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quarta-feira, 17 de junho de 2015

Amós 2 1-16 - OS CASTIGOS DIVINOS CONTRA MOABE, JUDÁ E ISRAEL.

Como já dissemos, o livro de Amós é um livro que revela a severidade do julgamento divino por causa da infidelidade pactual em Israel e em Judá e declara a esperança de grande restauração depois da destruição e do exílio que estava se aproximando.
II. O POVO DE DEUS JULGADO JUNTO COM AS NAÇÕES (1.2 2.16) - continuação.
Estamos vendo nesta parte II que Amós declarou que Deus havia determinado julgar Israel e Judá, juntamente com as nações gentias, por meio da agressão assíria.
Como já dissemos, o profeta implicitamente fez referência à agressão assíria que estava por vir como instrumento da ira de Deus sobre as nações e sobre o seu próprio povo.
A divisão que estamos seguindo agora está assim: A. O Senhor ruge (1.2) – já vista; B. O castigo divino para a Síria (1.3-5) – já vista; C. O castigo divino para a Filístia (1.6-8) – já vista; D. O castigo divino para a Fenícia (1.9-10) – já vista; E. O castigo divino para Edom (1.11-12) – já vista; F O castigo divino para Amon (1.13-15) – já vista; G. O castigo divino para Moabe (2.1-3) – veremos agora; H. O castigo divino para Judá (2.4-5) – veremos agora; e, I. O castigo divino para Israel (2.6-16) – veremos agora.
G. O castigo divino para Moabe (2.1-3).
Pelas muitas transgressões de Moabe, o castigo divino era inevitável. Moabe foi um estado vassalo (servo) para uma série de reis assírios, de Tiglate-Pileser III até Assurbanipal. A predição de Amós se cumpriu quando Moabe se rebelou contra Senaqueribe, que então dominava a região.
Moabe foi quem queimou os ossos do rei de Edom até que se tornasse apenas pó. De acordo com a tradição hebraica, estes eram os "ossos" do rei moabita Mesa.
Queimar os ossos indicava desprezo e acreditava-se que privava o morto da paz após a morte. Do mesmo modo, Josias queimou os ossos de falsos sacerdotes no altar de Betel (2Rs 23.15-16).
Seria por conta disso que Moabe estaria entrando em juízo e um fogo iria consumir os palácios de Queriote.
Este é possivelmente um substantivo comum que tem o significado de "cidades" (assim traduz a Septuaginta, a tradução grega do AT), mas é mais provável que seja uma das principais cidades moabitas e centro de culto, aparentemente a capital, também citada em Jr 48.41.
Desta forma morreria Moabe com grande estrondo, com alarido e com som de trombeta, o shofar, a trombeta da guerra ou clarim, das antigas batalhas, que era feito do chifre curvado do carneiro.
E assim, estaria exterminado o juiz no meio dela e morto com ele todos os seus príncipes. Literalmente, "cortaria" (ou seja, "mataria").
No Oriente Próximo, a destruição do rei e de seus príncipes era uma punição típica para os vassalos que se rebelavam.
H. O castigo divino para Judá (2.4-5).
Agora, na sequência, estaremos vendo nos próximos dois versículos, o castigo divino para Judá. Amós voltou a sua atenção das nações gentias para o povo da aliança.
Amós entregou essa série de oráculos em Israel, o Reino do Norte, e por essa razão a inclusão de Judá não foi totalmente desagradável para seus ouvintes.
Os reinos do norte e do sul – estamos nos aproveitando dos comentários da BEG - tiveram divergências durante mais de um século e estiveram em guerra durante muitos desses anos.
As pessoas do norte podem ter ouvido esse oráculo com alguma presunção, por se julgarem superiores; uma vez que Judá, não Israel, havia sido escolhida para ser punida juntamente com as nações gentias.
Porém, qualquer sensação de segurança que elas podem ter sentido logo seria destruída (veja o vs. 6).
Também Judá pelos seus muitos pecados estava entrando em juízo com Deus, pois rejeitaram a lei do SENHOR, literalmente, "de Javé".
As nações mereciam o julgamento porque elas haviam violado as leis da graça comum conhecidas desde a criação (Rm 1.18-23), apesar de o Senhor, especialmente, ter revelado e codificado suas leis justas para seu povo. Por rejeitarem a lei de Deus, e desse modo ao próprio Deus, eles eram especialmente merecedores de julgamento.
Rejeitaram e também não guardaram os seus estatutos - terminologia da aliança como essa também pode ser encontrada em Êx 15.26 e em Dt 4.40 -, pelo contrário, se deixaram enganar por suas próprias mentiras e andaram após os seus pais.
Literalmente, "seus pais as seguiram". No antigo Oriente próximo, essa expressão significava "seguir em obediência como um vassalo - servo". Então Judá, que era apropriadamente a vassala do grande Rei, o Senhor, escolheu ser vassala de falsos deuses, os quais tanto o Antigo quanto o Novo Testamento (Dt 32.17; 1 Co 10.20) revelam serem demônios.
Em consequência seria posto fogo a Judá que consumiria os castelos. Como os judaítas seguiam os deuses das nações, eles seriam punidos como os habitantes de Síria (1.4), Gaza (1.7), Tiro (1.10), Edom (1.12), Amon (1.14) e Moabe (vs. 2).
Embora Jerusalém - o nome significa, ironicamente, "cidade de paz" – os seus palácios consumidos pelo fogo. Paz em hebraico implica não apenas na ausência de guerra, mas também um caráter de totalidade.
Uma vez que Judá não buscou integridade no Senhor, ela seria visitada não pela paz, mas pela destruição.
A profecia se cumpriu mais de cento e cinquenta anos depois, quando Nabucodonosor II conquistou Jerusalém e queimou todos os edifícios importantes, incluindo a casa do rei (cf. 2Rs 25.8-10).
I. O castigo divino para Israel (2.6-16).
Agora – vs. 6 ao 16 -, semelhantemente, o castigo divino seria para Israel. Amós agora falou de seus ouvintes imediatos, os cidadãos do Reino do Norte.
Pelos muitos pecados de Israel, esta também sofreria os juízos de Deus. Ela havia quebrado a lei de Deus consistentemente, tendo se envolvido:
·         Em injustiça social (vs. 6-7a).
·         Imoralidade sexual (2.7b).
·         Abusos religiosos (2.8).
O pecado de Israel era vender o justo por dinheiro. Nesse contexto, "justo" carrega a conotação de alguém que não está em dívida e, portanto, não poderia ser vendido à escravidão (cf. Lv 25.39-43).
E também vendem o necessitado por um simples par de sapatos, ou seja, aquele que era pobre e incapacitado. O Senhor tinha uma preocupação especial com a proteção dos direitos das pessoas nessa situação (cf. Ex 23.6; Jr. 5.28).
Por uma dívida tão insignificante, os necessitados estavam sendo vendidos à escravidão. Em Israel, a escravidão de indigentes era legal, mas tinha a intenção de ser benigna e cheia de consideração fraternal (cf. Êx 21.2-11; Dt 15.12-18).
Além disso, Israel acumulava outras transgressões – vs. 7 e 8:
·         Pisavam sobre a cabeça dos necessitados como pisavam no pó da terra. Um sinal de um bom rei no antigo Oriente Próximo era que ele tinha um cuidado especial pelos pobres. Amós esperava que isso fosse ainda mais verdadeiro em relação ao povo de Deus (cf. Ex 23.6-8), mas em Israel não era assim (cf. Is 3.15).
·         Negavam justiça ao oprimido.
·         Pai e filho possuíam a mesma mulher e assim profanavam o santo nome do Senhor. Compare com Pv 17.23, onde um homem e seu pai coabitam com a mesma jovem. Esse fato não somente era contra as intenções originais de Deus para a união sexual (Gn 2.23-24; Mt 19.4-6), como também era especificamente proibido pela lei (Lv 18.7-30). Esse pecado, também, era como aquele das nações ao redor de Israel, como o Senhor havia advertido em Lv 18.24.
·         Inclinavam-se ao lado de todo altar com roupas tomadas como penhor. Aparentemente, eles praticavam o sexo ilícito aos pés dos altares, profanando ainda mais o nome do Senhor. Havia muitos altares em Israel, incluindo aqueles em Betel (3.14), Dã (8.14) e Gilgal (Os 12.11). Tais roupas não eram para ser usadas durante a noite (Ex 22.26), nem deveriam ser usadas para dormir (Dt 24.12-13).
·         No templo do seu deus bebiam vinho recebido como multa. Implicitamente, as multas eram injustas. Talvez, se isso segue o pensamento de 2.7, sejam indícios do abuso de álcool juntamente com a indulgência sexual.
Assim corno o Senhor destruiu os refains diante dos amonitas (Dt 2.20-21) e os horeus perante os filhos de Esaú (Dt 2.22), ele também destruiu graciosamente os amorreus (um termo algumas vezes usado para se referir a todos os cananeus, como aqui) perante Israel:
·         Primeiro com Moisés derrotando Seom e Ogue ao leste do Jordão (Dt 2.24; 3.11).
·         Mais tarde com Josué conquistando a terra a oeste do Jordão (Js 21.43).
Os amorreus destruídos eram altos como o cedro e fortes como o carvalho. A descrição recorda não apenas o relatório dos espias (Nm 13.26-33), mas também a ira de Deus contra todos os arrogantes (Is 2.12-18).
Essa linguagem poética destruindo os seus frutos em cima e as suas raízes embaixo indica que Deus os destruiu completamente.
O Senhor recordou – vs. 10 - a sua antiga fidelidade pactual (cf. Gn 50.24; Êx 3.8) onde por quarenta anos conduziu o povo no deserto. Esse tempo foi necessário para preparar um povo que obedeceria ao Senhor e conquistaria a Terra Prometida (Dt 1.19.40). Literalmente, "para herdar a terra do amorreu"; isto é, para que eles possam herdá-la.
A promessa da aliança foi dada a Abraão (Gn 15.7) e cumprida - como o Senhor havia prometido - para os descendentes deles (Dt 2.31).
Também foi do Senhor a iniciativa de suscitar profetas e nazireus dentre eles. O Senhor havia soberanamente suscitado:
·         Profetas (Dt 18.15,17) - os profetas eram os emissários especiais da aliança, enviados para chamar o povo a obedecer à sua lei pactual.
·         Nazireus - esses homens ou mulheres eram especialmente dedicados ao Senhor e, de acordo com a lei (Nm 6.1-21), não podiam beber vinho, vinagre de vinho ou suco de uva, nem mesmo comer uvas ou passas. Eles deixavam crescer os cabelos como um sinal exterior de sua dedicação. O Antigo Testamento menciona dois nazireus por nome:
ü  Sansão (Jz 13.1-5).
ü  Samuel (1 Sm 1.11).
·         Juízes (Jz 2.18).
·         Sacerdotes (1Sm 2.35).
·         Reis (25m 7.12).
À despeito disso, dessa graça soberana do Senhor, eles se houveram maliciosamente e perverteram tudo fazendo o nazireu beber vinho e ordenando aos profetas que não profetizassem – vs. 12.
Em contraste com o que o Senhor havia feito ("suscitei profetas"; 2.11), seu povo Israel havia tentado derrotar seus propósitos ao ordenar que seus mensageiros da ação judicial não fizessem as acusações e fazendo com que os nazireus, que não deviam sequer comer uvas, bebessem vinho.
Desse modo, eles mostraram o seu desprezo pela lei e pelo Senhor da lei.
»AMÓS [2]
Am 1.1 Assim diz o Senhor:
Por três transgressões de Moabe, sim, por quatro,
não retirarei o castigo;
porque queimou os ossos do rei de Edom,
até os reduzir a cal.
Am 2.2 Por isso porei fogo a Moabe,
e ele consumirá os palácios de Queriote;
e Moabe morrerá com grande estrondo,
com alarido, e som de trombeta.
Am 2.3 E exterminarei o juiz do meio dele,
e matarei com ele todos os seus príncipes, diz o Senhor.
Am 2.4 Assim diz o Senhor:
Por três transgressões de Judá, sim, por quatro,
não retirarei o castigo;
porque rejeitaram a lei do Senhor,
e não guardaram os seus estatutos,
antes se deixaram enganar por suas próprias mentiras,
após as quais andaram seus pais.
Am 2.5 Por isso porei fogo a Judá,
e ele consumirá os palácios de Jerusalém.
Am 2.6 Assim diz o Senhor:
Por três transgressões de Israel, sim, por quatro,
não retirarei o castigo;
porque vendem o justo por dinheiro,
 e o necessitado por um par de sapatos.
Am 2.7 Pisam a cabeça dos pobres no pó da terra,
pervertem o caminho dos mansos;
um homem e seu pai entram à mesma moça,
assim profanando o meu santo nome.
Am 2.8 Também se deitam junto a qualquer altar
sobre roupas empenhadas,
e na casa de seu Deus bebem o vinho
dos que têm sido multados.
Am 2.9 Contudo eu destruí o amorreu diante deles,
a altura do qual era como a dos cedros,
e cuja força era como a dos carvalhos;
mas destruí o seu fruto por cima,
e as suas raízes por baixo.
Am 2.10 Outrossim vos fiz subir da terra do Egito,
e quarenta anos vos guiei no deserto,
para que possuísseis a terra do amorreu.
Am 2.11 E dentre vossos filhos suscitei profetas,
e dentre os vossos mancebos, nazireus.
Acaso não é isso assim, filhos de Israel?
diz o Senhor.
Am 2.12 Mas vós aos nazireus destes vinho a beber,
e aos profetas ordenastes, dizendo:
Não profetizeis.
Am 2.13 Eis que eu vos apertarei no vosso lugar
como se aperta um carro cheio de feixes.
Am 2.14 Assim de nada valerá a fuga ao ágil,
nem o forte corroborará a sua força,
nem o valente salvará a sua vida.
Am 2.15 E não ficará em pé o que maneja o arco,
nem o ligeiro de pés se livrará,
nem tampouco se livrara o que vai montado a cavalo;
Am 2.16 e aquele que é corajoso entre os valentes
fugirá nu naquele dia, diz o Senhor.
Em consequência, naquele dia, o Senhor os amassaria como uma carroça amassa a terra quando carregada de trigo, de tal forma que:
·         O ágil não escaparia.
·         O forte não reuniria as suas forças.
·         O guerreiro não salvaria a sua vida. Isso pode ser traduzido como "o herói"; ou seja, aquele que, pelo seu físico e por suas habilidades, era especialmente adaptado para ser um poderoso guerreiro. Golias era um desses (1 Sm 17.51), e o termo também foi usado para Davi (1Sm 16.18) e para o Messias ("Poderoso Deus"; literalmente "Deus, o herói"; Is 9.6).
·         O arqueiro não manteria a sua posição.
·         O que corre não se livraria.
·         O cavaleiro não salvaria a sua própria vida.
·         Até mesmo os guerreiros mais corajosos fugiriam nus.
Conforme a BEG, a palavra hebraica para "nu" foi usada para Adão e Eva (Gn 2.25).
Aqui, os mais valentes guerreiros não apenas deixaram suas armaduras e armas para trás, mas também se livraram de todo obstáculo, incluindo as roupas, numa luta aterrorizante, porém inútil.
Tudo isso por causa daquele dia, ou seja, “naquele dia” é uma frase que é comumente utilizada nos Profetas para indicar "o dia do SENHOR" (2.16; 5.18), o momento em que Deus devastará seus inimigos tanto dentro quanto fora da aliança e trará grandes bênçãos para os que têm fé. Nesse caso, ela anuncia a aproximação do dia da conquista assíria.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.