quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
quarta-feira, dezembro 02, 2015
Jamais Desista
Romanos 3 1-31 - A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ EM JESUS CRISTO.
Como já dissemos e repetiremos isso até ao fim, estamos diante de um
escrito que ultrapassa a normalidade em questão de produção de conteúdo intelectual,
notadamente espiritual. Não é à toa que esta epístola recebe o apelido de
QUINTO EVANGELHO. Se ninguém falou como este homem, referindo-se a Jesus;
ninguém escreveu como este homem, digo eu de Paulo.
Paulo escreve aos Romanos para apresentar a mensagem do evangelho aos
crentes em Roma e explicar como esse evangelho corrige as divisões entre os crentes
judeus e os crentes gentios. (BEG).
São tratadas nesta epístola as questões dos judeus e gentios e seus
papéis interconectados na história relacionadas ao pecado, à justiça e ao juízo
de Deus; ao recebimento da justificação somente mediante a fé, à parte das
obras; à santificação, que conduz à glorificação, a qual ocorre mediante a
dependência do Espírito Santo; e, como cristãos judeus e gentios devem aprender
a aplicar o evangelho à vida prática. Estamos no capitulo 3/16, na parte II.
Breve
síntese do capítulo 3.
Partindo do pressuposto de que somos os verdadeiros judeus e não os que
são nascidos em Israel ou são circuncidados na carne e não no coração, os
oráculos de Deus foram a nós confiados!
No entanto, quanto a eles, os que são da carne, não creram; logo,
incredulidade deles não desfez a fidelidade de Deus. O que na verdade aconteceu
é que a incredulidade deles trouxe à luz a justiça de Deus.
Ao falarmos assim em justiça e em injustiça, óbvio está que para que a
justiça se destacar ela terá que pisar no solo da injustiça triunfando sobre
ela. Por exemplo, como eu sei que Deus é perfeito? Justamente por eu ver em
mim, na minha carne a imperfeição!
É Deus injusto, falso, imperfeito, pecador? Quem é injusto, falso,
imperfeito e pecador? Se Deus fosse injusto, falso, imperfeito e pecador quem
seria justo, verdadeiro, perfeito e santo? Paulo abre nossos olhos, por meio do
Espírito Santo, para as coisas profundas de Deus.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. A PECAMINOSIDADE DOS JUDEUS E DOS GENTIOS (1.18-3.20) - continuação.
Como vimos, cada um, a seu próprio modo,
tanto os judeus como os gentios são pecadores e permanecem sob o juízo divino.
A necessidade do evangelho se dá pelo fato de todo o mundo ser culpado diante
de Deus.
Esta parte, seguindo a estruturação da BEG,
foi dividida em três: A. A pecaminosidade dos gentios (1.18-32) – já vimos; B. A pecaminosidade dos judeus
(2.1-3.8) – estamos vendo; e, C. A
pecaminosidade universal (3.9-20).
B. A pecaminosidade dos judeus (2.1-3.8) - continuação.
Como dissemos, tendo demonstrado que os
gentios eram culpados por rebelião contra a revelação de Deus na natureza,
Paulo então se voltou para a pecaminosidade dos judeus.
Até ao verso 20, veremos
o esforço de Paulo em demonstrar que toda a humanidade está sob a condenação de
Deus.
A afirmação de Paulo de que "para com
Deus não há acepção de pessoas" (2.11) não quer dizer que não haja nenhuma
"vantagem do judeu". Significa apenas que Deus não isenta ninguém do
seu padrão de justiça.
As vantagens são muitas, principalmente
porque a eles foram confiados os oráculos de Deus. A expressão indica que a
inspiração do Antigo Testamento se estendia para além das ideias contidas nas
Escrituras até os próprios oráculos (inspiração verbal). Ter os oráculos de
Deus era uma grande vantagem, mas esse privilégio também aumentava o juízo pela
desobediência.
No Antigo Testamento, os judeus responderam
a Deus com incredulidade repetidas vezes – é só estudar os escritos e os
profetas. Todavia, Deus permaneceu fiel à suas promessas (Nm 23.19; Rm 9.6-7;
2Tm 2.13), apesar deles.
Paulo respondeu a duas objeções intimamente
relacionadas sobre os fracassos dos judeus que não tinham fé, as quais ele
imaginava que seus leitores poderiam levantar (vs. 5):
(1)
Se
a injustiça de alguns judeus tinha dado a Deus a oportunidade de mostrar a sua
justiça (vs. 5), por que não ser injusto também?
(2)
Se
a mentira de alguns judeus tornou a verdade de Deus mais evidente (vs. 7), por
que, então, não mentir?
Em resumo, se o pecado permitia que Deus
fosse glorificado, não é injusto que ele aplique sua "ira" sobre o
seu povo (vs. 5), ou que os condene como pecadores (vs. 7)?
Primeiro o apóstolo respondeu a essas
objeções salientando que, se o Senhor não tivesse julgado o pecado de Israel,
então ele não poderia julgar o pecado do mundo - ou Deus é um juiz justo de
todas as pessoas ou ele não absolutamente é um juiz justo (vs. 6).
Paulo também argumentou que a extensão lógica
dessas objeções advogaria pecar com mais frequência e do pior modo possível,
com o objetivo de dar a Deus mais oportunidades de revelar a sua bondade (vs.
8).
Esse ponto de vista era repugnante aos
olhos de Paulo e de qualquer judeu de princípios (vs. 8). Apesar de seus
privilégios, os judeus incrédulos ficaram sob a ira de Deus. Portanto, o ponto
crucial a ser considerado não é a circuncisão exterior, mas a fé salvadora.
O apóstolo Paulo reconheceu que, tomada de
modo isolado, sua afirmação no início do versículo 5 poderia parecer expressar
um espírito de antagonismo de sua parte para com Deus. Por isso, ele explicou
que ela era apenas uma reflexão da maneira como algumas pessoas poderiam
pensar.
O absurdo chega no extremo de imaginar que
se deva praticar o mal para que advenha o bem. Uma questão semelhante, embora
não idêntica, aparece em 5.20-6.1. Em ambas as passagens, Paulo rejeitou a
falsa inferência que poderia ser tirada de suas palavras.
Do verso 9 ao 20, veremos a demonstração da
pecaminosidade universal. O tema iniciado em 1.18 agora é concluído e
confirmado por citações do Antigo Testamento, reconstituindo a manifestação do
pecado, a sua origem e a sua causa final.
Temos nós qualquer vantagem? Paulo estava
falando de si mesmo e de seus compatriotas judeus. Numa análise final, judeus e
gentios estão todos sob a tirania do pecado e sob juízo.
Paulo apela para as Escrituras – vs. 10 - como
está escrito. Essa é uma enunciação comum no Novo Testamento, que apela para as
Escrituras como argumento de autoridade (1.17; 3.4).
Os textos bíblicos, tomados em conjunto,
salientam a universalidade do reino do pecado e a consequente perversão e
condenação de toda a humanidade. Essas citações são como uma fotografia em alta
resolução de nossa alma pecadora, do homem sem Cristo, vejamos:
ü
Não
há nenhum justo, nem um sequer;
ü
Não
há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus.
ü
Todos
se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis;
ü
Não
há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer".
ü
"Suas
gargantas são um túmulo aberto; com suas línguas enganam". "Veneno de
serpentes está em seus lábios".
ü
"Suas
bocas estão cheias de maldição e amargura".
ü
"Seus
pés são ágeis para derramar sangue;
ü
Ruína
e desgraça marcam os seus caminhos,
ü
E
não conhecem o caminho da paz".
ü
"Aos
seus olhos é inútil temer a Deus", ou, não há temor de Deus.
Por isso que a lei quando diz, faz calar a
todos, como acima citados. Aqui a referência é ao Antigo Testamento em geral.
As citações de Paulo saem de Salmos, Eclesiastes e Isaías e são destinadas aos
que vivem debaixo da lei.
Não no sentido de 6.14.15. mas como em 2.12
(aqueles que possuíam a revelação do Antigo Testamento, isto é, os judeus em
particular). O apóstolo assegurou que o que a lei dizia sobre a condição humana
de pecador fosse aplicado, sem dúvida, ao povo a quem a lei havia sido dada.
Portanto, que se cale toda boca, pois que
todos são culpados. Ninguém, seja judeu ou gentio, tem base para apelação;
ninguém pode reivindicar estar livre de culpa diante de Deus. A lei condena
todas as pessoas, estabelecendo, assim, a necessidade de justificação pela fé,
à parte das obras da lei.
À luz do que o Antigo Testamento diz sobre
a universalidade do pecado, deveria ser óbvio que ninguém pode ser aceito como
justo diante de Deus simplesmente por tentar obedecer à lei. É pela lei que vem
o pleno conhecimento do pecado. Em vez de nos fornecer um modo de encontrar a
justificação, a lei expõe a nossa condição pecadora. Entretanto, ela não é a única
que revela pecado (1.18-20).
III. A SALVAÇÃO PARA JUDEUS E GENTIOS (3.21-8.39)
A salvação vem para judeus e gentios do
mesmo modo. Para todos, a justificação é somente mediante a fé, à parte das
obras; e a santificação mediante a confiança no poder do Espírito Santo.
Veremos doravante até o capítulo 8.39, a
salvação para judeus e gentios. Tendo mostrado que tanto judeus como gentios
são pecadores carentes de salvação, Paulo passou a explicar como a salvação
alcança a todos.
Seguindo a divisão proposta pela BEG,
teremos duas divisões principais: A. A justificação (3.21-5.21) – começaremos a ver agora: 1. Somente
pela fé (3.21-31) – veremos agora; 2.
O exemplo de Abraão (4.1-25); 3. Os benefícios da justificação (5.1-11); 4.
Cristo: o novo Adão (5.12-21); B. A santificação (6.1-8.39): 1, A destruição do
domínio do pecado (6.1-23); 2. A luta contra o pecado (7.1-25); 3. Vivendo pelo
Espírito (8.1-39).
A. A justificação (3.21-5.21).
O apóstolo Paulo encerrou a parte anterior
com a afirmação de que ninguém poderia ser declarado justo (justificado) pela
lei (3.20). Aqui ele explicou como a justificação acontece.
Sua consideração sobre o assunto se divide
em quatro partes: o conceito de somente pela fé (3.21-31) – veremos agora, o exemplo de Abraão
(4.1.25), a fonte e os benefícios da justificação (5.1-11) e Cristo como o novo
Adão (5.12-21).
1. Somente pela fé (3.21-31).
É somente pela fé! Nesse ponto Paulo
empreendeu uma explanação de sua doutrina sobre a justificação.
De maneira clara ele explicou que as
pessoas são declaradas justas no tribunal da justiça de Deus somente pela fé em
Cristo, e não pelas suas próprias boas obras.
Primeiro, o apóstolo esclareceu como a
justificação é providenciada em Cristo (vs. 21-26) e, em seguida, destacou duas
implicações que essa doutrina traz para o relacionamento entre judeus e gentios
(vs. 27-31).
Ele começa dizendo que agora tinha se
manifestado a justiça que provém de Deus, independentemente da lei, da qual
deram testemunhos a Lei e os Profetas.
Essa expressão “mas agora” tem um
significado especial nos escritos de Paulo. É um modo simplificado de dizer:
"Mas agora que Cristo veio".
Nos capítulos 3 e 4, o apóstolo havia
argumentado de maneira clara que a doutrina da justificação pela fé é ensinada
no Antigo Testamento. Entretanto, desde a vinda do Reino de Deus (que começou
com a encarnação de Cristo), a justificação tem se tornado conhecida com mais
clareza, como nunca antes. (A BEG recomenda, aqui, a conhecerem seu excelente artigo
teológico “O plano das eras", em Hb 7).
Sem lei se manifestou a justiça de Deus. O
evangelho não é anárquico (vs. 31; 6.15; 8.3-4; 13.8,10). No entanto, ninguém
pode ser aceito como justo com base na obediência à lei, pois não há quem
alcance a perfeição. A exceção está unicamente na pessoa de Jesus Cristo que
plenamente a cumpriu.
A justiça de Deus se manifesta mediante a fé
em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que creem. Agora que “se
manifestou” (vs. 21) com tão grande clareza na vinda de Cristo, a justiça de
Deus deve ser recebida.
Crer envolve não somente conhecimento e
convicção intelectual sobre o testemunho do evangelho de Cristo (10.14), mas
também confiança obediente e segurança nele como Salvador e Senhor (1.5).
A justiça de Deus é exclusivamente para aqueles
que têm fé; e “não há distinção, pois todos pecaram", seja judeu ou gentio
(cf. 1.16-17). Esse é o filtro de Deus e não a sabedoria, o conhecimento, ou a
ignorância, nem a riqueza ou a pobreza, nem o poder e o status, mas unicamente
a fé simples, disponível a todos: sábios e ignorantes, ricos e pobres,
poderosos e símplices.
O "todos que pecaram e que estão
destituídos da glória de Deus", diz respeito especificamente àqueles que
são salsos - "todos... os que creem” (vs. 22), e estão "sendo
justificados" (vs. 24) - com particular ênfase na ausência de distinção
entre judeu e gentio.
Ninguém é salvo sem que primeiro seja um
pecador. Esse detalhe tratado por Paulo está baseado na verdade mais ampla de
que todo ser humano é culpado diante de Deus e que, portanto, carecem da glória
de Deus.
Essa é uma descrição pungente da consequência
do pecado. Criados à imagem do glorioso Deus (Gn 1.26.27), os seres humanos
trocaram a glória do Senhor por ídolos (1.23) e distorceram a própria imagem
divina.
Somente a graça mediante a fé (Ef 2.8-9) renova
e restaura essa glória perdida (5.2; 8.18; 1Co 15.42-49; 2Co 3.18; Ef 4.24; Fp
3.20-21; Cl 3.10).
Nas Escrituras, a justificação é a antítese
da condenação (p. ex., Pv 17.15). Ela expressa a declaração de que o pecador se
toma justo no tribunal celestial de Deus, em virtude da justiça de Cristo que
lhe é imputada (o “dom da justiça"; 5.17).
A justificação é final e irreversível
(8.1,33-34).
Ela está fundamentada na obediência de
Cristo durante toda a sua vida (na qual ele cumpriu os preceitos da lei de Deus
e mereceu a recompensa perfeita) e na sua morte na cruz (na qual ele suportou o
castigo do juízo de Deus contra os nossos pecados).
Agora os crentes compartilham da mesma
posição de justo do Cristo ressuscitado, com o qual eles estão unidos (2Co
5.21) gratuitamente, por sua graça.
A repetição da mesma ideia com outras
palavras feita por Paulo dá ênfase ao papel da iniciativa e misericórdia
divinas em nossa salvação.
Somos, portanto, justificados gratuitamente
por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. A redenção é a liberdade
obtida mediante o pagamento de um preço. Aqui ela se refere especificamente à
libertação da condição antiga de escravidão ao pecado.
Essa liberdade é consumada mediante a morte
de Cristo, o preço-resgate pela nossa salvação (Mc 10.45; 1Tm 2.6; Hb 9.15).
Foi, destarte, Deus quem o propôs. O apóstolo
foi cuidadoso ao mencionar que embora a morte de Cristo tenha aplacado a ira de
Deus pela satisfação da justiça divina, ela não suscitou o amor de Deus sendo,
antes, o fruto deste, como Paulo enfatizaria mais tarde (5.8; 8.32; cl. Jo
3.16).
Deus Pai o ofereceu como sacrifício para propiciação
mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça. Cristo morreu como
um sacrifício propiciatório (isto é, "oferta pelo pecado"; Is 53.10)
que satisfez a ira de Deus.
Tendo em vista que o pecado provoca a ira
de Deus (1.18,24,32), a nova posição de justificação somente pode ser concedida
depois que essa ira tenha sido totalmente manifestada. (Novamente a BEG
recomenda reflexão em seu excelente artigo teológico "Expiação
limitada", em Jo 10).
A ênfase do versículo 22 “mediante a fé” é
repetida e, desse modo, acentuada. A palavra "mediante" indica o meio
de ser ligado à justiça de Cristo. A fé é a causa instrumental da justificação.
Paulo e muitos de seus leitores estavam
totalmente convictos da justiça de Deus (2.5; 3.5). Porém, essa justiça
levantou uma séria questão no tocante ao papel que o pecado representava na
história humana.
Como Deus poderia fechar os olhos ao pecado
humano e permanecer justo?
O apóstolo disse que debaixo do sistema
mosaico de sacrifícios, Deus usava de "tolerância" (vs. 25) para com
os pecadores, em oposição ao real perdão.
Como reconhece o Novo Testamento (Hb
9.11-15; 10.1-4), os sacrifícios de animais do Antigo Testamento não eram
capazes de fazer uma propiciação satisfatória pelos pecados dos seres humanos.
O significado real desses sacrifícios está
no modo em que eles apontam para Cristo, por meio de quem Deus lidaria com o
pecado humano de uma maneira apropriada e definitiva.
Em vista do que ele faria depois, Deus pôde
deixar, de modo justo, impunes os pecados cometidos anteriormente (vs. 25).
Ainda assim, um Deus justo não poderia tolerar o pecado para sempre, e por
isso, Jesus veio realizara propiciação definitiva.
A obra de Cristo revela tanto a justiça de
Deus (ele puniu o pecado na pessoa de seu Filho; 8.32) como a justiça de seu
método de salvação pela "fé em Jesus".
Dessa maneira, ele não comprometeu a sua
própria santidade e proveu graciosamente a salvação como um dom gratuito para
pecadores que não a mereciam - uma salvação que os seres humanos são incapazes
de alcançar por meio dos seus próprios esforços.
A esse respeito, Paulo viu a cruz como a
manifestação da sabedoria gloriosa de Deus (1Co 1.23-24).
Em assim sendo, onde estaria, pois, a
jactância? Ninguém, nem mesmo os judeus, tem base para se gloriar (4.2-3). Na
verdade, a jactãncia "foi... excluída porque somente a fé (vs. 27-28,30),
e não o feito humano, é o meio pelo qual Deus justifica pecadores.
O fato de não podermos sequer nos gloriar
em nossa fé – vs. 27 - indica que ela mesma é um dom de Deus (outra vez, neste
capítulo, a terceira delas, em que a BEG recomenda reflexão em seu excelente artigo
teológico "Regeneração e novo nascimento", em Jo 3).
No vs. 30, Paulo apelou para a confissão
fundamental da religião do Antigo Testamento: Deus é o único Senhor (veja Dt
6.4). O mesmo Deus que lidou com Israel também lida com os gentios, e ele o faz
segundo a sua própria justiça e misericórdia. Portanto, só há um único meio
para salvação, tanto para judeus como para gentios. É ele quem justifica, pela
fé, o circunciso e também pela fé, o incircunciso.
O apóstolo Paulo
antecipou uma objeção ao seu ponto de vista. Embora rejeitasse guardar a lei
como uma base pessoal para a salvação, ele fundamentou a sua doutrina da justificação
pela fé somente no fato de Cristo ter guardado a lei.
Além disso, Paulo
argumentou que ela continuava com poder de condenar aqueles que não estavam em
Cristo. Ao fazer isso, ele afirmou a autoridade duradoura da lei, tanto no
tocante à condenação como à salvação. O apóstolo nunca teria aceitado o evangelho
cristão se não pudesse apoiá-lo no ensino do Antigo Testamento.
Rm 3:1 Qual é, pois, a vantagem do judeu?
Ou qual a utilidade da circuncisão?
Rm 3:2 Muita, sob
todos os aspectos.
Principalmente
porque aos judeus foram confiados
os oráculos de Deus.
Rm 3:3 E daí?
Se alguns não
creram,
a incredulidade deles virá
desfazer a fidelidade de Deus?
Rm
3:4 De maneira nenhuma!
Seja
Deus verdadeiro,
e
mentiroso, todo homem, segundo está escrito:
Para
seres justificado nas tuas palavras
e
venhas a vencer quando fores julgado.
Rm 3:5 Mas, se a nossa injustiça
traz a lume a
justiça de Deus, que diremos?
Porventura, será Deus injusto
por aplicar a sua
ira? (Falo como homem.)
Rm
3:6 Certo que não.
Do
contrário, como julgará Deus o mundo?
Rm 3:7 E, se por causa da minha mentira,
fica em relevo a
verdade de Deus para a sua glória,
por
que sou eu ainda condenado como pecador?
Rm 3:8 E por que
não dizemos, como alguns,
caluniosamente, afirmam que
o fazemos:
Pratiquemos males para que
venham bens?
A condenação
destes é justa.
Rm 3:9 Que se conclui?
Temos nós qualquer vantagem?
Não, de forma
nenhuma;
pois
já temos demonstrado que todos,
tanto
judeus como gregos, estão debaixo do pecado;
Rm 3:10 como está escrito:
Não há justo,
nem um sequer,
Rm 3:11 não há quem
entenda,
não há quem busque
a Deus;
Rm
3:12 todos se extraviaram,
à
uma se fizeram inúteis;
não há quem faça o
bem,
não há nem um
sequer.
Rm 3:13 A garganta deles é sepulcro aberto;
com a língua, urdem
engano,
veneno
de víbora está nos seus lábios,
Rm 3:14 a boca, eles a têm
cheia de maldição
e de amargura;
Rm 3:15 são os seus pés velozes para derramar sangue,
Rm 3:16 nos seus caminhos,
há destruição e
miséria;
Rm 3:17 desconheceram o caminho da paz.
Rm 3:18 Não há temor de Deus diante de seus olhos.
Rm 3:19 Ora, sabemos que tudo o que a lei diz,
aos que vivem na
lei o diz para
que
se cale toda boca,
e
todo o mundo seja culpável perante Deus,
Rm 3:20 visto que
ninguém será justificado diante dele
por obras da lei, em razão de que pela lei
vem o pleno conhecimento do
pecado.
Rm 3:21 Mas agora, sem lei,
se manifestou a
justiça de Deus
testemunhada
pela lei e pelos profetas;
Rm 3:22 justiça de Deus
mediante a fé em Jesus
Cristo,
para
todos [e sobre todos] os que crêem;
porque
não há distinção,
Rm
3:23 pois todos pecaram
e
carecem da glória de Deus,
Rm 3:24 sendo justificados
gratuitamente,
por
sua graça,
mediante
a redenção
que
há em Cristo Jesus,
Rm
3:25 a quem Deus propôs,
no
seu sangue,
como
propiciação,
mediante
a fé,
para
manifestar a sua justiça,
por ter Deus,
na sua tolerância,
‘deixado
impunes os pecados anteriormente cometidos;
Rm 3:26 tendo em
vista a manifestação da sua justiça
no
tempo presente,
para
ele mesmo ser justo
e o justificador
daquele
que tem fé em Jesus.
Rm 3:27 Onde, pois, a jactância?
Foi de todo
excluída.
Por que lei?
Das obras?
Não;
pelo contrário,
pela
lei da fé.
Rm 3:28 Concluímos, pois,
que o homem é
justificado pela fé,
independentemente
das obras da lei.
Rm 3:29 É, porventura,
Deus somente dos
judeus?
Não
o é também dos gentios?
Sim,
também dos gentios,
Rm 3:30 visto que Deus é um só,
o qual justificará,
por fé,
o
circunciso
e, mediante a fé,
o
incircunciso.
Rm 3:31 Anulamos, pois,
a lei pela fé?
Não,
de maneira nenhuma!
Antes,
confirmamos a lei.
No final deste capítulo, Paulo nos diz que Deus justificará tanto o
circunciso quanto o incircunciso mediante a mesma coisa: a fé! E a fé anula a
lei? “Insensato!”, diria alguém colérico. Repare que não anula, antes a
confirma!
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
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1 comentários:
Tem sido enriquecedor na minha estes estudos, Deus o abençõe:)
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Fique à vontade para tecer seus comentários.
No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.