Ainda estamos na parte II, de cinco, de
nossa divisão proposta, que está tratando do diálogo entre Jó e os seus amigos.
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS
AMIGOS – 3:1 a 27:23.
B. O primeiro ciclo de discursos
– 4:1 – 14:22.
Dividimos essa parte “B”, como na BEG, em
seis: 1. Elifaz – 4:1 – 5:27 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 –
7:21 – já vista. 3. Bildade – 8:1 – 22. 4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1 –
10:22 – já vista. 5. Zofar – 11:1 – 20 – já vimos. 6. A resposta de Jó a Zofar
– 12:1 – 14:22 – estaremos vendo agora.
6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1 – 14:22.
Jó nunca deixou de se defender e de apresentar
o seu ponto de vista sobre os acontecimentos e diante da fala de Zofar, o
último dos três amigos a discursar, ele começa a responder.
A resposta de Jó nesse longo discurso começa
com uma explosão de sarcasmo contra os seus conselheiros – 12:1 a 13:19. Jó
clama a Deus, criando uma grande quebra no discurso – 13:20 a 27.
Há um contraste interessante em Jó que ele
quebra as suas explicações para, nessas pausas, apresentar a Deus suas orações.
Já nos não vemos isso nos seus amigos que apenas falam dele e não com ele. Em
13:28 a 14:22, veremos Jo a lamentar a condição da humanidade.
Falar com Deus e falar de Deus é realmente
bem diferente. Primeiro que falar com Deus implica hábito e costume de orações
que demonstram uma vida piedosa e preocupada com e em agradar ao Senhor. Segundo,
que falar de Deus significa uma intelectualidade não aliada à experiência. Seus
amigos não pareciam ter essa inclinação à oração.
Desde o primeiro versículo desse capítulo
12 até o capítulo 13:19, veremos Jó com esse sarcasmo desprezando as tentativas
de seus conselheiros de aconselhá-lo.
Nos versos de 7 a 8, veremos que como
Elifaz, que havia apelado à revelação e Bildade, que apelou à tradição para
sustentar seus argumentos, Jó convida todas as criaturas do universo para
testemunharem a favor de seu argumento. Jó dizia que os ímpios prosperam e que
os justos sofrem nessa vida.
Ele estava se referindo ao fato de ele ter
se tornado motivo de zombaria para seus amigos, malfeitores e idólatras. Por isso
dizia que o justo sofria e os ímpios prosperavam pela prática da maldade.
Realmente
é terrível o fato de que o juízo não seja imediato à prática da maldade. Ah se
quem cometesse o crime, logo sofresse sua punição! No entanto, não é assim. Há
um longo tempo entre o crime e o castigo e às vezes nem o veremos nessa vida.
Eu creio na justiça divina, embora ela
possa parecer tardia e adiada definitivamente. Eu sei que o meu Deus fará
justiça, mas não tenho certeza de que essa justiça seja feita ainda nesta
terra.
Muitos atos praticados terão suas consequências
ainda nesta vida, mas nem todos. Há justo que morre na injustiça e injustos que
morrem sem qualquer punição.
Dos versos 13 ao 25, Jó começa dizendo e
expondo, nessa unidade poética, a liberdade soberana de Deus. Alguns sustentam
que essas palavras refletem uma atitude atrevida e que Jó está, sutilmente,
criticando a Deus pelo mau gerenciamento do universo.
Eu não entendo assim, nem sustento qualquer
interpretação que leve Jó contra Deus, nem Deus contra Jó. Assim como Deus “apostava”
em Jó e dele dizia que não havia ninguém na terra como ele, reto, justo e
íntegro em seus caminhos, Jó, também tinha em reciprocidade um conhecimento e
fé inabaláveis em seu Criador a ponto de declarar que nu tinha vindo à vida e
nu a ela voltaria.
Temos muito que aprender em Jó e com Jó. Eu
também já vi um pregador eloquente em seus argumentos, sustentando, com cara
deslavada, que Jó estava passando por aquilo por que tinha se esquecido de
praticar o dízimo.
A pregação dele era muito boa, seus
argumentos perspicazes, sua fala cadente, macia e profunda, sua voz entoava uma
canção que até hoje a tenho na minha mente, com base em um verso bíblico
interessante: “porventura lhes faltou alguma coisa? Nada, disseram eles” – Lc 22:35.
No entanto, no meio de tantas verdades e
coisas profundas e eloquentes, uma mentira e uma chama do inferno naquela boca
santa. Como pode?
Na verdade, Jó estava diante de um grande
mistério, um mistério profundo demais para a compreensão desses conselheiros
superficiais. Isso pode ter sido provocado pela pergunta de Zofar em 11:7 de
que poderíamos, porventura, desvendar os arcanos de Deus?
Jó 12:1 Então Jó respondeu, dizendo:
Jó
12:2 Na verdade, vós sois o povo, e convosco morrerá a sabedoria.
Jó
12:3 Também eu tenho entendimento como vós,
e
não vos sou inferior;
e
quem não sabe tais coisas como essas?
Jó
12:4 Eu sou motivo de riso para os meus amigos;
eu,
que invoco a Deus, e ele me responde;
o
justo e perfeito serve de zombaria.
Jó
12:5 Tocha desprezível é, na opinião do que está descansado,
aquele
que está pronto a vacilar com os pés.
Jó
12:6 As tendas dos assoladores têm descanso,
e
os que provocam a Deus estão seguros;
nas suas mãos Deus lhes põe tudo.
Jó
12:7 Mas, pergunta agora às alimárias,
e
cada uma delas te ensinará;
e
às aves dos céus, e elas te farão saber;
Jó
12:8 Ou fala com a terra, e ela te ensinará;
até
os peixes do mar te contarão.
Jó
12:9 Quem não entende, por todas estas coisas,
que
a mão do SENHOR fez isto?
Jó
12:10 Na sua mão está a alma de tudo quanto vive,
e
o espírito de toda a carne humana.
Jó
12:11 Porventura o ouvido não provará as palavras,
como
o paladar prova as comidas?
Jó
12:12 Com os idosos está a sabedoria,
e
na longevidade o entendimento.
Jó
12:13 Com ele está a sabedoria e a força;
conselho
e entendimento tem.
Jó
12:14 Eis que ele derruba, e ninguém há que edifique;
prende
um homem, e ninguém há que o solte.
Jó
12:15 Eis que ele retém as águas, e elas secam;
e
solta-as, e elas transtornam a terra.
Jó
12:16 Com ele está a força e a sabedoria;
seu
é o que erra e o que o faz errar.
Jó
12:17 Aos conselheiros leva despojados,
e
aos juízes faz desvairar.
Jó
12:18 Solta a autoridade dos reis, e ata o cinto aos seus lombos.
Jó
12:19 Aos sacerdotes leva despojados, aos poderosos transtorna.
Jó
12:20 Aos acreditados tira a fala,
e
tira o entendimento aos anciãos.
Jó
12:21 Derrama desprezo sobre os príncipes,
e
afrouxa o cinto dos fortes.
Jó
12:22 Das trevas descobre coisas profundas,
e
traz à luz a sombra da morte.
Jó
12:23 Multiplica as nações e as faz perecer;
dispersa
as nações, e de novo as reconduz.
Jó
12:24 Tira o entendimento aos chefes dos povos da terra,
e
os faz vaguear pelos desertos, sem caminho.
Jó
12:25 Nas trevas andam às apalpadelas, sem terem luz,
e
os faz desatinar como ébrios.
No próximo capítulo, veremos Jó defendendo
a sua integridade perante Deus e os homens.
É deveras interessante que Jó não desiste
de sua consciência em momento algum e por ela está disposto a ir até as últimas
consequências.
Duas coisas interessantíssimas em Jó: sua
fé inabalável e sua consciência imperturbável.
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