Estamos no capítulo 21/66, na terceira
parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como temos dito, a época corresponde
ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se encontra detalhada em II Re 15:1 a
20:21, envolvendo os públicos de Israel e Judá.
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1
– 39:8.
B. Levante internacional durante o julgamento assírio – 13:1
a 27:13.
1. Oráculos acerca de nações específicas – 13:1 ao 23:18.
Nessa seção “1”, como já dissemos, estamos
apresentando as profecias (oráculos) de Isaías relativas às ações de Deus para
com dez nações específicas que desempenharam papéis importantes durante o
período do julgamento assírio.
Os oráculos também foram igualmente
divididos em 10 partes, envolvendo, portanto, dez nações: a. Babilônia
(Assíria) – 13:1 a 14:27 – já vista.
b. Filístia – 14:28 – 32 – já vista.
c. Moabe – 15:1 – 16:14 – já vista.
d. Damasco – 17:1-14 – já vista. e. A
Etiópia e o Egito – 18:1 – 20:6 – já
vimos. f. Babilônia – 21:1-10 – veremos
agora. g. Edom – 21:11-12 – veremos
agora também. h. Arábia – 21:13-17 - veremos
ainda este capítulo. i. Jerusalém – 22:1-25. j. Tiro – 23:1-18.
f. Babilônia – 21:1-10.
Das dez nações/reinos, este é o sexto,
contra o império da Babilônia.
A Babilônia foi derrotada
pelos assírios em 689 a.C., mas a Babilônia por sua vez, derrotou Nínive
(Assíria) em 612 a.C., antes de subjugar Judá. Por fim, a Babilônia caiu em outubro
de 539 a.C. diante do Império Persa, com o rei Ciro, uma das personagens principais
do livro de Esdras.
A luz do contexto
dos outros oráculos próximos, parece mais provável que Isaías tenha predito a
derrota da Babilônia pelos assírios em 689 a.C. para demonstrar a insensatez de
confiar na ajuda da Babilônia contra a Assíria.
Ezequias buscou a
ajuda dos babilônios contra a Assíria em 701 a.C., e Isaías o repreendeu severamente
por sua falta de fé no Senhor (39.1-8).
O versículo 1
começa com o peso ou sentença do deserto do mar – tanto um como o outro são lugares
desertos, mas completamente diferentes entre si, uma vez que um é cheio de pó e
o outro cheio de água insalubre. No deserto não há água potável, também no mar
não há.
A expressão
deserto do mar é uma referência sarcástica à Babilônia. A região sul da
Babilônia, no Golfo Pérsico, era conhecida como "a Terra do Mar", mas
ela se tornaria um deserto e/ou mostraria ser um deserto a qualquer um que
buscasse salvação naquele local.
Os seus tufões de
ventos sul, ventos terríveis do deserto (vs 1; Os 13.15) tanto indicam sua ação
destruidora e devastadora por onde passa, como também sua situação de desolação
como um deserto tanto para si como também para todos que confiassem nela os
quais cairiam juntamente.
Uma dura visão
foi anunciada para o profeta onde o pérfido e o destruidor continuariam a agir
perfidamente e destruindo aumentando destarte a medida da taça da ira de Deus sobre
eles.
Veja como também
é falado em Apocalipse quando, no último capítulo, é dito que não se selasse as
palavras da profecia do apocalipse; porque próximo estaria o tempo. E, em consequência,
um anúncio para o profeta João onde quem é
injusto, que faça injustiça ainda; e quem está sujo, que se suje ainda; e quem
é justo, que faça justiça ainda; e quem é santo, que seja santificado ainda.
(Ap 22:10,11).
Elão era uma
região importante da Pérsia que aliou-se à Média – vs 2 - em 700 a.C. Talvez
como uma parte do exército imperial assírio, essa aliança ajudou a derrotar a
Babilônia em 689 a.C.
A ordem – vs 2 -
era para que subisse Elão e que a Média sitiasse a cidade. Era uma ordem às
nações para que atacassem a Babilônia, uma vez que já fizera Deus cessar todo
gemido da Babilônia sob a Assíria.
Nos versos 3 e 4,
a angústia e sofrimento do profeta (16:8-11; 22:4; cf. Dn 8:27; 10:16-17), pois.
o relato da queda da Babilônia o perturbou e agora ninguém poderia livrar Judá
da Assíria (Dn 8.27). Foi desse modo que Isaías contorceu-se e mesmo desfaleceu
diante do que viu e ouviu a noite. O seu coração estava agitado, angustiado, em
pavor pelo que aconteceria de noite e pelo que reservaria a luz da manhã. O
profeta não sabia o que o novo dia poderia trazer.
No verso 5 uma
palavra que poderia apontar para uma preparação para a batalha. O dia amanheceu e a mesa está posta para o
café da manhã, mas todos estão apostos e há sentinelas prontos para soarem o
alarme. Eles comem e bebem, mas untam os seus escudos – vs 5 – para se
prepararem para a guerra.
Não há paz ali, mas
inquietação pelas coisas que em breve estariam acontecendo. Quando vissem um
carro com um par de cavaleiros, um carro com jumentos e com camelos que os
cuidados fosse redobrados, principalmente pelos sentinelas.
E soou o primeiro
brado: um leão, meu Senhor! – vs 8.
Continuam a
vigiar agora de dia e de noite todos apostos esperando os acontecimentos e foi
visto então um carro com homens e um par de cavaleiros.
A resposta do que
clamou “um leão, meu Senhor!” foi depois do que foi visto, em suas palavras: “Caída
é Babilônia, caída é!” e assim todas as imagens de escultura se quebraram no
chão. Era o fim de seu reinado.
Vejamos como João
narra a queda da grande Babilônia que engana as nações com suas feitiçarias.
Apocalipse
14:8Seguiu-se outro anjo,
o segundo, dizendo:Caiu,caiua
grande Babilônia que tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da
sua prostituição.
Apocalipse
18:2Então, exclamou com
potente voz, dizendo:Caiu!Caiua
grande Babilônia e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de
espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável,
Caiu a Babilônia!
A Babilônia
sofreu derrota nas mãos dos assírios em 689 a.C. Mais tarde, João empregou essa
linguagem como uma descrição da queda dos reinos malignos do mundo que se opõem
a Deus e ao seu povo (Ap 14:8; 18:2), como citados acima.
O povo de Deus
seria esmagado pelos assírios como um grão por um moedor (28:27-28; 41:15-16;
Am 1:3). A Babilônia não poderia ajudar.
Isaías (veja com
mais detalhes a BEG) não inventou essa predição do destino da Babilônia para
apoiar a sua opinião sobre aqueles em Judá que poderiam buscar ajuda da
Babilônia durante o julgamento assírio (39:1-8).
Ele, como profeta
de Deus, simplesmente relatou o que ouvira de Deus – vs 10. É interessante a
sua forma de se dirigir ao povo de Deus o chamando de sua malhada e trigo da sua
eira! Ele, finalmente se justifica: O que ouvi do SENHOR dos Exércitos, Deus de
Israel, isso vos anunciei. E nós pregadores, poderíamos dizer igualmente
àqueles que somos enviados a pregar: - O que ouvi do SENHOR dos Exércitos, Deus
de Israel, isso vos preguei.
g. Edom – 21:11-12.
Isaías anuncia
alívio e problemas para Edom.
Dumá – vs 11 – é um
oásis na interseção de duas estradas: uma levava do mar Vermelho a Palmira e
outra ia do golfo Pérsico a Petra, em Seir ou Edom (34:5-17).
Os edomitas perguntaram
ao profeta de maneira retórica o que o futuro lhes reservaria.
O fato é que os
assírios haviam perturbado os edomitas e o futuro lhes reservava tanto
esperança quanto julgamento. De certa forma, eles experimentariam algum alívio
da Assíria, mas isso seria seguido por opressão da Babilônia.
h. Arábia – 21:13-17.
Com relação a
Arábia, o profeta anunciava que a mesma sofreria nas mãos dos assírios.
Os assírios deram
início a repetidos ataques contra os árabes em 732 a.C. onde eles levavam os
bens do leste para o oeste e do norte para o sul.
Apesar de tudo, os
árabes ajudavam aqueles que eram oprimidos pelos assírios que fugiam de diante
das espadas, de diante do arco armado e do peso da guerra- vs 15.
A Arábia também
sofreria a agressão assíria, juntamente com os muitos fugitivos que acorreriam
àquela região.
Toda a glória de Quedar
seria destruída em um ano de jornaleiro. Quedar era o oásis dos beduínos na Arábia (Jr
49:28-29). No entanto, ainda assim não seriam de todo destruídos, mas haveria
um restante, bem diminuto – vs 17. Essa desolação
da guerra afetaria toda a área central do deserto.
Is 21:1 Peso do deserto do mar.
Como
os tufões de vento do sul, que tudo assolam,
ele
virá do deserto, de uma terra horrível.
Is
21:2 Dura visão me foi anunciada:
o
pérfido trata perfidamente, e o destruidor anda destruindo.
Sobe,
ó Elão, sitia, ó Média, que já fiz cessar todo
o
seu gemido.
Is
21:3 Por isso os meus lombos estão cheios de angústia;
dores
se apoderam de mim como as dores daquela
que
dá à luz; fiquei abatido quando ouvi,
e
desanimado vendo isso.
Is
21:4 O meu coração se agita, o horror apavora-me;
a
noite que desejava, se me tornou em temor.
Is
21:5 Põem-se a mesa, estão de atalaia, comem, bebem;
levantai-vos,
príncipes, e untai o escudo.
Is
21:6 Porque assim me disse o Senhor:
Vai,
põe uma sentinela, e ela que diga o que vir.
Is
21:7 E quando vir um carro com um par de cavaleiros,
um
carro com jumentos, e um carro com camelos,
ela
que observe atentamente com grande cuidado.
Is
21:8 E clamou:
Um
leão, meu Senhor!
Sobre
a torre de vigia estou em pé continuamente de dia,
e
de guarda me ponho noites inteiras.
Is
21:9 E eis agora vem um carro com homens,
e
um par de cavaleiros.
Então
respondeu e disse:
Caída
é Babilônia, caída é!
E
todas as imagens de escultura dos seus
deuses
quebraram-se no chão.
Is
21:10 Ah, malhada minha, e trigo da minha eira!
O
que ouvi do SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel,
isso
vos anunciei.
Is 21:11 Peso de Dumá.
Gritam-me
de Seir:
Guarda,
que houve de noite? Guarda, que houve de noite?
Is
21:12 E disse o guarda:
Vem
a manhã, e também a noite; se quereis perguntar,
perguntai;
voltai, vinde.
Is 21:13 Peso contra Arábia.
Nos
bosques da Arábia passareis a noite, ó viandantes de Dedanim.
Is
21:14 Saí com água ao encontro dos sedentos;
moradores
da terra de Tema, saí com pão ao encontro
dos
fugitivos.
Is
21:15 Porque fogem de diante das espadas,
de
diante da espada desembainhada,
e
de diante do arco armado,
e
de diante do peso da guerra.
Is
21:16 Porque assim me disse o Senhor:
Dentro
de um ano, como os anos de jornaleiro,
desaparecerá
toda a glória de Quedar.
Is
21:17 E os restantes do número dos flecheiros,
os
poderosos dos filhos de Quedar, serão diminuídos,
porque
assim disse o SENHOR Deus de Israel.
Isso nos faz refletir nos juízos de Deus.
Primeiro, ele nos adverte e envia os seus profetas e pede arrependimento e
mudança de vida, mas ao invés, muitas vezes, de nos remendarmos, endurecemos os
nossos corações e aí ficamos sem volta, pois assim como a misericórdia é certa,
o juízo igualmente verdadeiro e justo.
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