segunda-feira, 31 de agosto de 2015
segunda-feira, agosto 31, 2015
Jamais Desista
Mateus 27 1-66 - JESUS MORREU PARA NOS SALVAR.

VII. A PAIXÃO E A RESSURREIÇÃO (26.1-28.20).
Jesus passou por aflições, morreu como o
Rei sofredor dos judeus, e foi exaltado na sua ressurreição como o vitorioso
Rei. Jesus revelou-se a seus discípulos e os comissionou a espalharem o seu
evangelho até aos confins da terra.
Tudo aconteceu tão de repentinamente... por
3 anos e meio, ou 1260 dias, Jesus andou com seus discípulos e realizou tantos
feitos, curas, sinais, prodígios, falou tão profundamente e agora... preso!
Amarraram-no! Os homens, nossas autoridades, amarraram a Jesus!
Judas não suportou o peso e quis se vingar
de si mesmo dando fim a sua própria vida.
O remorso de Judas não foi o mesmo do que
arrependimento (3.2). É possível que ele estivesse tentando forçar Jesus a
demonstrar o seu poder e ficou frustrado quando as coisas aconteceram como
aconteceram. Mesmo que esse fosse o motivo, ele foi motivado pela descrença,
pela má vontade de fazer as coisas da maneira de Jesus e uma presunção de que
ele sabia mais do que o Senhor.
O orgulho era tão forte naquele coração que
diante do erro não pode aceitar o perdão que certamente Cristo lhe daria, antes
optou pelo endurecimento de seu coração maligno.
Recorda-nos a BEG que eles, os chefes dos
sacerdotes e os líderes religiosos – vs. 3 - não podem mostrar indiferença
quanto à questão do sangue inocente pelo qual pagaram o preço. A tentativa
deles de transferir a responsabilidade é quase tão efetiva quanto a de Pilatos
no v. 24.
Como Judas tinha lançado as moedas no
templo e saindo foi enforcar-se, os sacerdotes ajuntaram as moedas e
raciocinaram que não deveriam colocar aquele dinheiro no templo, por isso que
resolveram comprar o campo do Oleiro para cemitério de estrangeiros.
At 1.18 diz que Judas adquiriu o campo,
precipitou-se de cabeça para baixo e as suas entranhas se derramaram. É
possível que a palavra "enforcar' aqui signifique que ele foi empalado e
que Mateus usa o termo mais geral "enforcado" para fazer o paralelo
com Aitofel (2Sm 17.23).
Alternativamente, uma vez que o seu
suicídio ocorreu num dia de festa e a semana seguinte era uma semana santa, o
seu corpo deve ter sido deixado se decompondo por algum tempo, de modo que,
quando ele caiu ou foi solto, o seu abdómen rompeu-se.
A diferença quanto a quem adquiriu o campo
é facilmente harmonizada. Os sacerdotes comprariam o campo no nome de Judas uma
vez que eles, como sacerdotes, não poderiam obter terras ou comprá-las para o
templo.
A maior parte das palavras na citação (vs.
9-10) são de Zc 11.12-13, mas o conteúdo está também intimamente relacionado
com Jr 19.1-13, que é uma profecia de julgamento para o derramamento de sangue
inocente (Mt 27.4) que descreve Tofete como o "vale da Matança" (Jr
19.6), um local de sepultamento (ir 19.11).
Mateus revela nas ações de Judas e dos
sacerdotes um cumprimento do julgamento das profecias de Zacarias e Jeremias,
na medida em que a traição de Judas representa a traição do bom Pastor pela
nação de Israel — especialmente a traição de sua liderança, que
"entregou-o" (Mt 27.26; a mesma palavra grega é traduzida como
"traição') para ser crucificado.
Essa traição por parte da nação é, por sua
vez, a expressão máxima do padrão de apostasia, incredulidade e rejeição da
afirmação da soberania de Deus que havia caracterizado Israel ao longo de sua
história e era expressa nos dias de Jeremias e Zacarias.
Desse modo, o “Campo de Sangue" de
Judas (vs. 8) também se coloca como uma advertência sobre a vinda do julgamento
sobre a casa de Israel.
Dos versos de 11 a 24, Jesus se encontra
diante de Pôncio Pilatos para ser interrogado por ele. O silêncio de Jesus – vs.
12 a 14 - cumpriu Is 53.7.
Pilatos ficou intrigado com Jesus e
realmente teve medo dele, principalmente depois de sua mulher o advertir de que
não mexesse com ele, pois era homem justo diante de Deus, conforme sonhou a
noite toda com ele.
Até o povo que foi beneficiado pelos seus
dons e visitado com seu poder agora estava contra Jesus e a sua opção era por
outro Jesus. Dois Jesus estavam ali. Um deveria ser solto pelo governador. A
multidão preferia o Jesus Barrabás do que o Jesus Cristo. Que seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos! (vs. 25). Esta
foi a maldição lançada na escolha do Jesus errado!
Muitas vezes, esse versículo que fala dessa
maldição tem sido lido como um julgamento antissemita da parte do autor de
Mateus. Porém, totalmente à parte do fato de que Mateus estava registrando um
incidente histórico, a denúncia de Israel pela sua culpa coletiva era alguma
coisa que os profetas do Antigo Testamento falam com regularidade, e esses
profetas judeus certamente não eram antissemitas. O julgamento é ético, não
racial, e sempre permanece um remanescente fiel entre a nação infiel.
Pilatos estava querendo soltar a Jesus por
causa do senso da justiça que estava sobre seus ombros no exercício de seu
governo, mas o amor dos homens e a glória deles falou mais alto do que Deus e
sua escolha foi abafada em sua consciência por um lavar de mãos diante de
todos.
Diante do pedido do povo e do lavar de suas
mãos, ele finalmente soltou a Barrabás e, após haver açoitado a Jesus,
entregou-o para ser crucificado.
O açoite que era feito pelos romanos era
incrivelmente cruel, com pontas de ossos presas num chicote multirretorcido.
Muitas vezes, os homens morriam somente em decorrência do traumatismo dos
açoites. Não conseguimos sequer começar a perceber o quanto foi terrível o
sofrimento que Cristo suportou pelas nossas iniquidades 53.5; 1Pe 2.24).
Os soldados pareciam bestas selvagens e
fizeram contra ele requintes de maldade e crueldade. Compare os vs. 27-31 com
Is 53.3. Até o seu manto, provavelmente o manto de um soldado romano - Mateus
descreve o manto como 'escarlate", apesar de Marcos e João chamarem de
"púrpura" (Mc 15.20; Jo 19.2). E duvidoso que Mateus tenha mudado a
cor para simbolizar o sangue e o sofrimento; muitas vezes, a diferenciação da
cor é altamente subjetiva –, foi usado com a finalidade de zombar de Jesus.
Eles é que colocaram nele esse manto no
lugar das suas vestes originais somente para zombar dele e depois de zombarem
dele, tiraram o manto e recolocaram suas vestes originais – vs. 31. Foi nesse
momento que o levaram para ser crucificado.
No caminho, encontraram um homem de Cirene,
chamado Simão que foi forçado a ajudar a Jesus a carregar a sua cruz.
A BEG comenta que a crucificação era um
modo de execução lenta e inexplicavelmente agonizante. Provavelmente, os pulsos
e não as palmas foram pregados e amarrados ao pedaço de madeira.
A força da gravidade tornava a respiração
difícil e dolorosa, e esforços involuntários das pernas para diminuir a pressão
aumentava grandemente a dor nos pés. Isso continuava até que a total exaustão
resultava em asfixia. O processo da morte poderia demorar dias.
Foi num lugar chamado de Gólgota, Lugar da
Caveira, que o crucificaram. Em determinado momento eles lhe deram para beber
vinho misturado com fel – vs. 34. Pode se referir a qualquer das ervas amargas;
Marcos menciona mirra (Mc 15.23).
A combinação de mirra com vinho é
geralmente entendida por comentaristas modernos como sendo narcótica; tivesse
sido esse o caso, Jesus teria recusado, uma vez que ele queria estar totalmente
consciente.
Mas a oferta do vinho com fel não foi
provavelmente um gesto de compaixão, mas um tormento adicional, como em SI
69.21, que é aqui cumprido. A sede de Jesus deveria ter sido muito grande, mas
o fel teria tornado o vinho intragável.
Depois da crucificação de Jesus, lá estavam
os soldados novamente se divertindo com as vestes que foram de Jesus, mas agora
sobre o manto lançavam sorte – vs. 35. “Eles
repartiram entre si as suas vestes.” Isso cumpriu SI 22.18, como é
explicitado em Jo 19.23-24 e alguns manuscritos posteriores de Mateus. Por ali
mesmo ficaram os soldados vigiando a crucificação.
O que foi figurativamente feito com Davi
foi literalmente feito com Jesus. A crucificação de Jesus envolveu muitos
cumprimentos literais assim como figurativos do Sl. 22.
Por cima de sua cabeça colocaram por
escrito a acusação feita contra ele – vs. 37. A placa acima da cabeça nomeava o
crime. Pilatos estava pretendendo insultar os líderes judeus, mas a ironia de
sua verdade ficou evidente para a igreja primitiva.
Jesus fora crucificado entre dois ladrões –
vs. 38. Compare com Is 53.12. O termo traduzido ladrões" é a palavra que
Josefo usou para os insurrecionistas. Normalmente, os ladrões não eram
crucificados. Talvez esses dois pertencessem ao bando de Barrabás (cf. Mc
15.7).
Todos à sua volta estavam ali zombando dele
e o desafiando a descer da cruz uma vez que era ele que dizia que destruiria o
templo e o reedificaria em três dias. A zombaria da multidão ("se és Filho de Deus”) imita Satanás
(4.3.6).
Observe a ironia – nos chama a atenção a
BEG. Por não ter descido da cruz, Jesus estava destruindo o templo (seu corpo,
mas também o templo literal; cf. v. 51) e reconstruindo-o em três dias (seu
corpo físico e seu corpo metafórico, a igreja).
Da
mesma forma, os chefes dos sacerdotes, os mestres da lei e os líderes
religiosos zombavam dele, dizendo: "Salvou os outros, mas não é capaz de
salvar a si mesmo! E é o rei de Israel! Desça agora da cruz, e creremos nele. Ele
confiou em Deus. Que Deus o salve agora (um cumprimento de SI 22), se dele tem compaixão, pois disse: ‘Sou o
Filho de Deus!" Igualmente o insultavam os ladrões que haviam sido
crucificados com ele. (41-44).
O objetivo das portas do inferno, que nunca
prevalecerão contra a igreja, contra o seu templo, era fazer com que Jesus
descesse da cruz. Do meio-dia até às 15h, a terra se encheu de trevas e já as
3h da tarde, Jesus bradou em aramaico "Eloí,
Eloí, lamá sabactâni?" que significa: "Meu Deus! Meu Deus! Por
que me abandonaste? "
Na maioria dos manuscritos Eli é o hebraico
para "meu Deus" em vez de “Eloi” (aramaico), mas alguns dos melhores
o traduzem como “Eloí" (como em Marcos).
O restante da lamentação é em aramaico. Se
Jesus usou o hebraico “Eli", a confusão com Elias pode ser, de algum modo;
mais compreensível.
O grito de abandono de Jesus “por que me desamparaste” foi um
cumprimento de SI 22.1, mas também muito mais, refletiu a profundidade da
angústia de Jesus quando ele enfrentou a agonia de Ser separado do seu pai.
Mais tarde, os apóstolos perceberam que
Jesus estava enfrentando a maldição do julgamento de Deus do pecado - a total,
furiosa e amedrontadora ira do Todo-Poderoso Deus. Isso foi o mais agonizante
para Jesus, que havia desfrutado da mais íntima relação de amor com o Pai desde
toda a eternidade.
Quando Jesus pronunciou essa expressão em
aramaico, alguns ali pensaram que ele chamava por Elias. Foi nisso que um deles
correu para molhar uma esponja embebida em vinagre e a colocou na ponta da
lança para Jesus beber. No entanto, outros comentavam que era para deixa-lo
quieto para ver se Elias viria mesmo. Esse foi outro cumprimento de SI 69.21 (Deram-me fel por mantimento, e na minha sede
me deram a beber vinagre).
Mais uma vez Jesus deu outro brado em alta
voz e nesse momento, entregou o seu espírito – vs. 50.
O véu que separava o lugar Santíssimo do
resto do santuário, que simbolizava a natureza inacessível de Deus (Hb 9.8),
foi rompido. A morte de Jesus foi o seu sacrifício no altar celestial (Hb
9.12,24-251, abrindo para nós o caminho para Deus (11b 10.19-20). O véu
simbólico na Soja terrestre do tabernáculo celestial foi rasgado porque a
verdadeira barreira espiritual havia sido removida. O céu havia sido aberto
para um novo e real sacerdócio em Cristo (1 Pe 2.9). A expressão “de alto a
baixo” implica uma ação divina. A morte de Jesus tornou o sistema cerimonial do
Antigo Testamento obsoleto e destruiu o templo (veja Jo 2.19).
O rasgo do véu prenunciou a iminente
destruição do templo terreno. Não somente foi o véu rasgado, mas a terra
sacudida, pedras se quebraram e tumbas foram abertas. Tudo o que separava Deus
de seu povo - até mesmo a morte - foi destruído pela morte de Jesus.
A ressurreição de "muitos corpos de
santos", apesar de mencionada aqui para mostrar a ligação com o rasgo do
véu, está materialmente relacionada com a ressurreição de Jesus (vs. 53).
Seria estranho para eles serem
ressuscitados e então esperarem em suas tumbas até que Jesus fosse
ressuscitado. Qualquer que tenha sido o caso, essa ressurreição foi um
pré-cumprimento simbólico de Dn 12.2. Isso nos dá poucas informações para
especularmos sobre quem eram essas pessoas ou se elas morreram novamente ou
foram trasladadas.
Se o centurião e os soldados entenderam ou
não o título messiânico contido no título Filho de Deus", suas palavras
mostram que enquanto a maioria dos herdeiros naturais da aliança estava
denegrindo o seu Messias, os gentios fizeram uma afirmação apropriada.
Ao final da tarde é que chegou um homem
rico, de Arimatéia, chamado José, que se tornaria discípulo de Jesus,
preocupado com o seu corpo e foi providenciar para ele uma sepultura digna.
Somente Mateus nos informa que José era rico. A provisão de José de uma
sepultura completou o cumprimento de Jesus com relação a Is 53.9.
Mateus inclui os fatos relatados dos vs. 62
a 66 como um pano de fundo para 28.11-15. Eles tiveram a preocupação de
cuidarem do corpo de Jesus, guardando-o com toda segurança, porque havia sua
promessa de que em três dias ele ressuscitaria.
todos os
principais sacerdotes
e
os anciãos do povo entraram em conselho
contra
Jesus,
para
o matarem;
Mt
27:2 e, amarrando-o,
levaram-no
e o
entregaram ao governador Pilatos.
Mt 27:3 Então, Judas,
o que o
traiu,
vendo
que Jesus fora condenado,
tocado
de remorso,
devolveu
as trinta moedas de prata
aos
principais sacerdotes e aos anciãos, dizendo:
Mt
27:4 Pequei,
traindo
sangue inocente.
Eles, porém,
responderam:
Que
nos importa?
Isso
é contigo.
Mt 27:5
Então, Judas,
atirando
para o santuário as moedas de prata,
retirou-se
e
foi enforcar-se.
Mt 27:6 E os
principais sacerdotes,
tomando
as moedas, disseram:
Não
é lícito deitá-las no cofre das ofertas,
porque
é preço de sangue.
Mt
27:7 E, tendo deliberado,
compraram
com elas o campo do oleiro,
para
cemitério de forasteiros.
Mt
27:8 Por isso, aquele campo
tem
sido chamado, até ao dia de hoje,
Campo
de Sangue.
Mt 27:9
Então, se cumpriu o que foi dito
por
intermédio do profeta Jeremias:
Tomaram
as trinta moedas de prata,
preço
em que foi estimado aquele
a
quem alguns dos filhos
de Israel
avaliaram;
Mt
27:10 e as deram pelo campo do oleiro,
assim
como me ordenou o Senhor.
Mt 27:11 Jesus estava em pé ante o
governador;
e este o
interrogou, dizendo:
És
tu o rei dos judeus?
Respondeu-lhe
Jesus:
Tu
o dizes.
Mt 27:12 E, sendo
acusado
pelos
principais sacerdotes e pelos anciãos,
nada
respondeu.
Mt 27:13
Então, lhe perguntou Pilatos:
Não
ouves quantas acusações te fazem?
Mt 27:14
Jesus não respondeu nem uma palavra,
vindo
com isto a admirar-se grandemente o governador.
Mt 27:15 Ora, por ocasião da festa,
costumava o
governador soltar ao povo um dos presos,
conforme
eles quisessem.
Mt 27:16
Naquela ocasião,
tinham
eles um preso muito conhecido,
chamado
Barrabás.
Mt 27:17
Estando, pois, o povo reunido, perguntou-lhes Pilatos:
A
quem quereis que eu vos solte,
a
Barrabás
ou
a Jesus, chamado Cristo?
Mt
27:18 Porque sabia que, por inveja,
o
tinham entregado.
Mt 27:19 E,
estando ele no tribunal,
sua
mulher mandou dizer-lhe:
Não
te envolvas com esse justo;
porque hoje,
em sonho, muito sofri por seu respeito.
Mt 27:20 Mas
os principais sacerdotes
e os anciãos
persuadiram o povo
a
que pedisse Barrabás
e
fizesse morrer Jesus.
Mt 27:21 De
novo, perguntou-lhes o governador:
Qual
dos dois quereis que eu vos solte?
Responderam
eles:
Barrabás!
Mt 27:22
Replicou-lhes Pilatos:
Que
farei, então, de Jesus, chamado Cristo?
Seja
crucificado! Responderam todos.
Mt 27:23 Que
mal fez ele? Perguntou Pilatos.
Porém
cada vez clamavam mais:
Seja
crucificado!
Mt 27:24 Vendo
Pilatos
que
nada conseguia, antes, pelo contrário,
aumentava
o tumulto,
mandando
vir água,
lavou
as mãos perante o povo, dizendo:
Estou
inocente do sangue deste [justo];
fique
o caso convosco!
Mt 27:25 E o
povo todo respondeu:
Caia
sobre nós o seu sangue
e
sobre nossos filhos!
Mt 27:26 Então, Pilatos lhes soltou
Barrabás;
e, após haver
açoitado a Jesus,
entregou-o
para ser crucificado.
Mt 27:27 Logo a seguir,
os soldados
do governador,
levando
Jesus para o pretório,
reuniram
em torno dele toda a coorte.
Mt 27:28
Despojando-o das vestes,
cobriram-no
com um manto escarlate;
Mt
27:29 tecendo uma coroa de espinhos,
puseram-lha
na cabeça
e, na mão
direita,
um
caniço;
e,
ajoelhando-se diante dele,
o
escarneciam, dizendo:
Salve,
rei dos judeus!
Mt
27:30 E, cuspindo nele,
tomaram
o caniço
e
davam-lhe com ele na cabeça.
Mt 27:31
Depois de o terem escarnecido,
despiram-lhe
o manto
e
o vestiram com as suas próprias vestes.
Em seguida,
o
levaram para ser crucificado.
Mt 27:32 Ao saírem,
encontraram
um cireneu, chamado Simão,
a
quem obrigaram a carregar-lhe a cruz.
Mt
27:33 E, chegando a um lugar chamado Gólgota,
que
significa Lugar da Caveira,
Mt
27:34 deram-lhe a beber vinho com fel;
mas
ele, provando-o,
não
o quis beber.
Mt 27:35 Depois de o crucificarem,
repartiram
entre si as suas vestes,
tirando
a sorte.
Mt
27:36 E, assentados ali,
o
guardavam.
Mt 27:37 Por cima da sua cabeça
puseram
escrita a sua acusação:
ESTE
É JESUS, O REI DOS JUDEUS.
Mt 27:38 E
foram crucificados com ele
dois
ladrões,
um
à sua direita,
e
outro à sua esquerda.
Mt 27:39 Os
que iam passando
blasfemavam
dele,
meneando
a cabeça e dizendo:
Mt
27:40 Ó tu que destróis o santuário
e
em três dias o reedificas!
Salva-te
a ti mesmo,
se
és Filho de Deus,
e
desce da cruz!
Mt 27:41 De
igual modo,
os
principais sacerdotes,
com
os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam:
Mt
27:42 Salvou os outros,
a
si mesmo não pode salvar-se.
É
rei de Israel!
Desça
da cruz,
e
creremos nele.
Mt
27:43 Confiou em Deus;
pois
venha livrá-lo agora,
se,
de fato, lhe quer bem; porque disse:
Sou Filho de
Deus.
Mt 27:44 E os
mesmos impropérios lhe diziam também os ladrões
que
haviam sido crucificados com ele.
Mt 27:45
Desde a hora sexta até à hora nona,
houve
trevas sobre toda a terra.
Mt 27:46 Por
volta da hora nona,
clamou
Jesus em alta voz, dizendo:
Eli,
Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer:
Deus meu,
Deus meu, por que me desamparaste?
Mt 27:47 E
alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam:
Ele
chama por Elias.
Mt 27:48 E,
logo, um deles correu a buscar uma esponja
e,
tendo-a embebido de vinagre
e
colocado na ponta de um caniço,
deu-lhe
a beber.
Mt 27:49 Os
outros, porém, diziam:
Deixa,
vejamos se Elias vem salvá-lo.
Mt 27:50 E
Jesus,
clamando
outra vez com grande voz,
entregou
o espírito.
Mt 27:51 Eis que
o véu do
santuário
se
rasgou
em
duas partes
de
alto a baixo;
tremeu a
terra,
fenderam-se
as rochas;
Mt 27:52
abriram-se os sepulcros,
e
muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram;
Mt
27:53 e, saindo dos sepulcros
depois
da ressurreição de Jesus,
entraram
na cidade santa
e
apareceram a muitos.
Mt 27:54 O centurião e os que com ele
guardavam a Jesus,
vendo o
terremoto
e tudo o que
se passava,
ficaram
possuídos de grande temor e disseram:
Verdadeiramente
este era Filho de Deus.
Mt 27:55 Estavam ali muitas mulheres,
observando de
longe;
eram
as que vinham seguindo a Jesus desde a Galiléia,
para
o servirem;
Mt 27:56
entre elas estavam
Maria
Madalena,
Maria,
mãe de Tiago e de José,
e
a mulher de Zebedeu.
Mt 27:57 Caindo a tarde,
veio um homem
rico de Arimatéia,
chamado
José,
que
era também discípulo de Jesus.
Mt 27:58 Este
foi ter com Pilatos
e
lhe pediu o corpo de Jesus.
Então,
Pilatos
mandou
que lho fosse entregue.
Mt 27:59 E
José,
tomando
o corpo,
envolveu-o
num pano limpo de linho
Mt
27:60 e o depositou no seu túmulo novo,
que
fizera abrir na rocha;
e, rolando
uma grande pedra
para a
entrada do sepulcro,
se
retirou.
Mt 27:61 Achavam-se ali,
sentadas em
frente da sepultura,
Maria
Madalena e a outra Maria.
Mt 27:62 No dia seguinte,
que é o dia
depois da preparação,
reuniram-se
os principais sacerdotes e os fariseus
e,
dirigindo-se a Pilatos,
Mt 27:63
disseram-lhe:
Senhor,
lembramo-nos
de que aquele embusteiro,
enquanto
vivia, disse:
Depois
de três dias ressuscitarei.
Mt 27:64
Ordena, pois,
que
o sepulcro seja guardado com segurança
até
ao terceiro dia,
para não
suceder que, vindo os discípulos,
o
roubem
e
depois digam ao povo:
Ressuscitou
dos mortos;
e
será o último embuste
pior
que o primeiro.
Mt
27:65 Disse-lhes Pilatos:
Aí
tendes uma escolta;
ide
e guardai o sepulcro
como
bem vos parecer.
Mt 27:66 Indo
eles,
montaram
guarda ao sepulcro,
selando
a pedra
e
deixando ali a escolta.
Essa zombaria e provocação a Jesus pra
fazer com que saísse da cruz, veio das mais profundas profundezas do inferno, mas
o Senhor permaneceu firme e rendeu seu espírito, conforme as Escrituras.
Ninguém poderia tirar-lhe a vida, ele a espontaneamente deu pela vida dos
pecadores.
Morreu e foi sepultado depois de um
julgamento vicioso e maligno. A natureza protestou. Os céus também. Somente o
inferno estava em festa e bem assim todos os seus seguidores e participantes
por causa do endurecimento de seus corações.
...
domingo, 30 de agosto de 2015
domingo, agosto 30, 2015
Jamais Desista
Mateus 26.1-75 - JESUS VENCEU NA ORAÇÃO. E NÓS, COMO VENCEREMOS?
VII. A PAIXÃO E A RESSURREIÇÃO (26.1-28.20).
Até o final do evangelho de Mateus,
estaremos vendo a paixão e a ressurreição de Cristo. Os caps. 26-28 formam a
última seção principal do evangelho de Mateus.
Eles retratam o drama da morte e da
ressurreição de Jesus, assim corno os seus aparecimentos e a sua ascensão.
Esses capítulos finais exaltam Jesus ao
chamar a atenção para o seu grande sacrifício na cruz, à sua vitória sobre a
morte e a sua recomendação à igreja para continuar expandindo o reino de Deus
até que ele volte.
Jesus passou por aflições, morreu como o
Rei sofredor dos judeus, e foi exaltado na sua ressurreição como o vitorioso
Rei. Jesus revelou-se a seus discípulos e os comissionou a espalharem o seu
evangelho até aos confins da terra.
Tinha Jesus acabado de ensinar os seus discípulos
falando de sua vinda e da necessidade da vigilância e agora ele está se
preparando para a páscoa, a sua última páscoa antes de sua morte.
Ele vai celebrá-la junto com seus
discípulos e também vai vivê-la para que se cumpram as Escrituras. Jesus o
Cordeiro Pascoal! É ele o cordeiro cujo sangue derramado nos livrará da morte
certa.
Embora os oficiais (os chefes dos
sacerdotes e os líderes religioso do povo, inclusive Caifás) pretendessem
atrasar a traição e o assassinato de Jesus para depois da festa – vs. 5 -, o
propósito de Deus (vs. 2) era que esse acontecimento essencial ocorresse um
pouco antes da festa (26.17).
Durante a festa uma mulher que o ungi para
o seu sepultamento e o traidor Judas querendo dar uma de que se interessava por
pobres. Seu cuidado não estava com os pobres, pois era ladrão e somente queria
mesmo o dinheiro.
Embora a preocupação com os pobres seja uma
prioridade da Escritura, ela não é tão grande como a prioridade de amar a
Jesus. As palavras de Jesus relevam a sua surpreendente reivindicação à
adoração e tornam o cuidado com os pobres a preocupação de todos aqueles que
não podem agora ungir os seus pés.
Mc 14.3-9 é um paralelo exato de 6 a 13; Jo
12.1-8 difere cronologicamente, mas nenhum dos detalhes entra em conflito, e
provavelmente se referem ao mesmo incidente.
João relata que a mulher ungiu os pés de
Jesus - isso pode indicar que ela derramou tanto bálsamo que ele caiu até mesmo
sobre os pés dele. Esse não é o mesmo incidente relatado em Lc 7.36-38, que tem
apenas semelhanças superficiais com essa história.
Como Jesus defendeu a mulher dizendo que
ela tinha praticado uma boa ação para com ele e onde o evangelho fosse pregado,
essa história dela deveria ser compartilhada com o mundo todo, Judas resolveu,
a partir disso, procurar os chefes dos sacerdotes para acertar os detalhes da
traição.
Durante a ceia o traidor trai, mas Jesus o
amou até o fim, tanto que no último momento ainda o chama de amigo. Não creio
que Jesus estava sendo irônico, mas falava francamente. O seu exemplo fica claro
para nós que devemos amar os nossos inimigos até o fim, como se crendo que
ainda haveria esperanças de arrependimento.
O primeiro dia da Festa – vs. 17 – era o
dia da preparação para a Páscoa, presumivelmente quinta-feira, 14 de nisã.
Assim, Jesus fez a refeição da Páscoa nessa noite (que era o começo da
sexta-feira, 15 do nisã, dia de Páscoa) e foi crucificado na tarde do dia da
Páscoa.
O problema aqui é que João parece, em
alguns lugares (Jo 18.28; 19.14,31), apresentar Jesus como crucificado no dia
14 do Nisã, o dia anterior à Páscoa, e nesse caso a Ceia do Senhor não foi uma
refeição da Páscoa (a menos que Jesus tenha feito a refeição da Páscoa um dia
antes).
Mas apesar de João apresentar Jesus como o
cordeiro da Páscoa, ele não diz que Jesus foi morto ao mesmo tempo que os
cordeiros no templo, e as passagens relevantes em João não provam
necessariamente o 14 do nisã como a data da crucificação.
Calvino entendeu "os preparativos"
como sendo o dia anterior à celebração da Páscoa e argumentou que uma vez que
15 do nisã caiu numa sexta-feira, os judeus, de acordo com algumas tradições,
combinaram a Páscoa com a sábado semanal e ainda celebraram a Páscoa no dia 16
do nisã.
Se for assim, a referência em 27.62 é ao
dia de preparação que a liderança judaica observava.
Há alguma dificuldade, entretanto, em ver
como os discípulos de Jesus poderiam ter tido seu cordeiro abatido antes do dia
oficialmente acerto como dia da preparação, e Mc 14.12 indica, com precisão que
Jesus combinou de fazer a preparação da Páscoa no dia em que os cordeiros eram
costumeiramente sacrificados.
Qualquer que seja a solução, Mateus aqui
torna claro que foi uma refeição da Páscoa que Jesus comeu com seus discípulos
na véspera de sua crucificação.
Bem, essa é a explicação da BEG, mas temos
outra versão explicativa[1].
No verso 18, Jesus afirma que o seu tempo
estava próximo. Mais uma vez Jesus enfatizou que todos os terríveis
acontecimentos que estavam prontos para ocorrer estavam totalmente sob o
controle do soberano Deus.
Pelo que se percebe do texto de 20 a 25,
onde o traidor é indicado, a traição de Judas foi ordenada por Deus. Mesmo
pecados são preordenados, mas o ato pecaminoso não vem de Deus, mas das más
intenções do perpetrador humano.
A preordenação de Deus não tira do pecador
a responsabilidade pelo seu pecado (cf. Rm 9.19-20). Aqui surge a questão com
relação ao local onde a traição de Judas é profetizada no Antigo Testamento.
Conquanto não haja uma profecia óbvia que
se encaixe, o Novo Testamento vê os salmos, especialmente os de Davi, como
palavras messiânicas.
Conforme a BEG, passagens como SI 41.9;
55.12-14 expressam o horror da traição por parte de um companheiro íntimo de um
modo que indiretamente profetiza a traição de Judas, e Pedro aplicou Sl 69.25;
109.8 a Judas (veja também At 1.16-20).
O fato de Jesus ter transformado a sua
última refeição de Páscoa na instituição da Ceia do Senhor mostra:
·
A
unidade da redenção e da revelação de Deus.
·
A
continuidade essencial entre a antiga e a nova aliança.
·
O
verdadeiro significado da Páscoa o qual se baseia no fato de que aponta para
Jesus Cristo.
·
Mostra
o relacionamento essencial entre a morte de Jesus e o perdão dos pecados, assim
como a ligação de ambos com o sacrifício da Páscoa.
·
Anseia
pelo banquete messiânico na consumação.
Quando ele diz “isto é o meu corpo”, essas
palavras têm dado origem a muitas discussões que ignoram o significado da
ilustração.
Conforme a BEG, é claramente um exemplo de
metonímia, uma figura de linguagem que chama alguma coisa pelo nome do que ela
representa; por exemplo, "Ele é leal à coroa" ou “Sua caneta é cheia
de denúncia" ou "Seu coração foi quebrado".
Jesus disse essas palavras no corpo, e sua
declaração apresenta o pão como representando o seu corpo. O fato de nos
alimentarmos da carne e do sangue de Cristo não é um tipo de canibalismo, mas
um compartilhamento espiritual de Cristo, uma identificação de nós mesmos com
ele (veja Jo 6.53-58).
Quando ele afirma no verso 28 que esse é o sangue
da nova aliança. Esse é o cumprimento por parte de Jesus do sangue
representativo da aliança descrita em Ex 24.8. Provavelmente os judeus já
entendiam o vinho da Páscoa como representando o sangue da aliança (relatado no
tratado mishnaico Pesahim 10.6).
A morte de Cristo, simbolizada pelo seu
sangue, verdadeiramente estabelece o relacionamento de Deus com o seu povo,
pelo qual ele perdoa os pecados deles.
Os textos de Lc 22.17-20; 1Co 11.23-25
relatam o fato de que Jesus chamou o cálice do seu sangue de a “nova
aliança". Assim, a renovação da aliança de Deus com seu povo, como predito
em passagens como Jr 31.31-34, está também em vista.
O termo grego do Novo Testamento para
"aliança" (diatheke) não é
a palavra mais comum para uma concordância entre partes iguais (um contrato, suntheke).
É um testamento ou documento feito por uma
pessoa, formalmente declarando os termos de um relacionamento. Seu uso comum
estava relacionado a um testamento (cf. Hb 9.16-22).
A razão para o uso desse termo se baseia no
conceito de aliança do Antigo Testamento, pelo qual Deus formalmente declara a
natureza, os termos e as sanções (bênçãos pela obediência e maldições pela
desobediência) de seu relacionamento com Israel.
Deus nunca negociou uma aliança. Ele
simplesmente a anunciava e a implementava. As alianças eram validadas por uma
morte simbólica, que representava a maldição que cairia sobre aqueles que
quebravam a aliança.
A nova aliança, entretanto, é a consumação
da aliança de Deus com o seu povo. Ela não é ratificada por uma morte
simbólica, mas pela morte real de Jesus, que suportou a maldição por nós.
Tendo, depois, cantado um hino, saíram para
o monte das Oliveiras. Provavelmente cantaram um salmo dos chamados “Salmos do
Hallel” (hallel significa “Louvor”), ou seja, os Salmos 113-118, cuja recitação
encerrava a ceia pascal.
No verso 31, Jesus afirma que o pastor
seria ferido e se ferido, as ovelhas se dispersariam. No contexto de Zc 13.7,
Javé fere o pastor, o homem que é íntimo dele. Como resultado, os
"pequeninos" de Deus (Zc 13.7) são espalhados, mas eles são
subsequentemente renovados e verdadeiramente se tomam o povo de Deus.
O abandono predito dos discípulos com
relação a Jesus é um exemplo da apostasia da nação, e o retorno deles
representa os remanescentes que Deus salvará.
Também Pedro é avisado de que negaria
Jesus, mas resistiu à palavra de Jesus e se deu mal. Foi uma dura lição para
Pedro.
A aparente discordância com Marcos (Mc
14.30,72, de acordo com a maioria dos manuscritos) é um pseudoproblema. Mateus
simplesmente apresenta uma história resumida e não considerou importante
mencionar que o galo cantou duas vezes. Claramente, foi um canto particular do
galo que condenou Pedro.
Na oportunidade, Jesus afirma que depois de
sua ressurreição, iria adiante deles para a Galileia. O cumprimento está
registrado em 28.16.
Dos versos 36 ao 46, Jesus tem a maior luta
de sua vida e também a maior de todas as suas vitórias! A verdadeira batalha se
vence ou se perde de joelhos, diante do Pai, em oração! Quando aprendermos o
que isso significa, nossos sermões e projetos serão outros.
Foi no Jardim do Getsêmani que essa luta horrível e cruel de Jesus
aconteceu, em oração. Foi ali que ele venceu! Repetimos que não vencemos a
batalha nem a guerra no campo da batalha, mas quando estamos de joelhos!
Nós conseguimos encarar a morte por saber
que Deus está conosco, mas Jesus teve de enfrentar a morte sabendo que o seu
Pai iria lançar-se sobre ele em ira e condenação.
Ele pede ajuda aos seus discípulos para
estarem com ele em oração. Ele pede a eles para vigiar e orar. O que ele pede a
eles é estendido a todos nós que estamos esperando em Cristo. Mesmo em sua
agonia, Jesus estava preocupado com os seus discípulos.
Jesus sabia que o traidor estava chegando e
avisou seus discípulos. Ele ainda falava quando chegou Judas para traí-lo.
Nisso, Pedro, tempestivo, reagiu e retirou
sua espada e com ela conseguiu ferir a orelha de Malco que abaixou a cabeça quando
Pedro o atacou. Se não tivesse abaixado, sua cabeça, teria sido degolada.
Jesus adverte para ele embainhar a sua
espada. As espadas eram impróprias para defender Jesus, que tem mais poder à
sua disposição do que podemos imaginar. Do mesmo modo, a força militar é
imprópria para defender o evangelho.
Conforme a BEG, essa passagem não pode ser
usada para defender o pacifismo, para fazer oposição à pena de morte ou para
negar ao estado o uso da guerra ou da força física.
As palavras de Jesus parecem ser baseadas
no principio de Gn 9.6 de que aquele que matou um homem deve ser ele mesmo
morto, desse modo explicitamente dando poder ao estado para executar
assassinos.
Mais precisamente, essa passagem lida com a
guerra espiritual, não física. As batalhas espirituais devem ser travadas com
armas espirituais, com a espada do Espírito, a espada de dois gumes que é a
Palavra de Deus (cf. 2Co 10.3-6; Hb 4.12).
Jesus explica para Pedro que era necessário
que as Escrituras se cumprissem. Jesus está comprometido com o cumprimento das
Escrituras, uma vez que elas mostram os decretos de Deus (cf. Lc 22.37).
Alguns comentaristas sugerem que Zc 13.7
ainda está em vista (vs. 31), mas é mais provável que Jesus tivesse em mente
todo o complexo de sua paixão, morte e ressurreição, assim como a subsequente
dádiva do Espírito e a missão ao mundo (cf. Lc 24.44-46).
Prenderam então Jesus e como havia predito,
as ovelhas, todas, se dispersaram.
Dos versos de 57 a 68, Jesus está perante o
Sinédrio. Aparentemente, o Sinédrio teve dificuldade de obter até mesmo o
pretexto da prova de mais de uma testemunha.
Finalmente uma acusação trivial com base na
perversão de alguma coisa que Jesus na verdade havia dito (Jo 2.19) foi
extraída de duas testemunhas, que era o número requerido para que uma ação
pudesse ser tomada.
O número inacreditável de irregularidades
nesse processo tem sido sempre observado. Essa é uma evidência não de histórica
desconfiança, mas da extrema ansiedade dos lideres judeus de livrarem-se de
Jesus.
Uma vez que a ofensa "provada"
ainda não configurava um crime digno de pena de morte, Caifás teve de provocar Jesus,
com uma conjuração. Jesus responde a ela dizendo que ele era mesmo o Filho de
Deus.
Duas opções estavam diante de quem conjurou:
crer ou não crer. Ele não creu e amargou as consequências de sua decisão louca
e absurda. Junte-se a isso o fato de que Caifás era considerando o maior
representante de Deus ali presente.
Esse “Filho de Deus” aqui é usado como um
equivalente para “Messias" (16.15-16). O juramento invocado pelo sumo
sacerdote colocava Jesus sob a obrigação legal de responder com a verdade para
evitar a possibilidade de que ele negasse que era o Messias.
Mas Jesus, a fim de dizer toda a verdade,
não poderia simplesmente reconhecer que ele era o Messias sem uma definição
mais profunda de quem o Messias era. Foi a sua reivindicação de ser o divino
"filho do Homem" de Dn 7 - e mais, Aquele que virá nas nuvens e
reinará com o Todo-Poderoso Deus (SI 10.11- que fez com que ele fosse acusado
de blasfêmia vs. 65). A BEG, aqui, neste
ponto recomenda a leitura e reflexão de seu excelente artigo teológico
"Jesus Cristo, Deus e homem", em Jo 1.
A vinda de Jesus em julgamento é o único
acontecimento que pode ter sido pensado aqui, porque nenhum descrente judeu
testemunhou a ressurreição ou a ascensão.
Alguns argumentaram que o julgamento que
está em vista aqui é a destruição do templo e da cidade, mas é mais natural
entender Jesus como se referindo ao julgamento final, porque é duvidoso de que
muitos descrentes judeus "tenham visto" Jesus como o Aquele que
puniria Israel em 70 d.C.
Dos versos de 69 a 75, temos as três
negações de Pedro que são registradas em todos os quatro Evangelhos (veja
também Mc 14.66-72; Lc 22.54-62; Jo 18.15-18, 25-27), mas as histórias diferem
quanto aos detalhes.
As diferenças não são nem grandes, nem
irreconciliáveis (p. ex., João pode ter invertido a segunda e a terceira
negações).
As três negações de Pedro são terríveis
(isso ainda dará um belo sermão):
1.
A
primeira, simplesmente negou diante de uma simples serva.
2.
Na
segunda, fez juramento, não "pragas", mas a evocação de Deus como
testemunha para uma auto maldição caso ele estivesse mentindo.
3.
Na
terceira vez, praguejou e jurou.
O fato de todos os Evangelhos registrarem
esse incidente mostra o quanto isso ficou profundamente marcado na mente da
igreja primitiva.
Permaneceu como um testemunho tanto da
inadequação da força humana quanto da grandeza da misericórdia de Deus.
Mt 26:1 Tendo Jesus acabado todos estes
ensinamentos,
disse a seus
discípulos:
Mt 26:2
Sabeis que, daqui a dois dias,
celebrar-se-á
a Páscoa;
e o Filho do
Homem será entregue para ser crucificado.
Mt 26:3 Então,
os principais
sacerdotes
e os anciãos
do povo
se
reuniram no palácio do sumo sacerdote, chamado Caifás;
Mt
26:4 e deliberaram prender Jesus,
à
traição,
e
matá-lo.
Mt 26:5 Mas diziam:
Não durante a
festa,
para
que não haja tumulto entre o povo.
Mt 26:6 Ora, estando Jesus em Betânia,
em casa de Simão,
o leproso,
Mt
26:7 aproximou-se dele uma mulher,
trazendo
um vaso de alabastro
cheio
de precioso bálsamo,
que
lhe derramou sobre a cabeça,
estando
ele à mesa.
Mt 26:8 Vendo isto,
indignaram-se
os discípulos e disseram:
Para
que este desperdício?
Mt 26:9 Pois
este perfume podia ser vendido por muito dinheiro
e
dar-se aos pobres.
Mt 26:10 Mas Jesus,
sabendo
disto, disse-lhes:
Por
que molestais esta mulher?
Ela
praticou boa ação para comigo.
Mt
26:11 Porque os pobres, sempre os tendes convosco,
mas
a mim nem sempre me tendes;
Mt
26:12 pois, derramando este perfume
sobre
o meu corpo,
ela o fez
para o meu sepultamento.
Mt 26:13 Em
verdade vos digo:
Onde
for pregado em todo o mundo este evangelho,
será também
contado o que ela fez, para memória sua.
Mt 26:14
Então, um dos doze,
chamado
Judas Iscariotes,
indo
ter com os principais sacerdotes, propôs:
Mt
26:15 Que me quereis dar,
e
eu vo-lo entregarei?
E
pagaram-lhe trinta moedas de prata.
Mt
26:16 E, desse momento em diante,
buscava ele
uma boa ocasião
para
o entregar.
Mt 26:17 No primeiro dia da Festa dos
Pães Asmos,
vieram os
discípulos a Jesus e lhe perguntaram:
Onde
queres que te façamos os preparativos
para
comeres a Páscoa?
Mt 26:18 E
ele lhes respondeu:
Ide
à cidade ter com certo homem e dizei-lhe:
O
Mestre manda dizer:
O
meu tempo está próximo;
em
tua casa celebrarei a Páscoa
com
os meus discípulos.
Mt 26:19 E
eles fizeram como Jesus lhes ordenara
e
prepararam a Páscoa.
Mt 26:20
Chegada a tarde,
pôs-se
ele à mesa com os doze discípulos.
Mt 26:21 E,
enquanto comiam, declarou Jesus:
Em
verdade vos digo
que
um dentre vós me trairá.
Mt 26:22 E
eles, muitíssimo contristados,
começaram
um por um a perguntar-lhe:
Porventura,
sou eu, Senhor?
Mt 26:23 E
ele respondeu:
O
que mete comigo a mão no prato,
esse
me trairá.
Mt
26:24 O Filho do Homem vai,
como
está escrito a seu respeito,
mas
ai daquele por intermédio de quem o Filho do Homem
está
sendo traído!
Melhor
lhe fora não haver nascido!
Mt
26:25 Então, Judas, que o traía, perguntou:
Acaso,
sou eu, Mestre?
Respondeu-lhe
Jesus:
Tu
o disseste.
Mt 26:26
Enquanto comiam,
tomou
Jesus um pão,
e,
abençoando-o,
o
partiu,
e
o deu aos discípulos, dizendo:
Tomai,
comei;
isto é o meu
corpo.
Mt
26:27 A seguir, tomou um cálice
e,
tendo dado graças,
o
deu aos discípulos, dizendo:
Bebei
dele todos;
Mt
26:28 porque isto é o meu sangue,
o
sangue da [nova] aliança,
derramado
em favor de muitos,
para
remissão de pecados.
Mt 26:29 E
digo-vos que,
desta
hora em diante,
não
beberei deste fruto da videira,
até
aquele dia em que o hei de beber, novo,
convosco
no reino de meu Pai.
Mt 26:30 E,
tendo cantado um hino,
saíram
para o monte das Oliveiras.
Mt 26:31
Então, Jesus lhes disse:
Esta
noite, todos vós vos escandalizareis comigo;
porque
está escrito:
Ferirei
o pastor,
e as ovelhas
do rebanho ficarão dispersas.
Mt
26:32 Mas, depois da minha ressurreição,
irei
adiante de vós para a Galiléia.
Mt 26:33
Disse-lhe Pedro:
Ainda
que venhas a ser um tropeço para todos,
nunca
o serás para mim.
Mt 26:34
Replicou-lhe Jesus:
Em
verdade te digo que,
nesta
mesma noite,
antes
que o galo cante,
tu me negarás três vezes.
Mt 26:35
Disse-lhe Pedro:
Ainda
que me seja necessário morrer contigo,
de
nenhum modo te negarei.
E todos os
discípulos disseram o mesmo.
Mt 26:36 Em
seguida,
foi
Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani
e
disse a seus discípulos:
Assentai-vos
aqui,
enquanto
eu vou ali orar;
Mt
26:37 e, levando consigo a Pedro
e
aos dois filhos de Zebedeu,
começou
a entristecer-se
e
a angustiar-se.
Mt
26:38 Então, lhes disse:
A minha alma
está profundamente triste até à morte;
ficai
aqui e vigiai comigo.
Mt 26:39
Adiantando-se um pouco,
prostrou-se
sobre o seu rosto,
orando
e dizendo:
Meu
Pai,
se possível,
passe de mim este cálice!
Todavia, não
seja como eu quero, ]
e sim como tu
queres.
Mt 26:40 E,
voltando para os discípulos,
achou-os
dormindo;
e
disse a Pedro:
Então, nem
uma hora pudestes vós vigiar comigo?
Mt
26:41 Vigiai e orai,
para que não
entreis em tentação;
o espírito,
na verdade,
está
pronto,
mas a carne é
fraca.
Mt 26:42
Tornando a retirar-se,
orou
de novo, dizendo:
Meu
Pai,
se não é
possível passar de mim este cálice
sem
que eu o beba,
faça-se
a tua vontade.
Mt 26:43 E,
voltando,
achou-os
outra vez dormindo;
porque
os seus olhos estavam pesados.
Mt 26:44
Deixando-os novamente,
foi
orar pela terceira vez,
repetindo
as mesmas palavras.
Mt 26:45
Então, voltou para os discípulos e lhes disse:
Ainda
dormis e repousais!
Eis
que é chegada a hora,
e o Filho do
Homem está sendo entregue
nas
mãos de pecadores.
Mt
26:46 Levantai-vos, vamos!
Eis que o
traidor se aproxima.
Mt 26:47
Falava ele ainda,
e
eis que chegou Judas,
um
dos doze,
e, com ele,
grande turba com espadas e porretes,
vinda da parte
dos principais sacerdotes
e
dos anciãos do povo.
Mt 26:48 Ora,
o traidor
lhes
tinha dado este sinal:
Aquele
a quem eu beijar,
é
esse; prendei-o.
Mt 26:49 E
logo,
aproximando-se
de Jesus, lhe disse:
Salve,
Mestre!
E
o beijou.
Mt 26:50
Jesus, porém, lhe disse:
Amigo,
para
que vieste?
Nisto,
aproximando-se eles,
deitaram
as mãos em Jesus
e
o prenderam.
Mt 26:51 E
eis que um dos que estavam com Jesus,
estendendo
a mão,
sacou
da espada
e,
golpeando o servo do sumo sacerdote,
cortou-lhe
a orelha.
Mt 26:52
Então, Jesus lhe disse:
Embainha
a tua espada;
pois
todos os que lançam mão da espada
à
espada perecerão.
Mt 26:53
Acaso, pensas que não posso rogar a meu Pai,
e
ele me mandaria neste momento
mais
de doze legiões de anjos?
Mt 26:54
Como, pois,
se
cumpririam as Escrituras,
segundo
as quais assim deve suceder?
Mt 26:55
Naquele momento, disse Jesus às multidões:
Saístes
com espadas e porretes para prender-me,
como
a um salteador?
Todos os
dias, no templo,
eu
me assentava [convosco]
ensinando,
e
não me prendestes.
Mt 26:56 Tudo
isto, porém, aconteceu
para
que se cumprissem as Escrituras dos profetas.
Então, os
discípulos todos,
deixando-o,
fugiram.
Mt 26:57 E os
que prenderam Jesus
o
levaram à casa de Caifás,
o
sumo sacerdote,
onde
se haviam reunido
os
escribas e os anciãos.
Mt 26:58 Mas
Pedro
o
seguia de longe
até
ao pátio do sumo sacerdote
e,
tendo entrado,
assentou-se
entre os serventuários,
para
ver o fim.
Mt 26:59 Ora, os principais sacerdotes
e todo o
Sinédrio procuravam algum testemunho falso contra Jesus,
a
fim de o condenarem à morte.
Mt 26:60 E
não acharam,
apesar
de se terem apresentado muitas testemunhas falsas.
Mas,
afinal,
compareceram
duas, afirmando:
Mt
26:61 Este disse:
Posso
destruir o santuário de Deus
e
reedificá-lo em três dias.
Mt 26:62 E,
levantando-se o sumo sacerdote,
perguntou
a Jesus:
Nada
respondes ao que estes depõem contra ti?
Mt 26:63
Jesus, porém,
guardou
silêncio.
E o sumo
sacerdote lhe disse:
Eu
te conjuro pelo Deus vivo
que
nos digas se tu
és
o Cristo, o Filho de Deus.
Mt
26:64 Respondeu-lhe Jesus:
Tu
o disseste;
entretanto,
eu
vos declaro que,
desde
agora, vereis o Filho do Homem
assentado à
direita do Todo-Poderoso
e
vindo sobre as nuvens do céu
Mt
26:65 Então, o sumo sacerdote
rasgou
as suas vestes, dizendo:
Blasfemou!
Que
necessidade mais temos de testemunhas?
Eis que
ouvistes agora a blasfêmia!
Mt
26:66 Que vos parece?
Responderam
eles:
É
réu de morte.
Mt
26:67 Então,
uns
cuspiram-lhe no rosto
e
lhe davam murros,
e
outros o esbofeteavam, dizendo:
Mt
26:68 Profetiza-nos,
ó
Cristo,
quem
é que te bateu!
Mt 26:69 Ora,
estava Pedro
assentado fora no pátio;
e,
aproximando-se uma criada, lhe disse:
Também
tu estavas com Jesus, o galileu.
Mt 26:70 Ele,
porém, o negou
diante
de todos, dizendo:
Não
sei o que dizes.
Mt
26:71 E, saindo para o alpendre,
foi
ele visto por outra criada,
a
qual disse aos que ali estavam:
Este também
estava com Jesus, o Nazareno.
Mt 26:72 E
ele negou outra vez,
com
juramento:
Não
conheço tal homem.
Mt
26:73 Logo depois,
aproximando-se
os que ali estavam,
disseram
a Pedro:
Verdadeiramente, és também um deles,
porque
o teu modo de falar
o
denuncia.
Mt
26:74 Então,
começou
ele a praguejar
e
a jurar:
Não
conheço esse homem!
E
imediatamente
cantou
o galo.
Mt 26:75
Então, Pedro
se
lembrou da palavra que Jesus lhe dissera:
Antes
que o galo cante,
tu
me negarás três vezes.
E,
saindo dali,
chorou
amargamente.
Pedro negando a Jesus! Exatamente como
Jesus havia predito que ele negaria. O valentão Pedro sucumbiu diante de uma
criada por duas vezes e depois diante dos que ali estavam. Foi covarde e negou
ao seu mestre a quem seguiu por três anos e meio.
Dois traidores, um porque o entregou aos
judeus e o outro porque o negou diante de outros. Judas sentiu remorso, tanto é
que se enforcou, mas não se arrependeu; Pedro, ao contrário, chorou amargamente
e se arrependeu, alcançando o perdão.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete
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[1] A PÁSCOA E A RESSURREIÇÃO DE
CRISTO - Compreendendo,
pela exposição bíblica, os mistérios de Deus. Autor: DANIEL DEUSDETE.
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