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segunda-feira, 27 de julho de 2015

Zacarias 10 1-12 - O POVO SE CORROMPE POR FALTA DA PALAVRA DE DEUS.

Estamos estudando, com a ajuda preciosa da BEG, o livro de Zacarias cujo pano de fundo histórico é o mesmo de Ageu, sendo que a ênfase de Zacarias não era somente a reconstrução do templo, como vimos em Ageu, mas ele também encorajava o povo quanto à Jerusalém ser o local, num futuro de médio prazo, para o reino de Deus.
Estamos na segunda parte, com o décimo capítulo.
A. O primeiro grupo de profecias (9. 1-11. 17) - continuação.
Até o capítulo 11, estaremos vendo o primeiro grupo de profecias, que tratam da vinda de Deus, o Rei, em julgamento. Ele também foi dividido em quatro seções: 1. Deus vinga-se do seu povo (9.1-8) – já vimos; 2. O rei de Israel chega a Jerusalém (9.9-17) – já vimos; 3. Deus reúne o seu povo (10.1-11.3) – veremos agora; e, 4. O pastor do povo de Deus (11.4-17).
3. Deus reúne o seu povo (10.1-11.3).
Esses versículos retratam Deus como soberano Senhor que em contraste com os ídolos que nada fazem, o Senhor governa, reina, sustenta e mantém todo o universo.
No passado, o povo de Deus havia dependido da idolatria e do ocultismo, mas essas práticas acabaram por levar Israel e Judá ao exílio.
Por causa dessas práticas, o povo parecia com as ovelhas sem pastor que delas cuidasse. Nesse contexto, o termo "pastor" refere-se principalmente à liderança real de Israel e Judá. O povo de Deus caiu na idolatria porque os seus reis falharam em conduzi-lo nos caminhos da justiça.
Como resultado, o exílio eliminou os falhos pastores reais de Israel. A nação não teve uma liderança firme durante os anos de opressão, principalmente durante o exílio, mas tinha a esperança de que o grande Pastor-Rei se levantaria para conduzi-la em justiça (veja Ez 34.23-24).
A teologia determina a vida.
     Os sacerdotes deixaram de ensinar a Palavra
                e o povo se corrompeu.
      Práticas erradas
                são frutos de princípios errados.
     Eles estavam lidando
                de forma errada uns com os outros,
porque estavam lidando
de forma errada com Deus.” (H.D.L.)
O Novo Testamento revela que esse Messias não é outro se não Jesus (Jo 10.11-16; Hb 13.20; 1Pe 5.4).
Assim, foi contra os pastores que se acendeu a ira do Senhor dos Exércitos. O castigo do exílio seria para os líderes (principalmente os líderes reais) de Israel (Veja Ez 34.1-31).
Doravante passaria o Senhor dos Exércitos a tomar cuidado de seu rebanho – vs. 3 e 4. Porque o Senhor dos Exércitos cuida de seu rebanho, o povo de Judá. Ele faria dele o seu brioso corcel na batalha - um cavalo preparado para a batalha, símbolo da força de Judá por causa do poder de Deus (vs. 6), e Dele viriam:
·         A pedra fundamental ou angular.
·         A estaca da tenda.
·         O arco da batalha.
·         Os governantes.
A pedra angular, a estaca da tenda, o arco de guerra e todos os chefes juntos são referências ao grande filho de Davi, o Messias, que estabeleceria o reino de Deus em toda a sua plenitude. Jesus era da tribo de Judá (Hb 7.14) e veio para cumprir a promessa de um Rei que sobrepujaria todos os outros líderes (Gn 49.10; Mq 5.2).
Juntos, o pastor real e as suas ovelhas, seriam como guerreiros imbatíveis, incansáveis e batalhadores que lutariam e derrubariam os cavaleiros porque o Senhor estará com eles, sendo essa a razão do sucesso deles. (vs. 5).
No verso 6, ele se declara que é o SENHOR, o Deus deles que os ouve. Outra forte reafirmação do laço da aliança entre Deus e o seu povo. Deus salvaria o seu povo porque havia se comprometido com eles por meio da aliança (8.8; Jr 33.3).
·         Eu fortalecerei a tribo de Judá.
·         Eu salvarei a casa de José.
·         Eu os restaurarei porque tenho compaixão deles.
·         Eu sou o Senhor, o Deus deles,
·         Eu lhes responderei.
·         Eles serão como se eu nunca os tivesse rejeitado.
 (Zacarias 10:6).
Destarte, Efraim seria como um homem poderoso e alegre como se tivesse alegre por causa do vinho, os seus filhos o veriam e também se alegrariam e seus corações todos juntos se exultariam no Senhor.
Então, o Senhor assobiaria e pronto, ei-los todos juntos. O Senhor já havia resgatado todos eles – vs. 8 – por isso que haveriam de ser tão numerosos como antes, ou maior ainda. O verbo assobiar foi usado por Isaías (Is 5.26) para mostrar que Deus usou o exército assírio na batalha (Dt 30.1-10), mas aqui era para ajuntá-los.
A bênção seria grande e assim haveriam de se multiplicar como antes. Em cumprimento à promessa da aliança que Deus fez a Abraão, em Gn 15.5; 17.6. De fato, Moisés havia prometido que a nação restaurada pós-exílio seria ainda mais numerosa do que antes (Dt 30.5). A igreja de Jesus Cristo, a sua noiva, certamente é uma multidão que hoje é muito maior do que todo o povo de Deus antes do exílio, juntados todos eles.
Ainda que Deus os tivesse espalhado por entre tantos povos de terras distantes, seu povo haveria de se lembrar dele, do Senhor e lá criariam seus filhos, mas voltariam todos.
Deus os faria voltar do Egito, da Assíria. Essas nações representam as muitas áreas para as quais Deus havia dispersado o seu povo durante o exílio.
O Senhor os apanharia e os conduziria como um rebanho que tem pastor para as terras de Gileade e do Líbano e ainda assim, não haveria espaço suficiente para todos. Os que retornassem se estabeleceriam em Gileade e no Líbano. Seriam tão numerosos que não haveria lugar suficiente para eles.
»ZACARIAS [10]
Zc 10:1 Pedi ao Senhor chuva no tempo da chuva serôdia,
sim, ao Senhor, que faz os relâmpagos;
e ele lhes dará chuvas copiosas,
e a cada um erva no campo,
Zc 10:2 Pois os terafins falam vaidade,
e os adivinhos vêem mentira e contam sonhos falsos;
em vão procuram consolar;
por isso seguem o seu caminho como ovelhas;
estão aflitos, porque não há pastor.
Zc 10:3 Contra os pastores se acendeu a minha ira,
e castigarei os bodes;
mas o Senhor dos exércitos visitará o seu rebanho,
a casa de Judá,
e o fará como o seu majestoso cavalo na peleja.
Zc 10:4 De Judá sairá a pedra angular,
dele a estaca da tenda,
dele o arco de guerra,
dele sairão todos os chefes.
Zc 10:5 Eles serão como valentes que na batalha
pisam aos pés os seus inimigos na lama das ruas;
pelejarão, porque o Senhor esta com eles;
e confundirão os que andam montados em cavalos.
Zc 10:6 Fortalecerei a casa de Judá, e salvarei a casa de José;
fá-los-ei voltar, porque me compadeço deles;
e serão como se eu não os tivera rejeitado;
porque eu sou o Senhor seu Deus, e os ouvirei.
Zc 10:7 Então os de Efraim serão como um valente,
e o seu coração se alegrará como pelo vinho;
seus filhos o verão, e se alegrarão;
o seu coração se regozijará no Senhor.
Zc 10:8 Eu lhes assobiarei,
e os ajuntarei, porque os tenho remido;
e multiplicar-se-ão como dantes se multiplicavam.
Zc 10:9 Ainda que os espalhei entre os povos,
eles se lembrarão de mim em terras remotas;
e, com seus filhos, viverão e voltarão.
Zc 10:10 Pois eu os farei voltar da terra do Egito,
e os congregarei da Assíria;
e os trarei à terra de Gileade e do Líbano;
e não se achará lugar bastante para eles.
Zc 10:11 Passarão pelo mar de aflição,
e serão feridas as ondas do mar,
e todas as profundezas do Nilo se secarão;
então será abatida a soberba da Assíria,
e o cetro do Egito se retirará.
Zc 10:12 Eu os fortalecerei no Senhor,
e andarão no seu nome, diz o Senhor.
O profeta Zacarias no verso 11 buscou lembranças do êxodo sob a liderança de Moisés para descrever a reunião dos exilados que passaram pelo mar da aflição.
Quando o povo deixasse as terras estrangeiras, Deus julgaria essas nações, como havia feito quando os israelitas deixaram o Egito em seu primeiro êxodo. Destarte, o orgulho da Assíria e o poder do Egito seriam derrubados.
A promessa de vitória e de sua presença junto ao povo de Deus, os conduzindo como pastor real e verdadeiro, se vê muito forte no verso 12 que diz que ele os fortaleceria e em seu nome marchariam juntos com um só pastor e um só rebanho.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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domingo, 26 de julho de 2015

Dia 21/40 - JUNTOS SE CONGREGARÃO...

Nossa reflexão de hoje sobre a unidade, sobre o estar juntos nos levará novamente ao livro de Oséias
E os filhos de Judá e os filhos de Israel
juntos se congregarão,
e constituirão sobre si uma só cabeça,
e subirão da terra;
pois grande será o dia de Jizreel.  Os 1:-11.
Assim, A partir do verso 10 até o primeiro verso do próximo capítulo, Oséias estará falando da restauração.
Como ocorre muitas vezes nesse livro de Oséias, a palavra negativa de julgamento é equilibrada por uma palavra de esperança. As severas palavras de julgamento, simbolizado nos nomes das três crianças, um dia seriam anuladas.
Por isso que diz no verso dez que o número dos filhos de Israel seria como a incontável areia do mar. Uma alusão à promessa patriarcal de inumeráveis descendentes (Gn 22.17; 32.12; cf. Gn 13.16; 15.5; 17.1; 26.24; 28.14) e no verso 11 que juntos congregariam para buscarem ao Senhor!
Também naquele lugar que se dizia que eles não eram o seu povo, seria dito que eles seriam os filhos do Deus vivo!
Em contraste com o vs. 9, Oséias afirmou que todo o Israel um dia seria novamente o povo da aliança de Deus e que os israelitas seriam herdeiros das bênçãos divinas.
Essa restauração do povo de Deus não foi apenas prometida, mas permaneceu como um ideal pelo qual o povo deveria empenhar-se até que a promessa se cumprisse.
A anulação da sentença teve início em pequena escala quando os remanescentes de Israel se uniram a Judá durante as reformas de Ezequias (2Cr 30.11,18), assim como após o exílio, sob a liderança de Zorobabel (1 Cr 9.3; Ed 8.35). Ambas as restaurações duraram pouco tempo porque o povo voltou aos seus caminhos pecaminosos, infelizmente.
O Novo Testamento ensina que a promessa da restauração foi, é e será cumprida somente em Cristo. A igreja, formada por judeus e gentios, constitui, junto, o povo restaurado (Rm 9.24-26; 1 Pe 2.10; Ap 7.9; 21.3).
Os filhos do Deus vivo agora, em Cristo e com Cristo, se tornaria uma expressão singular que descreveria o relacionamento íntimo (e legítimo) entre o que Deus - o doador da vida - desejou desfrutar com Israel, em oposição ao relacionamento sem vida (e ilegítimo) que Israel tinha com Baal.
Em Is 40.18-20; 41.5-10; 44.9-20; 46.5-11, os ídolos "mortos" foram comparados ao Deus vivo. A expressão repetiu Dt 14.1, mas a ideia de que os crentes são filhos de Deus seria muito mais enfatizada no Novo Testamento (cf. Mt 5.9; Rm 8.14,19; GI 3.26; Hb 2.11; 12.7).
Para finalizar o capítulo primeiro, a menção desse desejo de união entre Judá e Israel os quais se congregariam e se constituiriam sobre si em uma só cabeça que subiria da terra fazendo grande o dia de Jezreel. Uma profecia dessas sobre a completa reconciliação entre os dois reinos e o Senhor somente seria possível – e será - sob o governo de Cristo, o filho de Davi (Mt 1.23; 2.6,15).

O profeta Oséias jogou com o significado de Jezreel ("Deus semeia/planta" ou "semeou/plantou"), o nome do seu primeiro filho, para transformá-lo numa imagem positiva.
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Zacarias 9 1:1-17 - OS PRESOS DA ESPERANÇA E A RESTITUIÇÃO EM DOBRO.

Reflexões em Zacarias
Estamos estudando, com a ajuda preciosa da BEG, o livro de Zacarias cujo pano de fundo histórico é o mesmo de Ageu, sendo que a ênfase de Zacarias não era somente a reconstrução do templo, como vimos em Ageu, mas ele também encorajava o povo quanto à Jerusalém ser o local, num futuro de médio prazo, para o reino de Deus. Estamos começando a segunda parte com o nono capítulo.
II. AS PROFECIAS COM APLICAÇÃO NO FUTURO (9.1-14.20).
Zacarias trouxe várias profecias que falaram de um futuro mais distante da comunidade restaurada. Um grupo de profecias revelou que Deus traria bênçãos para Jerusalém por meio da linhagem real de Davi. Um Segundo grupo revelou o complexo processo pelo qual Deus manteria as promessas feitas apesar das contínuas falhas do povo.
Veremos doravante até o término deste livro as profecias com aplicações no futuro.
Essa segunda metade do livro contém profecias não datadas que se encaixam melhor numa época logo após a reconstrução do templo. O profeta voltou a sua atenção para o futuro do reino de Deus em duas grandes seções (9.1-11.17; 12.1-14.20). Elas gerarão a nossa divisão proposta, conforme a BEG: A. O primeiro grupo de profecias (9.1-11.17) – começaremos a ver agora - e B. O segundo grupo de profecias (12.1-14.21).
A. O primeiro grupo de profecias (9. 1-11. 17).
Até o capítulo 11, estaremos vendo o primeiro grupo de profecias, que tratam da vinda de Deus, o Rei, em julgamento. Ele também foi dividido em quatro seções: 1. Deus vinga-se do seu povo (9.1-8) – veremos agora; 2. O rei de Israel chega a Jerusalém (9.9-17) – veremos agora; 3. Deus reúne o seu povo (10.1-11.3); e, 4. O pastor do povo de Deus (11.4-17).
1. Deus vinga-se do seu povo (9.1-8).
Esses versículos retratam a Deus como um guerreiro vingador que tomaria posse de sua terra ao destruir todos os inimigos em seu caminho.
Conforme a BEG, ele viria do norte de Jerusalém, um acontecimento que levaria ao chamado para a celebração no vs. 9 (cf. vs. 14-17, onde Deus é retratado como vindo do sul de Jerusalém). Como também ocorre em outros profetas, Deus é visto vingando o seu povo por meio do avanço de um exército gentio (veja Is 45.1-3; Mq 1.2-7). Após o Império Medo-Persa, Alexandre, o Grande, veio do norte e conquistou Canaã, em 333 a.C.
Essa expressão exata “A sentença pronunciada pelo SENHOR” que inicia o capítulo 9, aparece apenas mais duas vezes no Antigo Testamento (12.1; Ml 1.1).
A sentença ou advertência seria contra Hadraque, cidade mais ao norte, citada nos vs. 1-8, e chamada de Hatarikka nas inscrições cuneiformes assírias, mas cairia sobre Damasco, capital de Arã, cidade vizinha mais ao norte de Israel.
Isso porque os olhos do SENHOR estão sobre toda a humanidade e, em especial, sobre todas as tribos de Israel – vs. 1. A campanha militar de Alexandre seria tão espetacular que toda a humanidade, principalmente o povo de Deus, tomaria conhecimento desse rei poderoso quando ele fosse instrumento da justiça divina.
Também estaria sobre Hamate, no rio Orontes, ao norte de Damasco, e ainda mais sobre Tiro e Sidom. Essas cidades da costa mediterrânea da antiga Fenícia foram centros comerciais durante todo o período bíblico.
A descrição de seus moradores como pessoas "cuja sabedoria é grande" pode estar ligada às suas habilidades comerciais. O julgamento sobre essas cidades é um tema comum no Antigo Testamento (Jr 47.1-7; Ez 28.1-23).
Com seu comércio e habilidades de seu povo em negociar, Tiro tinha construído para si uma verdadeira fortaleza e tinha acumulado prata como pó e o ouro como a lama das ruas, ou seja, estava abastada, rica e poderosa, mas o Senhor haveria de se apossar dela e ainda lançar no mar todas as suas riquezas, sendo ela mesma consumida pelo fogo de seu juízo – vs. 3 e 4.
As suas vizinhas ao ver isso, Asquelom, Gaza e Ecrom entrariam em agonia, ficariam com medo e perderiam toda a esperança.
Essas fortes cidades da Filístia não conseguiriam resistir ao julgamento de Deus contra elas. Muitas vezes, no Antigo Testamento, elas são destinadas para o julgamento (Veja Is 14.28-32; E7 25.15-17; Am 1.6-8). O fato seria que um povo bastardo ocuparia Asdode e assim Deus acabaria com o orgulho dos filisteus – vs. 6.
Assim, o Senhor haveria de literalmente tirar o sangue das suas bocas, e a comida proibida de entre os seus dentes, ou seja, haveria de ter misericórdia a fim de gerar a salvação entre eles, de forma que o que restasse iria pertencer ao Senhor Deus e se tornaria chefe em Judá, e Ecrom seria como os jebuseus. Alguns dos habitantes de Canaã, que não seriam destruídos pela ira do julgamento divino, seriam incorporados ao povo de Deus e se tornariam seus servos, como Araúna, o jebuseu, havia se tornado parte de Judá, gerações antes (2Sm 24.16-24; 1Cr 21.18.26).
Deus anunciou que defenderia a sua cidade nesses dias. Alexandre o Grande, não destruiu Jerusalém ou o templo construído por Zorobabel e Josué (veja 1.1-. 8.23).
Em várias ocasiões, os profetas anunciaram que a restauração acontecesse plenamente Deus não permitiria que nações gentias destruíssem ou controlassem a terra de Israel (14.11; Jl 2.19.26-27; Am 9.15; Sf 3.11,15).
Aqui, Zacarias falou do período da campanha de Alexandre (333 a.C.), mas os gregos e os romanos continuaram a oprimir o povo de Deus durante séculos, após a campanha desse grande conquistador.
Daniel profetizou que um quarto reino (Roma) oprimiria Judá (Dn 2.24-45) como parte de uma extensão do exílio por causa da contínua rebelião da comunidade restaurada contra Deus (Dn 9).
Continua a BEG a esclarecer que Zacarias apresentou a genuína oferta de Deus de que essa extensão do exílio seria reduzida e que a restauração do Messias aconteceria após a ocupação grega.
É verdade que a guerra dos Macabeus (166-142 a.C.) resultou na independência de Israel, mas essa autonomia foi manchada pela iniquidade tanto dos líderes como do povo.
Em 63 a.C., Roma dominou a região. Assim, a restauração nunca aconteceu em grande escala. A promessa de que o povo de Deus "não passará mais" pela derrota somente será plenamente cumprida Cristo retomar em glória.
2. O rei de Israel chega a Jerusalém (9.9-17).
Esses versículos de 9 ao 17 contemplam a chegada do Messias vitorioso a Jerusalém, a fim de garantir a promessa feita no vs. 9. Novamente, a oferta feita deveria acontecer em resposta à opressão grega (vs. 13).
Apesar da vitória de Israel durante o período dos Macabeus, a pecaminosidade flagrante e continua de Israel adiou essa vitória messiânica final até o quarto reino anunciado por Daniel (Roma).
Ainda assim, a profecia de Zacarias deu ao público original a esperança de que o Messias viria para destruir todos os inimigos e assegurar a restauração de Jerusalém.
O profeta anuncia um momento de grande alegria e grande regozijo para a cidade ou filha de Sião - título bastante comum para a cidade santa e o povo de Deus (Is 62.11; Sf 3.14; Is 1.8) – que deveria exultar-se. O povo de Deus se regozijaria porque o Senhor finalmente havia chegado a Jerusalém.
O rei soberano, o teu rei, o supremo e real descendente de Davi que fora prometido por repetidas vezes (2Sm 7.12-14; SI 132.1,10-11; Is 9.7; 11.1-5; Jr 23.5-6; 33.15-22; Ez 34.23-24; 37.24-28), o Justo e vitorioso, humilde, viria montado num jumento, um jumentinho, cria de jumenta.
Seu caráter e comportamento não seriam como os de outros reis do mundo. Ele defenderia a lei de Deus como os reis do Antigo Testamento deveriam ter feito (Dt 17.14-20). Sua bondade o tomaria aberto e acessível (Mt 11.29; Fp 2.5).
Ele viria montado em jumento, cria de jumenta, em vez de montar num grande cavalo como um guerreiro (cf. Ap 19.11), o grande Rei faria a sua aparição em Jerusalém montado num jumentinho (Mc 11.1-7).
Os jumentos estavam entre as montarias preferidas pela realeza (I Re 1.33) durante os períodos de paz.
Conforme os comentários da BEG, as mulas e os jumentos eram animais de montaria da realeza (vs. 9; Jz 10.4; 2 Sm 13.29; 18.9). No caso da situação de I Re 1.33, Davi estava declarando, com aquele ato, publicamente, que Salomão era o seu herdeiro escolhido. Ao montar num jumento, o Rei indicava a sua completa vitória e o fim da guerra (veja o vs. 10).
Os instrumentos de guerra – carros, cavalos de guerra, arcos de batalha - seriam abolidos no reino de paz do Rei justo (Is 2.1-5; 11.6-9; Mq 5.1) e a paz seria proclamada às nações. O grande Rei de Israel derrotaria todos os inimigos de Deus e, assim, introduziria a paz universal (Is 2.1-5; 9.5-7; 57.19; Mq 4.1-5; Ef 2.12-18).
Também o seu domínio se estenderia às extremidades da terra. O governo soberano e universal de Deus era fundamental à fé no Antigo Testamento (SI 22.27-28; 72.8; 96.4-6; Is 45.22: 52.10; 66.18; Dn 2.44-47; 7.13-14,27).
Porém, o objetivo da história bíblica – esclarece a BEG - é que o reino de Deus seja conhecido na terra como no céu (nesse ponto a BEG recomenda a leitura de seu excelente artigo teológico "O reino de Deus", em Mt 4) onde poderemos constatar que Cristo – o centro da história, da Bíblia e da nossa vida - é aquele que trará o domínio universal do Pai à terra (Mt 12.28; Fp 2.9-11; Ap 19.11-21).
Sião é lembrada do sangue da aliança de Deus, uma referência à graciosa provisão de Deus para cobrir o pecado. No Antigo Testamento, era usado o sangue de animais (Ex 24.8); no Novo Testamento, essa primeira provisão é substituída pelo sangue do Messias (Mt 26.28). Por causa dessa graça de seu sangue remidor os prisioneiros seriam libertos da cova que não tinha água para matar a sede.
Então vem o apelo e o clamor para se voltar à fortaleza aqueles que estavam presos, os prisioneiros da esperança. Seria dito àqueles que permaneceram fora da Terra Prometida que deveriam voltar para seus lares, na Terra Prometida, pois que Deus estaria restituindo a eles tudo em dobro.
Desde os dias de Moisés, o plano de Deus era abençoar seu povo, depois de trazê-lo do exílio, de maneira que excederia as bênçãos oferecidas aos seus antepassados (Dt 30.5). É nessa base que o Novo Testamento compreende as grandes bênçãos de Deus para os crentes que estão sob a nova aliança.
Nos versos 13 e 14 se vê Deus, o Senhor soberano da história, movendo seu povo numa linguagem figurada como se os seus filhos fossem flechas que acertassem o alvo inimigo trazendo grandes vitórias ao povo de Deus.
 O Deus de Israel é agora retratado corno vindo da região sul do deserto, montado em redemoinhos (veja 25m 22.8-18; SI 18.7-15; Dn 7.13). A palavra hebraica traduzida por "Sul" também pode ser o nome próprio "Temã" (Hc 3.3). A resposta divina contra seus inimigos é aqui retratada em termos da antiga lembrança de Deus dirigindo-se para a batalha em favor de Canaã nos dias de Moisés (Veja Ex 15.14-18).
»ZACARIAS [9]
Zc 9:1 A palavra do Senhor está contra a terra de Hadraque,
e repousará sobre Damasco,
pois ao Senhor pertencem as cidades de Arã,
e todas as tribos de Israel.
Zc 9:2 E também Hamate que confina com ela,
e Tiro e Sidom, ainda que sejam mui sábias.
Zc 9:3 Ora Tiro edificou para si fortalezas,
e amontoou prata como o pó, e ouro como a lama das ruas.
Zc 9:4 Eis que o Senhor a despojará,
e ferirá o seu poder no mar;
e ela será consumida pelo fogo.
Zc 9:5 Asquelom o verá, e temerá;
também Gaza, e terá grande dor;
igualmente Ecrom, porque a sua esperança
será iludida;
e de Gaza perecerá o rei,
e Asquelom não será habitada.
Zc 9:6 Povo mestiço habitará em Asdode;
e exterminarei a soberba dos filisteus.
Zc 9:7 E da sua boca tirarei o sangue,
e dentre os seus dentes as abominações;
e ele também ficará como um resto
para o nosso Deus;
e será como chefe em Judá,
e Ecrom como um jebuseu.
Zc 9:8 Ao redor da minha casa acamparei contra o exército,
para que ninguém passe, nem volte;
e não passará mais por eles o opressor;
pois agora vi com os meus olhos.
Zc 9:9 Alegra-te muito, ó filha de Sião;
exulta, ó filha de Jerusalém;
eis que vem a ti o teu rei;
ele é justo e traz a salvação;
ele é humilde e vem montado sobre um jumento,
sobre um jumentinho, filho de jumenta.
Zc 9:10 De Efraim exterminarei os carros,
e de Jerusalém os cavalos,
e o arco de guerra será destruído,
e ele anunciará paz às nações;
e o seu domínio se estenderá de mar a mar,
e desde o Rio até as extremidades da terra.
Zc 9:11 Ainda quanto a ti, por causa do sangue do teu pacto,
libertei os teus presos da cova em que não havia água.
Zc 9:12 Voltai à fortaleza,
ó presos de esperança;
também hoje anuncio que te recompensarei em dobro.
Zc 9:13 Pois curvei Judá por meu arco,
pus-lhe Efraim por seta;
suscitarei a teus filhos,
ó Sião, contra os teus filhos,
ó Grécia; e te farei a ti,
ó Sião, como a espada de um valente.
Zc 9:14 Por cima deles será visto o Senhor;
e a sua flecha sairá como o relâmpago;
e o Senhor Deus fará soar a trombeta,
e irá com redemoinhos do sul.
Zc 9:15 O Senhor dos exércitos os protegerá;
e eles devorarão, e pisarão os fundibulários;
também beberão o sangue deles como ao vinho;
e encher-se-ão como bacias de sacrifício,
como os cantos do altar.
Zc 9:16 E o Senhor seu Deus naquele dia os salvará,
como o rebanho do seu povo;
porque eles serão como as pedras de uma coroa,
elevadas sobre a terra dele.
Zc 9:17 Pois quão grande é a sua bondade,
e quão grande é a sua formosura!
o trigo fará florescer os mancebos
e o mosto as donzelas.
Esse versículo 15 - “O SENHOR dos Exércitos os protegerá” - prevê a proteção de Deus sobre o seu povo enquanto marcha contra os seus próprios inimigos, derrotando-os completamente. O povo de Deus ficaria exuberante devido à santa alegria.
Seu povo descansaria em segurança, como ovelhas sob o seu cuidado (13.7; Ez 34.1-24; 37.24), pois que seriam eles como pedras de uma coroa, ou seja, o povo se tornaria glorioso como resultado da presença de Deus (2Co 3.18).
A abundância natural – belos, formosos, abastados com o trigo e alegres com o vinho - que ocorrerá depois que o Messias estabelecer plenamente o seu reino cumpre a esperança da renovação da criação (veja Is 65.17; Ap 21.1).
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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sábado, 25 de julho de 2015

Dia 20/40 - LOBO E CORDEIRO, LEÃO E BOI, JUNTOS...

Nossa reflexão de hoje sobre a unidade, sobre o estar juntos nos levará novamente ao livro de Isaías.
Is 65:24 E acontecerá que, antes de clamarem eles, eu responderei;
e estando eles ainda falando, eu os ouvirei.
Is 65:25 O lobo e o cordeiro juntos se apascentarão,
o leão comerá palha como o boi;
e pó será a comida da serpente.
Não farão mal nem dano algum
em todo o meu santo monte, diz o Senhor. Is 65.24, 25.
Do verso 17 ao 25 deste capítulo, veremos os novos céus e a nova terra! É Deus quem cria todas as coisas, inclusive novos céus e nova terra. O novo ato de Deus é experimentado agora em suas bênçãos. (42:9; 43:18-19; 48:6; 60:19-22; II Pe 3:13; Ap 21:1).
Das coisas passadas, das adversidades e desgraças, jamais haverá novamente memória delas. Isso não significa um apagão geral com perda de identidade e do senso de pertencimento ao mundo, a Deus e ao tempo.
Deus colocou no coração dos homens a eternidade, mas estamos presos, momentaneamente, no tempo e no espaço, assim, mesmo sabendo de que um dia morreremos, sabemos de alguma forma que seremos ressuscitados por ele, para vivermos eternamente com ele. É muita glória que apenas sentimos seu frescor de bem longe, mas é só por uns instantes...
Os santos, os eleitos, os remanescentes, os que o buscam, devem celebrar agora a vinda da salvação (66:10) e se alegrarem perpetuamente, pois que ele cria para Jerusalém motivos de exultação e para o povo, motivos de grande gozo – vs. 18. Isaías faz alusão à linguagem de Gn 1:1 para atrair a atenção para a renovação radical do mundo que acontecerá quanto à restauração do seu povo for completada (Rm 8:18-25).
Deus exultará em Jerusalém e se alegrará no seu povo e doravante nunca mais se ouvirá voz de choro, nem de clamor – vs. 19; Ap 21:4.
O fato de não haver mais ali nem crianças, nem velhos, trata-se apenas de declarações poéticas que expressam a vida sem fim que chegará ao clímax da restauração após o exílio. Elas prometem uma vida significativa e abençoada para todos, em contraste com a doença e a morte prematura que resultaram da maldição de Deus (Dt 28:20-22).
Por isso que edificarão casas e as habitarão e plantarão vinhas e comerão dos seus frutos, o que hodiernamente nem sempre é uma garantia. Nem todos os que constroem, nem os que plantam são os que desfrutam, por causa do pecado, da presença do mal e da morte no mundo, decorrentes das maldições de Deus.
Como é triste edificar para outros habitarem e plantar para outros desfrutarem. Isso terá um fim uma vez que os dias de cada um de nós será como o das árvores e os seus escolhidos poderão gozar por longo tempo das obras de suas mãos – vs. 22.
Não trabalharão debalde, nem terão filhos para a calamidade, pois que serão a descendência bendita do Senhor. O oposto do julgamento de Deus sobre a existência humana (Gn 3:16-18). Tanto eles quanto seus descendentes serão abençoados pelo Senhor (cf. 61:9). .
Assim, antes de clamarem e ainda estando eles falando, o Senhor já estaria vindo com a resposta e com a providência. Uma figura que significa que não haverá tempo para tristeza entre a oração e o louvor (30:19; 58:9). Hoje sofremos e padecemos em oração, muitas vezes sem entender porque o socorro tardou ou porque o Senhor não respondeu ou porque ainda fez outra coisa que não esperávamos. 

Nesse tempo, haverá paz na criação, paz para a comunidade redimida (11:6-9).  O lobo e o cordeiro juntos se apascentarão, o leão comerá palha como o boi, isto é, haverá respeito, unidade e diversidade, mas o pó será a comida da serpente, uma alusão a Gn 3:14. A maldição de Satanás será finalmente consumada. Nem mal nem dano algum se fará em todo santo monte. Significa ausência de toda desgraça e injúria para todo o sempre!
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