O Evangelho de João é o livro escrito por
João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos possam ir a
ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como o Messias e
o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o tema central
desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João Batista, do
Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte do mundo.
Breve síntese do capítulo 2
Aqui Jesus inicia os seus milagres e
ministério transformando água em vinho para que a festa de casamento não
sofresse interrupção e não se frustrassem os noivos.
Foi a sua mãezinha que querendo intervir e
dar uma forcinha ao filho lhe disse que havia um problema, pois sabia que Jesus
era aquela pessoa especial que poderia dar a solução certa. E foi assim. Ela
depois de levar uma bronca santa diz aos servos: “Fazei tudo o que ele vos disser”!
Esta palavra e testemunho de sua mãe é a
palavra e testemunho que permanece por todos os tempos e para todos os povos e
para a igreja e para o mundo e para todos aqueles que Deus deu entendimento que
não são humanos como nós.
A festa foi salva porque nela havia um
convidado muito especial. Quando convidamos a Jesus a fazer parte de nosso
dia-a-dia e de nossas vidas não ficaremos nem sem água, nem sem o vinho. E se
não tivessem convidado a Jesus? Eu sei que quem nos escolhe é Deus e não nós a
ele, mas depois de escolhido, eu o escolho e a minha não escolha será levantada
contra mim.
O narrador de João é meticuloso e vai
contando até os dias: “três dias depois”.
Seria muito interessante que prestássemos bastante atenção nestes tipos de
conexões no texto para entendermos o texto completo e aprendermos o máximo
possível.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS (1.19-12.50) - continuação.
Como já dissemos, Jesus passou a maior
parte do seu tempo ministrando às pessoas de várias partes, especialmente nas
festas judaicas. Veremos, doravante, até o capítulo doze, o ministério público
de Jesus.
Estamos seguindo, conforme já falamos a
proposta de divisão da BEG: A. O começo do ministério de Jesus (1.19-51) – já vimos; B. Os eventos que ocorreram
durante a viagem entre Caná (na Galileia) e a Judeia (2.1-4.54) – iniciaremos agora; C. Uma breve visita a
Jerusalém (5.1-47); D. O seu ministério na Galileia (6.1-71); e, E. Vários
acontecimentos próximos e dentro de Jerusalém durante várias festas (7.1-12.50).
B. Os eventos que ocorreram durante a viagem entre Caná (na Galileia) e
a Judeia (2.1-4.54).
Do início deste capítulo até o final do 4,
estaremos vendo alguns eventos que ocorreram durante a viagem, saindo e
voltando para Caná. Começando em Caná (2.1) e voltando para lá depois de viajar
pela região (4.46), Jesus realizou milagres, explicou o seu ministério e
enfrentou reações negativas e positivas.
Jesus realizou o seu primeiro milagre em
Caná e mais tarde retornou ali para realizar um segundo milagre. Enquanto isso,
vários acontecimentos importantes deram início a algumas das mudanças mais
surpreendentes que Jesus trouxe ao mundo.
Dividiremos essa parte em 6 seções para
melhor explorá-las: 1. O casamento em Caná (2.1-11); 2. A purificação do Templo
(2.12-25); 3. A chegada do reino (3.1-21); 4. Outro testemunho de João
(3.22-36); 5. A mulher samaritana (4.1-42); e, 6. Um oficial do rei em Caná
(4.43-54).
1. O casamento em Caná (2.1-11).
Esse é o primeiro milagre, ou sinal, no
Evangelho de João, antecipando a transformação da antiga ordem (representada
pelas talhas de pedra com água, utilizadas para o ritual de purificação; vs. 6)
pela nova ordem (o vinho, que representa a alegria e a vida eterna no reino de
Deus) por meio de Jesus Cristo (cf. 2Co 5.17). Veja Is 25.6-9 com relação à
imagem da salvação como um banquete.
O termo “vinho” era comumente usado no Novo
Testamento para indicar o suco fermentado da vinha (p. ex., Ef 5.18).
Há muitos que confundem, pela tradução, a
maneira de Jesus se referir à sua mãe. Parece, pelo texto, que ele está se
referindo a ela como “Mulher”, assim de forma desrespeitosa, mas não, literalmente
seria como "Oh! Mulher".
No original, representa uma maneira
respeitosa de se dirigir a uma mulher e era como habitualmente Jesus se dirigia
às mulheres (p. ex., 19.26). O que é incomum e sem precedente é o uso dessa
expressão para se dirigir à própria mãe.
Ao empregar essa expressão, Jesus não
estava negando a sua relação com Maria (nem tampouco João, que chamou Maria de 'mãe
de Jesus' quatro vezes nessa passagem).
Antes, ao iniciar o seu ministério público,
Jesus deixou claro que era seu Pai celeste, e não qualquer ser humano
(incluindo seus familiares), que dirigiria a sua obra e as suas palavras
(8.28-29).
Maria via que a situação da festa poderia
ser desconfortável e foi falar com Jesus, como esperando dele algo, mas ele
dizia a ela que a sua hora ainda não havia chegado. Na maioria das vezes esse
fato de não ter chegado a sua hora se refere à paixão, ou sofrimento, de Jesus
(12.27). Contudo, também pode se referir ao conjunto da sua obra messiânica
("Mas vem a hora e já chegou", 4.23).
Nesse último contexto, Jesus estava
afirmando que era o Pai quem exercia o controle sobre a sua atividade
messiânica, e não Maria. Aqui, no entanto, por causa dela e também por nós, ele
determinou que fosse providenciado um antegosto do banquete messiânico
vindouro.
Ela, confiante, sabendo e conhecendo o seu
filho, logo tratou de orientar os serventes para fazerem tudo conforme ele
orientasse e eles o fizeram.
Jesus transformou aquela água em vinho, que
fisicamente é possível apenas
teoricamente, mas que requereria tanta energia que seria mesmo impossível
àquela época e ainda hoje.
Já fomos apresentados ao tema da glória de
Jesus (1.14) e aqui, nesse ato milagroso visível, essa glória foi manifestada.
No Antigo Testamento, Deus demonstrou a sua glória em vários acontecimentos
milagrosos e esse comentário indica que João desejava que seus leitores
reconhecessem a divindade de Jesus. Com esse feito, os seus discípulos creram
nele (veja 2.23; 20.30-31, onde João revela o seu propósito ao escrever esse
livro).
Em seguida, Jesus desce para Cafarnaum com
sua mãe, seus irmãos e seus discípulos onde ficaram poucos dias.
2. A purificação do Templo (2.12-25).
João interrompe brevemente a sua narrativa
para descrever o que Jesus realizou no templo em Jerusalém, estando próxima a
páscoa.
Esse acontecimento revelou claramente a
perspectiva de Jesus quanto à instituição religiosa mais importante de Israel
nesse tempo e seu próprio relacionamento com o templo.
As atitudes de Jesus induziram uma reação
positiva nas multidões de Jerusalém, mas Jesus percebeu que essa reação era
superficial.
Em outras passagens, Jesus demonstrou ser a
expressão definitiva do que era apenas uma sombra no Antigo Testamento (Hb 10.1)
e aqui, do mesmo modo, indicou que é aquele em quem a presença de Deus habita.
O templo em Jerusalém seria destruído, mas
não o templo que Jesus iria reconstruir em três dias (isto é, o seu próprio
corpo, que seria ressuscitado da morte).
A purificação do templo imediatamente após
o milagre de Caná fornece um elemento importante quanto ao ministério de Jesus
como um todo.
Esses acontecimentos sinalizaram que a
antiga ordem (a água para a purificação e o templo de Herodes) havia sido
suplantada pela nova ordem (o vinho da salvação [Is 25.6-9] e a ressurreição do
Cordeiro como o novo templo [Ap 21.22]).
Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas
registram apenas uma purificação do templo na última semana de Jesus sobre a
terra. Apesar de algumas semelhanças, esse pode ser um acontecimento diferente.
É notável que essa afirmação de Jesus sobre
a destruição do templo, que somente João registrou (vs. 19), foi provavelmente
a base da acusação das falsas testemunhas (Mt 26.61; Mc 14.58) e do escárnio de
alguns espectadores da crucificação (Mt 27.40; Mc 15.29).
Aqui – vs. 15 -, Jesus começa o cumprimento
da profecia de MI 3.1-4, repentinamente indo ao templo e purificando os filhos
de Levi, numa demonstração do seu zelo por Deus e pelas ordenanças sagradas de
Deus.
Os judeus não gostaram nadinha de sua
demonstração de autoridade expulsando os cambistas e colocando ordem no templo
e o questionaram. Para eles, Jesus deveria fazer algum sinal miraculoso e Jesus
responde com um enigma. Ele falou do templo de seu corpo, que iria mesmo se
cumprir, conforme as Escrituras, mas eles entenderam tratar-se do templo físico
que levou quarenta e seis anos para ser edificado.
No original, essa sentença pode indicar que
o templo havia sido completado ou que estava em processo de construção há quarenta
e seis anos.
Josefo (Antiguidades, 15.380) registra que
a construção do templo começou no décimo oitavo ano de Herodes, o Grande (20 ou
19 a.C.). Se isso é verdade, então o templo levou realmente quarenta e seis
anos para ser construído.
Mas Josefo também registra (Antiguidades,
20.219) que o templo não foi terminado até o reinado de Herodes Agripa (64
d.C.). Se essa informação está correta, então os quarenta e seis anos de
construção ainda não haviam sido suficientes para terminar o templo.
Eles ficaram perplexos diante da afirmação
de Jesus relativa aos três dias da reconstrução do templo. Os judeus (e os
discípulos; veja o vs. 22) não compreenderam a afirmação de Jesus, que tinha
mais de um significado.
Afinal de contas, qual seria mais difícil? Reconstruir
o templo físico ou devolver a vida depois de morto? Óbvio que a reconstrução é
possível, independentemente do tempo necessário; já a ressurreição, somente
mesmo pelo poder divino.
Esses equívocos iniciais são comuns no
Evangelho de João (p. ex., 3.4; 6.52). Aqueles que "o receberam" foram
conduzidos por Jesus ao entendimento à medida que ele se voltava para eles, ao
passo que aqueles que o rejeitaram, permaneceram no engano.
Em seu discurso de despedida, Jesus
explicou que o Espírito Santo faria os discípulos recordarem-se de todas as
coisas que ele lhes havia ensinado (14.25-26).
Enquanto estava ali, em Jerusalém, muitos
viram os sinais que fazia e creram no seu nome. Nos tempos bíblicos, um nome
resumia o caráter, a atividade e a posição de uma pessoa nos propósitos de
Deus. O nome Jesus foi dado por orientação divina (Mt 1.21). A fé dos que são
mencionados aqui era superficial, e Jesus sabia disso.
Jo 2:1 Três dias depois,
houve
um casamento em Caná da Galiléia,
achando-se
ali a mãe de Jesus.
Jo 2:2 Jesus também foi convidado,
com
os seus discípulos, para o casamento.
Jo 2:3 Tendo acabado o vinho,
a
mãe de Jesus lhe disse:
Eles
não têm mais vinho.
Jo 2:4 Mas Jesus lhe disse:
Mulher,
que tenho eu contigo?
Ainda
não é chegada a minha hora.
Jo 2:5 Então, ela falou aos serventes:
Fazei
tudo o que ele vos disser.
Jo 2:6 Estavam ali seis talhas de pedra,
que
os judeus usavam para as purificações,
e
cada uma levava duas ou três metretas.
Jo 2:7 Jesus lhes disse:
Enchei
de água as talhas.
E eles as encheram totalmente.
Jo 2:8 Então, lhes determinou:
Tirai
agora e levai ao mestre-sala.
Eles o fizeram.
Jo 2:9 Tendo o mestre-sala provado a
água transformada em vinho
(não
sabendo donde viera, se bem que o sabiam os serventes
que
haviam tirado a água), chamou o noivo
Jo 2:10 e lhe disse:
Todos
costumam pôr primeiro o bom vinho
e,
quando já beberam fartamente,
servem
o inferior;
tu,
porém, guardaste o bom vinho até agora.
Jo 2:11 Com este,
deu
Jesus princípio
a
seus sinais em Caná da Galiléia;
manifestou
a sua glória,
e
os seus discípulos creram nele.
Jo 2:12 Depois disto,
desceu
ele para Cafarnaum,
com
sua mãe, seus irmãos e seus discípulos;
e
ficaram ali não muitos dias.
Jo 2:13 Estando próxima a Páscoa dos
judeus,
subiu
Jesus para Jerusalém.
Jo 2:14 E encontrou no templo
os
que vendiam bois, ovelhas e pombas
e
também os cambistas assentados;
Jo 2:15 tendo feito um azorrague de
cordas,
expulsou
todos do templo,
bem
como as ovelhas e os bois,
derramou
pelo chão o dinheiro dos cambistas,
virou
as mesas
Jo
2:16 e disse aos que vendiam as pombas:
Tirai
daqui estas coisas;
não
façais da casa de meu Pai
casa
de negócio.
Jo 2:17 Lembraram-se os seus discípulos
de que está escrito:
O
zelo da tua casa me consumirá.
Jo 2:18 Perguntaram-lhe, pois, os
judeus:
Que
sinal nos mostras, para fazeres estas coisas?
Jo 2:19 Jesus lhes respondeu:
Destruí
este santuário,
e
em três dias o reconstruirei.
Jo 2:20 Replicaram os judeus:
Em
quarenta e seis anos foi edificado este santuário,
e
tu, em três dias, o levantarás?
Jo
2:21 Ele, porém,
se
referia ao santuário do seu corpo.
Jo
2:22 Quando, pois,
Jesus
ressuscitou dentre os mortos,
lembraram-se
os seus discípulos
de
que ele dissera isto;
e
creram na Escritura
e
na palavra de Jesus.
Jo 2:23 Estando ele em Jerusalém,
durante
a Festa da Páscoa,
muitos,
vendo os sinais que ele fazia,
creram
no seu nome;
Jo
2:24 mas o próprio Jesus
não
se confiava a eles,
porque
os conhecia a todos.
Jo 2:25 E não precisava de que alguém
lhe desse testemunho
a respeito do
homem,
porque ele mesmo sabia o que era
a natureza humana.
O ministério de
Jesus era cheio de sinais, de milagres, de maravilhas e prodígios e os seus
discípulos, o próprio texto vai confirmando, iam crendo nele.
Fique à vontade para tecer seus comentários. No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 : devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
Colabore: faça sua oferta voluntária! Entre em contato conosco para isso: +55-61-995589682
Nosso Projeto 1189 no YouTube começou em 21/04/2016 e foi concluído em 23/07/2019.
Não esqueça de citar a fonte quando for fazer citações, referências em seus posts, pregações e livros. Acompanhe-nos no YouTube e em nossas redes e mídias sociais. Ajude-nos com suas orações!
As mensagens do JAMAIS DESISTA do caminho do Senhor são diárias, inéditas, baseadas na Bíblia e buscando sua conformação máxima à teologia reformada e representam o pensamento do autor na sua contínua busca das coisas pertencentes ao reino de Deus e a sua justiça.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita - com gráficos, tabelas, imagens e textos - e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
Paulo Freire – Uma avaliação relâmpago
-
É sempre surpreendente, para mim, ver que a maioria das referências feitas
ao professor Paulo Freire (1921-1997) são benevolentes e eivadas de
admiração. ...
TRANSTORNANDO O CALVINISMO
-
A doutrina Calvinista é a mais bela expressão do ensino bíblico
transmitida a nós pelo seu maior representante - João Calvino. É claro, a
de se ori...
0 comentários:
Postar um comentário
Fique à vontade para tecer seus comentários.
No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.