sábado, 27 de dezembro de 2014
sábado, dezembro 27, 2014
Jamais Desista
Isaías 30:1-33 - ISAÍAS ADVERTE EZEQUIAS E O POVO DE DEUS A CONFIAR NO SENHOR E NÃO NO EGITO.
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1
– 39:8.
C. A invasão de Senaqueribe – 28:1 a 39:8.
a. Os oráculos do profeta relacionados a Ezequias (28:1 – 35:10).
Também havíamos
dito que estamos primeiramente vendo nesses capítulos os oráculos acerca dessa
invasão promovida por Senaqueribe que oportunizou ao profeta muita coisa a
dizer, especialmente importantes para Judá e o rei Ezequias.
2. O problema do Egito (30:1 – 32:20), com
dois ais 30.1; 31.1.
Ezequias não se
lembrou do Senhor, mas buscou nos egípcios ajuda contra as forças assírias. Tal
como Acaz, antes dele (cap. 7), ele confiou mais nas outras nações do que no
Senhor. Isaías condenou essas ações de Ezequias.
Dividiremos essa
parte “2” em nove seções que tratarão desses dois temas interessantes, em forma
de contraste em relação à confiança no Egito e à confiança no Senhor.
Nossa tendência natural
é confiar mais no que é visível e palpável do que no Deus invisível; mais nas
finanças e no poder econômico do que nas provisões do Senhor; mais nos médicos,
drogas e remédios, do que no poder de cura do Senhor. Vamos lá às nove partes:
(1) Isaías adverte
quanto a confiar no Egito (30:1-7); (2) Isaías acusa Judá de não confiar em
Deus (30.8-14); (3) Isaías chama ao arrependimento (30.15-18); (4) Isaías proclama
que apenas o Senhor poderia trazer bênção e alegria 30:19-26); (5) Isaías enfatiza
que a Assíria seria destruída (30:27-33); (6) Isaías pronuncia um ai contra
aqueles que confiaram no Egito (31.1-3); (7) Isaías demonstra que a intervenção
de Deus é a única esperança de Judá (31:4-9); (8) Isaías declara que tudo ficaria
bem quando Deus colocasse governantes justos para substituir aqueles que haviam
fracassado na liderança nos dias de Ezequias (32:1-8); e (9) Isaías chama o
povo a que abandone a falsa confiança e espere no Espirito de Deus (32.9-20).
(1) Isaías adverte quanto a confiar no Egito
(30:1-7).
Quem era o Egito
para dar a Israel suporte nas desventuras que poderia estar por passar? Confiar
no Egito era confiar em algo que não poderia oferecer apoio nem libertação do
poder assírio, mas era palpável e podia ser visto e conferido.
Temos aqui o
quarto ai contra os filhos rebeldes anunciando uma terrível sentença provinda
do Senhor contra eles.
Como os planos de
Ezequias não provinham do Espírito de Deus, a dependência de outras nações, ao
formar alianças com elas, demonstrava mais ainda falhas em confiar em Deus. Os habitantes
de Judá não apenas haviam se afastado da lei de Deus como também acrescentaram
a esse pecado, a recusa de depender de Deus para justamente acrescentarem
pecado sobre pecado – vs 1.
Não é à toa que
para nos aprofundarmos no pecado precisamos antes de tudo colocar máscaras ou
nos disfarçarmos diante do sol da justiça que nos incomoda. Ninguém comete
pecado sem primeiro usar de desculpas para se esconder da face do Deus vivo!
Em 701 a.C., ao
descer ao Egito buscando refúgio é que Judá contou com as tropas egípcias
contra Senaqueribe. Somente depois dos repetidos apelos de Isaías é que
Ezequias voltou-se para Deus (20:5; II Re 8:21).
O povo não havia
aprendido ainda que somente Deus seria capaz de conceder ao seu povo a proteção
contra o perigo vs 3; 4:6; 16:3; 25:4-5; 32:2; 49:2; 51:16; Sl 17:8; 36:7; 91:1;
121:5) e a libertação daqueles que confiassem nele (vs. 5; 42:17; 54:4; 61:7).
A força de Faraó
que tanto confiavam os filhos rebeldes se tornaria para eles em vergonha e a
confiança nessa sombra do Egito em confusão. Os seus príncipes já estavam em
Zoá, no delta (19.11-12) e os seus embaixadores em Hanes, 80 km ao sul do Cairo.
Era em vão que
eles carregavam os despojos de Juda pelo difícil deserto do Neguebe – cenário
onde foram realizados muitos acordos entre Judá e o Egito - até o Egito (vs,
7-11). A gabarola que nada faz – vs 6 - era uma alusão a um antigo mito do
Oriente Próximo que detalhava a vitória dos deuses sobre o caos (51:9; Jó 9:13;
26:12.; Sl 87:4; 89:9-10).
O Senhor foi
vitorioso e o Egito frustraria as expectativas de Judá,
(2) Isaías acusa Judá de não confiar em Deus
(30.8-14).
Dos versos de 8
ao 14, Isaías acusa os habitantes de Judá de rejeitarem a profecia durante esse
tempo e que, em consequência, haveriam de sofrer muito por isso.
Esses oráculos
relativos à insensatez de depender do Egito deveriam ser registrados por
escrito como testemunho, pois eles serviriam como um lembrete às gerações
futuras. Eles estariam rejeitando a sabedoria piedosa que fora transmitida por
meio de Isaías (Pv 2.1).
Embora a pregação
de muitos profetas ia ao encontro das expectativas do povo (9:15; 28:7; 29:10;
44:25; I Re 22:8; Jr 6:14; 14:13-16; 20:9-10; 28:8-9; Ez 13; Os 9:7-9; Am 2:12;
7:12,16; Mq 2:6-11; 3:5,11), Isaías falava sob inspiração do Espírito e debaixo
da obrigação de uma visão divina, trazendo palavras de julgamento.
Também hoje há
muitos pregadores e pastores que pregam justamente o que as ovelhas gostam e
não do que necessitam elas, conforme entende o pastor “amigo” ou amante de si
mesmo.
Estudar história
é ver que o homem continua o mesmo desde a sua origem e que portanto os erros e
acertos históricos continuam os mesmos e até se repetem, obviamente com a nova
máscara do futuro.
Uma vez que esses
homens se recusaram a ouvir os profetas de Deus, eles terminariam ouvindo o
próprio Deus em julgamento, por meio da palavra da pregação de Isaías – vs 8-9.
Era a palavra de Deus pregada por Isaías. Eles rejeitavam a palavra da pregação
e confiavam na opressão e na perversidade, no pragmatismo da liderança de
Jerusalém que, com frequência, fazia uso de meios perversos que resultavam em
opressão.
Sua teimosa
resistência ao Senhor e a dependência do Egito precipitariam sua queda
repentina – vs 14 – ou seja, como a brecha de um muro alto ou como se quebra o
vaso do oleiro, isto é, uma ilustração da destruição que poderia ser repentina
e total, respectivamente.
(3) Isaías chama ao arrependimento
(30.15-18).
Isaías faz um chamado
ao arrependimento, dos vs 15 ao 18, onde Judá é chamada a arrepender-se de sua
falta de confiança em Deus.
Voltando e
descansando no Senhor é que eles seriam salvos e não indo atrás do Egito. Somente
o Senhor daria ao novo aquilo que ele procurava no Egito. O Senhor é a força de
seu Povo e ele será vitorioso.
Ezequias e Judá estavam
dependendo de força militar e de estratagemas, em vez de confiarem no Senhor
(31:1,3; Sl 37:17). Assim, no verso 17 há uma inversão dessa força do Senhor - Dt
32:30 - da promessa de Deus de dar ao seu povo a vitória (Lv 26:7-8; Is 23:10).
Eles fugiriam em número de 1000 contra um apenas deles e de cinco deles, então,
toda um exército.
O permanente
desejo de Deus era que Judá se arrependesse de modo que Deus pudesse continuar
a mostrar graça e compaixão, no entanto a escolha deles era pela rejeição ao
Senhor.
Em sua justiça,
Deus não deixaria o pecado impune para sempre. Ao enviar Cristo para ser a
propiciação pelos nossos pecados, a justiça de Deus ficaria para sempre
satisfeita (Rm 3:21-26).
Isaías garante
aos habitantes de Jerusalém que eles receberiam a restauração de bênçãos e muita
alegria caso se arrependessem e clamassem a Deus com fé.
O povo habitará
em Sião, em Jerusalém e não mais chorará, pois o Senhor se compadecerá deles
quando clamarem e invocarem. Ao contrários dos rebeldes, eles andariam no
caminho do Senhor (vs. 11).
Em resposta às
suas orações, Deus enviaria chuva refrescante que renderia alimento em
abundância (vs. 20; Dt 28:11-12) e até os animais de trabalho também
desfrutariam da bondade de Deus.
É do Senhor que
vem todas as coisas, embora às vezes achamos que nossa ciência é que nos
produziu o bem que recebemos. Se Deus não age e retém a sua benção, em vão
trabalham na lavoura os que semeiam. O Senhor é que te dará chuva sobre a tua
semente, com que semeares a terra, como também pão da novidade da terra; e esta
será fértil e cheia. Até o seu gado pastará em largos pastos 30: 25 dia da
grande matança.
No verso 25, no dia
da grande matança, ou no dia do Senhor (cf: 2:11; 27:7; 34:2,6; 12:3; 19:6; 46:10;
Ez 26:15; Sf 1:7-8) onde se abaterá as torres altas que representam o orgulho
humano (2.12-17), haverá em todo monte alto e em todo outeiro elevado, ribeiros
e correntes de água as quais são as abundantes bênçãos de Deus que cairiam
sobre seus filhos – Jl 3:18; Am 9:13.
Até a luz da
manhã será sete vezes maior. A luz da lua será como a luz do sol e a luz do sol
sete vezes mais. Isso no dia em que o Senhor ligar a quebradura do seu povo e
curar a chada da sua ferida. Embora merecesse, Deus jamais abandonou o seu
povo, pois Deus está com o seu povo (42:16; 60:19; 61:1; Ap 21:22-23).
(5)
Isaías enfatiza que a Assíria seria destruída (30:27-33).
Dos versos de 27
a 33, Isaías falará do fim certo da Assíria. Essa seção falará da certeza de
que a desolação da Assíria foi provocada pelo poder de Deus, e não pelo Egito.
Nesse sentido, o
nome de Deus é a sua poderosa e iminente presença no mundo. E a sua chegada
está prevista com todo poder e muita indignação, sendo os seus lábios cheios de
indignação, e a sua língua é como um fogo consumidor, sua respiração como o
ribeiro transbordante, sua chega até ao pescoço, para peneirar as nações com
peneira de destruição, e um freio de fazer errar nas queixadas dos povos. – vs
27,28.
A profecia não
deixa claro quando ou exatamente como isso aconteceria, mas era certo que a
Assíria não sobreviveria à ira de Deus, pois o SENHOR fará ouvir a sua voz
majestosa e fará ver o abaixamento do seu braço, com indignação de ira, e labareda
de fogo consumidor, raios e dilúvio e pedras de saraiva. Porque com a voz do
SENHOR será desfeita em pedaços a Assíria, que feriu com a vara – vs 30, 31.
Is 30:1 Ai dos filhos rebeldes, diz o
SENHOR,
que
tomam conselho, mas não de mim;
e
que se cobrem, com uma cobertura,
mas
não do meu espírito, para acrescentarem
pecado
sobre pecado;
Is
30:2 Que descem ao Egito, sem pedirem o meu conselho;
para
se fortificarem com a força de Faraó,
e
para confiarem na sombra do Egito.
Is
30:3 Porque a força de Faraó se vos tornará em vergonha,
e
a confiança na sombra do Egito em confusão.
Is
30:4 Porque os seus príncipes já estão em Zoã,
e
os seus embaixadores já chegaram a Hanes.
Is
30:5 Todos se envergonharão de um povo que de nada lhes servirá
nem
de ajuda, nem de proveito, porém de vergonha,
e
de opróbrio.
Is 30:6 Peso dos animais do sul.
Para
a terra de aflição e de angústia (de onde vêm a leoa e o leão,
a
víbora, e a serpente ardente, voadora) levarão às costas
de
jumentinhos as suas riquezas, e sobre as corcovas
de
camelos os seus tesouros, a um povo que de nada
lhes
aproveitará.
Is
30:7 Porque o Egito os ajudará em vão,
e
para nenhum fim; por isso clamei acerca disto:
No
estarem quietos será a sua força.
Is
30:8 Vai, pois, agora, escreve isto numa tábua perante eles
e
registra-o num livro; para que fique até ao último dia,
para
sempre e perpetuamente.
Is
30:9 Porque este é um povo rebelde, filhos mentirosos,
filhos
que não querem ouvir a lei do SENHOR.
Is
30:10 Que dizem aos videntes:
Não
vejais;
e
aos profetas:
Não
profetizeis para nós o que é reto;
dizei-nos
coisas aprazíveis, e vede para nós enganos.
Is
30:11 Desviai-vos do caminho, apartai-vos da vereda;
fazei
que o Santo de Israel cesse de estar perante nós.
Is
30:12 Por isso, assim diz o Santo de Israel:
porquanto
rejeitais esta palavra,
e
confiais na opressão e perversidade,
e
sobre isso vos estribais,
Is
30:13 Por isso esta maldade vos será como a brecha
de
um alto muro que, formando uma barriga,
está
prestes a cair e cuja quebra virá subitamente.
Is
30:14 E ele o quebrará como se quebra o vaso do oleiro
e,
quebrando-o, não se compadecerá;
de
modo que não se achará entre os seus pedaços
um
caco para tomar fogo do lar, ou tirar água da poça.
Is
30:15 Porque assim diz o Senhor DEUS, o Santo de Israel:
Voltando
e descansando sereis salvos;
no
sossego e na confiança estaria a vossa força,
mas
não quisestes.
Is
30:16 Mas dizeis:
Não;
antes sobre cavalos fugiremos; portanto fugireis;
e,
sobre cavalos ligeiros cavalgaremos;
por
isso os vossos perseguidores também serão ligeiros.
Is
30:17 Mil homens fugirão ao grito de um,
e
ao grito de cinco todos vós fugireis, até que sejais deixados
como
o mastro no cume do monte, e como
a
bandeira no outeiro.
Is
30:18 Por isso, o SENHOR esperará, para ter misericórdia de vós;
e
por isso se levantará, para se compadecer de vós,
porque
o SENHOR é um Deus de eqüidade;
bem-aventurados
todos os que nele esperam.
Is
30:19 Porque o povo habitará em Sião, em Jerusalém;
não
chorarás mais; certamente se compadecerá de ti,
à
voz do teu clamor e, ouvindo-a, te responderá.
Is
30:20 Bem vos dará o Senhor pão de angústia
e
água de aperto, mas os teus mestres nunca mais
fugirão
de ti, como voando com asas;
antes
os teus olhos verão a todos os teus mestres.
Is
30:21 E os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está
por
detrás de ti, dizendo:
Este
é o caminho, andai nele, sem vos desviardes
nem
para a direita nem para a esquerda.
Is
30:22 E terás por contaminadas as coberturas de tuas
esculturas
de prata, e o revestimento das tuas esculturas
fundidas
de ouro; e as lançarás fora como um pano
imundo,
e dirás a cada uma delas:
Fora
daqui.
Is
30:23 Então te dará chuva sobre a tua semente,
com
que semeares a terra, como também pão da novidade
da
terra; e esta será fértil e cheia;
naquele
dia o teu gado pastará em largos pastos.
Is
30:24 E os bois e os jumentinhos, que lavram a terra,
comerão
grão puro, que for padejado com a pá,
e
cirandado com a ciranda.
Is
30:25 E em todo o monte alto, e em todo o outeiro levantado,
haverá
ribeiros e correntes de águas,
no
dia da grande matança, quando caírem as torres.
Is
30:26 E a luz da lua será como a luz do sol,
e
a luz do sol sete vezes maior, como a luz de sete dias,
no
dia em que o SENHOR ligar a quebradura do seu
povo,
e curar a chaga da sua ferida.
Is
30:27 Eis que o nome do SENHOR vem de longe,
ardendo
a sua ira, sendo pesada a sua carga;
os
seus lábios estão cheios de indignação,
e
a sua língua é como um fogo consumidor.
Is
30:28 E a sua respiração como o ribeiro transbordante,
que
chega até ao pescoço, para peneirar as nações
com
peneira de destruição, e um freio de fazer errar
nas
queixadas dos povos.
Is
30:29 Um cântico haverá entre vós,
como
na noite em que se celebra uma festa santa;
e
alegria de coração, como a daquele que vai com
flauta,
para entrar no monte do SENHOR,
à
Rocha de Israel.
Is
30:30 E o SENHOR fará ouvir a sua voz majestosa
e
fará ver o abaixamento do seu braço,
com
indignação de ira, e labareda de fogo
consumidor,
raios e dilúvio e pedras de saraiva.
Is
30:31 Porque com a voz do SENHOR
será
desfeita em pedaços a Assíria, que feriu com a vara.
Is
30:32 E a cada pancada do bordão do juízo que o SENHOR lhe der,
haverá
tamboris e harpas; e com combates de agitação
combaterá
contra eles.
Is
30:33 Porque Tofete já há muito está preparada;
sim,
está preparada para o rei; ele a fez profunda e larga;
a
sua pira é de fogo, e tem muita lenha;
o
assopro do SENHOR como torrente de enxofre a acenderá.
Ela, Tofete – vs
33 - era uma cova larga e profunda no lado sul de Jerusalém que continha uma
fogueira abrasadora na qual crianças eram queimadas como oferta ao deus Moloque
(57:4; II Re 23:10; Jr 7:31-32; 19:6,11-14), estaria preparada há muito tempo,
preparada para o rei e seria o assopro do Senhor que como torrente de enxofre a
estaria acendendo. Deus determinou quando o julgamento teria início e a sua extensão.
...
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
sexta-feira, dezembro 26, 2014
Jamais Desista
Isaías 29:1-24 - CULTOS NOS RITOS E FORMAS CERTAS NÃO SÃO SUFICIENTES.
Estamos no capítulo 29/66, na terceira
parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como temos dito, a época corresponde
ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se encontra detalhada em II Re 15:1 a
20:21, envolvendo os públicos de Israel e Judá. Veja nosso mapinha de nossas
reflexões:
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1
– 39:8.
C. A invasão de Senaqueribe – 28:1 a 39:8.
a. Os oráculos do profeta relacionados a Ezequias (28:1 – 35:10).
Como havíamos
dito, estamos primeiramente vendo nesses capítulos os oráculos acerca dessa
invasão promovida por Senaqueribe que oportunizou ao profeta muita coisa a
dizer, especialmente importantes para Judá e o rei Ezequias.
Neste capítulo, teremos aqui dois ais. O
primeiro ai é contra Jerusalém que estaria enfrentando sérias ameaças da
Assíria. O juízo não aconteceria nos dias de Ezequias, mas posteriormente, com
os babilônios.
Ariel ou lareira de Deus é uma referência a
Jerusalém que também pode significar "leão de Deus" (Gn 49:9) ou
"centro do altar" (vs. 2; Ez 43:15). O fato é que o Senhor profanaria
Jerusalém, o lugar de seu altar, principalmente pela falta de arrependimento do
seu povo que de ano a ano estavam promovendo festas e mais festas numa repetitiva
e cansativa observância de rituais vazios. O Senhor não é contra as festas e a
alegria dos povos, mas associar coisas santas com profanas, em total
desrespeito às coisas de Deus, é insuportável.
Agora vem a pergunta principal o que é
santo e o que é profano? Para mim, todas as coisas são santas ao Senhor e tudo
deve ser recebido com ações de graça nos corações. O que é profano então? É
quando atribuímos algo a Deus ou dedicamos a ele, mas sem reverência alguma ou
por pura formalidade vazia.
No verso 3 ele fala de cercar, de sitiar e
de levantar trincheiras numa referência clara ao cerco de Jerusalém promovido
pela Assíria em 701 a.C.
Em consequência, vs 4, será ela abatida e lançada
por terra se referindo à experiência de humilhação e de julgamento – vs 5 -
("pó miúdo" (5:24; Dt 28:24; Ez 26:10 – “palha” 17:13; Jó 21:18; Sl 1:4;
Os 13:3; Sf 2:21). Tudo isso acontecendo num momento repentino – vs 5 -, demonstrando
o poder de Deus na justiça punitiva (10:16; 37:36-38).
Muitas vezes, esse tipo de linguagem com
visitas de trovões, terremotos, grande ruído com tufão, tempestade e labareda
de fogo – vs 7 -, descreve Deus quando ele vem em juízo ou em guerra santa (Ex
19:16-19; Jz 5:4-5; Sl 18:7-15; Hc 3:3-7).
A descrição continua no vs 8 com figuras
terríveis, pelo menos em sonhos. Quando acordamos, vemos que estávamos sonhando
e aí nos vem o grande alívio. Também assim desejamos que aconteça conosco, que
despertemos de um sonho, mas a realidade dura e cruel não nos permite o
despertar.
O julgamento assírio contra Jerusalém
chegaria de maneira repentina e inesperada, pois os corações incautos estavam
incapazes de discernir os tempos e as estações (6:10; Ex 7:13; Rm 1:24; 11:8; I
Co 2:14).
A mensagem do profeta foi ocultada dos
rebeldes de Jerusalém e de Judá (cf. Ap 5.1). Apesar de as ter recebido, não
sabiam ler. Embora seja possível que os habitantes de Judá fossem incapazes ou
analfabetos, o mais provável é que os corações se tornaram endurecidos demais
para poderem compreenderem as profecias e os avisos divinos.
Isto porque o povo de Judá e de Jerusalém apesar
de possuir os adornos da fé verdadeira (no templo e em seus cultos),
faltava-lhes o essencial, pois Deus queria o coração deles, não o simples
formalismo (Mt: 15:8-9; Mc 7:6; I Co 1:19; Cl 2:.22).
O que adianta o formalismo dos cultos e os
ritos certos quando o coração está entregue a essas coisas e distante de Deus?
A impressão que dava era a de aproximação de Deus, mas a prática era um
distanciamento cada vez maior. Em vez de relacionamentos com Deus, uma
enganação de consciência, como se Deus pudesse ser manipulado e comprado com
práticas “santas”. Naturalmente, Deus haveria de confundir a sabedoria do povo
e frustrar os seus planos (cf. 29:15-24; 30:1-7; 31:1-3).
É muito importante estar certo e fazer as
coisas certas, mas o que adianta estar certo quando o coração está podre e
distante do Senhor?
No vs 15, temos aqui um terceiro ai geral e
um segundo ai contra Jerusalém. Em oposição aos planos, obras e pensamentos de
Deus (Sl 10:11; 64:5-6) e, em vez de se submeterem à Deus, eles tentavam
manipulá-lo – vs 15 e 16 - para se tornarem o seu deus, segundo os seus
corações. De modo inteiramente insensato, eles acreditavam que poderiam
criticar o que o Senhor dissera, como se fossem superiores dele.
No entanto,
haveria uma esperança para o futuro – vs 17 a 24. A despeito das dificuldades
que sobrevieram a Samaria e que ameaçavam Jerusalém, o Senhor um dia interviria
para restaurar a sua benção sobre o seu povo, os renovando no pós-exílio e em
Cristo Jesus ao escolher e preparar um povo para ser somente seu, com o qual os
relacionamentos seriam aprimorados e completos.
Conhecido por
suas grandes florestas, o Líbano – vs 17 – é uma boa representação da Assíria,
que seria reduzida a um mero campo fértil pelo julgamento divino.
Quando Deus
interviesse, destruindo os opressores e os tiranos deste mundo (13:11; 25:3-5;
29:5; 49:25; Sl 37:35; 86:14; Ez 28:7; 30:11; 32:12), Israel estaria sendo
restaurada como uma nação.
No entanto,
apenas o remanescente israelita haveria de ouvir a palavra de Deus. Até os
cegos, uma referência aos israelitas que, antes, haviam formalmente vagueado e
falhado em discernir os caminhos de Deus (35:5; 42:7,16,18-19; 43:8; 56:10; 59:10;
Lm 4:14) haveriam de novamente ver. Essa profecia de restauração do exílio é
cumprida totalmente somente em Jesus Cristo (61:1).
Is 29:1 Ai de Ariel,
Ariel,
a cidade onde Davi acampou!
Acrescentai
ano a ano, e sucedam-se as festas.
Is
29:2 Contudo porei a Ariel em aperto, e haverá pranto e tristeza;
e
ela será para mim como Ariel.
Is
29:3 Porque te cercarei com o meu arraial,
e
te sitiarei com baluartes, e levantarei trincheiras contra ti.
Is
29:4 Então serás abatida, falarás de debaixo da terra,
e
a tua fala desde o pó sairá fraca, e será a tua voz debaixo
da
terra, como a de um que tem espírito familiar,
e
a tua fala assobiará desde o pó.
Is
29:5 E a multidão dos teus inimigos será como o pó miúdo,
e
a multidão dos tiranos como a pragana que passa,
e
num momento repentino isso acontecerá.
Is
29:6 Do SENHOR dos Exércitos serás visitada com trovões,
e
com terremotos, e grande ruído com tufão de vento,
e
tempestade, e labareda de fogo consumidor.
Is
29:7 E como o sonho e uma visão de noite será a multidão
de
todas as nações que hão de pelejar contra Ariel,
como
também todos os que pelejarem contra ela
e
contra a sua fortaleza, e a puserem em aperto.
Is
29:8 Será também como o faminto que sonha, que está a comer,
porém,
acordando, sente-se vazio;
ou
como o sedento que sonha que está a beber,
porém,
acordando, eis que ainda desfalecido se acha,
e
a sua alma com sede; assim será toda a multidão
das
nações, que pelejarem contra o monte Sião.
Is
29:9 Tardai, e maravilhai-vos, folgai, e clamai;
bêbados
estão, mas não de vinho, andam titubeando,
mas
não de bebida forte.
Is
29:10 Porque o SENHOR derramou sobre vós um espírito
de
profundo sono, e fechou os vossos olhos,
vendou
os profetas, e os vossos principais videntes.
Is
29:11 Por isso toda a visão vos é como as palavras
de
um livro selado que se dá ao que sabe ler, dizendo:
Lê
isto, peço-te; e ele dirá: Não posso,
porque
está selado. Is 29:12
Ou
dá-se o livro ao que não sabe ler, dizendo:
Lê
isto, peço-te; e ele dirá: Não sei ler.
Is
29:13 Porque o Senhor disse:
Pois
que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca,
e
com os seus lábios me honra, mas o seu coração
se
afasta para longe de mim e o seu temor
para
comigo consiste só em mandamentos
de
homens, em que foi instruído;
Is
29:14 Portanto eis que continuarei a fazer uma obra maravilhosa
no
meio deste povo, uma obra maravilhosa e um assombro;
porque
a sabedoria dos seus sábios perecerá,
e
o entendimento dos seus prudentes se esconderá.
Is
29:15 Ai dos que querem esconder profundamente
o
seu propósito do SENHOR, e fazem as suas obras
às
escuras, e dizem:
Quem
nos vê? E quem nos conhece?
Is
29:16 Vós tudo perverteis, como se o oleiro fosse igual ao barro,
e
a obra dissesse do seu artífice:
Não
me fez;
e
o vaso formado dissesse do seu oleiro:
Nada
sabe.
Is
29:17 Porventura não se converterá o Líbano, num breve momento,
em
campo fértil? E o campo fértil não se reputará
por
um bosque?
Is
29:18 E naquele dia os surdos ouvirão as palavras do livro,
e
dentre a escuridão e dentre as trevas
os
olhos dos cegos as verão.
Is
29:19 E os mansos terão gozo sobre gozo no SENHOR;
e
os necessitados entre os homens se alegrarão
no
Santo de Israel.
Is
29:20 Porque o tirano é reduzido a nada,
e
se consome o escarnecedor, e todos os que se dão
à
iniquidade são desarraigados;
Is
29:21 Os que fazem culpado ao homem por uma palavra,
e
armam laços ao que repreende na porta,
e
os que sem motivo põem de parte o justo.
Is
29:22 Portanto assim diz o SENHOR, que remiu a Abraão,
acerca
da casa de Jacó: Jacó não será agora envergonhado,
nem
agora se descorará a sua face.
Is
29:23 Mas quando ele vir seus filhos, obra das minhas mãos
no
meio dele, santificarão o meu nome;
sim,
santificarão ao Santo de Jacó,
e
temerão ao Deus de Israel.
Is
29:24 E os errados de espírito virão a ter entendimento,
e
os murmuradores aprenderão doutrina.
No verso 22,
quando ele diz “portanto”, ele começa a conclusão de 28:1 – 29:21. Portanto,
assim diz o Senhor que remiu a Abraão, o patriarca que foi liberto de suas
origens pagãs (Gn 12:1; Is 24:14; At 7:2-4) acerca de Jacó: Jacó não será mais
envergonhada e os seus filhos, obra das mãos do Senhor, santificarão o nome do
Santo de Jacó e temerão o Deus de Israel.
Ou seja, grandes
privilégios e responsabilidades se estendem aos filhos daqueles que estão
ligados a Deus pela sua aliança ( 45:11; 49:20-22; 54:1-13; 65:23; 66:7; At 2:38;
I Co 7:14). Os errados de espírito então desejarão conhecer e praticar a vontade
de Deus, como em 2:2-5; 32:4.
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