Como já dissemos, Coríntios foi escrita
para, principalmente, combater a rebeldia, as divisões e a falta de amor que
tinham sido causadas pelo orgulho e pela presunção na igreja de Corinto.
Estamos vendo a parte II, cap. 13/16.
Breve
síntese do capítulo 13.
Vamos falar de amor? A própria palavra tem um timbre que agrada nossos
ouvidos “amor!”. Paulo nos falou de amor e nos deixou uma grande lição ao
dissecar, se isso fosse possível, em laboratório, o amor.
Dizer o que é amor é para os poetas e para os inspirados. Eu mesmo titubearia
nas palavras e escorregaria nas frases, atropelaria nos parágrafos e no fim me
envolveria numa grande colisão.
A palavra de Deus diz que DEUS È AMOR! (I Jo 4:8 e 16). Assim, se
pudéssemos materializar o amor e trazê-lo, à existência personificando-o e este
se materializasse diante de nós, ele seria Deus em pessoa.
Deus é amor e todos os seus atos, mesmo a justiça, é um ato de amor. Paulo
torna isso mais simples e prático e diz que pouca coisa vale, ou nada vale, as
grandes coisas se nelas não houver o amor.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. A CARTA DOS CORÍNTIOS (7.1-16.12) - continuação.
Como dissemos, estamos
vendo que Paulo respondeu às questões levantadas na carta enviada pela igreja
de Corinto. Ele falou em detalhes sobre os desafios específicos enfrentados
pelos coríntios, que envolviam relacionamentos conjugais, divórcio e
virgindade. Como dissemos, depois de tratar das questões levantadas pelos da
casa de Cloe, Paulo se volta, então, para outras questões levantadas pela
igreja.
Dividimos essa parte, conforme a BEG, em
seis subpartes: A. Casamento e divórcio (7.1-40) – já vimos; B. Carne oferecida aos ídolos (8.1-11.1) – já vimos; C. Problemas no culto
(11.2-34) – já vimos; D. Os dons
espirituais (12.1-14.40) – começaremos a
ver agora; E. Ressurreição (15.1-58); e, F. A coleta e outros assuntos
(16.1-12).
D. Os dons espirituais (12.1-14.40) - continuação.
Depois de tratar de dois problemas do culto
da igreja em Corinto, Paulo aborda uma questão intimamente relacionada a isso:
os dons e a manifestação do Espírito na igreja.
A argumentação de Paulo se divide em quatro
seções, que formarão nossa divisão proposta: 1. A diversidade de dons dentro da
unidade da igreja (12.1-31) – já visto;
2. A importância do amor (13.1-13) – veremos
agora; 3. Profecias e dom de línguas (14.1-25); e, 4. O princípio de ordem
na igreja (14.26-40).
2. A importância do amor (13.1-13).
Veremos neste capítulo a
supremacia do amor. Na perspectiva de Paulo, o problema principal quanto aos
dons espirituais da igreja em Corinto era a falta de amor.
Assim, Paulo passa a
elaborar sobre a natureza e a importância do amor cristão.
Por meio de hipérboles (exageros
propositais), Paulo concentra-se na inutilidade de exercer dons sem amor. Na
verdade, ele disse que ainda que pudesse realizar milagres grandiosos e
impossíveis, sem amor isso de nada adiantaria.
Ele começa comparando a língua dos homens
com a língua dos anjos. Diz as BEG que provavelmente está seja uma referência
ao dom de falar em línguas humanas estrangeiras, como ocorreu em At 2. Sendo a
expressão “dos anjos” mais bem entendida se tomada como hipérbole (assim como
"conheça todos os mistérios" e "transportar montes"). É
impossível determinar se existe uma língua angelical.
Paulo vai fazendo diversas comparações até
que diz que se alguém entregasse o meu próprio corpo para ser queimado. Pode essa
ser mais outra hipérbole. No entanto, alguns manuscritos importantes trazem,
"entregue o meu próprio corpo para me orgulhar". Nesse caso, a frase
representaria o compromisso total de Paulo com o ministério apostólico,
indicando a sua expectativa de ostentar um orgulho piedoso no dia de Cristo (Fp
2.16).
As descrições de Paulo – vs. 4 ao 7 - não
reduzem o amor a sentimentos baratos ou atos mecânicos. Cada termo descreve
tanto emoções quanto atitudes. Pensar no amor cristão como simples sentimento
ou simples atividade é contradizer as definições do apóstolo.
Vemos nas suas tentativas de descrição do
amor ele demonstrando que não há no amor nenhuma gota de egoísmo, por isso que
não busca seus próprios interesses, não se exaspera, nem se ressente do mal.
Ou, "não guarda registro das ofensas". Provavelmente significa que a
pessoa que ama não concentra a atenção nas injustiças cometidas pelos outros
contra ela. Outra possibilidade é que o amor não planeja o mal contra os
outros, pois nele não há o “eu”, mas o “outro”.
Ou seja, tudo suporta, sofre, crê e espera.
Paulo faz uso desse termo quatro vezes com o objetivo de produzir efeito
retórico à medida que conduz a sua descrição do amor ao clímax.
À luz das hipérboles apresentadas (veja os
vs. 1-3), não devemos pensar que amar significa confiar ou proteger sem restrições.
Cada uma das responsabilidades cristãs, incluindo o amor, deve ser praticada
com equilíbrio, por meio de todas as outras responsabilidades (justiça,
misericórdia, verdade, etc.).
Além disso, tudo, o amor jamais acaba.
Podemos considerar essa declaração como um resumo dos versículos anteriores,
especialmente à luz da frase "tudo suporta" (vs. 7).
Ao mesmo tempo, essa declaração permite a
Paulo criar um contraste entre o amor, que permanece (vs. 13), e os dons
espirituais, que cessarão.
Provavelmente Paulo mencionou essas três
categorias - profecias, línguas, ciência - como representantes de todos os dons
espirituais, uma vez que possuem um caráter terreno e temporário até que venha
o fim dos tempos.
Uma interpretação alternativa (embora menos
provável) é que Paulo se referiu somente a essas três porque têm funções
especiais de revelação.
O contexto da passagem “quando vier o que é
perfeito” (especialmente o vs. 12) sugere que o apóstolo se refere à segunda
vinda de Cristo como o último acontecimento no plano redentor e revelador de
Deus.
Comparado ao que os cristãos receberão no
futuro, as bênçãos presentes são apenas parciais e, por isso, imperfeitas.
Portanto, os coríntios mostravam sinais de imaturidade, além de orgulho, ao
atribuírem tamanha importância aos dons incompletos e temporários do Espírito.
A ideia de que Paulo talvez esteja se
referindo à total revelação contida nas Escrituras do Novo Testamento - um
ponto de vista que vê as profecias e outras revelações como dons obsoletos -
tem pouco apoio no contexto em questão.
Mesmo assim, foram sugeridas outras
interpretações para "perfeito", tais como a maturidade no amor, que
os coríntios deveriam buscar, a maturidade da igreja primitiva e a morte do
cristão individual.
O fato é que na presente existência, ou
vida aqui, vemos apenas em parte, como um reflexo escuro, ou seja, não vemos
completamente, pois somos limitados. Talvez porque os coríntios gostassem tanto
de alardear o conhecimento que tinham, Paulo conclui salientando o caráter
parcial do nosso conhecimento presente.
A mudança da voz ativa
("conhecerei") para passiva ("sou conhecido") é encontrada
em outras passagens nas cartas do apóstolo e servem para salientar a
dependência do cristão da graça de Deus (8.3; Cl 4.9; cf. 1Co 14.38).
Paulo não está sugerindo que algum dia o
cristão conhecerá a Deus de maneira total, pois isso é impossível. Aqui, a sua
intenção é focalizar a natureza da sabedoria e intimidade com Deus, as quais
todo cristão compartilhará algum dia.
Paulo encerra esse assunto dizendo “Assim,
permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém,
é o amor”. Sim, obviamente que o maior é o amor, pois é o único que permanecerá
na presença eterna do Pai. Quanto ao restante, tudo passará, mesmo, inclusive
as atuais e poderosas fé e esperança.
I co 13:1 Ainda que eu fale
as línguas dos
homens
e dos anjos,
se
não tiver amor,
serei
como o bronze que soa
ou
como o címbalo que retine.
I co 13:2 Ainda que eu tenha
o dom de profetizar
e conheça todos os
mistérios
e toda a ciência;
ainda que eu tenha
tamanha fé,
a
ponto de transportar montes,
se
não tiver amor,
nada
serei.
I co 13:3 E ainda que
eu distribua todos
os meus bens entre os pobres
e ainda que entregue
o meu próprio corpo para ser queimado,
se
não tiver amor,
nada
disso me aproveitará.
I co 13:4 O amor
é paciente,
é benigno;
o amor
não arde em ciúmes,
não se ufana,
não se ensoberbece,
I co 13:5 não se
conduz inconvenientemente,
não procura os seus
interesses,
não se exaspera,
não se ressente do
mal;
I co 13:6 não se
alegra com a injustiça,
mas
regozija-se com a verdade;
I co 13:7 tudo
sofre,
tudo crê,
tudo espera,
tudo suporta.
I co 13:8 O amor jamais acaba;
mas, havendo
profecias,
desaparecerão;
havendo línguas,
cessarão;
havendo ciência,
passará;
I co
13:9 porque, em parte, conhecemos
e,
em parte, profetizamos.
I co 13:10 Quando, porém, vier o que é perfeito,
então, o que é em
parte será aniquilado.
I co 13:11 Quando eu era menino,
falava como menino,
sentia como menino,
pensava como
menino;
quando cheguei a ser homem,
desisti das coisas
próprias de menino.
I co 13:12 Porque, agora,
vemos como em
espelho,
obscuramente;
então,
veremos face a face.
Agora,
conheço em parte;
então,
conhecerei como também sou conhecido.
I co 13:13 Agora, pois, permanecem
a fé,
a esperança
e o amor,
estes
três; porém o maior destes
é
o amor.
Quando em nós não triunfa o amor é porque estamos sendo e cultivando o
egoísmo. O egoísmo olha somente para ele mesmo e o outro somente tem sentido no
sentido de que lhe possa ser útil em seu prazer. Do contrário, é descartável e
pouco importa a sua existência.
Aquele que fuma e bebe em casa e dá mal exemplo a seus filhos, esposa,
amigos e diz que não consegue parar é porque não ama nem os seus entes mais
queridos. A sua desculpa não inocenta os seus atos. O seu prazer é maior e mais
importante do que todos à sua volta. Como nele permanecerá o amor de Deus?
A lista de outras coisas que fazemos e que nos comprometem diante de
nosso próximo é enorme e bem poderíamos colocá-la aqui para nossa reflexão.
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1 comentários:
Edificante, glórias a Deus :)
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