Estamos diante de um escrito que ultrapassa a normalidade em questão de
produção de conteúdo intelectual, notadamente espiritual. Não é à toa que esta
epístola recebe o apelido de QUINTO EVANGELHO. Se ninguém falou como este
homem, referindo-se a Jesus; ninguém escreveu como este homem, digo eu de
Paulo.
Paulo escreve aos Romanos para apresentar a mensagem do evangelho aos
crentes em Roma e explicar como esse evangelho corrige as divisões entre os
crentes judeus e os crentes gentios. (BEG).
São tratadas nesta epístola as questões dos judeus e gentios e seus
papéis interconectados na história relacionadas ao pecado, à justiça e ao juízo
de Deus; ao recebimento da justificação somente mediante a fé, à parte das
obras; à santificação, que conduz à glorificação, a qual ocorre mediante a
dependência do Espírito Santo; e, como cristãos judeus e gentios devem aprender
a aplicar o evangelho à vida prática. Deleite-se nesta carta e esteja preparado
para Deus falar contigo profundamente.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
I. SAUDAÇÕES E DESEJO DE PAULO (1.1-17).
Paulo se apresenta como o apóstolo dos
gentios. Como de costume, Paulo iniciou essa epístola identificando a si mesmo
e aos seus leitores. Logo em seguida, ele mencionou o quanto desejava
ardentemente visitar os crentes em Roma.
Dividiremos esta parte, seguindo a BEG, em
duas seções: A. A saudação de Paulo (1.1-7); B. O desejo de Paulo de visitar
Roma (1.8-17).
A. A saudação de Paulo (1.1-7).
O apóstolo começou essa carta com uma
apresentação minuciosa de si mesmo e com uma demonstração de apreço pelos
cristãos de Roma.
Era comum as cartas antigas começarem com a
fórmula "de A para B envia saudações".
Ele começa a carta citando o seu nome
“Paulo”. Usando o seu nome romano, Paulo completou essa fórmula e acrescentou a
ela um sentido cristão em sua saudação (vs. 1-7) na declaração do seu desejo de
ir a Roma (vs. 8-17).
Depois se autodenomina servo de Jesus
Cristo, ou seja, como um escravo, como aquele que está totalmente à disposição
do seu senhor.
Também como apóstolo, não de sua vontade,
mas pelo chamado de Deus que também o separou para o evangelho.
Apóstolo é um mensageiro, alguém enviado
por outrem para representá-lo. O termo é usado num sentido especial e investido
de autoridade para os Doze e para Paulo, os quais tinham sido escolhidos como
testemunhas oculares do Cristo ressurreto (At 1.22; 1Co 9.1; 15.7-8; Cl
1.15-16; cf. At 9.1-6,15).
Apóstolo é também empregado num sentido
mais geral, de mensageiros enviados pelas igrejas (16.7).
A ideia de um mensageiro que é enviado está
presente em todos os exemplos citados, mas diferente dos mensageiros das
igrejas, os de Cristo possuem autoridade exclusiva.
A sua missão envolve o evangelho de Deus. O
evangelho é um termo que significa "boas-novas" e tem origem na
profecia do Antigo Testamento sobre o anúncio do reino de Deus e do fim do
exílio (Is 41.27; 52.7). Deus é tanto a fonte com o tema central da mensagem.
Aqui, como em outras passagens, fica aparente a doutrina da Trindade crida por
Paulo (vs. 3-4; 5.1-5; 8.3-4, 911,16-17; 14.1718; 15.16,30).
Ele lembra que isso fora por Deus, outrora,
prometido. O evangelho foi anunciado em forma de promessa na pregação dos
profetas, na qual a apresentação apostólica se inspirou.
A razão de ser de sua carta estava
relacionada ao Filho de Deus e ele o apresenta como sendo da descendência de Davi,
como herdeiro e como Filho de Deus.
Tradicionalmente, essa passagem – vs. 3 e 4
- tem sido entendida como uma descrição das duas naturezas de Cristo. No
entanto, é mais apropriado entendê-la principalmente como uma descrição do
ministério do Salvador.
Embora Cristo seja a segunda pessoa da
Trindade, ele se tornou homem a fim de compartilhar a fraqueza da humanidade.
Ele se tornou "descendência de Davi" para ser herdeiro do trono davídico
e, assim, ser o Messias.
Na ressurreição, Cristo foi transformado
pelo "espírito de santidade" e levado a um novo período de sua existência
gloriosa como Filho de Deus (1Co 15.45; 2Co 13.4).
Apesar disso, é legítimo reconhecer que
essa passagem fala de Jesus como ser humano de maneira explícita, e que atribui
divindade a ele de maneira implícita no título "nosso Senhor".
Paulo explicou nos vs. 5 e 6 que Cristo o
havia chamado para evangelizar os gentios (11.13-14; At 9.15; Ef 3.8). A graça
e apostolado vieram por amor de seu nome para obediência por fé, literalmente,
"obediência da fé”, indicando talvez a obediência que procede da fé, e o fato
de que ela mesma constitui uma submissão obediente ao chamado de Deus (16.26).
Somente no vs. 7 é que ele destina a
epístola: aos amados de Deus que estavam em Roma, a capital do Império Romano.
Os estudiosos não têm nenhum conhecimento
especifico sobre a fundação da(s) igreja(s) romana(s), embora visitantes de
Roma estivessem entre os que ouviram o evangelho pregado no dia de Pentecostes
(At 2.10). Eles estavam sendo chamados para serem santos. Todos os membros da
igreja visível são "santos” porque são consagrados a Deus. No entanto, ao
usar o termo "chamados", Paulo indicou que estava se referindo
especificamente aos crentes de dentro da igreja (cf. 8.28). Aqueles que têm a
fé salvadora são transformados num povo novo e santo para a glória de Deus (I Pe
2.9-10).
Ele ministra a eles graça e paz da parte do
Deus Pai e do Deus Filho, obviamente, mediante o Espírito Santo de Deus. A
graça indicando que tudo vem de Deus e sendo assim, tudo está em seu controle e
ele governa e rege o mundo todo. A paz significando o descanso em Deus e que
por isso podemos, não entender os fatos, mas saber que há um Deus reinando.
B. O desejo de Paulo de visitar Roma (1.8-17).
Dos vs. 8 ao 17, é manifesto o desejo de
Paulo de visitar Roma. Paulo nunca havia estado em Roma, mas desejava conhecer
a igreja e servi-la.
A gratidão pela obra de graça realizada por
Deus nas pessoas era uma característica constante na vida de Paulo (1Co 11.4;
Fp 1.3; Cl 1.3; lTs 1.2; 2Ts 1.3; 2Tm 1.3; Fm 4). Por isso que ele dava graças
a Deus em todo o tempo e local. Por todo o império a noticia da presença de
cristãos na capital tinha se espalhado.
A constante devoção de Paulo em oração era
uma expressão de seu serviço fervoroso e de seu desejo por uma vida espiritual
útil. Ele orava em total submissão à vontade de Deus (vs. 9-12; cf. Ef 1.15-16;
Fp 1.9; Cl 1.9; 1 TS 1.3; 2Ts 1.11; 2Tm 1.3).
A intenção dele por vê-los, além de matarem
as saudades e terem comunhão, era a possibilidade do compartilhamento de algum
dom espiritual.
Aqui, essa expressão não está sendo usada
com o sentido funcional de 1Co 12.1, mais precisamente, pode-se dizer que Paulo
tinha em vista os resultados ou produtos dos dons espirituais, a saber, os atos
de caridade que os crentes faziam uns para os outros.
E, destarte, poderem reciprocamente se
confortarem. O ministério cristão é para o fortalecimento mútuo de todo o corpo
de Cristo (Ef 4.15-16).
Ele explica para eles que por muitas vezes,
ele tinha se proposto a ir visita-los, mas tinha sido impedido. Não existe
nenhum registro desses planos, mas veja At 19.21; 23.11 sobre a percepção que
Paulo tinha da compulsão divina para Roma.
Veja At 16.6.7 sobre as interrupções dos
planos de Paulo provocadas por um conselho interior dado pelo Espírito Santo ou
por uma palavra profética. Percebe-se no texto que Paulo acreditava que a
Igreja romana era predominantemente gentílica.
Paulo era consciente de seu papel diante
deles e se achava diante disso devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios
quanto a ignorantes – vs. 14. O apóstolo Paulo explicou que seus planos e
expectativas (v. 13) estavam arraigados num senso de dever.
Ele tinha recebido o evangelho para
pregá-los aos gentios (11.13-14; cf. Ef 3.1.6), aos gregos, bárbaros, sábios, ignorantes.
Aqui a palavra “gregos” se refere aos helenistas cultos (os “sábios"), e
os “bárbaros” aos “não gregos” ou incultos (“ignorantes”). Paulo estava mesmo ansioso
para levar o evangelho a todos os gentios.
Então ele confessa que não se envergonhava
do evangelho. Com essa poderosa declaração de humildade, o apóstolo afirmou o
seu desejo ardente de pregar o evangelho.
Para ele o evangelho é o poder de Deus para
a salvação de todos os que creem. Uma das razões para que Paulo se orgulhasse
do evangelho era o impacto regenerador e transformador de vida que ele tem.
O poder de Deus acompanha a pregação do
evangelho para vencer a fraqueza e a incapacidade espiritual que resultam do
pecado (5.6; 8.5-9; veja Ef 2.1-10).
A salvação não requer méritos, mas não é
universalmente desfrutada; ela requer fé. Aqui Paulo revelou uma de suas
principais preocupações nessa epístola: o seu ponto de vista cristão sobre
judeus e gentios.
Em termos da história da redenção, o evangelho
veio primeiro para os judeus (Jo 4.22; cf. Mc 7.24-30; Rm 2.9-10), e esse foi
também o modelo seguido pelo alcance do trabalho missionário de Paulo.
Portanto, ao visitar as cidades do mundo
romano ele começava pela exposição das Escrituras nas sinagogas (naquelas que
lhe fosse possível), pregando Cristo como o cumprimento das promessas do
Antigo Testamento (At 9.20: 13.5,14; 14.1; 17.1,17; 18.4,19,26;19.8).
Ao longo de toda essa carta, o apóstolo foi
cuidadoso ao apresentar um panorama apropriado sobre os privilégios dados por
Deus aos judeus e sobre o relacionamento deles com os gentios (3.1-2; 9.4-5).
Paulo explica que a justiça de Deus vai
sendo revelada de fé em fé, no evangelho. Essa justiça de Deus é uma
expressão-chave nessa epístola (3.21-22 10.3; cf. a justiça de Jesus em 5.19),
e é normalmente explicada como “a justiça ... mediante a fé” (3.22; 9.30;
10.6).
Essa é a justiça de Cristo que é imputada (considerada
por Deus como pertencente) àquele que crê. Essa imputação para a justiça aos pecadores
que creem é totalmente coerente com a justiça pessoal de Deus.
Como um juiz imparcial e justo (2.5-16),
Deus justifica (declara justo) por meio da morte do seu Filho os pecadores que
têm uma fé genuína em Cristo (3.21-26; 5.10).
A leitura desse versículo por Lutero
exerceu um impacto decisivo na sua compreensão da justificação. Influenciado
por Agostinho, Lutero entendeu que ela significava “não aquela justiça pela
qual o próprio Deus é justo” (Comentário
sobre Romanos, 1.17), mas sim aquela que Deus concede a nós pela fé. Nesse
contexto, justificação quer dizer "satisfação do critério de justiça de
Deus”.
Paulo enfatizou que, embora os crentes
participem de maneira ativa no recebimento do dom da salvação, eles não
contribuem com nenhum mérito para isso.
Hc 2.4 fornece a base, o resumo do Antigo
Testamento para o que se segue, indicando que o modo de vida por meio da fé já
era conhecido naquele período. O Antigo Testamento apoia totalmente o evangelho
cristão pregado por Paulo.
Por isso que está escrito que o justo
viverá por fé. Tanto em contraste com a morte espiritual como no sentido de
comunhão continua com Deus. Viver uma vida piedosa significa confiar em Deus e
depender de sua graça.
II. A PECAMINOSIDADE DOS JUDEUS E DOS GENTIOS (1.18-3.20).
Cada um, a seu próprio modo, tanto os judeus
como os gentios são pecadores e permanecem sob o juízo divino. A necessidade do
evangelho se dá pelo fato de todo o mundo ser culpado diante de Deus.
Esta parte, seguindo a estruturação da BEG,
se dividirá em três: A. A pecaminosidade dos gentios (1.18-32); B. A pecaminosidade
dos judeus (2.2-3.8); e, C. A pecaminosidade universal (3.9-20).
A A pecaminosidade dos gentios (1.18-32).
Ao
invés da pecaminosidade dos gentios, como propõe a BEG, eu resolvi denominar e tratar essa parte como “A Rejeição da
Rejeição do Conhecimento de Deus – Rm 1:18-32”.
Os gentios, mesmo sem ter tido muito
contato com Israel e com as Escrituras, ainda assim eram considerados culpados
de pecado e tinham necessidade de salvação, pois haviam violado a revelação de
Deus e suas exigências morais manifestadas na natureza (ou revelação geral).
Ora, para princípio de conversa,
somente poderemos rejeitar algo que possuímos, pois seria impossível, isto é
óbvio, rejeitarmos algo que nem possuímos. A nossa meditação fala da rejeição
do conhecimento de Deus, assim:
TODO HOMEM TEM CONHECIMENTO DE DEUS!
Não importa quem ou qual a sua
crença, cultura, estado social, a verdade básica que sustenta esta meditação é
a palavra de Deus que diz, que todo homem tem conhecimento de Deus. Calvino em
suas Institutas e muitos outros teólogos sustentam essa afirmativa. Nem o ateu
mais honesto em suas crenças escapa do conhecimento de Deus.
É do céu, diz a palavra de Deus,
que se manifesta a ira de Deus contra toda impiedade e perversão dos homens. A
ira de Deus tem um endereço certo: sobre toda a impiedade e sobre toda a
injustiça dos homens. De quais homens? De todos? Não, dos que detêm a verdade
em injustiça. O que é deter a verdade? É uma tentativa inteligente e
orquestrada de ocultar, mascarar, de eliminar a verdade.
Esses temas juntos “impiedade e perversão ou injustiça” expressam a ideia
única de perversão ímpia. A ordem em que aparecem, no entanto, pode ser uma
advertência implícita de que a decadência moral se segue à rebelião contra
Deus.
Na tentativa de querer
justificar-se, a indagação vai para o fundo filosófico “o que é a verdade?”.
Quando perguntamos “o que é a verdade?”, na verdade, estamos querendo nos
justificar perante aquele que é a verdade, mas não no sentido de anulá-lo, pois
é impossível, mas no sentido de ignorá-lo e isso para podermos ficar à vontade
para usarmos do que ele nos deu sem ter que dar contas de nada.
Não há saída para o homem, pois o
que de Deus se pode conhecer neles se manifesta e isto porque Deus lho
manifestou. Paulo enfatizou a realidade e a universalidade da revelação
geral, a qual é perpétua (“desde o princípio”, vs. 20) e “claramente se reconhe[ce]”
(vs. 20). A invisibilidade, a eternidade o poder divinos estão todos expressos
na criação e por meio dela.
O que de Deus se pode conhecer? O
que que neles se manifesta porque Deus lho manifestou? Não estamos diante de
alguém que não existe ou que é invencionice dos homens. Não foi Deus que foi
criado à imagem e semelhança dos homens, mas o homem que foi feito à imagem e à
semelhança de Deus.
Deus existe! O fato de Deus
existir é que me faz perguntar o que é a verdade, pois jamais perguntaria isso
se Deus não existisse nem fosse a verdade. Como sei que Deus é a verdade e o
que isso importa? Você já reparou que ninguém, por exemplo, discute a ideia de
que uma abóbora falante? Por quê? Simples, abóbora falante não existe. Mas Deus
existe. Deus é a verdade!
O apóstolo enraizou que até mesmo os gentios (que não tinham a lei de
Moisés) tiveram a oportunidade de reunir informações verdadeiras sobre Deus e
de conhecê-lo pessoalmente por meio da revelação geral. Porém, os seres humanos
se recusam a reconhecer aquilo que, em alguma medida, todos sabem ser verdade:
eles estão cientes de que Deus existe, mas se recusam a honrá-lo e a dar graças
a ele. E como consequência de rejeitarem a Deus, “se [tornam] nulos em seus
próprios raciocínios, obscurecendo-se lhes o coração insensato”.
As suas coisas invisíveis, desde
a criação do mundo: seu eterno poder e sua divindade. Poder e divindade. Nós
estamos vivendo tempos de trevas onde Deus nos parece oculto e na verdade por
causa do pecado, não desejamos vê-lo perto, pois nós mesmos não aprovamos nosso
próprio modo de proceder.
Somos tão sem-vergonha e malignos
que fazemos as coisas às ocultas, mas às ocultas de quem? Por que fazemos
coisas às ocultas? De quem estamos nos escondendo? Porque nos escondemos? Você
pode me falar o que quiser, mas eu sei de quem estamos nos escondendo, aliás,
tentando nos esconder: de Deus!
Assim, de fato, somos
inescusáveis sempre! Não tem desculpas. Não somos inocentinhos, antes malígninhos...
Dessa forma, eu creio piamente na depravação total. O pecado ao entrar no homem
o tornou sem livre-arbítrio, pois agora ele é escravo do pecado. O homem
somente sabe pecar. Ele se escondeu ao pecar no Jardim do Éden e continuará a
se esconder.
Além disso, para cobrir a nossa
vergonha, fazemos roupas que não servem que não podem nos cobrir, por isso que
Deus teve de matar um cordeirinho para prover ao homem roupas para se cobrirem.
É tipológico, o cordeirinho representa o Filho de Deus, o Cordeiro que tira o
pecado do homem. Não adianta cobrir nossas vergonhas com roupas improvisadas,
somente Deus pode nos ajudar.
O pecado tornou o homem cego,
surdo, maligno, já não discerne as coisas e anda se escondendo de tudo e de
todos. Extraímos dos vs. 21 a
23 duas atitudes principais e 4 decorrentes que os homens, tendo conhecimento
de Deus, tomaram por causa do engano do pecado:
Não o glorificaram como Deus,
Não lhe deram graças,
a.Se
desvaneceram em seus discursos
b.O seu
coração insensato se obscureceu.
c.Dizendo-se
sábios, tornaram-se loucos.
d.E
mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem
corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.
A primeira pergunta do Catecismo
Maior de Westminster é 1. QUAL É O FIM SUPREMO E PRINCIPAL DO HOMEM? E a
resposta é: O FIM SUPREMO E PRINCIPAL DO HOMEM E GLORIFICAR A DEUS E GOZÁ-LO
PARA SEMPRE, sendo as referências: Rom. 11:36; 1 Cor. 10:31; Sal. 73:24-26; João
17:22-24.
A primeira atitude de que fala o
Catecismo Maior de que o homem deve tomar é a de glorificar a Deus e a segunda
é gozá-lo para sempre.
Comparativamente, a primeira
atitude que os homens tomam é a de não glorificarem Deus e a segunda, não lhe
darem graças.
Quando não o glorificamos nem lhe
damos graça, a consequência é que os nossos discursos se desvanecem, isto é,
nossa atividade mental e produtiva é desvanecente, sem graça, não produtiva.
O discurso por ser uma atividade
intelectual tremendamente elaborada com um fim de comunicar ideias, pensamentos
e imaginações visando comunicação e um relacionamento, se torna, pela ausência
da glorificação de Deus, truncado, sem sabor.
Nossos corações insensatos por
lhe faltar o senso, se obscurecem e envolvidos em trevas falamos e raciocinamos
de forma ilógica e confusa.
Ao invés de nos tornarmos sábios,
tornamo-nos loucos e o resultado é uma mente reprovada que vai buscar um
substituto para a glória de Deus incorruptível.
Criamos então os nossos deuses, divinizamos
alguns homens e algumas mulheres indo ainda no absurdo de o fazermos com aves,
quadrúpedes e répteis.
A palavra de Deus adverte dizendo
que se tornem semelhante a eles os que o adorem. “ A eles se tornem semelhantes os que os fazem, assim como todos os que
neles confiam.” (Sl 115:8). Nossa natureza é mesma de adoração.
Ao rejeitarmos glorificarmos a
Deus, acabamos a adorar homens, quadrúpedes e répteis. Misericórdias! A arrogância
intelectual diante de Deus mostra um senso invertido de valores. Assim, a
adoração a Deus é trocada pela devoção a ídolos feitos por homens. O instinto
indelével de adoração é desviado para longe do Criador e dirigido à criatura (vs.
25).
Podemos tirar outra conclusão além da que
todos os homens têm conhecimento de Deus:
TODOS OS HOMENS SÃO ADORADORES!
O ateu, o religioso, o crente, o satanista,
o agnóstico, o céptico todos são adoradores de algo para substituir a Deus. O
homem foi feito para adorar a Deus e por que não o glorificam nem o gozam
acabam glorificando outra coisa, inclusive a sua própria insanidade.
Nesse trecho de Romanos, dos vs. 18 a 32, eu consigo visualizar
3 afirmativas que o Espírito Santo, por meio das mãos de Paulo, procura nos
mostrar e nos alertar. A informação tem tanto o efeito de nos revelar o coração
dos incrédulos e rebeldes como também o nosso próprio coração quando estamos
entregues as mesmas coisas.
(1)Todos
os homens têm conhecimento de Deus!
(2)Todos
os homens têm conhecimento da justiça de Deus!
(3)Todos
os homens são adoradores de algo ou de alguma coisa!
Como o homem tem conhecimento de Deus, de
sua justiça e como ele é adorador, ao rejeitar o conhecimento de Deus, ignorar
a sua justiça e, consequentemente, não lhe prestar adoração, ele também será
rejeitado, ignorado, desprezado e entregue por Deus a si mesmo. Terrível coisa
é cair nas mãos malignas de nós mesmos!
Vs. 24 e 25.
Ação do homem que desagradou a
Deus:
Terem
mudado a verdade de Deus em mentira
Terem
honrado mais a criatura do que o Criador.
Reação de Deus em resposta:
Para
desonrarem os seus corpos entre si, Deus os entregou:
Às
concupiscências de seus corações
À
imundícia.
Vs. 26 e 27.
Ação do homem que desagradou a Deus:
1.As mulheres mudaram o uso natural, no contrário à
natureza.
2.E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso
natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros,
homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que
convinha ao seu erro.
Reação de Deus em resposta:
1.Deus os entregou:
a.Às paixões infames.
Vs. 28.
Ação do homem que desagradou a Deus:
não se importaram de ter conhecimento de
Deus, ou melhor, traduzido, os homens rejeitaram o conhecimento de Deus.
Reação de Deus em resposta:
1.Deus os entregou:
a.Para fazerem coisas que não convêm.
A palavra de Deus fala, concluindo a lógica
da argumentação, que tais homens:
1.Estão cheios de toda a iniquidade, prostituição,
malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano,
malignidade.
2.São murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus,
injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos
pais e às mães; Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis,
sem misericórdia.
3.Apesar de conhecerem a justiça de Deus de que são
dignos de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também
consentem aos que as fazem.”
Se didaticamente juntarmos essas ações que
desagradam a Deus, encontraremos:
1.A mudança da verdade de Deus em mentira
2.A glorificação e a honra mais da criatura do que do
Criador.
3.Mulheres mudando o uso natural, no contrário à
natureza.
4.Homens se inflamando em sua sensualidade uns para com
os outros
5.As pessoas não se importando de terem conhecimento de
Deus, ou melhor, traduzido, os homens rejeitando o conhecimento de Deus.
Juntando também as reações divinas,
encontraremos que Deus, o qual controla tudo e todas as coisas, entrega, lança,
tais pessoas:
1.Às concupiscências de seus corações e à imundícia para
desonrarem os seus corpos entre si
2.Às paixões infames.
3.Para fazerem coisas que não convêm.
O pecado produz um desdém para com os
valores piedosos, e o pecador impenitente corre o risco de ser entregue por
Deus a um espírito de licenciosidade (vs. 29-31).
A revelação de Deus na natureza demonstra o
seu caráter moral e incute um senso de dever moral em todos os seres humanos.
Como a rebelião contra Deus persiste, o prenúncio do juízo divino não mais atua
como uma repressão, porém instiga mais à rebelião na forma de encorajar e
louvar o pecado nos outros.
Essa condição pecaminosa caracteriza, em
certo grau, todos os membros da humanidade caída, mas Paulo enfatizou que ela
tem sido particularmente verdadeira no caso das nações gentílicas ao longo da
História.
Aprenda, pois, a identificar a rejeição do
conhecimento de Deus e a lidar com ela rejeitando a rejeição do conhecimento de
Deus, isto é, não brinque com Deus.
Se você se sente se inclinando para às
concupiscências, para as paixões infames e para fazer coisas que não convém é
porque você está caindo na consequência da rejeição do conhecimento de Deus.
A saída é a rejeição da rejeição. Como? Vai
ficar para uma próxima oportunidade quando Deus o permitir.
Rm 1:1 Paulo,
servo de Jesus Cristo,
chamado para ser apóstolo,
separado para o evangelho de Deus,
Rm 1:2 o qual foi por Deus,
outrora, prometido
por intermédio dos seus profetas nas Sagradas
Escrituras,
Rm 1:3 com respeito a seu Filho,
o qual, segundo a carne, veio
da descendência de Davi
Rm 1:4 e foi designado
Filho de Deus com poder,
segundo o espírito de
santidade
pela ressurreição dos
mortos, a saber,
Jesus Cristo, nosso Senhor,
Rm 1:5 por intermédio de quem
viemos a receber
graça e apostolado por amor
do seu nome,
para a obediência por fé,
entre todos os gentios,
Rm 1:6 de cujo número sois
também vós,
chamados para serdes de
Jesus Cristo.
Rm 1:7 A todos os amados de Deus,
que estais em Roma,
chamados para serdes santos,
graça a vós outros e paz,
da parte de Deus, nosso
Pai,
e do Senhor Jesus Cristo.
Rm 1:8 Primeiramente, dou graças a meu Deus,
mediante Jesus Cristo, no tocante a todos vós,
porque, em todo o mundo, é
proclamada a vossa fé.
Rm 1:9 Porque Deus,
a quem sirvo em meu espírito,
no evangelho de seu Filho,
é minha testemunha de como incessantemente faço
menção de vós
Rm 1:10 em todas as minhas
orações,
suplicando que, nalgum
tempo,
pela vontade de Deus,
se me ofereça boa ocasião
de visitar-vos.
Rm 1:11 Porque muito desejo ver-vos,
a fim de repartir convosco algum dom espiritual,
para que sejais
confirmados,
Rm 1:12 isto é, para que, em vossa companhia,
reciprocamente nos confortemos por intermédio da fé
mútua, vossa e minha.
Rm 1:13 Porque não quero, irmãos, que ignoreis que, muitas vezes,
me propus ir ter convosco (no que tenho sido, até
agora, impedido),
para conseguir igualmente
entre vós algum fruto,
como também entre os outros
gentios.
Rm 1:14 Pois sou devedor
tanto a gregos
como a bárbaros,
tanto a sábios
como a ignorantes;
Rm 1:15 por isso, quanto está em mim,
estou pronto a anunciar o
evangelho
também a vós outros, em
Roma.
Rm 1:16 Pois não me envergonho do evangelho,
porque é o poder de Deus para a salvação de todo
aquele que crê,
primeiro do judeu
e também do grego;
Rm 1:17 visto que a justiça
de Deus
se revela no evangelho,
de fé em fé, como está
escrito:
O justo viverá por fé.
Rm 1:18 A ira de Deus se revela do céu
contra toda impiedade
e perversão dos homens
que detêm a verdade pela
injustiça;
Rm 1:19 porquanto o que de Deus se pode conhecer
é manifesto entre eles,
porque Deus lhes
manifestou.
Rm 1:20 Porque os atributos invisíveis de Deus,
assim o seu eterno poder,
como também a sua própria divindade,
claramente se reconhecem, desde o princípio do
mundo,
sendo percebidos por meio
das coisas que foram criadas.
Tais homens são, por isso,
indesculpáveis;
Rm 1:21 porquanto, tendo conhecimento de Deus,
não o glorificaram como Deus,
nem lhe deram graças;
antes, se tornaram nulos em
seus próprios raciocínios,
obscurecendo-se-lhes o
coração insensato.
Rm 1:22 Inculcando-se por
sábios,
tornaram-se loucos
Rm 1:23 e mudaram a glória
do Deus incorruptível
em semelhança da imagem de
homem corruptível,
bem como de aves,
quadrúpedes e répteis.
Rm 1:24 Por isso, Deus entregou tais homens
à imundícia,
pelas concupiscências de
seu próprio coração,
para desonrarem o seu corpo
entre si;
Rm 1:25 pois eles mudaram a
verdade de Deus em mentira,
adorando e servindo a
criatura em lugar do Criador,
o qual é bendito
eternamente. Amém!
Rm 1:26 Por causa disso, os entregou Deus
a paixões infames;
porque até as mulheres
mudaram o modo natural
de suas relações íntimas
por outro, contrário à
natureza;
Rm 1:27 semelhantemente, os homens também,
deixando o contato natural
da mulher,
se inflamaram mutuamente em sua sensualidade,
cometendo torpeza,
homens com homens,
e recebendo, em si mesmos,
a merecida punição do seu
erro.
Rm 1:28 E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus,
o próprio Deus os entregou
a uma disposição mental reprovável,
para praticarem coisas
inconvenientes,
Rm 1:29 cheios de toda
injustiça,
malícia, avareza
e maldade;
possuídos de inveja,
homicídio,
contenda,
dolo
e malignidade;
sendo difamadores,
Rm 1:30 caluniadores,
aborrecidos de Deus,
insolentes,
soberbos,
presunçosos,
inventores de males,
desobedientes aos pais,
Rm 1:31 insensatos,
pérfidos,
sem afeição natural
e sem misericórdia.
Rm 1:32 Ora, conhecendo eles a sentença de Deus,
de que são passíveis de morte
os que tais coisas
praticam,
não somente as fazem,
mas também aprovam
os que assim procedem.
A maior verdade aqui encontrada e muito explorada principalmente por
Calvino, sem dúvida é o fato de que o homem tem conhecimento de Deus. É Deus
quem diz que o homem tem conhecimento dele ao afirmar que o conhecendo, o
rejeitaram.
Como é que se rejeita algo que não se conhece? A rejeição somente vem se
o conhecemos!
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2 comentários:
Uma benção estudo :)
Aleluias
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.