Em nossa leitura, meditação e reflexão, capítulo
por capítulo, nós nos encontramos aqui no capítulo 51 e nas seguintes partes:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO
BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
C. Os dois instrumentos de Deus
para a restauração (44:24 – 55:13).
2. O plano de Deus para o seu
servo – 49:1 a 55:13.
Como já dissemos, estamos vendo os planos
de Deus para o seu Servo, depois de termos visto os seus planos para Ciro.
Foi também dividida essa parte, seguindo a
estrutura já composta da BEG, em oito partes, para melhor estudo e compreensão
da temática: a. Oráculo real acerca do servo – 49:1-13 – já vista; b. Debate contra a incredulidade de Israel – 49:14 – 50:3
– já vista; c. O salmo de confiança
do servo – 50:4 – 11 – já vista; d.
Debate sobre a compaixão e a retidão de Deus – 51:1-8 – já vimos; e. Lamento e respostas – 51:9 – 52:12 – já vimos; f. O servo sofredor e exaltado
– 52:13 – 53:12 – veremos agora; g.
Chamado a que Jerusalém louve – 54:1-17; g. O convite para ir – 55:1-13.
e. Lamento e respostas – 51:9 – 52:12 – em continuação
Ocuparemos dois capítulos com a reflexão
sobre o servo sofredor e exaltado. Não sofredor no sentido de “coitadinho”, mas
por causa da soberania de Deus a qual ele nos é um exemplo.
Resumidamente, nestes 12 primeiros capítulos
de Isaías 52, veremos que Deus chama mais uma vez os exilados a que despertem
(cf. 51:17). Em vez de reclamarem e acusarem a Deus, eles se regozijariam na
maravilha de que Deus libertaria o seu povo.
O começo é semelhante ao capítulo anterior,
mas não aqui de Israel para o Senhor, mas do Senhor para Israel, em forma
imperativa, dupla, como em 40:1; 51:17; 52:11; 57:14; 62:10; 65:1.
Tratava-se de uma ordem clara para ela se
despertar e se vestir, mas não para ser serva, nem ser humilhada, antes para
ser exaltada.
O profeta tinha em mente tanto a cidade de
Sião em si quanto os exilados que a consideravam seu lar. Jerusalém é retratada
como uma esposa real vestida de maneira deslumbrante (cf. 61:10; Ap 3:4-5,18; 4:4).
Reparem no contraste com a descrição da Babilônia, a senhora dos reinos, que
estava sendo ordenada a descer do seu trono e tornar-se uma escrava - 47:1-4 –
enquanto que Sião, a jovem cativa, receberia a ordem de ascender ao seu trono.
Por meio de sua consagração ao Senhor,
Jerusalém era a "cidade santa" (48:2; veja Jl 3:17; Ap 21:2; cf. Mt
4:5) onde o ímpio não teria parte na cidade de Deus (vs. 2; 48:27; Na 1:15; Ap
21:27; 22:14-15).
No verso 3, ele explica o porque da ordem e
dos preparativos para Sião, pois por nada foram vendidos e sem dinheiro seriam
resgatados, ou seja, a salvação é gratuita (45:13; 55:1).
Foi para peregrinar, no princípio, que
Israel desceu ao Egito – vs. 4. Israel dependia da prometida hospitalidade do
Egito, mas teve a sua confiança traída e a Assíria o oprimiu sem razão. Israel
não tinha causado problemas ao Egito, nem à Assíria ou mesmo à Babilônia.
O povo de Deus foi tomado pelos seus
dominadores que se acharam seus donos e quanto ao Senhor, passaram inclusive a
zombar e até a blasfemar dizendo quem era o Senhor?
O povo de Deus, sim, este saberá o seu nome
– vs. 6 – numa clara alusão a Êx 3:13-14; 6:2. Deus demonstraria em ações que
ele era o Senhor. O povo haveria de saber naquele dia que era Deus a falar e a
dizer “eis-me aqui” – vs 6.
O quadro que se pinta no verso 7 é o
retrato de um arauto na encosta da montanha esquadrinhando o horizonte e,
então, relatando as boas-novas àqueles que ansiosamente esperavam por
informação sobre o resultado da batalha (veja Sl 125:2).
Eram os pés do mensageiro que percorreriam
as montanhas com as boas-novas de que o exílio chegara ao fim porque Deus reinava
sobre os seus inimigos (II Sm 18:26).
Era ele, o mensageiro, que dizia “O teu
Deus reina!” – vs 7. Essa e outras passagens de Isaías fornecem o pano de fundo
do termo “evangelho" no Novo Testamento.
A essência do evangelho nos dois Testamentos
é que Deus reina sobre tudo e que o seu reino chegou (6:5; 24:23; 33:20; 40:10;
41:21; 43:15,21; 44:6; 60:17; cf: SI 47:8; 93:1; 97:1; 99:1; Ap 19:6).
Os atalaias passaram a levantar as suas
vozes e juntamente exultavam, pois de pertinho contemplavam a volta do Senhor a
Sião. Somente um atalaia pode ter essa visão especial por causa de sua atenção
e ministério.
Aqueles que ansiavam pela justiça de Deus
(51:1; 62:6) erguiam a sua voz e rompiam em júbilo dando uma resposta de fé à
chegada do reino (cf. 44:23; 49:13; 55:12) pelo retorno do SENHOR para a
renovação da aliança e do favor de Deus para com o seu povo.
Essa restauração, como já tivemos a
oportunidade de ver, teve início com a reconstrução das ruínas de Jerusalém (Ed
3:8-13; Ne 6:15-7.3) e foi manifestada posteriormente em Jesus Cristo (Lc 2:38).
O fato é que o Senhor veio e habitou entre
nós, fazendo parte de uma família e ocupou uma posição humilde de trabalho até
completar a idade de 30 anos quando começou seu ministério exclusivo onde
juntou doze discípulos para daí em diante fundar sua igreja.
Ele desnudou o seu braço a vista de todas
as nações – vs. 10 – e de todos os confins da terra onde puderam ver a salvação
do nosso Deus. Estava aqui conosco, mas nos parecia tão igual que passou,
cumpriu sua missão e voltou para sua habitação. Muitos nem notaram e muitos
ainda o ignoram, apesar dos registros bíblicos e das testemunhas levantadas em
todos os tempos. Ele prometeu que voltará outro dia, mas não mais como o
Messias e Salvador, mas como o juiz que cobrará de cada um o uso que fazem dos
recursos que ele gratuitamente dá para cada cidadão do planeta.
A partir do vs. 12, outro imperativo duplo
como em 51:9,17; 52:1 para retirarem-se e saírem de lá e não tocarem em coisa imunda. Eles,
que levavam os utensílios do SENHOR, deveriam sair, não tocar, purificarem-se.
Aqueles que deveriam voltar para Jerusalém
e servir a Deus como sacerdotes precisavam ser consagrados ao serviço santo
(cf. II Co 6:17; Hb 12:14; 13:13; I Pe 2:1-12; Ap 18:4) e deveriam levar os
utensílios.
No primeiro êxodo, Israel levou os metais
preciosos para a confecção dos utensílios; no segundo êxodo (a volta do
exílio), os sacerdotes e os levitas levariam os próprios utensílios (II Re 25:14-15;
Ed 1:7-11; 5:14-15).
No entanto, não iriam sair de qualquer
jeito ou como estando em fuga, acoados e medrosos de tudo, uma vez que adiante
deles estaria o Senhor – vs 12. Era essa uma alusão às colunas de nuvem e de
fogo que protegeram Israel na sua saída do Egito (veja 42:16; 49:10; 58:8; Ex
13:21-22; 14:19-20).
A presença de Deus guiaria o seu povo à
plenitude e ao esplendor do seu reino eterno (4:5,6; 42:16; 49:10; 58:8; cf: Êx
13:21-22; 14:19-20).
O sofrimento vicário do Servo do Senhor e sua exaltação.
Veremos a partir de agora do vs. 13 ao 53.12
o sofrimento vicário do Servo do Senhor e sua exaltação. Essa seção contém o
quarto e último dos cânticos do servo, como já falamos (42:1-4; 49:1-7; 50:4-9;
52:13-53:12).
O Novo Testamento confirma que o Servo sofredor
é Jesus Cristo (Mt 8:17; 26:63,67; 27:14; Mc 9:12; 14:60; 15:4-5; Lc 22:37; 23:33;
24:27,46; Jo 1:29; 12:38; At 3:13; 8:32-33; Rm 4:25; 5:19; 10:16; 15:21; 1Co 5:7;
15:3; Hb 9:28; 1Pe 1:11; 2:22-25; Ap 5:6,12; 13:8).
52:13 a 53:12 é a passagem do Antigo
Testamento mais citada no Novo Testamento. Por causa do seu sofrimento vicário,
todo aquele que nele crer - judeus e gentios - tem esperança de vida e de
compartilhar de sua recompensa.
Nesses três últimos versículos do capítulo
12, veremos a vindicação e a glorificação
do servo do Senhor que procederá com prudência.
O termo hebraico tem a conotação de que o
servo seria bem-sucedido e recompensado por ter compreensão da vontade de Deus
e por cumpri-la (cf. Jr 23:5).
Os verbos hebraicos relacionados ao ser
exaltado e elevado – vs 13 - significam que estão em vista três acontecimentos
sucessivos na exaltação do servo:
·Ressurreição.
·Ascensão.
·Glorificação.
Is 52:1 Desperta, desperta, veste-te da
tua fortaleza, Sião;
veste-te
dos teus vestidos formosos, ó Jerusalém, cidade santa;
porque
nunca mais entrará em ti nem incircunciso
nem
imundo.
Is
52:2 Sacode-te do pó; levanta-te, e assenta-te, ó Jerusalém;
solta-te
das ataduras de teu pescoço, ó cativa filha de Sião.
Is
52:3 Porque assim diz o Senhor:
Por
nada fostes vendidos; e sem dinheiro sereis resgatados.
Is
52:4 Pois assim diz o Senhor Deus:
O
meu povo desceu no princípio ao Egito, para peregrinar lá,
e
a Assíria sem razão o oprimiu.
Is
52:5 E agora, que acho eu aqui?
diz o Senhor, pois que o meu povo foi tomado
sem
nenhuma razão, os seus dominadores dão uivos
sobre
ele, diz o Senhor;
e
o meu nome é blasfemado incessantemente o dia todo!
Is
52:6 Portanto o meu povo saberá o meu nome;
portanto
saberá naquele dia que sou eu o que falo;
eis-me
aqui.
Is
52:7 Quão formosos sobre os montes são os pés do que anuncia
as
boas-novas, que proclama a paz, que anuncia coisas boas,
que
proclama a salvação,
que
diz a Sião:
O
teu Deus reina!
Is
52:8 Eis a voz dos teus atalaias! eles levantam a voz,
juntamente
exultam; porque de perto contemplam
a
volta do Senhor a Sião.
Is
52:9 Clamai cantando, exultai juntamente, desertos de Jerusalém;
porque
o Senhor consolou o seu povo, remiu a Jerusalém.
Is
52:10 O Senhor desnudou o seu santo braço
à
vista de todas as nações; e todos os confins da terra
verão
a salvação do nosso Deus.
Is
52:11 Retirai-vos, retirai-vos, saí daí, não toqueis coisa imunda;
saí
do meio dela, purificai-vos,
os
que levais os vasos do Senhor.
Is
52:12 Pois não saireis apressadamente, nem ireis em fuga;
porque
o Senhor irá diante de vós,
e
o Deus de Israel será a vossa retaguarda.
Is
52:13 Eis que o meu servo procederá com prudência;
será
exaltado, e elevado, e mui sublime.
Is
52:14 Como pasmaram muitos à vista dele
(pois
o seu aspecto estava tão desfigurado que não era
o
de um homem, e a sua figura não era
a
dos filhos dos homens),
Is
52:15 assim ele espantará muitas nações;
por
causa dele reis taparão a boca;
pois
verão aquilo que não se lhes havia anunciado,
e
entenderão aquilo que não tinham ouvido.
O servo sofredor e desonrado não seria reconhecido
como ser humano (cf. Sl 22:6).
Segundo o texto hebraico, a Septuaginta
traz: "aspergirá muitas nações", talvez referindo-se ao ritual de
purificação que visava transferir o seu beneficiário da morte para a vida:
·Os
leprosos (Lv 14:7; 16:27).
·Os
imundos por terem tocado em cadáveres (Nm 19:4,18-19).
·Todo
o Israel no Dia da Expiação (Lv 16:14-15,19).
Apesar de não ser reconhecido como figura
humana devido sua aparência sofredora e aparentemente desonrada, ele seria
exaltado, elevado e mui sublime – vs 13. Assim como pasmaram diante dele por
causa de sua desfiguração, assim ele espantará muitas nações e por causa dele,
muitos reis taparão sua boca, pois, finalmente verão ou ouvirão aquilo que não
ouviram: a notícia dada em 53.1-12, que veremos em seguida.
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