Continuamos na parte II de cinco de nossa
divisão proposta, que vai tratar do diálogo entre Jó e os seus amigos. Jó se
defendendo e seus amigos o acusando ao invés de consolá-lo – Jó 6:14.
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E
SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
B. O primeiro ciclo de discursos
– 4:1 – 14:22.
Nessa primeira série de discursos, como já
dissemos, se fará referência a muitas perspectivas diferentes e possíveis
explicações, mas todas serão insuficientes.
Dividimos essa parte “B”, como na BEG, em seis:
1. Elifaz – 4:1 – 5:27 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21 –
estamos vendo agora. 3. Bildade – 8:1 – 22. 4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1
– 10:22. 5. Zofar – 11:1 – 20. 6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1 – 14:22.
2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21 - continuação.
Jó, na primeira parte de sua resposta ao
primeiro discurso de seu amigo Elifaz, se defendeu das acusações e se
justificou alegando a sua inocência, ou seja, não via ele, Jó, motivos naturais
para tanto sofrimento.
Vimos que não havia necessidade, como nunca
haverá de tantas explicações, no entanto, elas são boas para o leitor e para
nós que estudamos a Bíblia por conhecer a mente de um homem de fé, que não
abria mão de sua consciência de jeito nenhum.
Tendo falado a Elifaz, agora Jó se volta
para Deus em seu discurso e começa falando da sua temporalidade.
Se nos atentarmos ao Salmos 8 e ao Salmos
90:12, veremos, considerando que Jó foi escrito primeiro que Salmos, que ambos
os autores se inspiraram nesse capítulo ao escrevê-lo para nós.
A vida de Jó passava muito rapidamente como
a vida de cada um de nós. De forma mais veloz ainda para os que se envolvem ou
são envolvidos com a guerra que o homem faz sobre a terra desde que é homem e
aprendeu a guerrear.
As disputas das guerras entre os homens sempre
envolvem bens, terras, posses, conquistas, o egoísmo, a vaidade, o orgulho e,
principalmente, a maldade dentro dos corações, pois com a morte do outro, quem
questionará alguma coisa?
Tiago fala porque os homens fazem guerra e
assim tornam sua vida que já é breve, mais breve ainda.
Tiago 4:1 De onde vêm as guerras e pelejas
entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos
vossos membros guerreiam?
Tiago 4:2 Cobiçais, e nada tendes; matais,
e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada
tendes, porque não pedis.
Tiago 4:3 Pedis, e não recebeis, porque
pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.
Jó está falando com Deus, em orações, buscando
entender ou saber porque seu sofrimento, mas Deus permanece calado, mudo, nada
lhe diz, nem envia a ele qualquer alívio ou socorro nesse sentido. Jó se sente
só, mas não desiste em momento algum de sua fé, apesar de sua dor grande.
Ele compreende também que os seus dias, que
são breves, são cheios de vaidade e de trabalho para sustentar essa vaidade. É tudo
canseira e enfado, como o autor de Eclesiastes diz que tudo é vaidade e correr
atrás do vento – Ec 1:2.
Para Jó a noção do tempo é de fato relativa
por causa de sua dor. A noite já não dura cerca de 8 horas, mas parece durar
uma eternidade. Para quem está no prazer e na alegria nem vê o tempo passar,
mas para o que está em suspense ou em prova cada segundo tem o peso de horas.
Por um lado, eles são velozes e se acabam
sem esperança, por outro, eles são eternos e trazem muita dor.
Na sua oração, pede ao Senhor que o
contemple e veja que ele passa e sua vida vai se passando diante dele. Pede então
alívio para que possa desfrutar do pouco tempo que lhe resta de forma saudável
e boa.
Pode-se notar que os seus olhos estão
postos no Senhor e sabe que a sua vida, embora não esteja entendendo nada, está
no controle de Deus que tudo tem noção e conhecimento, inclusive de sua dor e
oração diante de sua face.
Jó nos impressiona por essa sua cosmovisão
naquela época, onde muitos já o teriam abandonado certamente. Jó insiste em
permanecer fiel apesar de tudo.
Jó sabe que Deus está no controle de tudo,
por isso insistem em suas orações e em sustentar os eu discurso.
Jó 7:1 Porventura não tem o homem guerra
sobre a terra?
E
não são os seus dias como os dias do jornaleiro?
Jó
7:2 Como o servo que suspira pela sombra,
e
como o jornaleiro que espera pela sua paga,
Jó
7:3 Assim me deram por herança meses de vaidade;
e
noites de trabalho me prepararam.
Jó
7:4 Deitando-me a dormir, então digo:
Quando me levantarei? Mas comprida é a noite,
e
farto-me de me revolver na cama até à alva.
Jó
7:5 A minha carne se tem vestido de vermes e de torrões de pó;
a
minha pele está gretada, e se fez abominável.
Jó
7:6 Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão,
e
acabam-se, sem esperança.
Jó
7:7 Lembra-te de que a minha vida é como o vento;
os
meus olhos não tornarão a ver o bem.
Jó
7:8 Os olhos dos que agora me vêem não me verão mais;
os
teus olhos estarão sobre mim, porém não serei mais.
Jó
7:9 Assim como a nuvem se desfaz e passa, assim aquele que desce
à
sepultura nunca tornará a subir.
Jó
7:10 Nunca mais tornará à sua casa,
nem
o seu lugar jamais o conhecerá.
Jó
7:11 Por isso não reprimirei a minha boca;
falarei
na angústia do meu espírito;
queixar-me-ei
na amargura da minha alma.
Jó
7:12 Sou eu porventura o mar, ou a baleia,
para
que me ponhas uma guarda?Jó 7:13 Dizendo eu:
Consolar-me-á
a minha cama;
meu
leito aliviará a minha ânsia;
Jó
7:14 Então me espantas com sonhos,
e
com visões me assombras;
Jó
7:15 Assim a minha alma escolheria antes a estrangulação;
e
antes a morte do que a vida.
Jó
7:16 A minha vida abomino, pois não viveria para sempre;
retira-te
de mim; pois vaidade são os meus dias.
Jó
7:17 Que é o homem, para que tanto o engrandeças,
e
ponhas nele o teu coração,
Jó
7:18 E cada manhã o visites,
e
cada momento o proves?
Jó
7:19 Até quando não apartarás de mim,
nem
me largarás, até que engula a minha saliva?
Jó
7:20 Se pequei, que te farei, ó Guarda dos homens?
Por
que fizeste de mim um alvo para ti,
para
que a mim mesmo me seja pesado?
Jó
7:21 E por que não perdoas a minha transgressão,
e
não tiras a minha iniqüidade?
Porque
agora me deitarei no pó,
e
de madrugada me buscarás,
e
não existirei mais.
Jó sente o peso do pecado e manifesta em
sua fala a necessidade do Cristo, seu Salvador, que possa não justificá-lo, o
que seria um contrassenso, mas ser o justificador, àquele que se fará justiça
diante de Deus em seu lugar. Jó está pedindo e clamando por um remidor.
O seu apelo nos remete a Cristo e sua
oração já está sendo respondida a ele, embora ainda o Cristo viria muitos anos
depois dele, quase uns dois mil anos depois. É que a salvação e a justificação
em Cristo não é temporal, mas eterna.
Embora somente ocorra no tempo, em um dado
momento da história, o seu alcance é não temporal, ou seja tanto o passado
quanto o presente quanto o futuro são alcançados pelo seu sacrifício eterno,
tornando-se ele a nossa justiça para sempre!
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