INSCREVA-SE!

domingo, 13 de julho de 2014

Jó 3:1-26 - JÓ ABRE A SUA BOCA DEPOIS DE SETE DIAS

Entraremos, a partir de agora, na parte II de cinco de nossa divisão proposta, que vai tratar do diálogo entre Jó e os seus amigos buscando entender o que aconteceu.
               I. DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
Jó e seus amigos irão se esforçar para entender como os sofrimentos de Jó podem se harmonizar com a justiça, a bondade e a soberania de Deus. Nos seus diálogos, eles explorarão os limites da sabedoria proverbial tradicional ou convencional e as circunstâncias inadministravéis na vida de Jó.
Os seus amigos irão insistir que os provérbios da sabedoria padrão aplicam-se direta e automaticamente a Jó, e Jó insistirá no contrário.
Suas discussões revelarão que nenhum deles tem compreensão total da situação de Jó. Eles se esforçarão, como todos nós fazemos, para entender o sofrimento, submetendo a teste os limites da sabedoria convencional.
Daí vem a sábia pergunta que não devemos fazer nunca: por quê? “Por que aconteceu isso?” Alguns insistem que não devemos perguntar o por quê, simplesmente, por que não temos uma mente divina capaz de entender os fatos em sua plenitude, mas podemos perguntar o para quê – finalidade, propósito – que seria mais fácil de assimilar.
Outros insistem que devemos sim perguntar e esperar pela resposta uma vez que Deus nos deu inteligência, razão justamente por que somos capazes de entender e explicar os fenômenos à nossa volta.
Eu fico tranquilo perguntando as duas coisas, mas reconheço meus limites e sei que em nenhum dos casos nem do “por quê” nem do “para quê” terei condições, no presente, de assimilação total a ponto de entender os fatos e explicá-los divinamente. A minha opção, quando atinjo os meus limites, é a opção da fé e da confiança em Deus, mesmo não entendendo nada, nem compreendendo finalidade/propósito algum.
A segunda parte será dividida em cinco:
A. O primeiro lamento – 3:1-26.
B. O primeiro ciclo de discursos – 4:1 – 14:22.
C. O segundo ciclo de discursos – 15:1 – 21:34.
D. O terceiro ciclo de discursos – 22:1 – 26:14.
E. O discurso de encerramento – 27:1-23.

A. O primeiro lamento – 3:1-26.

Depois de sete dias em silêncio, juntamente com os amigos que demonstraram solidariedade e sabedoria, Jó abre sua boca em lamentações fortemente emocionais.
Ele expressa o mesmo tipo de depressão que tomou conta do salmista – Sl 88 – e também de Jeremias – Jr 20:14,15 -, cujos amargos lamentos reproduzem os de Jó. A situação de Jó é tão insuportável que ele amaldiçoa o dia em que nasceu.
 Salmos 88:1 <<Cântico e salmo para os filhos de Coré e para o músico-mor sobre Maalate Leanote; Masquil de Hemã, ezraíta>> SENHOR Deus da minha salvação, diante de ti tenho clamado de dia e de noite.
Salmos 88:2 Chegue a minha oração perante a tua face, inclina os teus ouvidos ao meu clamor;
Salmos 88:3 Porque a minha alma está cheia de angústia, e a minha vida se aproxima da sepultura.
Salmos 88:4 Estou contado com aqueles que descem ao abismo; estou como homem sem forças,
Salmos 88:5 Livre entre os mortos, como os feridos de morte que jazem na sepultura, dos quais te não lembras mais, e estão cortados da tua mão.
Salmos 88:6 Puseste-me no abismo mais profundo, em trevas e nas profundezas.
Salmos 88:7 Sobre mim pesa o teu furor; tu me afligiste com todas as tuas ondas. (Selá.)
Salmos 88:8 Alongaste de mim os meus conhecidos, puseste-me em extrema abominação para com eles. Estou fechado, e não posso sair.
Salmos 88:9 A minha vista desmaia por causa da aflição. SENHOR, tenho clamado a ti todo o dia, tenho estendido para ti as minhas mãos.
Salmos 88:10 Mostrarás, tu, maravilhas aos mortos, ou os mortos se levantarão e te louvarão? (Selá.)
Salmos 88:11 Será anunciada a tua benignidade na sepultura, ou a tua fidelidade na perdição?
Salmos 88:12 Saber-se-ão as tuas maravilhas nas trevas, e a tua justiça na terra do esquecimento?
Salmos 88:13 Eu, porém, SENHOR, tenho clamado a ti, e de madrugada te esperará a minha oração.
Salmos 88:14 SENHOR, porque rejeitas a minha alma? Por que escondes de mim a tua face?
Salmos 88:15 Estou aflito, e prestes tenho estado a morrer desde a minha mocidade; enquanto sofro os teus terrores, estou perturbado.
Salmos 88:16 A tua ardente indignação sobre mim vai passando; os teus terrores me têm retalhado.
Salmos 88:17 Eles me rodeiam todo o dia como água; eles juntos me sitiam.
Salmos 88:18 Desviaste para longe de mim amigos e companheiros, e os meus conhecidos estão em trevas.
Jeremias 20:14 Maldito o dia em que nasci; não seja bendito o dia em que minha mãe me deu à luz.
Jeremias 20:15 Maldito o homem que deu as novas a meu pai, dizendo: Nasceu-te um filho; alegrando-o com isso grandemente.
O fato é que Jó está em grandíssima aflição e o desabafo de sua boca o ajuda a suportar a carga que sobre ele estava pesada demais. A sua boca fala do que está cheio o seu coração e ele sente e deixa isso transparecer diante de todos.
Ele não entende nem os por quês, nem os para quês, mas ainda assim parece ter conhecimento e certeza de que Deus o deixou entrar nesse estado e pode, a qualquer momento retirá-lo dele. Jó confia em Deus e crê em sua soberania, bondade e sabedoria como nenhum outro homem.
Em seu raciocínio e fala, vemos uma certa progressão começando com o seu nascimento, com falas que tem a forma de maldições – vs. 3 a 10 – passando pelo seu desejo de ter nascido morto, onde seus versos assumem a forma de perguntas retóricas que expressam sua frustração, perguntando, angustiado, por que não havia nascido morto – vs. 11 a 16 e indo até a morte prematura, onde ainda faz uma pergunta semelhante em que questiona por que não havia experimentado a morte prematura – vs. 20 a 23.
Jó 3:1 Depois disto abriu Jó a sua boca, e amaldiçoou o seu dia.
Jó 3:2 E Jó, falando, disse:
                Jó 3:3 Pereça o dia em que nasci, e a noite em que se disse:
                               Foi concebido um homem!
                Jó 3:4 Converta-se aquele dia em trevas; e Deus, lá de cima,
                               não tenha cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a luz.
                Jó 3:5 Contaminem-no as trevas e a sombra da morte;
                               habitem sobre ele nuvens; a escuridão do dia o espante!
                Jó 3:6 Quanto àquela noite, dela se apodere a escuridão;
                               e não se regozije ela entre os dias do ano;
                               e não entre no número dos meses!
                Jó 3:7 Ah! que solitária seja aquela noite, e nela
                               não entre voz de júbilo!
                Jó 3:8 Amaldiçoem-na aqueles que amaldiçoam o dia,
                               que estão prontos para suscitar o seu pranto.
                Jó 3:9 Escureçam-se as estrelas do seu crepúsculo; que espere a luz,
                               e não venha; e não veja as pálpebras da alva;
                Jó 3:10 Porque não fechou as portas do ventre;
                               nem escondeu dos meus olhos a canseira.
                Jó 3:11 Por que não morri eu desde a madre?
                               E em saindo do ventre, não expirei?
                Jó 3:12 Por que me receberam os joelhos? E por que os peitos,
                               para que mamasse?
                Jó 3:13 Porque já agora jazeria e repousaria;
                               dormiria, e então haveria repouso para mim.
                Jó 3:14 Com os reis e conselheiros da terra, que para si edificam
                               casas nos lugares assolados,
                Jó 3:15 Ou com os príncipes que possuem ouro, que enchem as suas
                               casas de prata,
                Jó 3:16 Ou como aborto oculto, não existiria; como as crianças que
                               não viram a luz.
                Jó 3:17 Ali os maus cessam de perturbar; e ali repousam os cansados.
                Jó 3:18 Ali os presos juntamente repousam,
                               e não ouvem a voz do exator.
                Jó 3:19 Ali está o pequeno e o grande, e o servo livre de seu senhor.
                Jó 3:20 Por que se dá luz ao miserável,
                               e vida aos amargurados de ânimo?
                Jó 3:21 Que esperam a morte, e ela não vem;
                               e cavam em procura dela mais do que de tesouros ocultos;
                Jó 3:22 Que de alegria saltam, e exultam, achando a sepultura?
                Jó 3:23 Por que se dá luz ao homem, cujo caminho é oculto,
                               e a quem Deus o encobriu?
                Jó 3:24 Porque antes do meu pão vem o meu suspiro;
                               e os meus gemidos se derramam como água.
                Jó 3:25 Porque aquilo que temia me sobreveio;
                               e o que receava me aconteceu.
                Jó 3:26 Nunca estive tranquilo, nem sosseguei, nem repousei,
                               mas veio sobre mim a perturbação.
Ninguém deu explicação alguma do que estava acontecendo com Jó para ele poder raciocinar. Também ele não tinha conhecimento de nada para poder reagir. Assim, somos nós, todos os humanos, que estamos nessa vida para vivê-la  com fé em Deus.
Vejamos o que dizem as Escrituras, a Palavra de Deus, no livro de Hebreus que se aplica a Jó e a todos nós que temos circunstâncias inadministráveis para enfrentar dando glórias a Deus, sempre:
Hebreus 10:37 Porque ainda um pouquinho de tempo, E o que há de vir virá, e não tardará.
Hebreus 10:38 Mas o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.
Hebreus 10:39 Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma.
É isso mesmo o justo de Deus há de viver pela fé! É pela fé, amados!
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
...

0 comentários:

Postar um comentário

Fique à vontade para tecer seus comentários.
No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.