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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Jó 25:1-22 - BILDADE SE ESQUECE QUE SOMOS A COROA DA CRIAÇÃO DE DEUS

Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.


D. O terceiro e último ciclo de discursos – 22:1 – 26:14.
A parte “D” foi dividida, como na BEG, em quatro partes: 1. Elifaz – 22:1 – 30 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 23:1 – 24:25 – já vista. 3. Bildade: a glória de Deus e a insignificância da humanidade – 25:1-6 – estamos vendo agora. 4. A resposta de Jó a Bildade – 26:1 – 14.
3. Bildade: a glória de Deus e a insignificância da humanidade – 25:1-6.
Essa terceira série de discursos está chegando ao fim. Veremos agora o último discurso de Bildade sobre a glória de Deus e a insignificância da humanidade e depois a resposta curta de Jó.
Bildade diz parte da verdade ao afirmar que Deus é supremo e soberano, mas seu conceito sobre a humanidade está distorcido. Ele tem dificuldades de entender e explicar a misericórdia e a graça divina para com a raça humana.
Por causa dessa supremacia e de sua soberania, a impressão que temos é que Deus é tão grande, tão alto e tão sublime que ele não é imanente, mas apenas transcendente.
A criatura, nessa visão, passa a ser algo desprezível aos seus olhos e de nenhum valor e significado sendo Deus, portanto, incapaz de com ela interagir ou de se relacionar.
Bildade exagera na profundidade da indignidade humana. Esse é o seu modo de lidar com o problema do mal. Deus não pode ser questionado no que faz por que os seres humanos são muito desprezíveis. Embora a experiência possa, às vezes levar-nos a aceitar essa visão da humanidade, não é isso que nos ensina as Escrituras, diz a BEG.
Mesmo em seu pecado, a humanidade retém a imagem de Deus, que dá a cada pessoa a dignidade e valor – Gn 1:26-29.
A visão de Bildade, prossegue a BEG, opõe-se à visão de Sl 8:4, que admite serem os seres humanos infinitamente pequenos quando comparados aos corpos celestiais, mas ainda afirma que Deus, não obstante, coroou de glória e de honra a humanidade – vs 5 a 9.
Uma vez que os seres humanos não são vermes aos olhos de Deus, as injustiças no mundo ainda levantam perguntas insondáveis acerca da justiça de Deus.
Sobre o fato de Deus nos ter feito à sua imagem e à sua semelhança.
No sexto dia, depois da criação dos animais domésticos, dos selváticos e dos répteis, é que agora Deus vai criar o homem à sua imagem (celen) e à sua semelhança (demuth). Quando Deus disse que iria criar o homem à sua imagem e à sua semelhança ele estava já executando seu plano eterno desde quando nem tempo havia.
A criação do homem por causa da imagem e da semelhança de Deus é algo especial e único no universo. O homem foi a última coisa a ser criada por Deus. E nada da criação se compara ao homem. Pois a ninguém disse o que disse Deus ao homem quando o criou, nem em criatura alguma criada ele soprou em suas narinas para que se tornasse alma vivente.
O homem não foi criado por causa do mundo, mas o mundo foi criado por causa da família!
Calvino fala sobre a imagem e a semelhança como termos sinônimos que não representam características físicas do Criador porque Deus é espírito e não tem aparência física, nem características suas de domínio, mas representam:
·         Retidão e verdadeira santidade
·         Imortalidade
·         Inteligência, razão e afeição.
A Bíblia de Estudo de Genebra fala que a imagem e a semelhança representa aspectos pessoais, criativos, racionais e morais pertencentes a Deus e comunicados aos homens na sua criação.
Deus tem atributos que não são comunicáveis como a onipotência, onisciência, onipresença, mas compartilha com o homem de sua imagem e semelhança quanto aos seus atributos comunicáveis como a verdade, a justiça, o amor, a bondade.
Mesmo o homem caído por causa do pecado do primeiro Adão guarda a imagem e a semelhança de Deus por causa dos seus atributos comunicáveis. Certamente que maculada ou deturpada, mas ele a carrega.
Cada ser humano que anda por ai, mesmo os ímpios foram criados por Deus e portanto levam de alguma forma a imagem e a semelhança de Deus neles.
Destruí-los é afrontar a Deus porque ali está a sua imagem e a sua semelhança. Vejamos um pequeno trecho de João Calvino, segmentado, falando disso e reforçando em nós o conceito do perdão que Jesus nos ensinou:
“Seja quem for que se apresente a nós como necessitado do nosso auxílio,
não há o que justifique que nos neguemos a servi-lo.
Se dissermos que é um estranho,
o Senhor imprimiu nele uma marca
                que deveríamos reconhecer facilmente. 
Se alegarmos que é desprezível e de nenhum valor,
o Senhor nos contestará,
relembrando-nos que o honrou criando-o à Sua imagem.
Se dissermos que não há nada que nos ligue a ele,
o Senhor nos dirá que se coloca no lugar dele
para que reconheçamos nele os benefícios
                que Ele nos tem feito.
Se dissermos que ele não é digno de que demos sequer um passo para ajudá-lo,
a imagem de Deus,
que devemos contemplar nele,
é digna de que por ela nos arrisquemos,
com tudo o que temos.
Mesmo que tal homem,
além de não merecer nada de nós
também nos fez muitas injúrias ultrajantes,
ainda assim
isso não é causa suficiente para que deixemos de
amá-lo, agradá-lo e servi-lo.
Porque, se dissermos que ele não merece nada disso de nós,
Deus nos poderá perguntar que é que merecemos dele.
E quando Ele nos ordena
que perdoemos aos homens as ofensas
                que nos fizeram ou fizerem,
é como se o fizéssemos a Ele.
(Mt 6.14,15; 18.35; Lc 17.3)”. (João Calvino).

Jó 25:1 Então respondeu Bildade, o suíta, e disse:
                Jó 25:2 Com ele estão domínio e temor;
                               ele faz paz nas suas alturas.
                Jó 25:3 Porventura têm número as suas tropas?
                               E sobre quem não se levanta a sua luz?
                Jó 25:4 Como, pois, seria justo o homem para com Deus,
                               e como seria puro aquele que nasce de mulher?
                Jó 25:5 Eis que até a lua não resplandece,
                               e as estrelas não são puras aos seus olhos.
                Jó 25:6 E quanto menos o homem, que é um verme,
                               e o filho do homem, que é um vermezinho!
Tendo o homem sido criado de forma tão especial, ele se tornou a coroa da criação e é por isso que Satanás o inveja querendo destruí-lo e fazê-lo cair como tentou com o primeiro casal.
A ideia presente no universo cientifico daqueles que não creem em Deus é mostrar que o homem é tão insignificante como a sua moradia. A terra já não é mais o centro do universo como se pensava antigamente e essa verdade foi um triunfo da ciência que ao meu ver jamais contradisse a Bíblia ou a ideia de Deus.
Bildade desconhecia essas verdades bíblicas de que homem, criado à imagem e à semelhança de Deus, conforme explicado acima, é a coroa da criação e que todo o universo foi criado por causa dele.
Nossa insignificância astronômica - física e temporal - não nos torna menor em importância em todo o universo criado por Deus.
Mesmo sendo o homem a coroa da criação, tudo foi criado por meio dele, para ele e por ele – Rm 11:36 -, Jesus Cristo, a quem pertence toda a glória, louvor e honra, pois afinal, nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos nossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração – At 17:28.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.