sábado, 11 de julho de 2015
sábado, julho 11, 2015
Jamais Desista
Habacuque 2 1-20 - O MEU JUSTO VIVERÁ POR SUA FÉ!
Estamos meditando no livro do profeta que
por duas vezes questionou a Deus querendo entender a justiça divina e Deus,
pacientemente, lhe respondeu. Veremos agora o segundo capítulo desse livro.
Estamos na terceira parte.
III. A SEGUNDA QUEIXA E A SUA RESPOSTA (1.12-2.20) - continuação.
Nós já falamos que Habacuque queixou-se de
que os babilônios eram ainda mais perversos que os judaítas. Deus prometeu que
no final os babilónios seriam destruídos.
Essa parte foi dividia, conforme a BEG, em
duas seções: A. A queixa de Habacuque a respeito dos babilônios (1.12-2.1) – já vista; e B. A resposta divina a
respeito do julgamento dos perversos (2.2-20) – veremos agora.
A. A queixa de Habacuque a respeito dos babilônios (1.12-2.1) - continuação.
Como já dissemos, do verso 12, até o
primeiro versículo do próximo capítulo, estamos vendo a queixa de Habacuque a
respeito dos babilônios. O profeta se perguntava por que Deus usaria os ímpios
babilônios para castigar o seu próprio povo.
A sua queixa se encerra com ele se pondo de
sentinela, aguardando de uma torre de vigia, o que o Senhor haveria de fazer e
como iria responder a ele. Também se preparava para o caso de ser arguido pelo
Senhor.
B. A resposta divina a respeito do julgamento dos perversos (2.2-20).
Dos versos 2 ao 20, veremos a resposta
divina a respeito do julgamento dos ímpios. Deus respondeu a Habacuque
afirmando que haveria vida para os justos e aflição para os ímpios.
Deus mostrará que ele é justo para com
aqueles que têm fé nele. O resultado final da História será a adoração do santo
e justo Rei (vs. 20). O destino dos povos ou dos indivíduos será determinado
pela atitude de cada um em relação ao Rei.
Esse material se divide em duas partes: a
revelação de Deus de uma distinção crucial (2.2-5) e a mudança da aflição para
a adoração (2.6-20) que formarão nossa divisão proposta: 1. Uma distinção
crucial (2.2-5); e, 2. Ais sobre os perversos (2.6-20).
1. Uma distinção crucial (2.2-5).
Em resposta à queixa do profeta a respeito
dos babilônios, o Senhor revelou uma distinção crucial entre os justos e os
pecadores.
O questionamento angustiado de Habacuque
levou-o de volta à origem de toda a sabedoria para esperar por uma resposta.
Suas palavras indicam a determinação e perseverança para esperar por uma
resposta.
A revelação nunca pode ser forçada e na torre
de vigia se colocaria à espera da resposta do Senhor. Isso retrata as circunstâncias
da espera de Habacuque e não necessariamente fazem referência a algum lugar no
templo.
O Senhor o respondeu e pediu para ele
escrever a visão e torná-la bem legível sobre tábuas para caso alguém passasse
correndo, pudesse ler facilmente.
A preservação e a propagação da resposta de
Deus requeriam que ela fosse escrita. Esse princípio está na base da doutrina
da Escritura como a revelação fiel de Deus.
A visão que deveria registrar consistia de
palavras e ações as quais deveriam ser escritas em tábuas - o plural pode
indicar uma tábua grande - para que qualquer pessoa que fosse ler o que estava
claramente escrito o fizesse rapidamente, ou seja, com facilidade e compreensão
imediatas.
A visão tinha tempo certo e determinado,
isto é, um determinado período de tempo deveria se passar antes que a revelação
fosse cumprida. Essa demora não deveria ser vista como fracasso ou fraude.
Antes, era um tempo para experimentar a garantia do Senhor de que o cumprimento
se aproximava.
Muito tempo depois da visão de Habacuque, o
julgamento dos babilônios foi executado por meio de Ciro, em 29 de outubro de
539 a.C.
Depois de dizer para Habacuque registrar a
revelação que ele havia recebido e para aguardar o seu cumprimento (vs. 2-3), o
Senhor revelou a distinção essencial entre os ímpios (aqui, os babilônios) e os
justos (aqui, os remanescentes de Judá):
·
Pelos
seus desejos e ações malignos, os ímpios seguirão um caminho que os levará para
a morte e a derrota.
·
Pela
fé, os justos tomarão um caminho que os conduzirá para a vida e a vitória.
Ambos sofrem com seus corações
contraditórios e cheios do engando do pecado, mas a verdadeira liberdade dos
filhos de Deus não está em se deixarem se extravasar e obedecer ao pecado,
antes, em se conterem.
Essa distinção foi uma palavra de conforto
para Habacuque e marcou o momento decisivo na sua luta para conciliar a
santidade de Deus com o uso dos ímpios babilônios como um instrumento de
julgamento contra o seu povo.
O rei e o reino babilônio - a
personificação da impiedade do mundo - eram soberbos. Compare com 1.7,10-11. As
palavras descrevem a atitude orgulhosa e arrogante dos babilônios, o oposto da
crença humilde no Deus vivo.
“Eis o soberbo, sua alma não é reta nele” -
eles não tinham a sua alma reta nele, antes obedeciam com avidez ao pecado. Toda
a disposição interior dos babilônios rejeitava o que era certo e o que levava à
vida. Parenteticamente, o Senhor contrastava o futuro dos justos com o dos
pecadores.
Embora, no ímpio, fosse orgulhosa a sua
alma, não sendo reta nele, no justo haveria de prevalecer a fé, por isso
haveria de viver pela fé – “o meu justo viverá pela sua fé”. Aqui estava a
palavra de conforto aguardada por Habacuque e pelos remanescentes.
Em meio à terra coberta de pecado (1.2-4) e
sujeita à ira de Deus, o Senhor prometeu que haveria um remanescente justo de
Judá que tomaria um caminho que levaria à vida por confiar daquele que, mesmo
em sua ira, ainda se lembra da misericórdia (3.2).
A oração recorda as palavras de Gn 15.6 e
as aplica à situação de Habacuque.
·
Em
Gn 15.1-6, o Senhor prometeu dar vida ao corpo amortecido de Abraão para que
ele tivesse filhos (Rm 4.18-21: Hb 11.1 I -12).
·
Em
Habacuque, o Senhor prometeu vida (e vitória) para os remanescentes justos de
Judá, assim como ele havia dado vida (e vitória) à nação de Israel por meio do
êxodo (3.12-19).
·
Assim
como Abraão havia esperado pacientemente pela fé para que Deus fizesse o que
havia prometido (Hb 6.13-15), também Habacuque e os remanescentes deveriam
aguardar pacientemente para que Deus fizesse o mesmo por eles (vs. 3; 3.16).
·
Nos
dias de Habacuque, a bênção da vida estava garantida pela fé no Deus que dá
vida aos mortos.
·
Nos
dias de Paulo, a mesma bênção estava garantida pela fé que focava
explicitamente em Jesus, que havia se levantado de entre os mortos (Rm
4.24-25). O mesmo é verdadeiro em nossos dias.
No verso 5, o engano sedutor do vinho é
comparado à insensatez da soberba. O orgulho é insaciável em sua impiedosa paixão
pela auto exaltação. Essa surpreendente metáfora se soma à imagem da arrogância
cega dos ímpios, simbolizada aqui pelos babilônios (veja o vs. 4). Como aqueles
embriagados pelo vinho, eles, de maneira inflexível, seguiram em frente no seu
caminho fatal.
2. Ais sobre os perversos (2.6-20).
Dos versos 6 ao 20, veremos os ais sobre os
pecaminosos. Essa seção forma – conforme a BEG - uma unidade literária distinta
que está relacionada pelo vs. 5 com a revelação que Habacuque recebeu. Os
ímpios babilônios não conseguiriam escapar do julgamento divino.
Deus anunciou a condenação deles em ais
proféticos (Na 3.1-19), apresentados aqui numa canção de escárnio (veja Is
1.3-14), uma forma poética que expressa a alegria dos perseguidos e sofredores
com a morte do tirano.
Essa parte se divide em cinco ais
separados: 2.6-8; 2.9-11; 2.12-14; 2.15-18; 2.19-20.
O primeiro ai – 2.6-8.
O primeiro ai condena os perversos pela
cobiça inescrupulosa por poder e posses. Judá e todos os que sofreram sob o
opressor babilônio.
Os oráculos do ai são descritos em tons tão
gerais e proverbiais que adquirem uma perspectiva futura e uma aplicabilidade
universal para a luta do perseguido contra o perseguidor.
Esse clamor de angústia do “Ai” é derivado
do lamento fúnebre e detecta o odor da morte nas ações desavergonhadas do
tirano.
Ele estava direcionado para aquele que
multiplicava o que não era seu de forma ilícita e daquele que se carregava de
penhores, literalmente, "bens conseguidos em penhor".
Os babilônios forçavam os povos
conquistados a pagar tributos severos, bem como se apoderavam de objetos de
valor e indispensáveis, e até mesmo tomavam pessoas como reféns, como garantia
para certos privilégios.
Nos versos 7 e 8, uma descrição surpreendente
da inversão da sorte quando os ímpios colhem o que plantaram e a punição
corresponde aos seus crimes:
·
Os
seus credores se levantariam contra eles.
·
Os
que os farão temer e tremer se levantarão de repente.
·
Agora
eles é que seriam os despojos – antes eles é que despojaram a muitas nações.
·
Derramaram
muito sangue e fizeram muita violência à terra, agora era a vez deles.
O segundo ai – 2.9-11.
O segundo ai denuncia a tentativa de criar
uma segurança nacional inviolável à custa dos outros.
As aves de rapina geralmente fazem os seus
ninhos em lugares altos e inacessíveis. Do mesmo modo, os babilônios consideravam
que a sua posição na história do mundo era da mesma maneira inviolável (Is
14.13-14; 47.7).
A segurança deles era à custa dos outros e
isso trazia vergonha, não glória; ruína, não proteção.
Uma personificação surpreendente o fato de
a pedra clamar da parede e a trave, ou pedaço de pau, responder do madeiramento.
O protesto contra a injustiça flagrante emergiria dos materiais de construção
tomados ilegalmente de seus donos por direito.
O terceiro ai – 2.12-14.
O terceiro ai anuncia o julgamento dos
babilônios pela sua implacável, porém fútil, tirania.
A cidade deles era edificada com sangue, às
custas de muitas vidas e muitas injustiças. Registros babilônios confirmam as
grandes recompensas pelas atividades de construção.
Nabucodonosor tinha um orgulho especial
pela construção da Babilônia (Dn 4.30) e citou o grande número de povos
conquistados que ele utilizou como trabalho forçado na construção da torre da
Babilônia.
Projetos como esse envolviam perda de vidas
e eram pagos com as pilhagens da guerra; ou seja, derramamento de sangue.
Eles poderiam desejar construir aquela
construção que se perpetuaria por toda a vida, mas isso jamais passou
despercebido pelo Senhor. O profeta fala que vinha do Senhor que os povos
trabalhavam em vão.
A História testemunha a futilidade e o fracasso
dos esforços mais orgulhosos da humanidade para perpetuar a glória momentânea.
No entanto, a glória do SENHOR não é vã. A
referência é à incomparabilidade divina e santidade revelada de Deus.
O quarto ai – 2. 15-17.
O quarto ai anuncia o julgamento dos
babilônios por causa do modo sádico e humilhante com que tratavam os outros e a
criação.
Eles não tinham escrúpulo algum e tratavam
o seu semelhante como uma coisa qualquer. Eles eram totalmente insensíveis e
aproveitadores. Até os que eram seus companheiros eram vítimas de suas ações
malignas.
Por essa razão, haveriam de beber do cálice
da embriaguez do Senhor. Essa bem conhecida figura de linguagem indica o
julgamento punitivo por parte de Deus (p. ex., Is 51.17-23). O que os
babilônios fizeram para os outros seria feito para eles.
Nas suas guerras e aventuras e desventuras,
eles faziam muitos danos à natureza. Campanhas militares geralmente envolviam
grandes danos à flora e à fauna. As árvores forneciam material de construção e
lenha, enquanto animais selvagens e domésticos eram um complemento bem-vindo à
dieta regular de um soldado (Dt 20.19-20). A preocupação divina com as
dimensões físicas de sua criação deveria ser percebida.
O quinto ai – 2. 18-20.
O quinto ai denuncia os babilônios pela sua
idolatria fútil e tola (Is 44.9-20; 57.12-13).
Como em todas as culturas, a religião dos
babilônios influenciava profundamente o comportamento deles. Os reis atribuíam
seus feitos militares e suas construções aos seus deuses e regularmente - às
vezes de maneira exagerada - davam crédito a eles nesses assuntos.
A insensatez do idólatra o torna duas vezes
mais cego, pois que davam crédito ao engano e à mentira. A orientação dada por
deuses de pedra e madeira é indigna de confiança.
Ídolos mudos, imagens de fundição, obra do
engano; eles não paravam para refletir que um artífice e não um deus é que a
formou e a desenhou. Embora os ídolos pudessem ser gloriosos por fora, eles
tristemente não tinham o poder interior da verdadeira vida.
Perceba o profundo contraste entre os
ídolos sem vida e o Deus vivo. Deus está em seu templo, literalmente,
"palácio". A palavra pode se referir ao santuário celestial ou
terreno.
O templo terreno representava o lugar onde
o escabelo real de Deus tocou a terra, o centro do seu reino em expansão na
terra (1Cr 29.2). Diante dele, todos são intimados a se calarem. Os ais de
julgamento sobre os orgulhosos e pecadores culminaram no silêncio universal de
adoração (vs. 14) na presença gloriosa desse Deus incomparável (SI 46.10; Is
45.22-23).
Hb 2:1 Sobre
a minha torre de vigia me colocarei
e sobre a fortaleza me apresentarei
e vigiarei, para ver o que me dirá,
e o que eu responderei no tocante,
a minha queixa.
Hb 2:2 Então
o Senhor me respondeu , e disse:
Escreve a visão e torna-se bem legível sobre tábuas,
para que a possa ler quem passa correndo.
Hb 2:3 Pois a visão é ainda para o tempo determinado,
e até o fim falará, e não mentirá.
Ainda que se demore, espera-o;
porque certamente virá, não tardará.
Hb 2:4 Eis o soberbo!
A sua alma não é reta nele;
mas o justo pela sua fé viverá.
Hb 2:5 Além disso, o vinho é traidor;
o homem soberbo não permanece.
Ele alarga como o Seol o seu desejo;
como a morte, nunca se pode fartar,
mas ajunta a si todas as nações,
e congrega a si todos os povos.
Hb 2:6 Não levantarão, pois, todos estes contra ele
um provérbio e um dito zombador?
E dirão:
Ai daquele que acumula o que não é seu! (até quando?)
e daquele que se carrega a si mesmo de penhores!
Hb 2:7 Não se levantarão de repente os teus credores?
e não despertarão os que te farão tremer?
Então lhes servirás tu de despojo.
Hb 2:8 Visto como despojaste muitas nações,
os demais povos te despojarão a ti,
por causa do sangue dos homens,
e da violência para com á terra, a cidade,
e todos os que nela habitam.
Hb 2:9 Ai daquele que adquire para a sua casa lucros
criminosos,
para pôr o seu ninho no alto,
a fim de se livrar das garras da calamidade!
Hb 2:10 Vergonha maquinaste para a tua casa;
destruindo tu a muitos povos, pecaste contra a tua
alma.
Hb 2:11 pois a pedra clamará da parede,
e a trave lhe responderá do madeiramento.
Hb 2:l2 Ai daquele que edifica a cidade com sangue,
e que funda a cidade com iniqüidade!
Hb 2:13 Acaso não procede do Senhor dos exércitos
que os povos trabalhem para o fogo
e as nações se cansem em vão?
Hb 2:14 Pois a terra se encherá do conhecimento da
glória do Senhor,
como as águas cobrem o mar.
Hb 2:15 Ai daquele que da de beber ao seu próximo,
adicionando à bebida o seu furor,
e que o embebeda para ver a sua nudez!
Hb 2:16 Serás farto de ignomínia em lugar de honra;
bebe tu também, e sê como um incurcunciso;
o cálice da mão direita do Senhor se chegará a ti,
e ignomínia cairá sobre a tua glória.
Hb 2:17 Pois a violência cometida contra o Líbano te
cobrirá,
e bem assim a destruição das feras te amedrontará
por causa do sangue dos homens,
e da violência para com a terra,
a cidade e todos os que nele habitam.
Hb 2:l8 Que aproveita a imagem esculpida,
tendo-a esculpido o seu artífice?
a imagem de fundição, que ensina a mentira?
Pois o artífice confia na sua própria obra,
quando forma ídolos mudos.
Hb 2:19 Ai daquele que diz ao pau:
Acorda;
e à pedra muda:
Desperta!
Pode isso ensinar?
Eis que está coberto de ouro e de prata,
e dentro dele não há espírito algum.
Hb 2:20 Mas o Senhor está no seu santo templo;
cale-se diante dele toda a terra;
cale-se diante dele toda a terra.
Habacuque recebeu a resposta do Senhor e a
síntese dela é que Deus não estava inerte ou totalmente transcendente não se
importando com suas criaturas, pelo contrário, as nações ímpias receberiam
aquilo que tinham semeado.
Ninguém escapará das consequências de suas
ações. Quanto ao justo, a palavra de ordem dele era para viver pela sua fé no
Senhor, pois a seu tempo, ele também colherá a sua recompensa.
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.