segunda-feira, 22 de junho de 2015
segunda-feira, junho 22, 2015
Jamais Desista
Amós 7 1-14 - AS VISÕES DE AMÓS.
Como já dissemos, o livro de Amós é um
livro que revela a severidade do julgamento divino por causa da infidelidade
pactual em Israel e em Judá e declara a esperança de grande restauração depois
da destruição e do exílio que estava se aproximando. Agora, estaremos vendo o
capítulo 7.
IV. VISÕES CONTRA ISRAEL (7.1 - 9.10).
Nessa quarta parte, veremos que Amós
relatará visões que indicarão que o julgamento de Deus contra Israel era justo,
porém severo. Essas visões estão em dois grupos principais: julgamentos dos
quais Deus se arrependeu (7.1 - 6) e julgamentos dos quais ele não se
arrependeu (7.7 - 9.10).
Nossa proposta de divisão, então ficará
desta forma: A. Julgamentos abrandados (7 1-6) - veremos agora - e B. Julgamentos não abrandados (7. 7 9.10) – começaremos a ver agora.
A. Julgamentos abrandados (7 1-6).
Amós viu Deus preparando duas maldições
para o seu povo – os gafanhotos e o fogo -, e o profeta intercedeu por eles por
medo de que as maldições destruíssem todos em Israel.
1. A visão dos gafanhotos (7.1-3).
Amós visualizou Deus preparando uma praga
de gafanhotos para amaldiçoar Israel. O profeta intercedeu e Deus se
arrependeu.
A palavra hebraica relacionada a “gafanhotos”,
que aparece somente aqui e em Na 3.17, indica uma horda de gafanhotos que
haviam acabado de nascer.
Essa horda de gafanhotos surgia no
princípio do rebento da erva serôdia, literalmente, "a colheita
posterior", ou seja, a erva que começa a crescer depois das chuvas
"atrasadas" da primavera de março e abril (4.7-8). E elas surgiam
depois de findas as ceifas do rei, ou seja, a ceifa que ocorre antes que o povo
faça a colheita.
Esses gafanhotos comeram completamente de
toda a erva da terra. A palavra para "erva" aqui é a mesma utilizada
em Gn 1.11; consequentemente a referência é a toda erva, não apenas às
plantações.
Em hebraico a frase toda reflete Êx
10.12,15 quase palavra por palavra ("devoraram toda a erva da
terra"). A repetição deliberada indica que, ironicamente, o Senhor puniria
Israel assim como havia punido o Egito antes do êxodo.
O profeta, então, angustiado com o
resultado dessa destruição, clamou ao Senhor Deus, rogando que houvesse perdão,
pois como subsistiria Jacó, sendo ele pequeno?
A preocupação de Amós era que ninguém em
Israel sobrevivesse. Isso violaria a promessa de Deus de sempre manter algum
remanescente para construir gerações futuras (cf. Is 10.22; JI 2.32; Mq 2.12;
4.7; 5.7-8, 7.18; Sf 2.7; 3.13; Ag 1.12,14, Zc 8.6).
No verso 3, atendendo a intercessão de
Amós, o Senhor se arrependeu do mal que iria dar ocasião em juízo ao seu povo.
Movido pela intercessão, o Senhor estava disposto a redirecionar a História ou
"se arrepender" das punições pretendidas (cf. Êx 32.12,14; Jr 18.8;
JI 2.13; Jn 3.10).
Aqui, como em outro lugar, a perspectiva é
da interação de Deus com as criaturas, não de seus decretos imutáveis e
eternos.
2. A visão do fogo (7.4-6).
Outra visão semelhante à primeira teve
Amós, dessa vez a visão do fogo. Amós viu Deus chamando o fogo. Ele intercedeu novamente
e Deus, também novamente, se arrependeu.
O fogo que Deus clamava era tão terrível
que consumiu o grande abismo e parte da terra. O "grande abismo" pode
se referir ao mar Mediterrâneo, embora a mesma frase seja usada para o oceano
(Gn 7.11) e para o mar Vermelho durante a passagem de Israel (Is 51.10).
A perspectiva de um julgamento por fogo que
devoraria o mar e a terra reflete a advertência do julgamento da aliança em Dt
32.22 – “Porque um fogo se acendeu na
minha ira, e arderá até ao mais profundo do inferno, e consumirá a terra com a
sua colheita, e abrasará os fundamentos dos montes.”.
Amós intercede e Deus o atende novamente,
dizendo Deus a Amós que isso não aconteceria.
B. Julgamentos não abrandados (7.7 - 9.10).
Até aqui, Deus havia se arrependido do mal (quando
eu falo Deus fazendo o mal não significa executando algo moralmente errado ou
maligno em essência, mas, sim, seu juízo que é justo, verdadeiro e não
contradiz sua natureza de amor) que iria fazer, mas doravante a história seria
diferente.
Em relação aos julgamentos não abrandados –
7.7 a 9.10 - Amós relatou três visões da ira de Deus que estava por vir que não
o motivaram a interceder para que Deus se arrependesse. As visões do prumo
(7.7-9), do cesto de frutos (8.1-3) e do altar (9.1-4) são seguidas por
elaborações (7.10-17; 8.4-14; 9.5-10).
Elas geraram as seguintes divisões que
estaremos seguindo, conforme a BEG: 1. A visão do prumo (7.7-9) – veremos agora; 2. Elaboração (7.10-17) – veremos agora; 3. A visão do cesto de
frutos (8.1-3); 4. Elaboração (8.4-14); 5. A visão do altar (9.1-4); e, 6.
Elaboração (9.5-10).
1. A visão do prumo (7.7-9).
Era sempre em visão que Deus mostrava a
Amós o que iria fazer e ele mostrou-lhe agora a visão do prumo.
Amós teve uma visão de Deus medindo Israel
com um prumo; com ele, media a inclinação de cada muro, para ver se eles
deveriam ser derrubados ou deixados de pé.
Conforme a BEG, o muro que havia sido
originalmente levantado a prumo era Israel, em sua antiga e relativa inocência
e tinha um prumo na mão.
Muitos interpretam essa frase como
referência à palavra da aliança de Deus (lei) como o seu modo de julgar se
Israel era ou não "levantada a prumo".
No antigo Oriente Próximo, era necessário
avaliar regularmente se os muros eram levantados a prumo. Aqueles que não eram,
tinham que ser derrubados e reconstruídos, mas aqueles que se sustentavam
adequadamente eram mantidos.
Depois dessa visão de julgamento, Amós não
intercedeu, pois a salvação de um remanescente era certa (cf. vs. 2,5).
Deus pergunta para Amós o que ele tinha visto
e ele disse que via um prumo. Deus então disse que poria o prumo no meio do
povo e nunca mais passaria por ele. A expressão completa é "passar sobre a
transgressão [de alguém]” (veja Mq 7.18; cf. Pv 19.11).
No entanto, continua Deus dizendo, que os
altos de Isaque e os santuários de Israel seriam assolados e destruídos. Os
altos eram montes naturais ou feitos pelo homem, locais de adoração idólatra
(cf. Dt 12.2; 2Rs 17.10-12). Os santuários podem ter sido pretendidos para
adoração idólatra ou, mais provavelmente, para adoração do Senhor misturado com
práticas de adoração de outros deuses (Mq 1.3-5).
Além disso, que levantaria com a espada
contra a casa de Jeroboão. A família de Jeroboão (6.11; cf. Is 31.2). Isso
deixa aberta a perspectiva de que, embora Jeroboão não fosse morrer pela
espada, a sua família seria afetada.
Jeroboão aparentemente morreu de morte
natural (2Rs 14.29), mas o seu filho Zacarias, no entanto, foi assassinado (2Rs
15.10).
2. Elaboração (7.10-17).
Do versículo 10 ao 17, estaremos vendo essa
seção chamada de elaboração, onde Amós será acusado de conspirador pelo
sacerdote Amazias, de Betel.
Essa seção, autobiográfica, relata como o
sacerdote Amazias reagiu à visão de Amós da destruição dos altos de Israel e da
casa do seu protetor Jeroboão. Ela também mostra como Amós serviu fielmente a
Deus apesar dessa oposição.
Amazias era o sacerdote de Betel, provavelmente
o sumo sacerdote, e ele tinha uma acusação contra Amós de conspiração. Do mesmo
modo, Jeremias foi injustamente acusado de ser um traidor, devido às suas
profecias contra Judá (Jr 26.7-11; 37.11-13; 38.1-4).
Ele estava inquieto porque Amós tinha dito
que Jeroboão morreria à espada. Uma alusão ao vs. 9, onde o Senhor declarou,
"levantar-me-ei com a espada contra a casa de Jeroboão".
Amazias citou Amós incorretamente, de modo a
fazer Jeroboão se sentir mais pessoalmente ameaçado do que a profecia de Amós
justificava.
Também lhe falou que Amós tinha dito que
Israel seria levado em cativeiro. Essa é uma citação exata de 5.5, exceto que
"Israel" é substituído por "Gilgal" (a qual representa todo
o Israel na citação anterior).
No verso 12, o comer ali o seu pão e ali
profetizar, possivelmente – conforme a BEG -, é uma hendíade (uma ideia
expressa por duas palavras ou frases independentes ligadas por e). Aqui as duas
frases se unem para significar "Ganhe o seu sustento profetizando ali [em
Judá]".
Embora fosse adequado que um profeta fosse
pago pelo seu trabalho (1Sm 9.7-8; cf., porém, Mq 3.5,11), Amazias acusou Amós
de ser meramente um profeta de aluguel.
A ordem de Amazias aqui e no versículo
seguinte é um exemplo do pecado anteriormente citado por Amós: "Mas vós...
ordenastes, dizendo: Não profetizeis" (2.12).
Amazias estava como tentando despachar Amós
dali para não ficar profetizando em Betel porque era o santuário do rei e a
casa real.
Quando Jeroboão 1 estabeleceu a idolatria
em Betel (3.14), os reis de Israel exerciam enorme influência sobre a adoração
no Reino do Norte. Amazias estava preocupado com o santuário do seu rei
terreno, e não com o santuário do grande Rei, o Senhor.
Ironicamente, Amazias era o oficial
religioso que, sendo pago pelo seu trabalho, estava preocupado em proteger
interesses terrenos - a mesma acusação que ele havia feito a Amós (vs. 12).
Uma futura geração de sacerdotes também
entregaria Jesus, o maior de todos os profetas, à morte, com base numa preocupação
errada de protegerem seus próprios reinos e templos (Jo 11.48).
Como nosso coração é enganoso e falho, por
causa de nossa velha natureza adâmica morta – eu, particularmente alcunhei isso
de VENAM. Os sacerdotes, aqueles que deveriam estar mais próximos a Deus e ao
povo de Deus acabavam se pervertendo em seus zelos ao valorizarem mais as
aparências e os objetos e ritos do que as pessoas de Deus e dos seus
semelhantes.
Amós responde ao sacerdote dizendo que não
era profeta, nem discípulo de profeta. Amós não era originalmente um profeta,
nem era discípulo de profetas (1 Rs 20.35; 2Rs 7,15).
Ele não era um profeta profissional pago,
ele era um boieiro (1.1), colhedor de sicômoros. Isso descreve alguém que cuida
das frutas ao colhê-las de maneira apropriada para garantir maior doçura uma
vez que a fruta amadureça.
O fato de Amós mencionar essas duas
profissões, que são diferentes da do pastor em 1.1, demonstra que ele era
possuidor de diversas habilidades.
Ele continua a explicar para Amazias
dizendo que apesar de ser boieiro e colhedor de sicômoros, o SENHOR o tirou de
após o gado para ir e profetizar ao povo de Israel. Amós rejeita de maneira
direta a acusação de Amazias (7.12) e deixa claro que o Senhor soberanamente o
chamou para profetizar.
Ele não havia ido ao Reino do Norte para
ganhar dinheiro, nem desejava mal algum a Israel. Havia ido somente porque foi
chamado.
Fraseologia idêntica é usada para relatar a
escolha do Senhor de coroar Davi: "Tomei-te da malhada, de detrás das
ovelhas, para que fosses príncipe sobre o meu povo, sobre Israel" (2Sm
7.8).
O uso das mesmas palavras implica que o
Senhor tinha o direito soberano de escolher reis e profetas — e,
implicitamente, que um profeta escolhido dessa maneira tinha todo o direito de
profetizar no "santuário do rei" (v. 13).
Am 7:1 O
Senhor Deus assim me fez ver:
e eis que ele formava gafanhotos no princípio do
rebentar
da erva serôdia, e eis que era a erva serôdia
depois da segada do rei.
Am 7:2 E quando eles tinham comido completamente a
erva da terra,
eu disse:
Senhor Deus, perdoa, peço-te; como subsistirá Jacó?
pois ele é pequeno.
Am 7:3 Então
o Senhor se arrependeu disso.
Não acontecerá, disse o Senhor.
Am 7:4 Assim
me mostrou o Senhor Deus:
eis que o Senhor Deus ordenava que por meio do fogo
se decidisse o pleito;
o fogo, pois, consumiu o grande abismo,
e também queria consumir a terra.
Am 7:5 Então
eu disse:
Senhor Deus, cessa agora; como subsistirá Jacó?
pois ele é pequeno.
Am 7:6 Também disso se arrependeu o Senhor.
Nem isso acontecerá, disse o Senhor Deus.
Am 7:7
Mostrou-me também assim:
eis que o senhor estava junto a um muro levantado a
prumo,
e tinha um prumo na mão.
Am 7:8
Perguntou-me o Senhor:
Que vês tu, Amós?
Respondi:
Um prumo.
Então disse o
Senhor:
Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo Israel;
nunca mais passarei por ele.
Am 7:9 Mas os altos de Isaque serão assolados,
e destruídos os santuários de Israel;
e levantar-me-ei com a espada contra a casa de
Jeroboão.
Am 7:10 Então Amazias, o sacerdote de Betel,
mandou dizer a Jeroboão, rei de Israel:
Amós tem conspirado contra ti no meio da casa de
Israel;
a terra não poderá suportar todas as suas palavras.
Am 7:11 Pois assim diz Amós:
Jeroboão morrerá à espada, e Israel certamente será
levado
cativo para fora da sua terra.
Am 7:12 Depois Amazias disse a Amós:
Vai-te, ó vidente, foge para a terra de Judá,
e ali come o pão, e ali profetiza;
Am 7:13 mas em Betel daqui por diante não profetizarás
mais,
porque é o santuário do rei, e é templo do reino.
Am 7:14 E respondeu Amós, e disse a Amazias:
Eu não sou profeta, nem filho de profeta,
mas boieiro, e cultivador de sicômoros.
Am 7:15 Mas o Senhor me tirou de após o gado,
e o Senhor me disse:
Vai, profetiza ao meu povo Israel.
Am 7:16 Agora, pois, ouve a palavra do Senhor:
Tu dizes:
Não profetizes contra Israel,
nem fales contra a casa de Isaque.
Am 7:17 Portanto assim diz o Senhor:
Tua mulher se prostituirá na cidade,
e teus filhos e tuas filhas cairão à espada,
e a tua terra será repartida a cordel;
e tu morrerás numa terra imunda,
e Israel certamente será levado cativo
para fora da sua terra.
Depois dessa explicação a Amazias, Amós
profetiza contra ele porque ele dizia – vs. 16 - “Não profetizarás.” (2.12; 7.12;
7.13) contra Israel, nem falará contra a casa de Isaque.
Amós, em nome do Senhor diz para ele– vs.
17:
·
Tua
mulher se prostituirá na cidade. Ela desceria a esse nível de desespero para
prover algum dinheiro uma vez que a riqueza do seu marido lhe seria tirada e
seus filhos seriam mortos.
·
Teus
filhos e tuas filhas cairão à espada. Compare com Ez 24.21. Os filhos e as filhas
eram geralmente punidos juntamente com seus pais por transgressões da aliança
(Dt 28.32,53; Jr 5.17); "cairão à espada" era uma punição pactual
típica (Is 3.25; Jr 39.18).
·
Tua
terra será repartida a cordel.
·
Tu
morrerás na terra imunda. O exílio seria especialmente desagradável para
Amazias, um sacerdote, pois numa terra pagã ele seria forçado a ações que o
tornariam ritualmente imundo (cf. Lv 11).
Para
outros julgamentos proféticos contra sacerdotes desobedientes, veja 1Sm 2.34
(filhos de Eli) e Jr 20.1-6 (Pasur).
·
Israel
certamente será levado cativo para fora da sua terra. Amós citou, com terrível
ironia, o resumo de Amazias de sua profecia (v. 11) de volta para ele.
Não era para ser assim com Amazias, mas seu
coração enganoso o enganou e o matou.
...
2 comentários:
Excelente estudo, Deus seja louvado pela vida do irmão Daniel.
Meus parabéns querido irmão,belíssimo estudo...Deus Seja louvado
Postar um comentário
Fique à vontade para tecer seus comentários.
No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.