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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Miquéias 7 1-20 - MIQUÉIAS APONTA PARA ONDE O POVO DE DEUS DEVERIA OLHAR.



Miquéias é apresentado como um profeta que falava com autoridade dada pelo Senhor. 

A Palavra do SENHOR veio a ele nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá.

Ele viu claramente (uma revelação sobrenatural para a visão ou audição interior do profeta) que era sobre Samaria e Jerusalém.

IV. O JULGAMENTO DA NAÇÃO E A RESTAURAÇÃO FUTURA (6.1-7.20) - continuação.
Estamos vendo o último capítulo de Miquéias que está falando sobre o julgamento da nação e a restauração futura.
Como já dissemos, Deus anunciou castigar Judá e Jerusalém com derrota e exílio, pois a nação havia violado a aliança de maneira clamorosa, mas um dia ambas seriam restauradas. Nesse terceiro ciclo de julgamentos e bênçãos, Miquéias focou na nação como um todo e na maravilha da salvação final do povo de Deus.
Esses capítulos foram divididos em cinco seções, conforme a BEG: A. O julgamento pela quebra da aliança (6.1-8) – já vista; B. O julgamento de maldições sobre Israel (6.9-16) – já vista; C. O julgamento da desintegração social (7.1-6) – veremos agora; D. A confiança de Miqueias em Deus (7.7) – veremos agora; e, E. Hino de louvor pela vitória de Deus (7.8-20) – veremos agora.
C. O julgamento da desintegração social (7.1-6).
Nos próximos 6 versículos, veremos o julgamento da desintegração social. Esse oráculo tem duas partes:
(1)   Uma acusação (p. ex., os crimes da nação; vs. 1 b-4a).
(2)   Uma sentença (p. ex., confusão nacional; vs. 4b-6).
Começa o texto do capítulo com Miquéias se lamentando de si mesmo ao dizer “ai de mim”. Miquéias, representando o Senhor, comparou-se a um vinhateiro. No entanto não havia cachos de uvas para comer nem figos temporãos que sua alma desejasse. Aqui novamente presentes a vinha e a figueira.
Assim como na colheita, também da terra pereceu o justo ou o homem piedoso. Conforme a BEG, a mesma palavra hebraica “não há” no vs. 1 liga a interpretação (vs. 2) à alegoria (vs. l). Ou seja, não há homem que seja justo, pois todos armam ciladas para sangue e cada um caça ao seu irmão com a rede.
Diz-nos Hernandes Dias Lopes que a teologia determina a vida. Segmentando seu pequeno texto teríamos:
A teologia determina a vida.
     Os sacerdotes deixaram de ensinar a Palavra
                e o povo se corrompeu.
      Práticas erradas
                são frutos de princípios errados.
     Eles estavam lidando
                de forma errada
uns com os outros,
                porque estavam lidando de forma errada
com Deus.”
No verso 3, continua o profeta falando as acusações contra o homem não piedoso:
·         As suas mãos fazem diligentemente o mal.
·         O príncipe corrompe e o juiz julga pela recompensa.
·         O grande fala da corrupção da sua alma, e assim todos eles tecem o mal.
·         O melhor deles é como um espinho.
·         O mais reto é pior do que a sebe de espinhos.
Por esta razão, estava vindo o dia anunciado pelos seus sentinelas ou vigias, o dia da sua punição, do seu juízo; por isso que estariam em total confusão. Uma ilustração para indicar os profetas que anunciavam o julgamento por vir.
Conforme a BEG, no tocante aos versos 5 e 6, debaixo da pressão de uma cidade sitiada, os mais fortes laços de solidariedade social se desintegrariam. Essa passagem foi usada mais tarde na literatura apocalíptica para descrever o escatológico dia do Senhor (1Enoque 56.7; 100.2; Jubileus 23.19; Ed 6.24 [todos os três livros não canônicos]).
Jesus usou essa passagem para descrever o rompimento que o seu reino trouxe aos relacionamentos (Mt 10.35-39; Lc 12.53).
D. A confiança de Miquéias em Deus (7.7)
Esse versículo constitui uma breve declaração da confiança em Deus como Salvador.
Miquéias aponta para onde deveria o povo de Deus dirigir o seu olhar para poder esperar na salvação que somente poderia vir de Deus. Ele afirma com certeza que Deus o ouvirá. Miquéias estava esperando a salvação, em contraste com o julgamento (vs. 4).
Assim como Miquéias, o apóstolo Paulo também nos mostra para onde devemos fixar nossos olhos – Fp 3.12-14 – para o alvo, em grego, skopos[1]. Prossigo para o alvo, para o skopo, estando eu no presente com os olhos fixos no futuro – skopo – e ficando para trás o passado. É como um corredor que está vendo diante dele a faixa da chegada e cujos olhos estão fixos na faixa até a sua chegada gloriosa, sem nem olhar para trás.
E. Hino de louvor pela vitória de Deus (7.8-20).
Dos versos 8 ao 20, veremos um hino de louvor pela vitória de Deus. Esse hino litúrgico de conclusão consiste de quatro estrofes:
(1)     A Senhora Jerusalém, em seu estado caído, confessou sua fé no Senhor (vs. 8-10).
Ainda que morando nas trevas - um calabouço sem luz é uma imagem apropriada para uma cidade sitiada -, o Senhor seria a sua luz.
Ela reconheceu o seu pecado e estava disposta a suportar a sua ira. Sabia ela que o Senhor era fiel e no fim que a defenderia, estabelecendo o seu direito. A justiça do Senhor garantiu a salvação da fiel Israel (vs. 8-9) e a destruição de seu atormentador incrédulo (v. 10).
(2)     Em resposta à essa fé, o profeta prometeu que ela se tornaria o aprisco escatológico, oferecendo salvação a todo um mundo sob julgamento (vs. 11-13).
Chegaria assim o dia da reconstrução dos seus muros e o dia em que as suas fronteiras seriam ampliadas e nesse dia (4.1,6; 5.10-15) viria gente de toda a parte buscando salvação.
No entanto, a terra seria desolada por causa de seus habitantes, obviamente devido às consequências de suas ações.
Com Deus não se brinca, o que o homem semear, isso mesmo colherá – Gl 6.7 “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.”.
Fora das fronteiras seguras predestinadas, haveria julgamento universal. O julgamento final está finalmente em vista.
(3)     Miqueias orou para que o Senhor milagrosamente guiasse o seu povo (v. 14), o Senhor respondeu que ele o faria (v. 15, e Miqueias refletiu que a crédula Israel seria salva, mas o inimigo incrédulo seria conquistado (vs. 16-17)).
O Senhor é o pastor de Israel e os leva às águas tranquilas e os faz repousar em verdes pastos – Sl 23.1-2. Como nos tempos antigas, ele manifestará as suas maravilhas e as nações vizinhas se envergonharão.
Além disso, essas nações seriam despojadas de todo o seu poder e teriam de amargar a derrota tornando-se servas, escravas de Israel. Não haveria outra saída senão humilharem-se diante de Deus e o temerem.
Eles não mais insultariam Israel ou ouviriam as fúteis ostentações dos outros.
(4)     O povo celebrou a maravilha de que Deus lançaria seus pecados nas profundezas do mar, de modo a cumprir as promessas da aliança que ele havia feito aos patriarcas (vs. 18-20).
Quem seria semelhante a ti Senhor? Miqueias — cujo nome significa "Quem é semelhante ao SENHOR?" - habilmente associou o nome de Deus com a sua graça clemente. Sem essa qualidade, o ministério de Miqueias teria sido sem sentido.
A graça é tão forte que Deus seria capaz de perdoar o pecado e esquecer a transgressão do remanescente de sua herança, pois que ele não permanece irado para sempre, mas tem prazer em mostrar o seu amor.
Uma das maiores lições ensinadas pelo Messias foi, sem dúvida, o perdão incondicional. Até Judas teria sido perdoado se não fosse tão orgulhoso e maligno. Já Pedro que pecou gravemente, como Judas, negando-o, humilhou-se e aceitou o perdão de Deus, logo foi curado e restabelecido, tornando-se depois vaso útil na obra do Senhor.
Assim como a jornada de Israel começou com Deus lançando os egípcios ao mar Vermelho, Deus consumaria a história dela lançando suas iniquidades nas profundezas metafóricas.
Em Jesus Cristo, temos o cumprimento dessa palavra.
A amorosa fidelidade de Deus à aliança constitui a base da esperança da igreja (Rm 4.17; GI 3.7-29).
MIQUÉIAS [7]
Mq 7:1 Ai de mim! porque estou feito como quando são colhidas
as frutas do verão, como os rabiscos da vindima;
não há cacho de uvas para comer,
nem figo temporão que a minha alma deseja.
Mq 7:2 Pereceu da terra o homem piedoso;
e entre os homens não há um que seja reto;
todos armam ciladas para sangue;
caça cada um a seu irmão com uma rede.
Mq 7:3 As suas mãos estão sobre o mal
para o fazerem diligentemente;
o príncipe e o juiz exigem a peita,
e o grande manifesta o desejo mau da sua alma;
e assim todos eles tecem o mal.
Mq 7:4 O melhor deles é como um espinho;
o mais reto é pior do que uma sebe de espinhos.
Veio o dia dos seus vigias, a saber, a sua punição;
agora começará a sua confusão.
Mq 7:5 Não creiais no amigo, nem confieis no companheiro;
guarda as portas da tua boca daquela que repousa
no teu seio.
Mq 7:6 Pois o filho despreza o pai,
a filha se levanta contra a mãe,
a nora contra a sogra;
os inimigos do homem são os da própria casa.
Mq 7:7 Eu, porém, confiarei no Senhor;
esperarei no Deus da minha salvação.
O meu Deus me ouvirá.
Mq 7:8 Não te alegres, inimiga minha, a meu respeito;
quando eu cair, levantar-me-ei;
quando me sentar nas trevas, o Senhor será a minha luz.
Mq 7:9 Sofrerei a indignação do Senhor,
porque tenho pecado contra ele;
até que ele julgue a minha causa,
e execute o meu direito.
Ele me tirará para a luz, e eu verei a sua justiça.
Mq 7:10 E a minha inimiga verá isso,
e cobri-la-á a confusão, a ela que me disse:
Onde está o Senhor teu Deus?
Os meus olhos a contemplarão;
agora ela será pisada como a lama das ruas.
Mq 7:11 É dia de reedificar os teus muros!
Naquele dia será dilatado grandemente o teu termo.
Mq 7:12 Naquele dia virão a ti da Assíria e das cidades do Egito,
e do Egito até o Rio, e de mar a mar,
e de montanha a montanha.
Mq 7:13 Mas a terra será entregue à desolação
por causa dos seus moradores,
por causa do fruto das suas obras.
Mq 7:14 Apascenta com a tua vara o teu povo,
o rebanho da tua herança,
que habita a sós no bosque, no meio do Carmelo;
apascentem-se em Basã e Gileade,
como nos dias antigos.
Mq 7:15 Eu lhes mostrarei maravilhas,
como nos dias da tua saída da terra do Egito.
Mq 7:16 As nações o verão, e envergonhar-se-ão,
por causa de todo o seu poder;
porão a mão sobre a boca, e os seus ouvidos
ficarão surdos.
Mq 7:17 Lamberão o pó como serpentes;
como répteis da terra, tremendo,
sairão dos seus esconderijos;
com pavor virão ao Senhor nosso Deus,
e terão medo de ti.
Mq 7:18 Quem é Deus semelhante a ti,
que perdoas a iniqüidade,
e que te esqueces da transgressão do resto da tua herança?
O Senhor não retém a sua ira para sempre,
porque ele se deleita na benignidade.
Mq 7:19 Tornará a apiedar-se de nós;
pisará aos pés as nossas iniqüidades.
Tu lançarás todos os nossos pecados nas profundezas do mar.
Mq 7:20 Mostrarás a Jacó a fidelidade,
e a Abraão a benignidade,
conforme juraste a nossos pais desde os dias antigos.
Vimos, concluindo esse livro impressionante, que trata de coisas antigas, mas que, na verdade, parece tão atual, um profeta compromissado com a palavra de Deus que no seu tempo denunciou a hipocrisia e se levantou a favor da justiça, do direito e de Deus.
Como dissemos em todos os capítulos, Miquéias foi apresentado como um profeta que falava com autoridade dada pelo Senhor.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br


[1] Strong's Concordance, skopos: a watchman, a mark (on which to fix the eye). Original Word: σκοπός, οῦ, ὁ - Part of Speech: Noun, masculine. Transliteration: skopos. Phonetic Spelling: (skop-os'). Short Definition: a goal. Definition: a watcher; a goal, a mark aimed at. (http://biblehub.com/greek/4649.htm)
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2 comentários:

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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.