Estamos na décima terceira parte, de nossa
divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada
pela BEG. Estamos no capítulo 33.
XIII. A CERTEZA DE RESTAURAÇÃO (30.1-33.26)- continuação.
Vimos que apesar do exílio iminente,
Jeremias reafirmou a promessa de que o povo de Deus voltaria do cativeiro e que
esses capítulos são chamados com frequência de "livro de consolação"
de Jeremias, pois que contêm promessas da restauração de Israel e Judá depois
dos setenta anos de exílio.
Para melhor compreensão, também dividimos
essa parte XIII, em três seções: A. O livro de restauração (30.1-31.40) – já vista; B. Uma compra simbólica
(32.1-44) – já vista e, C. Predições
de restauração (33.1-26) – veremos e
concluiremos agora.
C. Predições de restauração (33.1-26).
A primeira revelação enquanto o profeta
estava preso é registrada no cap. 32. Agora, vem a segunda revelação, estando
ele encarcerado ainda no pátio da guarda.
Isso nos remete a Paulo que se dizia o
“prisioneiro de Cristo” em suas epístolas. Veja as referências:
·Efésios 3:1 Por esta causa eu, Paulo, sou
o prisioneiro de Cristo Jesus,
por amor de vós, gentios,
·Efésios 4:1 Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro
no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a
que fostes chamados,
·Efésios 6:20 pelo qual sou embaixador
em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para
falar, como me cumpre fazê-lo.
Colossenses 4:10 Saúda-vos
Aristarco, prisioneiro comigo, e
Marcos, primo de Barnabé (sobre quem recebestes instruções; se ele for ter
convosco, acolhei-o),
Filemon 1:1 Paulo, prisioneiro de Cristo Jesus, e o
irmão Timóteo, ao amado Filemom, também nosso colaborador,
Filemon 1:9 prefiro, todavia,
solicitar em nome do amor, sendo o que sou, Paulo, o velho e, agora, até prisioneiro de Cristo Jesus;
Filemon 1:23 Saúdam-te Epafras, prisioneiro comigo, em Cristo Jesus,
Filipenses 1:7 Aliás, é justo que
eu assim pense de todos vós, porque vos trago no coração, seja nas minhas algemas, seja na defesa e confirmação do
evangelho, pois todos sois participantes da graça comigo.
Filipenses 1:13 de maneira que as minhas cadeias, em
Cristo, se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana e de todos os
demais;
A noção de soberania em Paulo era tão forte
que ele não se considerava injustiçado de Roma, ou preso político, ou coitadinho,
vítima do sistema corrupto da época, mas se auto-intitulava “prisioneiro de
cristo”, como que reconhecendo que o Senhor da vida dele era Deus e não Roma ou
qualquer líder.
Uma vez que Deus criou e forma todas as
coisas, é evidente que ele teria poder para restaurar o seu povo do exílio
(32.17).
Ele desafia Jeremias a clamar a ele, pois
que coisas grandes e ocultas, que não sabia, ele estaria disposto a revelá-las.
Uma frase semelhante é encontrada em Is 48.6 que também se refere à salvação
como uma nova criação (veja Dn 2.47).
Deveras interessante este apelo do clamar a
ele para ele revelar! Isso nos remete a John Piper e a R. C. Sproul, que nos
dizem sobre a oração que elas fazem coisas acontecerem que se não orássemos não
aconteceriam e que a oração é um privilégio para nós no qual Deus nos convida
para com ele regermos o universo, mudando as coisas e os fatos pela pura
oração! Isso é tremendo! Vale aqui a construção de um bom sermão!
Nos versos 4 e 5, o profeta anuncia o horror
da destruição de Jerusalém. Seus líderes tinham destruído casas para com elas
construírem verdadeiras fortalezas contra as trincheiras e a espada dos caldeus,
mas isso não seria suficiente. De nada adiantariam técnicas e métodos quando o
Senhor tinha contra eles o seu rosto virado – vs. 5. Que isso nos sirva de
lição quando as coisas estão dando erradas em nossas vidas, apesar de tudo
estarmos fazendo corretamente e com modernas técnicas. Aqui também a dica para
outro sermão é fantástica!
No verso 6, extensível ao 8, o sentido é
claro, Deus traria o seu povo de volta do cativeiro apesar da destruição da
cidade e do exílio (cf. 30.8,16; 32.36). Ele não somente os faria voltar, mas
os reconstruiria e os reedificaria como no princípio, além do que os
purificaria de toda as suas iniquidades e perdoaria os seus pecados com que
pecaram e transgrediram contra o Senhor.
Deus restauraria o seu povo do exílio não
apenas para o bem de Israel, mas para sua própria glória entre todos os povos
da terra (Rm 11.36). É na verdade por causa de sua glória que nós nos damos bem
em nossas vidas.
É por isso que o professor e pastor Airton
Wilhians, nosso amigo, nos ensina sobre o casamento que não casamos para
fazermos nosso cônjuge feliz ou para preencher vazios em nossas almas, mas
assim fazemos para a glória de Deus e que ao buscá-la em sua plenitude,
melhoraremos 100% em nossos relacionamentos.
O Senhor estaria desejoso de abençoar e
fazer o povo se rejubilar em sua glória.
Naquele mesmo lugar morto, sem vida e sem
graça, que todos diziam que era uma desolação, ali mesmo, ainda se ouviria, por
causa de sua graça, a voz de gozo e a voz de alegria, a voz de noivo e a de
noiva e, finalmente, a voz dos que dão graças ao Senhor por causa de seus
grandes benefícios. É interessante observar o contraste com os vs. 7.34; 16.9.
A grande bênção do Senhor se estenderia
pela sua geografia – 32:44 - a toda a Terra Prometida tornando-a uma morada de
pastores que fariam seus rebanhos repousarem em segurança e tranquilidade.
Ainda pelos versos 13 e 14, o profeta
continua narrando detalhes das bênçãos do Senhor a todo seu povo restaurado.
Baseado em 2 Sm 17:12, a promessa
messiânica – vs. 15 e 16 (repetição de 23:5,6) - é um cumprimento da promessa
feita a Davi – Mt 1:1,17; 12:23. O renovo, como já falamos, é um termo
messiânico que expressa o fato de que o último Ungido da linhagem de Davi seria
perfeitamente justo – Is 4:2; 11:1. Além disso, também se refere a todos os
líderes do povo de Deus – Zc 6:12, por exemplo, descreve Zorobabel desse modo.
A profecia do vs. 17 faz alusão a 2Sm
7.12-16; Sl 89.3-4; 132.11-12 e se refere à restauração da monarquia davídica
depois do exílio, que foi cumprida por Jesus.
Além do monarca real, descendente de Davi,
com reino eterno, tínhamos também a promessa de sacerdotes os quais não
faltariam igualmente. Sobre esses sacerdotes e sobre o sacerdócio:
·O
papel do sacerdote era essencial para a administração da aliança (Êx 28-29; Dt
10.8; 18.1).
·Os
sacerdotes também tinham a sua própria aliança com o Senhor (Nm 25.12-13; 1Sm
2.30,35).
·Deus
não ignorou a promessa de um ministério sacerdotal perpétuo exercido pelos
levitas quando encerrou o seu serviço por ocasião da morte, sepultamento,
ressurreição e ascensão de Cristo. Antes, cumpriu a sua promessa dando ao seu
povo algo muito melhor do que havia oferecido inicialmente, ou seja, o
sacerdócio real de Cristo. Jesus cumpre perfeitamente o serviço que os levitas
apenas prefiguravam no tabernáculo e no templo (Hb 5.6-10; 7.11-25).
No verso 19, novamente veio a Jeremias a
palavra do Senhor que falará da aliança com o dia e com a noite. Talvez essa
seja uma alusão à aliança firmada com Noé (cf. Gn 8.22) ou a uma aliança
firmada implicitamente na criação (cf. Gn 1.14-18).
A permanência desses elementos cósmicos
contrasta nitidamente com o caráter temporário do templo original (7.1-15).
Essa permanência é compreensível no contexto da nova aliança, embora a
necessidade de fidelidade nunca seja deixada de lado (32.40).
A verdade é que embora seja finito, tanto
os grãos de areia como as estrelas dos céus são incontáveis. Do mesmo modo, ele
Deus multiplicaria a descendência de Davi e dos levitas! As promessas feitas a
Abraão (compare Gn 22.17 com Gn 15.8, observando atentamente o seu contraste)
também são cumpridas nessas promessas acerca do reino messiânico.
Jr 33:1 E veio a palavra do Senhor a
Jeremias,
segunda vez,
estando ele ainda encarcerado
no
pátio da guarda, dizendo:
Jr 33:2 Assim diz o Senhor que faz isto,
o Senhor que
forma isto, para o estabelecer; o Senhor é o seu nome.
Jr 33:3 Clama
a mim, e responder-te-ei,
e
anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes.
Jr 33:4 Pois assim diz o Senhor, o Deus
de Israel,
acerca das
casas desta cidade, e acerca das casas dos reis de Judá,
que
foram demolidas para fazer delas uma defesa
contra
os valados e contra a espada;
Jr 33:5
entrementes os caldeus estão entrando a pelejar
para
os encher de cadáveres de homens que ferirei
na
minha ira e no meu furor;
porquanto
escondi o meu rosto desta cidade,
por
causa de toda a sua maldade.
Jr 33:6 Eis
que lhe trarei a ela saúde e cura, e os sararei,
e
lhes manifestarei abundância de paz e de segurança.
Jr 33:7 E
farei voltar do cativeiro os exilados de Judá e de Israel,
e
os edificarei como ao princípio.
Jr 33:8 E os
purificarei de toda a iniqüidade do seu pecado
contra
mim; e perdoarei todas as suas iniqüidades,
com
que pecaram e transgrediram contra mim.
Jr 33:9 E
esta cidade me servirá
de
nome de gozo, de louvor e de glória,
diante
de todas as nações da terra que ouvirem
de
todo o bem que eu lhe faço;
e
espantar-se-ão e perturbar-se-ão por causa de todo o bem,
e
por causa de toda a paz que eu lhe dou.
Jr 33:10 Assim diz o Senhor:
Neste lugar
do qual vós dizeis:
E
uma desolação, sem homens nem animais,
sim,
nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém,
que
estão assoladas, sem homens,
sem
moradores e sem animais,
ainda
se ouvira
Jr
33:11 a voz de gozo e a voz de alegria, a voz de noivo
e
a voz de noiva, e a voz dos que dizem:
Dai graças ao
Senhor dos exércitos, porque bom é o Senhor,
porque
a sua benignidade dura para sempre;
também se
ouvirá a voz dos que trazem à casa do Senhor
sacrifícios
de ação de graças.
Pois farei
voltar a esta terra os seus exilados
como
no princípio, diz o Senhor.
Jr 33:12 Assim diz o Senhor dos
exércitos:
Ainda neste
lugar, que está deserto, sem homens, e sem animais,
e
em todas as suas cidades, haverá uma morada de pastores
que
façam repousar aos seus rebanhos.
Jr 33:13 Nas
cidades da região montanhosa,
nas
cidades das planícies, e nas cidades do sul,
e
na terra de Benjamim,
e nos
contornos de Jerusalém, e nas cidades de Judá,
ainda
passarão os rebanhos pelas mãos
dos
contadores, diz o Senhor.
Jr 33:14 Eis
que vêm os dias, diz o Senhor, em que cumprirei
a
boa palavra que falei acerca da casa de Israel
e
acerca da casa de Judá.
Jr 33:15
Naqueles dias e naquele tempo farei que brote a Davi
um
Renovo de justiça; ele executará juízo e justiça na terra.
Jr 33:16
Naqueles dias Judá será salvo e Jerusalém habitará
em
segurança; e este é o nome que lhe chamarão:
O
SENHOR É NOSSA JUSTIÇA.
Jr 33:17 Pois assim diz o Senhor:
Nunca faltará
a Davi varão que se assente sobre o trono
da
casa de Israel;
Jr
33:18 nem aos sacerdotes levíticos faltará varão
diante
de mim para oferecer holocaustos,
e
queimar ofertas de cereais
e
oferecer sacrifícios continuamente.
Jr 33:19 E veio a palavra do Senhor a
Jeremias, dizendo:
Jr 33:20
Assim diz o Senhor:
se
puderdes invalidar o meu pacto com o dia,
e
o meu pacto com a noite,
de
tal modo que não haja dia e noite a seu tempo,
Jr
33:21 também se poderá invalidar o meu pacto com Davi,
meu
servo, para que não tenha filho que reine
no
seu trono;
como também o
pacto com os sacerdotes levíticos,
meus
ministros.
Jr 33:22
Assim como não se pode contar o exército dos céus,
nem
medir-se a areia do mar,
assim
multiplicarei a descendência de Davi,
meu servo, e
os levitas, que ministram diante de mim.
Jr 33:23 E veio ainda a palavra do
Senhor a Jeremias, dizendo:
Jr 33:24
Acaso não observaste o que este povo está dizendo:
As
duas famílias que o Senhor escolheu, agora as rejeitou?
Assim
desprezam o meu povo, como se não fora um
povo
diante deles.
Jr 33:25 Assim diz o Senhor:
Se o meu
pacto com o dia e com a noite não permanecer,
e
se eu não tiver determinado as ordenanças dos céus
e
da terra, Jr 33:26 também rejeitarei
a
descendência de Jacó, e de Davi, meu servo,
de modo que
não tome da sua descendência
os que
dominem sobre a descendência de Abraão,
Isaque,
e Jacó;
pois
eu os farei voltar do seu cativeiro,
e
apiedar-me-ei deles.
A palavra de Deus ainda continuou para
Jeremias – vs. 23.
A honra do Senhor estava ligada ao seu povo
(vs. 9); a nova aliança voltaria a honrá-lo devidamente.
Deus volta a apelar – vs. 25 - em forma de
juramento para a permanência da ordem cósmica sustentando a sua palavra que não
faltará ou não rejeitará nem a descendência de Jacó, nem a de Davi. Ora de Jacó
e de Davi, depois, veio o Messias, mas e de Jacó, não passando por Davi, por
exemplo os levitas? Deles, Deus promete que não faltará quem domine sobre a
descendência (não descendências) de Abraão, Isaque e Jacó.
A restauração depois do exílio, que implicaria
o reinado do Filho de Davi, cumpriria a aliança com Abraão.
Fique à vontade para tecer seus comentários. No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 : devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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