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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Jó 4:1-21 - OS AMIGOS E A GRANDE FÉ QUE JÓ TINHA

Estamos na parte II de cinco de nossa divisão proposta, que vai tratar do diálogo entre Jó e os seus amigos buscando entender o que aconteceu.
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
B. O primeiro ciclo de discursos – 4:1 – 14:22.
Este primeiro ciclo de discursos que vai até o capítulo 14, sendo que nos encontramos no capítulo 4, consiste nas declarações de seus três amigos e nas respostas comoventes que Jó lhes dá.
Para cada discurso de um de seus amigos, uma resposta de Jó à altura da pergunta. Elas começam tímida e receosa por causa do estado em que se encontrava Jó, mas a busca da explicação do fenômeno Jó parecia inquietar as mentes e corações de seus amigos.
Pelo que elas progrediam em atrevimento e descuidado com a situação de seu amigo que sofria, mais parece que estavam ali querendo achar culpa em Jó ou em serem advogados de Deus do que verdadeiro amigo que consola o outro nas necessidades.
Os discursos fazem referência a muitas perspectivas diferentes e possíveis explicações, mas todas são insuficientes. Como na BEG, dividiremos esta extensa parte em seis: 1. Elifaz – 4:1 – 5:27. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21. 3. Bildade – 8:1 – 22. 4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1 – 10:22. 5. Zofar – 11:1 – 20. 6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1 – 14:22.
1. Elifaz – 4:1 – 5:27.
O primeiro amigo de Jó a se manifestar é Elifaz. Ele é o menos cáustico dos três, pelo menos no primeiro discurso. Suas primeiras palavras, que supõe a inocência de Jó – vs 7 – devem ser comparadas com 22:1-11, em que ele está plenamente convencido de que Jó estava recebendo o que merecia.
Elifaz começa tímido e cheio de cuidados com o amigo e primeiramente o elogia por ser um mestre da sabedoria – vs 3:4 -, que ensinava os outros, mas no vs 5, o adverte a não deixar de aplicar à sua própria vida o que havia ensinado.
Em um primeiro momento, durante os sete primeiros dias, os amigos pareciam amigos de verdade que se importavam com a dor e o sofrimento, mas vencida a fase inicial a busca de explicações e o querer entender o fato era mais prioritário na mente daqueles que com ele estavam.
Parecia que era uma defesa para eles mesmos para não entrarem em colapso mental perdendo o chão e a base de suas próprias vidas. Os sofrimentos de Jó tinham de ter uma explicação lógica e ela deveria estar atrelada aos fatos e à vida de Jó por causa da justiça divina em que criam.
Para justificarem a Deus e livrá-lo de acusações, o mais fácil seria incriminar o homem pecador e falho em seus caminhos. Um pressuposto já estava formado na mente de Elifaz, ou melhor na mente daqueles que com ele ali estavam.
Jó, na verdade, esperava o consolo e não questionamentos e dúvidas de seus comportamentos.
Aquela fala de Elifaz naquele momento deve ter ferido e magoado o coração sofrido daquele homem justo que enfrentava agora mais um grande problema.
Sua vida estava ótima há poucos dias e ele teve de enfrentar em pouco tempo quatro grandes desafios:
1.      O primeiro foram as avalanches de acontecimentos todos trágicos envolvendo sua família, poupando a sua mulher, os seus bens e os seus negócios, destruindo tudo.
2.      O segundo momento foram as chagas que chegaram de um dia para o outro o levando a uma situação catastrófica tendo de se coçar e encontrar alívio com cacos de telha.
3.      O terceiro desafio terrível veio de sua própria esposa que o incitou a largar tudo, desistir e morrer.
4.      O quarto desafio era mais longo, mais agudo, perspicaz, chato, igualmente terrível e dolorido que eram os seus amigos que ao invés de consolarem a ele, o atormentavam.
No primeiro e no segundo momento, claramente se vê a ação direta de Satanás nos eventos com a pura intenção – dele, de Satanás – de levar Jó a pecar e a amaldiçoar a Deus provando sua hipótese e seu propósito maligno que era mostrar que Jó temia a Deus debalde, isto é, por causa das bênçãos de Deus.
No terceiro e no quarto momento, não parece estar havendo uma ação direta de Satanás porque o narrador bíblico não comenta mais nada das conversas e falas nos céus entre Deus e o diabo acerca de Jó.
No entanto, aqui, principalmente continuamos percebendo que por trás de tudo isso estaria ele, Satanás, enganando, seduzindo, agindo nos bastidores e preparando suas armadilhas a fim de prender sua presa nos seus momentos de maior fraqueza.
Novamente Jó não é socorrido, nem explicações alguma lhe é fornecido. Ele continua sem saber de nada e sustentado apenas por sua fé em Deus que era enorme.
Nisso Deus nos prova que o justo, de verdade, é sustentado por sua fé e como diz o escritor de Hebreus se ele recuar, Deus nele não tem prazer algum – Hb 10:38. A fé que nos sustenta é poderosa para nos sustentar sem socorro algum até o fim da jornada quando o veremos face-to-face!
Nos versos de 12 a 21, Elifaz faz uma declaração narrando uma experiência mística pela qual afirma ter recebido uma revelação divina.
Ele simplesmente está se preparando para continuar com seu discurso e com sua hipótese de justificar a Deus, defendendo-o e encontrar em Jó alguma culpa.
Jó 4:1 Então respondeu Elifaz o temanita, e disse:
                Jó 4:2 Se intentarmos falar-te, enfadar-te-ás?
                               Mas quem poderia conter as palavras?
                Jó 4:3 Eis que ensinaste a muitos, e tens fortalecido
                               as mãos fracas.
                Jó 4:4 As tuas palavras firmaram os que tropeçavam
                               e os joelhos desfalecentes tens fortalecido.
                Jó 4:5 Mas agora, que se trata de ti, te enfadas;
                               e tocando-te a ti, te perturbas.
                Jó 4:6 Porventura não é o teu temor de Deus a tua confiança,
                               e a tua esperança a integridade dos teus caminhos?
                Jó 4:7 Lembra-te agora qual é o inocente que jamais pereceu?
                               E onde foram os sinceros destruídos?
                Jó 4:8 Segundo eu tenho visto, os que lavram iniqüidade,
                               e semeiam mal, segam o mesmo.
                Jó 4:9 Com o hálito de Deus perecem;
                               e com o sopro da sua ira se consomem.
                Jó 4:10 O rugido do leão, e a voz do leão feroz,
                               e os dentes dos leõezinhos se quebram.
                Jó 4:11 Perece o leão velho, porque não tem presa;
                               e os filhos da leoa andam dispersos.
                Jó 4:12 Uma coisa me foi trazida em segredo;
                               e os meus ouvidos perceberam um sussurro dela.
                Jó 4:13 Entre pensamentos vindos de visões da noite,
                               quando cai sobre os homens o sono profundo,
                               Jó 4:14 Sobrevieram-me o espanto e o tremor,
                                               e todos os meus ossos estremeceram.
                               Jó 4:15 Então um espírito passou por diante de mim;
                                               fez-me arrepiar os cabelos da minha carne.
                               Jó 4:16 Parou ele, porém não conheci a sua feição;
                                               um vulto estava diante dos meus olhos;
                                                               houve silêncio, e ouvi uma voz que dizia:
                               Jó 4:17 Seria porventura o homem mais justo do que Deus?
                                               Seria porventura o homem mais puro
                                                               do que o seu Criador?
                               Jó 4:18 Eis que ele não confia nos seus servos
                                               e aos seus anjos atribui loucura;
                               Jó 4:19 Quanto menos àqueles que habitam em casas de lodo,
                                               cujo fundamento está no pó,
                                                               e são esmagados como a traça!
                Jó 4:20 Desde a manhã até à tarde são despedaçados; e eternamente
                               perecem sem que disso se faça caso.
                Jó 4:21 Porventura não passa com eles a sua excelência?
                               Morrem, mas sem sabedoria.
Sem fé é impossível agradar a Deus, por isso que os que se aproximam de Deus devem crer que ele exista e não somente isso, mas que também é galardoador dos que o buscam em verdade e sinceridade de coração – Hb 11:6.
É assim que nos ensina o apóstolo Paulo ao falar de como devemos nos aproximar de Deus e era assim que vivia Jó em sua fé que fazia com que ficasse firme, mesmo parecendo ter o mundo todo conspirando contra ele para o fazer pecar.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.