Como dissemos, a epístola de Hebreus foi
escrita, provavelmente, antes de 70 d.C., com a finalidade de incentivar a
fidelidade a Cristo e à sua nova aliança mostrando que ele é o novo, último e
superior sumo sacerdote. Estamos vendo o capítulo 5/13.
Breve
síntese do capítulo 5.
Entre os homens! Sim, é entre os homens a escolha de Deus! O próprio
homem foi constituído por Deus a favor dos homens para oferecer tanto dons como
sacrifícios pelos pecados porque ele somente é capaz de condoer-se dos
ignorantes, dos que erram, pois que também ele está rodeado dessas coisas.
E dentre os homens, a escolha do sacerdote é de Deus porque ninguém toma
essa honra para si de si mesmo. O chamado é de Deus! Ano após ano ia o
sacerdote chamado e escolhido oferecer os sacrifícios necessários. No entanto,
este era pecador e o procedimento tinha de ser repetido e era cheio de rituais.
Essa era uma forma que o Espírito Santo apontava para os homens que
haveria de vir um homem especial, o messias, aquele que iria ser o sumo
sacerdote escolhido e chamado para salvar os homens de seus pecados.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. CRISTO É SUPERIOR A ARÃO (4.14-7.28) - continuação.
Como dissemos, o eterno sumo sacerdócio de
Cristo é muito superior ao sumo sacerdócio temporário dado a Arão e a sua
família. Dos vs. 4.14 ao 7.28, veremos
que Cristo é superior a Arão.
Para isso, dividimos essa parte III em 4
seções, conforme a BEG: A. Cristo, o eterno sumo sacerdote (4.14-5.10) – concluiremos agora; B. Exortação à
maturidade espiritual (5.11-6.12) – começaremos
a ver agora; C. Um sacerdote eterno por juramento divino (6.13-20); e, D.
Um sacerdote eterno da ordem de Melquisedeque (7.1-28).
A. Cristo, o eterno sumo sacerdote (4.14-5.10).
Dos vs. 4.14 ao 5.10, veremos que Cristo é
o eterno sumo sacerdote. O autor explicou que Jesus superou em muito os
sacerdotes do Antigo Testamento de diversas maneiras.
Assim como no Antigo Testamento os
sacerdotes eram identificados com o povo fraco e falho, os quais representavam
(vs. 1-3) e serviam quando chamados por Deus (vs. 4), do mesmo modo Cristo se
tornou sumo sacerdote a chamado do Pai (vs. 5-6) e foi identificado com o seu
povo por meio do sofrimento (vs. 7-10).
A expressão "dons e sacrifícios"
inclui diversos tipos diferentes de oferta que eram feitas pelos sacerdotes do
Antigo Testamento (8.3; veja também Lv 1-7). Mas o principal interesse aqui São
os sacrifícios que eram oferecidos pelos pecados.
O sumo sacerdote era escolhido entre os
homens, por Deus, e ele os representavam em questões relacionadas com Deus para
poderem apresentar ofertas e sacrifícios pelos pecados.
A fraqueza do sumo sacerdote no Antigo Testamento
diante de suas próprias tentações forçava-o a moderar a sua indignação pelos
pecados dos outros e a "condoer-se" deles.
Assim, sua misericórdia pode ter sido
parecida com a grande compaixão de Jesus. Sem ter sucumbido à tentação (4.15),
Jesus ainda se identifica totalmente com as lutas do seu povo, dos ignorantes e
dos que erram.
A lei mosaica (Nm 15.27-31) fazia distinção
entre o pecado cometido por fraqueza e ignorância e o pecado cometido em
desafio à autoridade do Senhor (10.26-27).
Diferente de Cristo, nosso sumo sacerdote
sem pecado (4.15; 7.26), o sumo sacerdote do Antigo Testamento tinha necessidade
de reconciliação e perdão (7.27; 9.7; Lv 1611).
E assim, ninguém poderia tomar essa honra
para si, mas teria de ser chamado por Deus para isso, como aconteceu com Arão.
O chamado inicial de Arão (Ex 28.1) foi confirmado pelo florescimento do seu
bordão (Mn 17.1-10; veja Hb 9.4) em resposta ao desafio de Corá, Datã e Abirão
(Nm 16).
O privilégio sacerdotal de poder se
aproximar de Deus era somente mediante o convite, mediado pelo descendente
genealógico dos sacerdotes levitas no Antigo Testamento, mas basicamente estabelecido
pelo juramento divino a Jesus o Filho (7.11-28).
Da mesma forma, Cristo não tomou para si a
glória de se tornar sumo sacerdote, mas Deus lhe disse: "Tu és meu Filho;
eu hoje te gerei" – vs. 5 - e será sacerdote para sempre, segundo a ordem
de Melquisedeque. Uma citação de SI 110.4.
Essa figura misteriosa é mencionada somente
duas vezes no Antigo Testamento (Gn 14.18; SI 110.4). A associação da frase
"sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque" com as
palavras "meu Filho" (1.5) mostra que Melquisedeque foi tanto rei
quanto sacerdote.
Do seu modo único e incomparável, Jesus
também é tanto rei como sacerdote.
Durante os seus dias de vida aqui na terra,
Jesus ofereceu orações e súplicas, com forte clamor e lágrimas. A angústia de
Jesus pela expectativa da cruz (Mc 14.33-36; Jo 12.27) demonstra que ele não é
indiferente à fraqueza e aos temores que nos intimidam.
Ele foi bem sucedido em seu clamor em alta
voz e com lágrimas por causa de sua reverente submissão. Os salmistas louvavam
a Deus pelo fato de ele ouvir seus gritos de angústia (SI 22.24; 30.23; 116.1).
O apelo de Jesus para que fosse livrado da
morte foi respondido não pelo seu livramento da provação da cruz, mas pela
ressurreição. A forma como Deus nos responde é curiosa, nem sempre
correspondente ao nosso pedido na sua forma, mas no seu resultado.
Embora sendo Filho, aprendeu a obediência.
Embora inteiramente livre do pecado (4.15), a luta de Jesus contra a tentação
era real (2.18). Tendo vindo ao mundo para fazer a vontade do Pai (10.7), Jesus
Cristo superou cada dificuldade progressivamente mais difícil que desafiava a
sua integridade.
Essas provações culminaram na sua
humilhante e dolorosa morte na cruz (Fp 2.8). Essa vida de aprender obediência
compensou a desobediência de Adão (Rm 5.19) e capacitou Cristo a servir como
nosso eterno sumo sacerdote (2.17-18; 4.15).
Por isso, pode ser aperfeiçoado. Isso não
significa que Jesus finalmente se tornou sem pecado, mas que ele concluiu o
curso de sofrimento que lhe foi apresentado, incluindo a sua morte sacrifical.
Tendo feito isso, ele estava, então,
"perfeito" ou "completamente habilitado" para servir como o
único sumo sacerdote efetivo, salvação eterna. Jesus vive para sempre para
interceder como nosso sumo sacerdote (7.24-25) sendo designado por Deus sumo
sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque – vs. 10.
B. Exortação à maturidade espiritual (5.11-6.12).
Dos vs. 5.11 ao 6.12, o autor de Hebreus
nos exorta à maturidade espiritual. O ministério sacerdotal de Cristo após a
ordem de Melquisedeque era "difícil de explicar" (5.11) por causa da
imaturidade dos leitores. O autor, no entanto, estimulou seus leitores a
deixar-se "levar para o que é perfeito" (6.1).
Havia muito a ser dito e explicado, mas o
povo tinha se tornado tardio em ouvir. A palavra grega traduzida aqui como
"tardio" foi traduzida como "indolente" em 6.12, sugerindo
que o perigo da indolência estava sendo considerado ao longo de toda essa
seção.
De fato, embora a esta altura já devessem
ser mestres, eles precisavam de alguém que lhes ensinasse novamente os
princípios elementares dos oráculos de Deus. Essas verdades estão listadas em
6.1-2.
Por isso, somente poderiam tomar leite e
não, ainda, alimento sólido. Embora o leite seja nutritivo para as crianças
(1Pe 2.2), o autor queria que seus leitores se tornassem cristãos maduros para
os quais o alimento sólido é apropriado (1Co 3.1-2).
A maturidade que é necessária para
compreender o ministério sacerdotal de Cristo não inclui somente sofisticação
intelectual, mas também discernimento espiritual originado da obediência
consistente à vontade revelada de Deus (Fp 1.9-11).
Hb 5:1 Porque todo sumo sacerdote,
sendo tomado dentre os homens,
é constituído nas coisas
concernentes a Deus,
a favor dos homens,
para oferecer tanto dons
como sacrifícios pelos
pecados,
Hb 5:2 e é capaz de
condoer-se dos ignorantes
e dos que erram, pois também ele mesmo está
rodeado de fraquezas.
Hb 5:3 E, por esta razão,
deve oferecer sacrifícios pelos pecados,
tanto do povo como de si
mesmo.
Hb 5:4 Ninguém, pois, toma esta honra para si mesmo,
senão quando chamado por Deus,
como aconteceu com Arão.
Hb 5:5 Assim, também Cristo a si mesmo não se glorificou
para se tornar sumo sacerdote,
mas o glorificou aquele que
lhe disse:
Tu és meu Filho,
eu hoje te gerei;
Hb 5:6 como em outro lugar também diz:
Tu és sacerdote para
sempre,
segundo a ordem de
Melquisedeque.
Hb 5:7 Ele, Jesus, nos dias da sua carne,
tendo oferecido,
com forte clamor e
lágrimas,
orações e súplicas
a quem o podia livrar da
morte
e tendo sido ouvido
por causa da sua piedade,
Hb 5:8 embora sendo Filho,
aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu
Hb 5:9 e, tendo sido aperfeiçoado,
tornou-se o Autor da salvação
eterna
para todos os que lhe
obedecem,
Hb 5:10 tendo sido nomeado
por Deus
sumo sacerdote,
segundo a ordem de
Melquisedeque.
Hb 5:11 A esse respeito
temos muitas coisas que dizer
e difíceis de explicar,
porquanto vos tendes
tornado tardios em ouvir.
Hb 5:12 Pois, com efeito,
quando devíeis ser mestres,
atendendo ao tempo
decorrido,
tendes, novamente, necessidade de alguém que vos
ensine,
de novo, quais são os princípios elementares
dos oráculos de Deus;
assim, vos tornastes
como necessitados de leite
e não de alimento sólido.
Hb 5:13 Ora, todo aquele que se alimenta de leite
é inexperiente na palavra da justiça,
porque é criança.
Hb 5:14 Mas o alimento sólido
é para os adultos,
para aqueles que,
pela prática,
têm as suas faculdades
exercitadas
para discernir
não somente o bem,
mas também o mal.
O autor de Hebreus introduz um
homem, Cristo, como o sumo sacerdote escolhido, chamado, nomeado por Deus
segundo a ordem de Melquisedeque. Ele ainda diz que nos dia de sua carne:
·Ofereceu
com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas.
... Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.
Como dissemos, a epístola de Hebreus foi escrita,
provavelmente, antes de 70 d.C., com a finalidade de incentivar a fidelidade a
Cristo e à sua nova aliança mostrando que ele é o novo, último e superior sumo
sacerdote. Estamos vendo o capítulo 4/13.
Breve
síntese do capítulo 4.
A advertência é para que temamos não entrarmos no descanso de Deus
porque a todos foram anunciados as boas novas do evangelho. É o evangelho, como
disse o próprio Senhor, como a semente lançada em terra na esperança de que
frutifique para a glória de Deus.
Terrível coisa é endurecer o coração na hora da ministração da palavra
de Deus porque é a oportunidade da salvação da alma humana que está sendo
desprezada e Deus não irá tolerar a incredulidade.
Quando sou eu quem fala, tudo bem, pode ser desprezada e ignorada, mas
quando é Deus quem fala por meio de mim, ou do homem, seja ele quem ele quiser
usar, usando a sua palavra, as Escrituras, o desprezo delas poderá custar a
própria vida!
Não desprezemos portanto ao que fala em nome do Senhor!
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes,
conforme ajuda da BEG:
II. CRISTO É SUPERIOR A MOISÉS (3.1-4.13) - continuação.
Como dissemos, Cristo, o Filho de Deus,
nunca deve ser rejeitado por um retorno a Moisés, o servo de Deus. Veremos dos
vs. 3.1 a 4.13 que Cristo é superior a Moisés. O autor não apenas afirmou que o
Filho é superior aos anjos, mas também que Cristo é superior a Moisés.
Nós dividimos essa parte em duas seções: A.
O Filho e o servo (3.1-6) – já vimos;
e, B. Exortação a rejeitar a incredulidade (3.7-4.13) – concluiremos agora.
B. Exortação a rejeitar a incredulidade (3.7-4.13) - continuação.
Vimos que dos vs. 3.7 ao 4.13, veremos essa
grande exortação a rejeitar a incredulidade. Isso nos parece ativo e não
passivo; requer esforço, dedicação, luta e vigilância constante.
Uma promessa de Deus foi deixada para nós e
é necessário ter o temor de não conseguir entrar no descanso de Deus. Ele nos
fala para que temamos, literalmente "deixe-nos temer". O juízo divino
inspira medo (10.27,31; 12.21), mas nós não deveríamos temer pelo que outras
pessoas possam fazer (11.27; 13.6).
Tanto no Antigo como no Novo Testamento, o
modo de salvação apresentado é o mesmo: fé nas promessas de Deus. Há, portanto,
uma correlação entre a palavra de Deus que Moisés transmitiu aos israelitas do
Antigo Testamento enquanto ele caminhavam para a Terra Prometida e o evangelho
proclamado aos cristãos da época do Novo Testamento enquanto eles caminhavam na
direção da eterna recompensa em Cristo.
Por exemplo, observe o uso de Paulo de Dt
30.14 em Rm 10.8. O escritor não quis dizer que a Palavra dada por intermédio
de Moisés não tivesse valor ou que fosse fraca em si mesma quando diz que a
palavra a eles não se aproveitou. No entanto, era sem valor porque muitos
israelitas do Antigo Testamento não acrescentavam a fé ao que ouviam.
Pela descrença, eles negavam o valor da
Palavra. Esse exemplo deveria motivar os cristãos a exercerem a sua fé
juntamente com a Palavra de Deus que eles recebem.
Dos vs. 3 ao 5, por três vezes é mencionada
a palavra “descanso”. O tema central desses versículos é o "descanso"
de Deus, o qual existe desde o sétimo dia da criação (v. 4; Gn 2.2).
A entrada de Israel na Terra Prometida foi
um passo importante com respeito à entrada do povo de Deus no descanso divino
eterno. O cumprimento final da entrada do descanso de Deus irá ocorrer quando
os cristãos se encontrarem na nova criação que Cristo trará quando voltar.
Ao dizer, no vs. 3, que “não entrarão no
meu descanso”, o autor citou SI 95.11 por causa do tema do descanso. No vs. 7,
ele retornou ao SI 95 para enfatizar o fato de que essa advertência veio muito
depois de Josué ter levado Israel para a terra de Canaã. Possuir Canaã,
portanto, foi somente uma antecipação, não a realização final, do descanso para
o povo de Deus.
Havia uma promessa de entrarem no descanso
de Deus e depois houve um juramento que não entrariam no descanso de Deus – vs.
4 ao 6. Ou seja, a porta continua aberta para se entrar nesse descanso pela fé.
O texto esclarece que não entraram por causa da desobediência à palavra pregada
uma vez que não foi acompanhada pela fé no que ouviram, antes a rejeitaram e
escolheram seus próprios caminhos.
Ao se referir ao SI 95.7-8, falando de um
novo dia chamado hoje, muito tempo depois – vs. 7 -, o autor observou a
advertência de Davi de que a dureza do coração resultaria em ser impedido de
entrar no descanso de Deus (veja 4.3).
Os leitores já tinham aprendido que eles
viviam num tempo chamado "Hoje" (3.13). O autor usou esse termo de um
modo incisivo, que corresponde aproximadamente à noção de "o Dia do
Senhor", um dia em que nao haverá mais tempo para adiar uma resposta à
misericórdia de Deus por causa do julgamento iminente.
Os cristãos, desde o tempo de Cristo, vivem
durante um período que pede por urna decisão ("Hoje") porque o
presente período inclui o "dia do juízo", o período no qual o castigo
e a bênção de Deus começaram a ser dispensados.
A lógica da argumentação é muito
contundente. Se Josué tivesse dado descanso ao povo, não haveria mais descanso
algum e assim, Deus não falaria mais a respeito de outro dia. Essa, portanto, é
outra indicação (cf. vs. 3-5) de que a terra física de Canaã não cumpria totalmente
a promessa do descanso de Deus.
Davi escreveu as palavras do Sl 95
aproximadamente quatrocentos anos depois de Israel ter entrado em Canaã sob a
liderança de Josué.
Se a terra para a qual Josué os guiou
tivesse cumprido exatamente a promessa do descanso divino, então as
advertências do salmo para a geração de Davi seriam sem sentido.
A confiança dos patriarca estava fixada
numa pátria melhor, celestial (11.16). Observe argumentos semelhantes a partir
do Antigo Testamento em 7.11; 8.7.
A conclusão é assim que ainda resta um
descanso sabático para o povo de Deus. A celebração do dia do descanso final
aguarda o povo de Deus no futuro. E todos que entram no descanso de Deus,
também descansa de suas obras, como o Senhor descansou – vs. 10.
Isso provavelmente não se refere à
conversão, em cuja ocorrência nós trocamos a confiança nas nossas próprias
obras pela confiança na obra concluída de Cristo.
A comparação com o fato de Deus ter
descansado de suas obras de organizar o mundo primevo e caótico indica que se
trata de um descanso de executar boas obras na nossa luta contra o pecado.
Esse descanso vem somente com a nossa
libertação final do sofrimento, da provação e do esforço (vs. 11) no retorno de
Cristo. Aqueles que morrem no Senhor "descansam das suas fadigas" (Ap
14.13).
Então ele exorta e apela para que nos
esforcemos. Embora a salvação seja pela graça divina do começo ao fim, os
cristãos devem ativamente fazer uso de todas as suas forças para procurar a
santidade, sem a qual a salvação é impossível (12.14). Essa obrigação indica
que a "obra" no vs. 10 continua para os cristãos e que o
"descanso" ainda está no futuro.
O argumento anterior (3.7-4.11) ilustra
como a palavra de Deus expôs a incredulidade da geração do deserto, e como a
Escritura (p. ex., o SI 95) penetra e julga aqueles a quem ela adverte a
respeito do engano do pecado (3.13) e da possibilidade de não chegar à salvação
(vs. 1).
A palavra de Deus, portanto, é viva e
eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra ao ponto
de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e
intenções do coração – vs. 12. Embora alguns encontrem aqui a base para a
divisão tripla do ser humano em corpo, alma e espírito, o contexto enfatiza o
poder da palavra de Deus de penetrar no mais profundo ser da pessoa, e não a
divisão desse ser em suas partes constituintes, separadas.
O autor adverte que, por causa da palavra
de Deus que é “viva e eficaz” (vs. 12), todas as pessoas - incluindo a igreja -
irão enfrentar o julgamento`final, onde terão de prestar contas ao Criador.
Nada permanecerá encoberto (Lc -12.2-5; I Co 4.5; 2 Co 5). Esse fato destaca o
quanto é importante procurar com diligência o descanso de Deus.
III. CRISTO É SUPERIOR A ARÃO (4.14-7.28).
O eterno sumo sacerdócio de Cristo é muito
superior ao sumo sacerdócio temporário dado a Arão e a sua família. Dos vs. 4.14 ao 7.28, veremos que Cristo é
superior a Arão.
Tendo estabelecido que Cristo é superior
aos anjos e a Moisés, o autor voltou-se para a sua terceira principal
preocupação: a superioridade de Cristo a Arão. Esse material se divide em
quatro partes importantes: Cristo é o eterno sumo sacerdote (4.14-5.10), a
necessidade de crescer na fé (5.11-6.12), o juramento divino que confirma o
sumo sacerdócio de Cristo (6.13-20) e a relação entre Cristo e Melquisedeque
(7.1-28). Isso formará nossa seguinte divisão proposta, conforme a BEG: A.
Cristo, o eterno sumo sacerdote (4.14-5.10) – começaremos a ver agora; B. Exortação à maturidade espiritual
(5.11-6.12); C. Um sacerdote eterno por juramento divino (6.13-20); e, D. Um
sacerdote eterno da ordem de Melquisedeque (7.1-28).
A. Cristo, o eterno sumo sacerdote (4.14-5.10).
Dos vs. 4.14 ao 5.10, veremos que Cristo é
o eterno sumo sacerdote. O autor explicou que Jesus su-perou em muito os
sacerdotes do Antigo Testamento de diversas maneiras.
Só o fato de pensar em estarmos
completamente expostos diante de Deus nos arrasta para o grande e misericordioso
sacerdote que, tendo ele mesmo sido tentado, pode nos ajudar em nossa fraqueza
(cf. 2.17-18).
Uma exortação para “conservar firmes a
nossa confissão" (vs. 14) completa a parte anterior, e um convite para se
aproximar do trono de Deus introduz a discussão sobre Cristo como o
misericordioso sumo sacerdote.
Cristo ressuscitou, ascendeu e agora está
sentado à destra do trono da Majestade nos céus (8.1), onde ministra como o
nosso grande e eterno sumo sacerdote (7.26; 9.11,24). Agora, sim, portanto, temos
um grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, por isso
que ele adverte para que nos apeguemos com toda a firmeza à fé que professamos –
vs. 14.
Nosso atual sumo sacerdote não é mais
fraco, nem humano, mas o próprio Filho de Deus – vs. 15. Como homem, ele também
foi tentado em todas as coisas e pode, eficazmente nos socorrer. Jesus pode nos
entender em nossas fraquezas porque ele realmente viveu como um verdadeiro ser
humano. Essa é uma clara reafirmação de 2.17-18.
Apesar do seu conhecimento das lutas
humanas e em face de tentações muito reais, Cristo continuou "sem
pecado". Isso o torna diferente e aprovado para sempre. Seu sacerdócio é
por toda a eternidade.
Sendo assim, devemos nos achegarmos confiadamente,
com ousadia mesmo e segurança. Nós podemos nos achegar com toda confiança diante
de Deus porque Cristo foi adiante de nós e compassivamente intercede por nós.
Foi causa da sua intercessão em nosso favor
- porque fomos purificados da poluição do pecado pelo sacrifício de Jesus
(7.19; 10.19,22) - podemos oferecer sacrifícios de ações de graças que são
agradáveis a Deus (12.28; 13.15-16).
No vs. 16, o autor conclui sua lógica
argumentativa dizendo que devemos mesmo nos aproximarmos do trono da graça com
toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos
ajude no momento da necessidade. A misericórdia aponta para a nossa
incapacidade de obter uma boa posição perante Deus, e a graça nos dá apoio
oportuno nas ocasiões em que estamos enfrentando tentação ou sucumbindo a ela
(2.18). Ele é poderoso para nos socorrer, nos livrar e fazer triunfar para a
glória de Deus Pai.
HB 4:1 Temamos, portanto, que,
sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso
de Deus,
suceda parecer que algum de
vós tenha falhado.
HB 4:2 Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas,
como se deu com eles; mas a palavra que ouviram
não lhes aproveitou,
visto não ter sido
acompanhada pela fé naqueles
que a ouviram.
HB 4:3 Nós, porém, que cremos,
entramos no descanso, conforme Deus tem dito:
Assim, jurei na minha ira:
Não entrarão no meu
descanso.
Embora, certamente, as obras estivessem concluídas
desde a fundação do mundo.
HB 4:4 Porque, em certo lugar, assim disse,
no tocante ao sétimo dia:
E descansou Deus, no sétimo
dia,
de todas as obras que
fizera.
HB 4:5 E novamente, no mesmo lugar:
Não entrarão no meu
descanso.
HB 4:6 Visto, portanto, que resta entrarem alguns nele e que,
por causa da desobediência,
não entraram aqueles aos
quais
anteriormente foram
anunciadas as boas-novas,
HB 4:7 de novo, determina certo dia,
Hoje, falando por Davi,
muito tempo depois, segundo
antes fora declarado:
Hoje, se ouvirdes a sua voz,
não endureçais o vosso
coração.
HB 4:8 Ora, se Josué lhes houvesse dado descanso,
não falaria, posteriormente,
a respeito de outro dia.
HB 4:9 Portanto, resta um repouso para o povo de Deus.
HB 4:10 Porque aquele que entrou no descanso de Deus,
também ele mesmo descansou de suas obras,
como Deus das suas.
HB 4:11 Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso,
a fim de que ninguém caia,
segundo o mesmo exemplo de
desobediência.
HB 4:12 Porque a palavra de Deus
é viva,
e eficaz,
e mais cortante do que qualquer espada de dois
gumes,
e penetra até ao ponto de dividir
alma e espírito,
juntas e medulas,
e é apta para discernir
os pensamentos
e propósitos do coração.
HB 4:13 E não há criatura que não seja manifesta na
sua presença;
pelo contrário, todas as
coisas estão
descobertas
e patentes aos olhos
daquele
a quem temos de prestar
contas.
HB 4:14 Tendo, pois, a Jesus,
o Filho de Deus,
como grande sumo sacerdote
que penetrou os céus,
conservemos firmes
a nossa confissão.
HB 4:15 Porque não temos sumo sacerdote
que não possa compadecer-se das nossas fraquezas;
antes, foi ele tentado em
todas as coisas,
à nossa semelhança,
mas sem pecado.
HB 4:16 Acheguemo-nos, portanto,
confiadamente,
junto ao trono da graça,
a fim de recebermos
misericórdia
e acharmos graça
para socorro
em ocasião oportuna.
É a promessa para nós os que cremos e que fomos alcançados pela palavra
da pregação e assim nos tornamos também anunciadores dessa palavra: chegar,
achegar-se confiadamente ao trono da graça! Antes era muito difícil se achegar
a este trono, mas agora, por meio do Filho, de seu sangue, temos livre acesso
para alcançarmos duas coisas importantes nas nossas vidas: - misericórdia e
graça e isto em tempos oportunos! Glórias a Deus!
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.
Como dissemos, a epístola de Hebreus foi
escrita, provavelmente, antes de 70 d.C., com a finalidade de incentivar a
fidelidade a Cristo e à sua nova aliança mostrando que ele é o novo, último e
superior sumo sacerdote. Estamos vendo o capítulo 3/13.
Breve
síntese do capítulo 3.
Incredulidade: o câncer da alma! Realmente não sei quem é o pior vilão
da nossa história, se a incredulidade, a murmuração, a dúvida, o engano, a
ilusão.
Aqui o autor fala claramente que não puderam entrar e gozar das
promessas divinas por causa da incredulidade ou seja um perverso coração
disposto a ser contra Deus e a favor de seu pecado.
Conta-se a ilustração de uma viúva idosa que iria para um asilo e esta
colocou em seu coração que seu quartinho ia ser muito agradável, belo e até
sonhava com ele. Quem a conduzia lhe censurou dizendo que como ela poderia
gostar de seu quartinho sem antes vê-lo. Ela lhe respondeu que tinha
determinado que ia gostar e pronto.
Assim
é a questão também da incredulidade, você a escolhe quando resolve rejeitar a Deus!
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. CRISTO É SUPERIOR A MOISÉS (3.1-4.13).
Cristo, o Filho de Deus, nunca deve ser
rejeitado por um retorno a Moisés, o servo de Deus. Veremos dos vs. 3.1 a 4.13
que Cristo é superior a Moisés. O autor não apenas afirmou que o Filho é
superior aos anjos, mas também que Cristo é superior a Moisés.
Sua explicação está dividida em duas partes
importantes: a comparação entre Moisés como um servo fiel e Cristo como o Filho
fiel (3.1-6) e a necessidade de se agarrar com firmeza à verdade sobre Cristo
no Novo Testamento (3.7-4.13). Elas formarão a seguinte divisão proposta,
conforme a BEG: A. O Filho e o servo (3.1-6) – veremos agora; e, B. Exortação a rejeitar a incredulidade
(3.7-4.13) – começaremos a ver agora.
A. O Filho e o servo (3.1-6).
Jesus é superior a Moisés porque ele é o
divino e real Filho de Deus, enquanto Moisés era nada mais que um servo de
Deus.
Ele estava falando (cap. 2) de Cristo
coroado de glória e como sumo sacerdote idôneo e compassivo e ele chama a
atenção de todos para algo muito importante.
Ele se direciona ao seus santos irmãos
participantes do chamado (vocação) celestial. O termo "irmãos" que
era a maneira típica de chamar os que pertenciam à igreja visível (3.12; 10.19;
At 1.16; 1Co 3.1), tem aqui um significado todo especial uma vez que Jesus fez
dos cristãos seus "irmãos" (e irmãs) "santos" (2.11).
O Senhor clama dos céus, convocando os
cristãos a perseverarem na fé (12.25). Ele também chama os cristãos para o
reino dos céus (12.26-28; isto é, os novos céus e a nova terra; a BEG recomenda
aqui a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "O reino de
Deus", em Mt 4), que é a melhor pátria (11.16) e a herança eterna daqueles
que foram chamados (9.15).
O seu convite ou a sua exortação é a de que
deveriam, por isso, considerar atentamente ou fixar os seus pensamentos em
Jesus, apóstolo e sumo sacerdote que confessamos.
Devido ao fato de Cristo ser capaz de
tratar e compreender efetivamente os problemas mais significativos que os
cristãos enfrentam, eles deveriam dar maior atenção ao que será dito a seu
respeito. Esse título de apóstolo é aplicado a Jesus somente aqui em todo o
Novo Testamento. O termo enfatiza a sua autoridade e a realização fiel da
missão que o Pai o enviou para cumprir (3.2; cf. 10.5-10; Jo 6.38; 20.21).
O autor de Hebreus continua a exaltá-lo
falando de sua fidelidade a Deus, que o constituíra e compara com Moisés que
também foi fiel em toda a casa de Deus. Com referência a Nm 12.7, Moisés e
Cristo são comparados de modo favorável quanto à fidelidade de ambos, mas
contrastado quanto à honra.
Embora tendo tido o privilégio de falar com
Deus face a face e ver a sua forma (Nm 12.8), Moisés ainda era somente um servo
"em toda a casa de Deus" (vs. 5). Cristo, como criador (1.2,10; Cl
1,16), é digno de honra como o divino construtor de todas as coisas - incluindo
o santuário definitivo de Deus (Jo 2.19-20) - e como "Filho, em sua
casa" (vs. 6).
Aqui no vs. 3 a implicação necessária é que
Jesus, como o construtor da casa, é divino (vs. 4). Essa passagem aponta tanto
para a identidade de Cristo como Deus ("o construtor") como para a
sua distinção pessoal do Pai (vs. 6). De fato, quem tem mais glória a coisa
criada ou o criador da coisa? Os céus e a terra e tudo o que neles há tem sua
glória, mas quanto mais glória não tem o próprio Criador de todas as coisas?
Assim, era Jesus com relação ao próprio Moisés, pois que este fora criado por
aquele.
Pois toda casa é construída por alguém, mas
Deus é o edificador de tudo – vs. 4.
Desde que o autor alude a Nm 12.7, a ênfase
está na distinção e na posição do serviço de Moisés. Moisés foi o único
ministro da lei, mas o ministério de Jesus ainda é mais importante.
O ministério mais importante de Moisés era testemunhar
das coisas que haviam de ser anunciadas, testemunhar a vinda de Cristo (Jo
5.46-47). A lei mosaica era uma sombra que apontava para os "bens"
vindouros trazidos por Cristo (9.11; 10.1), porque em suas regulamentações, o
Espírito Santo mostrou que o acesso à presença de Deus viria somente quando o
tabernáculo terreno fosse substituído por algo melhor (9.8).
Cristo Jesus é fiel como Filho sobre à casa
de Deus e a casa de Deus consiste de seu povo (1Sm 2.35; 2Sm 7.16; Ef 2.19-22;
1Tm 3.15; 1Pe 2.5). Ele está presente entre nós e cuida de nós.
Esse versículo – vs. 6, quando nos diz para
guardarmos firme a confiança e a esperança - diz aos cristãos como provar que
eles verdadeiramente pertencem a Deus. Sua fé deve ser confirmada pela
perseverança (vs. 14; 6.11; 10.23). Essa nota de advertência é uma introdução
apropriada à citação de SI 95 que vem a seguir (sugere a BEG novamente a
leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "A perseverança e a
preservação dos santos", em Fp 1).
B. Exortação a rejeitar a incredulidade (3.7-4.13).
Dos vs. 3.7 ao 4.13, veremos essa grande exortação
a rejeitar a incredulidade. Isso nos parece ativo e não passivo; requer
esforço, dedicação, luta e vigilância constante.
O fato de mencionar a necessidade de
perseverar a fim de receber a bênção de Deus, levou o autor a pedir a seus
leitores que rejeitassem a descrença.
Ele citou SI 95.7-11 e fez com que ele
repercutisse em toda a sua exposição. As palavras-chave dessa parte incluem
"Hoje" (3.13,15; 4.7) e "descanso" (4.3,5-6,8-11). O modo
de tratar o "descanso" é desenvolvido a partir do ensino sobre o
sábado de Gn 2.2.
Correspondendo a esse ensino está a
exortação para "entrar naquele descanso" (4.11) e a advertência para
não "endurercer o... coração" (3.15; 4.7).
Uma ocasião significativa de tentação
ocorreu em Refidim (Ex 17.1-7), onde o povo murmurou contra Moisés e ele feriu
a rocha para dar-lhes água.
O período total de quarenta anos de desobediência
e resistência enquanto viajavam pelo deserto também pode estar sendo
considerado (vs. 9-10; SI 78.40). Assim como Israel no deserto, a vida dos
cristãos é um teste de fé (2Co 13.5-7).
Em Nm 14.21-30 há o relato do juramento de
Deus de não permitir que aquela geração entrasse na Terra Prometida. Hebreus
visualiza o descanso da Terra Prometida como uma antecipação do sábado eterno
que virá - um descanso que será experimentado nos novos céus e na nova terra
(4.1-11).
O autor dirigiu-se a seus leitores em
termos da confissão de fé que eles compartilhavam e o envolvimento que tinham
com a igreja. Ainda assim, ele reconheceu que alguns na congregação de cristãos
tinham "perverso coração de incredulidade" (cf. 12.15-17) que os
levaria à apostasia e ao julgamento.
Cristo salva totalmente os que vão a Deus
por meio dele pela fé salvadora (7.25). Contudo, os cristãos devem encorajar-se
mutuamente (10.24-25), assim como faz o autor ao longo de sua carta (13.22), a
perseverar e demonstrar a fé mediante a fidelidade.
Um coração perverso de incredulidade, quer
dizer corações incrédulos como aqueles de seus "pais" (vs. 9), cuja
descrença os havia impedido de entrar no descanso de Deus (vs. 19). Deus aceita
todo tipo de pessoa, exceto os incrédulos. Por isso que seu filtro em relação
aos homens não é classe social, cultura, inteligência, obras, status, mas a fé!
Assim sendo, devemos nos encorajarmo-nos
uns aos outros todos os dias, principalmente durante o tempo que se chama
"hoje", de modo que nenhum de nós seja endurecido pelo engano do
pecado – vs. 13. Há ilusão de que a desobediência fornece mais proteção (Ex
17.3) ou prazer (11.25-26; Ex 16.3) do que o faz a peregrinação da fé.
Isso porque somos participantes de Cristo.
Embora o termo grego possa significar "compartilhar com" (no sentido
de companhia), aqui – vs. 14 - aponta para a união íntima do cristão com
Cristo.
Se somos participantes de Cristo, com
certeza, iremos nos apegar até ao fim à confiança que tivemos no princípio. Pode
ser que na caminhada haja algum esmorecimento ou mesmo letargia nos afastando
do alvo, mas logo voltamos ao Caminho, pois sabemos e temos experimentado Dele.
Por isso é que se diz: "Se hoje vocês
ouvirem a sua voz, não endureçam o coração, como na rebelião". A palavra
chave aqui é “hoje” e não amanhã ou outro dia. O dia de nossa morte será também
um dia que se chamará “hoje”. A advertência é do Espírito Santo e, sabemos, é
melhor obedecer.
Quem foram os que ouviram e se rebelaram?
Não foram todos os que Moisés tirou do Egito? Contra quem Deus esteve irado
durante quarenta anos? Não foi contra aqueles que pecaram, cujos corpos caíram
no deserto? E a quem jurou que nunca haveriam de entrar no seu descanso? Não
foi àqueles que foram desobedientes? – vs. 16-18.
Vemos, assim, que foi por causa da
incredulidade que não puderam entrar. Nem a bênção da saída do Egito ou o
privilégio de escutar a voz de Deus garantiu à geração que morreu no deserto
entrar no descanso de Deus na Terra Prometida.
A rebelião (vs. 16), o pecado (vs. 17) e a
desobediência deles (vs. 18; 4.6), tinham raízes na incredulidade - eles não se
apegaram com persistência à promessa de Deus (vs. 19; 4.2-3) e provaram por
suas ações que não eram verdadeiramente redimidos.
Hb 3:1 Por isso, santos irmãos, que participais da vocação celestial,
considerai atentamente o Apóstolo
e Sumo Sacerdote da nossa confissão,
Jesus,
Hb 3:2 o qual é fiel àquele
que o constituiu,
como também o era Moisés em
toda a casa de Deus.
Hb 3:3 Jesus, todavia, tem sido considerado digno de tanto maior glória
do que Moisés,
quanto maior honra do que a
casa
tem aquele que a
estabeleceu.
Hb 3:4 Pois toda casa é estabelecida por alguém,
mas aquele que estabeleceu
todas as coisas é Deus.
Hb 3:5 E Moisés era fiel, em toda a casa de Deus,
como servo,
para testemunho das coisas
que haviam de ser anunciadas;
Hb 3:6 Cristo, porém,
como Filho,
em sua casa;
a qual casa somos nós,
se guardarmos firme, até ao
fim,
a ousadia
e a exultação da esperança.
Hb 3:7 Assim, pois, como diz o Espírito Santo:
Hoje, se ouvirdes a sua voz,
Hb 3:8 não endureçais o
vosso coração
como foi na provocação,
no dia da tentação no
deserto,
Hb 3:9 onde os vossos pais
me tentaram,
pondo-me à prova,
e viram as minhas obras por
quarenta anos.
Hb 3:10 Por isso, me indignei contra essa geração e disse:
Estes sempre erram no coração;
eles também não conheceram
os meus caminhos.
Hb 3:11 Assim, jurei na minha ira:
Não entrarão no meu descanso.
Hb 3:12 Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós
perverso coração de incredulidade
que vos afaste do Deus
vivo;
Hb 3:13 pelo contrário,
exortai-vos mutuamente cada
dia,
durante o tempo que se
chama Hoje,
a fim de que nenhum de vós
seja endurecido
pelo engano do pecado.
Hb 3:14 Porque nos temos tornado participantes de Cristo,
se, de fato, guardarmos firme,
até ao fim, a confiança
que, desde o princípio, tivemos.
Hb 3:15 Enquanto se diz:
Hoje, se ouvirdes a sua voz,
não endureçais o vosso
coração,
como foi na provocação.
Hb 3:16 Ora, quais os que, tendo ouvido, se rebelaram?
Não foram, de fato,
todos os que saíram do
Egito por intermédio de Moisés?
Hb 3:17 E contra quem se indignou por quarenta anos?
Não foi contra os que pecaram,
cujos cadáveres caíram no
deserto?
Hb 3:18 E contra quem jurou que não entrariam no seu descanso,
senão contra os que foram desobedientes?
Hb 3:19 Vemos, pois, que não puderam entrar
por causa da incredulidade.
A palavra de Deus é clara para você ao falar que é HOJE e não amanhã o
dia de você ouvir a voz de Deus que está te chamando. Não endureça o seu
coração a fim de que a palavra pregada da salvação te alcance!
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