 E a Éber nasceram dois filhos:
o nome de um foi Pelegue,
porquanto em seus dias se repartiu a
terra,
e o nome do seu irmão foi Joctã.
Gn
10:26 E Joctã gerou a Almodá, a Selefe, a Hazarmavé, a Jerá,
Gn 10:27 A Hadorão, a Usal, a Dicla,
Gn 10:28 A Obal, a Abimael, a Sebá,
Gn 10:29 A Ofir, a Havilá e a Jobabe;
todos estes foram filhos de Joctã.
Gn 10:30 E foi a sua habitação desde Messa,
indo para Sefar, montanha do oriente.
Gn
10:31 Estes são os filhos de Sem
segundo as suas famílias,
segundo as suas línguas,
nas suas terras,
segundo as suas nações.
Gn
10:32 Estas são as famílias dos filhos de Noé
segundo as suas gerações,
nas suas nações;
e destes foram divididas
as nações na terra
depois do dilúvio.
Fora as gerações que comentei de Sem que geraram o
Messias, há gerações interessantes dos inimigos de Deus que logo, em breve,
irão enfrentar, quando forem sair do Egito, as terras de Canaã habitadas pelos os heteus, e os girgazeus, e os
amorreus, e os cananeus, e os perizeus, e os heveus, e os jebuseus e depois, enfrentarão a
geração dos Filisteus e ainda, enfrentarão outras terras e povos que tiveram a
sua origem aqui, depois do dilúvio.
Terão de enfrentar esses povos e de forma tão terrível
por causa da desobediência do povo de Deus, pois se, desde o início, tivessem
optado, não pela rejeição do conhecimento de Deus, a nossa própria história
moderna seria bem outra. Paciência! Ainda sobre a genealogia veja esse post em que exibimos um vídeo de Adauto Lourenço: http://www.jamaisdesista.com.br/2015/02/genealogia-biblica-adauto-lourenco.html
Esse conhecimento prévio é bom para nos orientar e
para entendermos o quanto Deus tem sido misericordiosos em tolerar e conceder a
bênção da vida mesmo aos que o aborrecem e o rejeitam continuamente.
P.S.: Complemento de postagem. Objetivo: esclarecer algumas questões e acrescentar dados dos sumérios e dos amorreus.
Enoque morreu bem antes do
dilúvio e bem assim todos os descendentes de Adão, exceto Noé, seus filhos e
suas esposas. Noé foi pai de Sem.
Quanto aos sumérios, irei me valer
dos escritos de Dom Terra – “O DEUS DOS SEMITAS”, ed. Loyola, 2015, p. 17. HISTÓRIA
DA MESOPOTÂMIA . 1. OS SUMÉRIOS .
Os primeiros habitantes da
Mesopotâmia conhecidos até hoje pela história foram os sumérios, cujas origens
são ainda objeto de muita controvérsia. E. Dhorme, citando F. Thureau-Dangin,
afirma: "Tudo faz crer que a civilização suméria não foi importada, mas se
formou" no sul da Mesopotâmia'. J. L. Mackenzie, por sua vez, escreve: Os
sumérios não eram um povo semítico. Não eram habitantes nativos do país.
Provavelmente, entraram na Mesopotâmia via golfo Pérsico no quarto milênio. O
nome geográfico "suméria" na antiguidade designava a Mesopotâmia
inferior, da foz do Diyala até o golfo Pérsico. A linha costeira da foz do
Tigre e do Eufrates avançou ao menos 110-120 km no período histórico, por causa
dos depósitos de sedimentação. Eridu, a mais meridional das cidades sumérias,
estava situada na costa.
As escavações arqueológicas
descobriram numerosas cidades sumérias, tais como Ur, Eridu, Nippur, Lagash,
Uruk, Kish, etc. As explorações desenterraram dezenas de milhares de inscrições
cuneiformes em tabuletas de argila e revelaram restos importantes de cidades e
templos sumérios.
A maior invenção suméria e o mais
precioso legado que os sumérios deixaram para a humanidade foi a escrita
cuneiforme, usada primeiramente para documentos e contas, e depois para escritos
históricos, literários, jurídicos e religiosos.
Desde o início de sua história, os
sumérios apresentavam uma vida social organizada em centros urbanos bastante
florescentes. As atividades rural e pastoril gravitavam em redor de antigas
cidades, onde se erguiam templos aos deuses, palácios reais, bibliotecas e
escolas de escribas.
Várias dessas cidades lograram,
episodicamente, uma supremacia por períodos mais ou menos longos. Por isso, o
deus da cidade vitoriosa também adquiria uma hegemonia sobre as divindades das
cidades dominadas. No entanto, o deus vencido não era eliminado, mas continuava
senhor dos destinos de sua cidade santa, razão pela qual aumentava o panteão.
O rei vitorioso respeitava os
cultos locais dos povos conquistados, como se pode ver no prólogo do Código de
Hamurabi, onde se registra a liberalidade do rei em favor dos deuses, das
deusas, dos templos, e das cidades de Sumer e de Acad. Por isso, as religiões
viviam num espírito de mútua tolerância, mantendo entre si relações muito
estreitas. Uma sistematização teológica estabelecia uma rede intrincada de
parentesco entre os deuses protetores das grandes cidades su-mérias. Assim,
Ningirsu, deus da cidade Lagash, era filho de Enlil, deus de Nippur; o
deus-lua, Narina, da cidade de Ur, era pai do deus-sol, Utu, da cidade de
Larsa; Marduc, deus da Babilônia, era filho de Enki, ou Éa, deus da cidade
Eridu, etc.
Quanto aos arameus, igualmente,
cito Dom Terra, na mesma obra. Ele fala disso no cap IV de seu livro já citado.
POVOS SEMITAS. ARAMEUS.
As origens dos arameus são ainda
bastante obscuras. Conforme N. Schneider (Bb 30, 1949, 109-111), por volta do
ano 2.000 a.C. ou um pouco mais cedo, aparecem primeiro ao longo do
médio-Eufrates, depois também para o sul, elementos étnicos cujos nomes são
semíticos. Devem ter sido os primeiros antepassados dos grupos que mais tarde
aparecem na Palestina e na Síria sob o nome de arameus. Os arameus são
mencionados pela primeira vez nos documentos do rei assírio, Teglat-Falasar I
(1112-1074).
Parece que os arameus devem ser
identificados com os ahlamu, que são mencionados em documentos bastante
anteriores, ou então os arameus seriam uma parte dos ahlamu. É provável que
ahlamu seja um denominativo significando "nômade". Os ahlamu surgem
pela primeira vez como tribo nômade do deserto sírio que inicialmente ataca as
populações da região e depois se estabelecem no território.
Pode ser que nas inscrições de
Naram Sin já se encontrem vestígios da pré-história dos arameus. Mas, com
certeza, somente a partir do século XIII são encontrados documentos
inequívocos: para Nippur, no século XII, e por volta de 1700, em Mari; em
Ugarit, por volta de 1350. Há inscrições assírias do século XII que falam em
tribos de aramu, vindas do deserto sírio-arábico, que penetraram nas terras
cultivadas da Assíria. Nas inscrições assírias de Teglat-Falasar I, do século
XII, é mencionado o nome dos arameus, junto com outras tribossemíticas-ocidentais,
como um grupo étnico relativamente recente, estabelecido no oeste da Assíria,
entre as margens ocidentais do Eufrates e Palmira (Tadmor), no deserto da
Síria.
Com o enfraquecimento da Assíria
nos séculos XII-XI, os arameus se estabeleceram no norte da Síria e no sul da
Babilônia, onde se mesclaram com os caldeus. Os arameus nunca formaram grandes
estados. Criaram na Síria grupos de cidades-estados comercialmente fortes, que
prosperaram até a conquista assíria, nos séculos IX-V111, quando foram absorvidos
pelo grande império assírio.
Entre as tribos aramaicas que
invadiram as terras cultivadas da Síria e da Palestina, as que se situaram no
norte conservaram a língua aramaica; outras, como Israel, Moab, e provavelmente
também Edom e Amon, adotaram a língua falada em Canaan.
No Antigo Testamento as relações de
Israel com os arameus remontam às origens. Conforme Amós 9,7, os arameus eram
provenientes de Cir, o que talvez possa ser identificado com o nordeste da
Arábia, habitat dos caldeus. Nas
tradições das origens de Israel, os arameus se encontram entre os seus
antepassados. Na tábula dos Povos, Aram aparece como filho de Sem (Gn 24,10).
Em egípcio, Naharina (nas tabuinhas
acádicas de Amarna: Nahrina) indica o nome do território no norte da Síria e do
alto Eufrates, em torno de Carquemis e Harã, áreas que se tornariam territórios
arameus a partir do século XII a.C. Ao nome Nahrina,
os hebreus acrescentaram o prefixo Aram, como também fizeram com os nomes de
outros estados arameus. Balaão foi chamado de AramNaaraim (Nm 23,7; Dt 23,5). Em outras tradições, essa região é
chamada de Padã-Aram. Em algumas
passagens, Jacó é chamado de "arameu errante" (Dt 26,5); e também
Labão é considerado arameu (Gn 25,20; 28,5; 31,20.24).
No tempo dos patriarcas, já se
constatava a presença de arameus na região na qual haveriam de se estabelecer
mais tarde. Durante a monarquia, apesar das constantes guerras, Israel manteve
relações comerciais e culturais com os estados arameus da Síria.
No Antigo Testamento são
mencionados os seguintes estados arameus na Síria:
1.Soba, estado arameu
localizado ao norte do vale da Beqaac, entre o Líbano e o Antilíbano. É
conhecido o seu rei Hadadezer, que foi derrotado por Davi (2Sm 8,3-5.7). Um
antigo oficial de Hadadezer, chamado Razon, logrou proclamar-se rei de Damasco,
durante o reinado de Salomão (1Rs 11,23).
Documentos
assírios indicam que o reino arameu de Soba era extenso, atin-gindo o Norte até
o Eufrates, e representava também uma ameaça para a Assíria, que no século X
estava enfraquecida.
2.Bet-Rehob (2Sm 10,6), uma
cidade aramaica próxima do limite norte de Canaã (Nm 13,21) que se aliou a Amon
na guerra contra Davi.
Nas
listas do Faraó Tutmose III e Shishak (ANET, 253), e num texto geográfico
egípcio do século XIII, se faz menção a uma cidade chamada Rehob, em Canaã.
Parece que deve ser identificada com a Bet-Rohob bíblica.
3.Maaca, reino arameu
situado ao sul do monte Hermom e ao norte do lago Hule. Maaca aliou-se com os
amonitas (2Sm 10,6-8) e com outras tribos arameias, na luta contra Davi. Desde
cedo, foi incorporado a Israel (2Sm 10,14-22). Mais tarde, foi anexado à
Assíria por Teglat-Falasar III (2Rs 15,29).
4.Gessur, reino aramaico a
leste do Jordão e ao norte de Basã, nas partes setentrionais do Golan. A esposa
de Davi, Maaca, era filha de Tolmai, rei de Ges-sur. Absalão fugiu para Gessur
depois do assassínio de Amon, seu irmão, e ficou lá três anos (2Sm 3,3; 13.37).
5.Damasco: apesar de
Damasco ser uma cidade muito antiga, sua história primitiva é desconhecida. A
primeira referência histórica parece ser um texto de execração egípcia, do
século XIX a.C., no qual Damasco é mencionada com o nome de Apum. Alguns textos
de Mari, dessa época, também fazem referência a ela. As tabuinhas de Amarna
mencionam duas vezes essa cidade.
A história do
reino arameu de Damasco só nos é conhecida através dos documentos assírios e
bíblicos. Salmanasar III fala de quatro campanhas vitoriosas contra Damasco,
duas contra Ben-Adad e duas contra Hazael. A primeira dessas batalhas foi a de
Carcar (853), na qual Ben-Adad de Damasco e Acab de Israel se aliaram aos
estados arameus da Síria. Adad-Nirari III (809-783) fala de uma vitória de
Damasco sobre Mari. Teglat-Falasar fala de uma vitória sobre o "país de
Aram". Um texto assírio do início do reinado de Sargon (721-705) alude a
uma revolta ocorrida em Damasco. Depois disto, somente no reinado de
Assurbanipal volta-se a falar de Damasco como uma base assíria governada
diretamente por um administrador assírio. Com a queda do império assírio,
Damasco papassou para o domínio da Pérsia. Em 333, caiu em poder de Alexandre,
tornando reino selêucida; e em 85 a.C. ficou submetida ao reino nabateu.
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