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sábado, 27 de dezembro de 2014

Isaías 30:1-33 - ISAÍAS ADVERTE EZEQUIAS E O POVO DE DEUS A CONFIAR NO SENHOR E NÃO NO EGITO.

Estamos no capítulo 30/66, na terceira parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como temos dito, a época corresponde ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se encontra detalhada em II Re 15:1 a 20:21, envolvendo os públicos de Israel e Judá. Veja nosso mapinha de nossas reflexões:
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1 – 39:8.
C. A invasão de Senaqueribe – 28:1 a 39:8.
a. Os oráculos do profeta relacionados a Ezequias (28:1 – 35:10).
Também havíamos dito que estamos primeiramente vendo nesses capítulos os oráculos acerca dessa invasão promovida por Senaqueribe que oportunizou ao profeta muita coisa a dizer, especialmente importantes para Judá e o rei Ezequias.
2. O problema do Egito (30:1 – 32:20), com dois ais 30.1; 31.1.
Ezequias não se lembrou do Senhor, mas buscou nos egípcios ajuda contra as forças assírias. Tal como Acaz, antes dele (cap. 7), ele confiou mais nas outras nações do que no Senhor. Isaías condenou essas ações de Ezequias.
Dividiremos essa parte “2” em nove seções que tratarão desses dois temas interessantes, em forma de contraste em relação à confiança no Egito e à confiança no Senhor.
Nossa tendência natural é confiar mais no que é visível e palpável do que no Deus invisível; mais nas finanças e no poder econômico do que nas provisões do Senhor; mais nos médicos, drogas e remédios, do que no poder de cura do Senhor. Vamos lá às nove partes:  
(1) Isaías adverte quanto a confiar no Egito (30:1-7); (2) Isaías acusa Judá de não confiar em Deus (30.8-14); (3) Isaías chama ao arrependimento (30.15-18); (4) Isaías proclama que apenas o Senhor poderia trazer bênção e alegria 30:19-26); (5) Isaías enfatiza que a Assíria seria destruída (30:27-33); (6) Isaías pronuncia um ai contra aqueles que confiaram no Egito (31.1-3); (7) Isaías demonstra que a intervenção de Deus é a única esperança de Judá (31:4-9); (8) Isaías declara que tudo ficaria bem quando Deus colocasse governantes justos para substituir aqueles que haviam fracassado na liderança nos dias de Ezequias (32:1-8); e (9) Isaías chama o povo a que abandone a falsa confiança e espere no Espirito de Deus (32.9-20).
(1) Isaías adverte quanto a confiar no Egito (30:1-7).
Quem era o Egito para dar a Israel suporte nas desventuras que poderia estar por passar? Confiar no Egito era confiar em algo que não poderia oferecer apoio nem libertação do poder assírio, mas era palpável e podia ser visto e conferido.
Temos aqui o quarto ai contra os filhos rebeldes anunciando uma terrível sentença provinda do Senhor contra eles.
Como os planos de Ezequias não provinham do Espírito de Deus, a dependência de outras nações, ao formar alianças com elas, demonstrava mais ainda falhas em confiar em Deus. Os habitantes de Judá não apenas haviam se afastado da lei de Deus como também acrescentaram a esse pecado, a recusa de depender de Deus para justamente acrescentarem pecado sobre pecado – vs 1.
Não é à toa que para nos aprofundarmos no pecado precisamos antes de tudo colocar máscaras ou nos disfarçarmos diante do sol da justiça que nos incomoda. Ninguém comete pecado sem primeiro usar de desculpas para se esconder da face do Deus vivo!
Em 701 a.C., ao descer ao Egito buscando refúgio é que Judá contou com as tropas egípcias contra Senaqueribe. Somente depois dos repetidos apelos de Isaías é que Ezequias voltou-se para Deus (20:5; II Re 8:21).
O povo não havia aprendido ainda que somente Deus seria capaz de conceder ao seu povo a proteção contra o perigo vs 3; 4:6; 16:3; 25:4-5; 32:2; 49:2; 51:16; Sl 17:8; 36:7; 91:1; 121:5) e a libertação daqueles que confiassem nele (vs. 5; 42:17; 54:4; 61:7).
A força de Faraó que tanto confiavam os filhos rebeldes se tornaria para eles em vergonha e a confiança nessa sombra do Egito em confusão. Os seus príncipes já estavam em Zoá, no delta (19.11-12) e os seus embaixadores em Hanes, 80 km ao sul do Cairo.
Era em vão que eles carregavam os despojos de Juda pelo difícil deserto do Neguebe – cenário onde foram realizados muitos acordos entre Judá e o Egito - até o Egito (vs, 7-11). A gabarola que nada faz – vs 6 - era uma alusão a um antigo mito do Oriente Próximo que detalhava a vitória dos deuses sobre o caos (51:9; Jó 9:13; 26:12.; Sl 87:4; 89:9-10).
O Senhor foi vitorioso e o Egito frustraria as expectativas de Judá,
(2) Isaías acusa Judá de não confiar em Deus (30.8-14).
Dos versos de 8 ao 14, Isaías acusa os habitantes de Judá de rejeitarem a profecia durante esse tempo e que, em consequência, haveriam de sofrer muito por isso.
Esses oráculos relativos à insensatez de depender do Egito deveriam ser registrados por escrito como testemunho, pois eles serviriam como um lembrete às gerações futuras. Eles estariam rejeitando a sabedoria piedosa que fora transmitida por meio de Isaías (Pv 2.1).
Embora a pregação de muitos profetas ia ao encontro das expectativas do povo (9:15; 28:7; 29:10; 44:25; I Re 22:8; Jr 6:14; 14:13-16; 20:9-10; 28:8-9; Ez 13; Os 9:7-9; Am 2:12; 7:12,16; Mq 2:6-11; 3:5,11), Isaías falava sob inspiração do Espírito e debaixo da obrigação de uma visão divina, trazendo palavras de julgamento.
Também hoje há muitos pregadores e pastores que pregam justamente o que as ovelhas gostam e não do que necessitam elas, conforme entende o pastor “amigo” ou amante de si mesmo.
Estudar história é ver que o homem continua o mesmo desde a sua origem e que portanto os erros e acertos históricos continuam os mesmos e até se repetem, obviamente com a nova máscara do futuro.
Uma vez que esses homens se recusaram a ouvir os profetas de Deus, eles terminariam ouvindo o próprio Deus em julgamento, por meio da palavra da pregação de Isaías – vs 8-9. Era a palavra de Deus pregada por Isaías. Eles rejeitavam a palavra da pregação e confiavam na opressão e na perversidade, no pragmatismo da liderança de Jerusalém que, com frequência, fazia uso de meios perversos que resultavam em opressão.
Sua teimosa resistência ao Senhor e a dependência do Egito precipitariam sua queda repentina – vs 14 – ou seja, como a brecha de um muro alto ou como se quebra o vaso do oleiro, isto é, uma ilustração da destruição que poderia ser repentina e total, respectivamente.
(3) Isaías chama ao arrependimento (30.15-18).
Isaías faz um chamado ao arrependimento, dos vs 15 ao 18, onde Judá é chamada a arrepender-se de sua falta de confiança em Deus.
Voltando e descansando no Senhor é que eles seriam salvos e não indo atrás do Egito. Somente o Senhor daria ao novo aquilo que ele procurava no Egito. O Senhor é a força de seu Povo e ele será vitorioso.
Ezequias e Judá estavam dependendo de força militar e de estratagemas, em vez de confiarem no Senhor (31:1,3; Sl 37:17). Assim, no verso 17 há uma inversão dessa força do Senhor - Dt 32:30 - da promessa de Deus de dar ao seu povo a vitória (Lv 26:7-8; Is 23:10). Eles fugiriam em número de 1000 contra um apenas deles e de cinco deles, então, toda um exército.
O permanente desejo de Deus era que Judá se arrependesse de modo que Deus pudesse continuar a mostrar graça e compaixão, no entanto a escolha deles era pela rejeição ao Senhor.
Em sua justiça, Deus não deixaria o pecado impune para sempre. Ao enviar Cristo para ser a propiciação pelos nossos pecados, a justiça de Deus ficaria para sempre satisfeita (Rm 3:21-26).
(4) Isaías proclama que apenas o Senhor poderia trazer bênção e alegria 30:19-26).
Isaías garante aos habitantes de Jerusalém que eles receberiam a restauração de bênçãos e muita alegria caso se arrependessem e clamassem a Deus com fé.
O povo habitará em Sião, em Jerusalém e não mais chorará, pois o Senhor se compadecerá deles quando clamarem e invocarem. Ao contrários dos rebeldes, eles andariam no caminho do Senhor (vs. 11).
Em resposta às suas orações, Deus enviaria chuva refrescante que renderia alimento em abundância (vs. 20; Dt 28:11-12) e até os animais de trabalho também desfrutariam da bondade de Deus.
É do Senhor que vem todas as coisas, embora às vezes achamos que nossa ciência é que nos produziu o bem que recebemos. Se Deus não age e retém a sua benção, em vão trabalham na lavoura os que semeiam. O Senhor é que te dará chuva sobre a tua semente, com que semeares a terra, como também pão da novidade da terra; e esta será fértil e cheia. Até o seu gado pastará em largos pastos 30: 25 dia da grande matança.
No verso 25, no dia da grande matança, ou no dia do Senhor (cf: 2:11; 27:7; 34:2,6; 12:3; 19:6; 46:10; Ez 26:15; Sf 1:7-8) onde se abaterá as torres altas que representam o orgulho humano (2.12-17), haverá em todo monte alto e em todo outeiro elevado, ribeiros e correntes de água as quais são as abundantes bênçãos de Deus que cairiam sobre seus filhos – Jl 3:18; Am 9:13.
Até a luz da manhã será sete vezes maior. A luz da lua será como a luz do sol e a luz do sol sete vezes mais. Isso no dia em que o Senhor ligar a quebradura do seu povo e curar a chada da sua ferida. Embora merecesse, Deus jamais abandonou o seu povo, pois Deus está com o seu povo (42:16; 60:19; 61:1; Ap 21:22-23).
 (5) Isaías enfatiza que a Assíria seria destruída (30:27-33).
Dos versos de 27 a 33, Isaías falará do fim certo da Assíria. Essa seção falará da certeza de que a desolação da Assíria foi provocada pelo poder de Deus, e não pelo Egito.
Nesse sentido, o nome de Deus é a sua poderosa e iminente presença no mundo. E a sua chegada está prevista com todo poder e muita indignação, sendo os seus lábios cheios de indignação, e a sua língua é como um fogo consumidor, sua respiração como o ribeiro transbordante, sua chega até ao pescoço, para peneirar as nações com peneira de destruição, e um freio de fazer errar nas queixadas dos povos. – vs 27,28.
A profecia não deixa claro quando ou exatamente como isso aconteceria, mas era certo que a Assíria não sobreviveria à ira de Deus, pois o SENHOR fará ouvir a sua voz majestosa e fará ver o abaixamento do seu braço, com indignação de ira, e labareda de fogo consumidor, raios e dilúvio e pedras de saraiva. Porque com a voz do SENHOR será desfeita em pedaços a Assíria, que feriu com a vara – vs 30, 31.
Is 30:1 Ai dos filhos rebeldes, diz o SENHOR,
                que tomam conselho, mas não de mim;
                               e que se cobrem, com uma cobertura,
                                               mas não do meu espírito, para acrescentarem
                                                               pecado sobre pecado;
                Is 30:2 Que descem ao Egito, sem pedirem o meu conselho;
                               para se fortificarem com a força de Faraó,
                                               e para confiarem na sombra do Egito.
                Is 30:3 Porque a força de Faraó se vos tornará em vergonha,
                               e a confiança na sombra do Egito em confusão.
                Is 30:4 Porque os seus príncipes já estão em Zoã,
                               e os seus embaixadores já chegaram a Hanes.
                Is 30:5 Todos se envergonharão de um povo que de nada lhes servirá
                               nem de ajuda, nem de proveito, porém de vergonha,
                                               e de opróbrio.
Is 30:6 Peso dos animais do sul.
                Para a terra de aflição e de angústia (de onde vêm a leoa e o leão,
                               a víbora, e a serpente ardente, voadora) levarão às costas
                                               de jumentinhos as suas riquezas, e sobre as corcovas
                                               de camelos os seus tesouros, a um povo que de nada
                                                               lhes aproveitará.
                Is 30:7 Porque o Egito os ajudará em vão,
                               e para nenhum fim; por isso clamei acerca disto:
                                               No estarem quietos será a sua força.
                Is 30:8 Vai, pois, agora, escreve isto numa tábua perante eles
                               e registra-o num livro; para que fique até ao último dia,
                                               para sempre e perpetuamente.
                Is 30:9 Porque este é um povo rebelde, filhos mentirosos,
                               filhos que não querem ouvir a lei do SENHOR.
                Is 30:10 Que dizem aos videntes:
                               Não vejais;
                e aos profetas:
                               Não profetizeis para nós o que é reto;
                                               dizei-nos coisas aprazíveis, e vede para nós enganos.
                Is 30:11 Desviai-vos do caminho, apartai-vos da vereda;
                               fazei que o Santo de Israel cesse de estar perante nós.
                Is 30:12 Por isso, assim diz o Santo de Israel:
                               porquanto rejeitais esta palavra,
                                               e confiais na opressão e perversidade,
                                                               e sobre isso vos estribais,
                Is 30:13 Por isso esta maldade vos será como a brecha
                               de um alto muro que, formando uma barriga,
                                               está prestes a cair e cuja quebra virá subitamente.
                Is 30:14 E ele o quebrará como se quebra o vaso do oleiro
                               e, quebrando-o, não se compadecerá;
                                               de modo que não se achará entre os seus pedaços
                               um caco para tomar fogo do lar, ou tirar água da poça.
                Is 30:15 Porque assim diz o Senhor DEUS, o Santo de Israel:
                               Voltando e descansando sereis salvos;
                                               no sossego e na confiança estaria a vossa força,
                                                               mas não quisestes.
                Is 30:16 Mas dizeis:
                               Não; antes sobre cavalos fugiremos; portanto fugireis;
                                               e, sobre cavalos ligeiros cavalgaremos;
                               por isso os vossos perseguidores também serão ligeiros.
                Is 30:17 Mil homens fugirão ao grito de um,
                               e ao grito de cinco todos vós fugireis, até que sejais deixados
                                               como o mastro no cume do monte, e como
                                                               a bandeira no outeiro.
                Is 30:18 Por isso, o SENHOR esperará, para ter misericórdia de vós;
                               e por isso se levantará, para se compadecer de vós,
                                               porque o SENHOR é um Deus de eqüidade;
                                               bem-aventurados todos os que nele esperam.
                Is 30:19 Porque o povo habitará em Sião, em Jerusalém;
                               não chorarás mais; certamente se compadecerá de ti,
                                               à voz do teu clamor e, ouvindo-a, te responderá.
                Is 30:20 Bem vos dará o Senhor pão de angústia
                               e água de aperto, mas os teus mestres nunca mais
                                               fugirão de ti, como voando com asas;
                                               antes os teus olhos verão a todos os teus mestres.
                Is 30:21 E os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está
                               por detrás de ti, dizendo:
                                               Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes
                                                               nem para a direita nem para a esquerda.
                Is 30:22 E terás por contaminadas as coberturas de tuas
                               esculturas de prata, e o revestimento das tuas esculturas
                                               fundidas de ouro; e as lançarás fora como um pano
                                                               imundo, e dirás a cada uma delas:
                                                                              Fora daqui.
                Is 30:23 Então te dará chuva sobre a tua semente,
                               com que semeares a terra, como também pão da novidade
                                               da terra; e esta será fértil e cheia;
                               naquele dia o teu gado pastará em largos pastos.
                Is 30:24 E os bois e os jumentinhos, que lavram a terra,
                               comerão grão puro, que for padejado com a pá,
                                               e cirandado com a ciranda.
                Is 30:25 E em todo o monte alto, e em todo o outeiro levantado,
                               haverá ribeiros e correntes de águas,
                                               no dia da grande matança, quando caírem as torres.
                Is 30:26 E a luz da lua será como a luz do sol,
                               e a luz do sol sete vezes maior, como a luz de sete dias,
                                               no dia em que o SENHOR ligar a quebradura do seu
                                                               povo, e curar a chaga da sua ferida.
                Is 30:27 Eis que o nome do SENHOR vem de longe,
                               ardendo a sua ira, sendo pesada a sua carga;
                                               os seus lábios estão cheios de indignação,
                               e a sua língua é como um fogo consumidor.
                Is 30:28 E a sua respiração como o ribeiro transbordante,
                               que chega até ao pescoço, para peneirar as nações
                                               com peneira de destruição, e um freio de fazer errar
                                                               nas queixadas dos povos.
                Is 30:29 Um cântico haverá entre vós,
                               como na noite em que se celebra uma festa santa;
                                               e alegria de coração, como a daquele que vai com
                                                               flauta, para entrar no monte do SENHOR,
                                                                              à Rocha de Israel.
                Is 30:30 E o SENHOR fará ouvir a sua voz majestosa
                               e fará ver o abaixamento do seu braço,
                                               com indignação de ira, e labareda de fogo
                                               consumidor, raios e dilúvio e pedras de saraiva.
                Is 30:31 Porque com a voz do SENHOR
                               será desfeita em pedaços a Assíria, que feriu com a vara.
                Is 30:32 E a cada pancada do bordão do juízo que o SENHOR lhe der,
                               haverá tamboris e harpas; e com combates de agitação
                                               combaterá contra eles.
                Is 30:33 Porque Tofete já há muito está preparada;
                               sim, está preparada para o rei; ele a fez profunda e larga;
                                               a sua pira é de fogo, e tem muita lenha;
                               o assopro do SENHOR como torrente de enxofre a acenderá.
Ela, Tofete – vs 33 - era uma cova larga e profunda no lado sul de Jerusalém que continha uma fogueira abrasadora na qual crianças eram queimadas como oferta ao deus Moloque (57:4; II Re 23:10; Jr 7:31-32; 19:6,11-14), estaria preparada há muito tempo, preparada para o rei e seria o assopro do Senhor que como torrente de enxofre a estaria acendendo. Deus determinou quando o julgamento teria início e  a sua extensão.  
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Isaías 29:1-24 - CULTOS NOS RITOS E FORMAS CERTAS NÃO SÃO SUFICIENTES.

Estamos no capítulo 29/66, na terceira parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como temos dito, a época corresponde ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se encontra detalhada em II Re 15:1 a 20:21, envolvendo os públicos de Israel e Judá. Veja nosso mapinha de nossas reflexões:
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1 – 39:8.
C. A invasão de Senaqueribe – 28:1 a 39:8.
a. Os oráculos do profeta relacionados a Ezequias (28:1 – 35:10).
Como havíamos dito, estamos primeiramente vendo nesses capítulos os oráculos acerca dessa invasão promovida por Senaqueribe que oportunizou ao profeta muita coisa a dizer, especialmente importantes para Judá e o rei Ezequias.
Neste capítulo, teremos aqui dois ais. O primeiro ai é contra Jerusalém que estaria enfrentando sérias ameaças da Assíria. O juízo não aconteceria nos dias de Ezequias, mas posteriormente, com os babilônios.
Ariel ou lareira de Deus é uma referência a Jerusalém que também pode significar "leão de Deus" (Gn 49:9) ou "centro do altar" (vs. 2; Ez 43:15). O fato é que o Senhor profanaria Jerusalém, o lugar de seu altar, principalmente pela falta de arrependimento do seu povo que de ano a ano estavam promovendo festas e mais festas numa repetitiva e cansativa observância de rituais vazios. O Senhor não é contra as festas e a alegria dos povos, mas associar coisas santas com profanas, em total desrespeito às coisas de Deus, é insuportável.
Agora vem a pergunta principal o que é santo e o que é profano? Para mim, todas as coisas são santas ao Senhor e tudo deve ser recebido com ações de graça nos corações. O que é profano então? É quando atribuímos algo a Deus ou dedicamos a ele, mas sem reverência alguma ou por pura formalidade vazia.
No verso 3 ele fala de cercar, de sitiar e de levantar trincheiras numa referência clara ao cerco de Jerusalém promovido pela Assíria em 701 a.C.  
Em consequência, vs 4, será ela abatida e lançada por terra se referindo à experiência de humilhação e de julgamento – vs 5 - ("pó miúdo" (5:24; Dt 28:24; Ez 26:10 – “palha” 17:13; Jó 21:18; Sl 1:4; Os 13:3; Sf 2:21). Tudo isso acontecendo num momento repentino – vs 5 -, demonstrando o poder de Deus na justiça punitiva (10:16; 37:36-38).
Muitas vezes, esse tipo de linguagem com visitas de trovões, terremotos, grande ruído com tufão, tempestade e labareda de fogo – vs 7 -, descreve Deus quando ele vem em juízo ou em guerra santa (Ex 19:16-19; Jz 5:4-5; Sl 18:7-15; Hc 3:3-7).
A descrição continua no vs 8 com figuras terríveis, pelo menos em sonhos. Quando acordamos, vemos que estávamos sonhando e aí nos vem o grande alívio. Também assim desejamos que aconteça conosco, que despertemos de um sonho, mas a realidade dura e cruel não nos permite o despertar.
O julgamento assírio contra Jerusalém chegaria de maneira repentina e inesperada, pois os corações incautos estavam incapazes de discernir os tempos e as estações (6:10; Ex 7:13; Rm 1:24; 11:8; I Co 2:14).
A mensagem do profeta foi ocultada dos rebeldes de Jerusalém e de Judá (cf. Ap 5.1). Apesar de as ter recebido, não sabiam ler. Embora seja possível que os habitantes de Judá fossem incapazes ou analfabetos, o mais provável é que os corações se tornaram endurecidos demais para poderem compreenderem as profecias e os avisos divinos.
Isto porque o povo de Judá e de Jerusalém apesar de possuir os adornos da fé verdadeira (no templo e em seus cultos), faltava-lhes o essencial, pois Deus queria o coração deles, não o simples formalismo (Mt: 15:8-9; Mc 7:6; I Co 1:19; Cl 2:.22).
O que adianta o formalismo dos cultos e os ritos certos quando o coração está entregue a essas coisas e distante de Deus? A impressão que dava era a de aproximação de Deus, mas a prática era um distanciamento cada vez maior. Em vez de relacionamentos com Deus, uma enganação de consciência, como se Deus pudesse ser manipulado e comprado com práticas “santas”. Naturalmente, Deus haveria de confundir a sabedoria do povo e frustrar os seus planos (cf. 29:15-24; 30:1-7; 31:1-3).
É muito importante estar certo e fazer as coisas certas, mas o que adianta estar certo quando o coração está podre e distante do Senhor?
No vs 15, temos aqui um terceiro ai geral e um segundo ai contra Jerusalém. Em oposição aos planos, obras e pensamentos de Deus (Sl 10:11; 64:5-6) e, em vez de se submeterem à Deus, eles tentavam manipulá-lo – vs 15 e 16 - para se tornarem o seu deus, segundo os seus corações. De modo inteiramente insensato, eles acreditavam que poderiam criticar o que o Senhor dissera, como se fossem superiores dele.
No entanto, haveria uma esperança para o futuro – vs 17 a 24. A despeito das dificuldades que sobrevieram a Samaria e que ameaçavam Jerusalém, o Senhor um dia interviria para restaurar a sua benção sobre o seu povo, os renovando no pós-exílio e em Cristo Jesus ao escolher e preparar um povo para ser somente seu, com o qual os relacionamentos seriam aprimorados e completos.
Conhecido por suas grandes florestas, o Líbano – vs 17 – é uma boa representação da Assíria, que seria reduzida a um mero campo fértil pelo julgamento divino.
Naquele dia, vs 18, os surdos ouvirão, os cegos verão, os mansos terão gozo no Senhor, os necessitados se alegrarão, isto porque o tirano será desarraigado da face da terra.
Quando Deus interviesse, destruindo os opressores e os tiranos deste mundo (13:11; 25:3-5; 29:5; 49:25; Sl 37:35; 86:14; Ez 28:7; 30:11; 32:12), Israel estaria sendo restaurada como uma nação.
No entanto, apenas o remanescente israelita haveria de ouvir a palavra de Deus. Até os cegos, uma referência aos israelitas que, antes, haviam formalmente vagueado e falhado em discernir os caminhos de Deus (35:5; 42:7,16,18-19; 43:8; 56:10; 59:10; Lm 4:14) haveriam de novamente ver. Essa profecia de restauração do exílio é cumprida totalmente somente em Jesus Cristo (61:1).
Is 29:1 Ai de Ariel,
                Ariel, a cidade onde Davi acampou!
                               Acrescentai ano a ano, e sucedam-se as festas.
                Is 29:2 Contudo porei a Ariel em aperto, e haverá pranto e tristeza;
                               e ela será para mim como Ariel.
                Is 29:3 Porque te cercarei com o meu arraial,
                               e te sitiarei com baluartes, e levantarei trincheiras contra ti.
                Is 29:4 Então serás abatida, falarás de debaixo da terra,
                               e a tua fala desde o pó sairá fraca, e será a tua voz debaixo
                                               da terra, como a de um que tem espírito familiar,
                                                               e a tua fala assobiará desde o pó.
                Is 29:5 E a multidão dos teus inimigos será como o pó miúdo,
                               e a multidão dos tiranos como a pragana que passa,
                                               e num momento repentino isso acontecerá.
                Is 29:6 Do SENHOR dos Exércitos serás visitada com trovões,
                               e com terremotos, e grande ruído com tufão de vento,
                                               e tempestade, e labareda de fogo consumidor.
                Is 29:7 E como o sonho e uma visão de noite será a multidão
                               de todas as nações que hão de pelejar contra Ariel,
                                               como também todos os que pelejarem contra ela
                                               e contra a sua fortaleza, e a puserem em aperto.
                Is 29:8 Será também como o faminto que sonha, que está a comer,
                               porém, acordando, sente-se vazio;
                ou como o sedento que sonha que está a beber,
                               porém, acordando, eis que ainda desfalecido se acha,
                                               e a sua alma com sede; assim será toda a multidão
                                               das nações, que pelejarem contra o monte Sião.
                Is 29:9 Tardai, e maravilhai-vos, folgai, e clamai;
                               bêbados estão, mas não de vinho, andam titubeando,
                                               mas não de bebida forte.
                Is 29:10 Porque o SENHOR derramou sobre vós um espírito
                               de profundo sono, e fechou os vossos olhos,
                                               vendou os profetas, e os vossos principais videntes.
                Is 29:11 Por isso toda a visão vos é como as palavras
                               de um livro selado que se dá ao que sabe ler, dizendo:
                                               Lê isto, peço-te; e ele dirá: Não posso,
                                                               porque está selado. Is 29:12
                               Ou dá-se o livro ao que não sabe ler, dizendo:
                                               Lê isto, peço-te; e ele dirá: Não sei ler.
                Is 29:13 Porque o Senhor disse:
                               Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca,
                                               e com os seus lábios me honra, mas o seu coração
                                                               se afasta para longe de mim e o seu temor
                                                               para comigo consiste só em mandamentos
                                                                              de homens, em que foi instruído;
                Is 29:14 Portanto eis que continuarei a fazer uma obra maravilhosa
                               no meio deste povo, uma obra maravilhosa e um assombro;
                                               porque a sabedoria dos seus sábios perecerá,
                                               e o entendimento dos seus prudentes se esconderá.
                Is 29:15 Ai dos que querem esconder profundamente
                               o seu propósito do SENHOR, e fazem as suas obras
                                               às escuras, e dizem:
                                                               Quem nos vê? E quem nos conhece?
                Is 29:16 Vós tudo perverteis, como se o oleiro fosse igual ao barro,
                               e a obra dissesse do seu artífice:
                                               Não me fez;
                               e o vaso formado dissesse do seu oleiro:
                                               Nada sabe.
                Is 29:17 Porventura não se converterá o Líbano, num breve momento,
                               em campo fértil? E o campo fértil não se reputará
                                               por um bosque?
                Is 29:18 E naquele dia os surdos ouvirão as palavras do livro,
                               e dentre a escuridão e dentre as trevas
                                               os olhos dos cegos as verão.
                Is 29:19 E os mansos terão gozo sobre gozo no SENHOR;
                               e os necessitados entre os homens se alegrarão
                                               no Santo de Israel.
                Is 29:20 Porque o tirano é reduzido a nada,
                               e se consome o escarnecedor, e todos os que se dão
                                               à iniquidade são desarraigados;
                Is 29:21 Os que fazem culpado ao homem por uma palavra,
                               e armam laços ao que repreende na porta,
                                               e os que sem motivo põem de parte o justo.
                Is 29:22 Portanto assim diz o SENHOR, que remiu a Abraão,
                               acerca da casa de Jacó: Jacó não será agora envergonhado,
                                               nem agora se descorará a sua face.
                Is 29:23 Mas quando ele vir seus filhos, obra das minhas mãos
                               no meio dele, santificarão o meu nome;
                                               sim, santificarão ao Santo de Jacó,
                                                               e temerão ao Deus de Israel.
                Is 29:24 E os errados de espírito virão a ter entendimento,
                               e os murmuradores aprenderão doutrina.
No verso 22, quando ele diz “portanto”, ele começa a conclusão de 28:1 – 29:21. Portanto, assim diz o Senhor que remiu a Abraão, o patriarca que foi liberto de suas origens pagãs (Gn 12:1; Is 24:14; At 7:2-4) acerca de Jacó: Jacó não será mais envergonhada e os seus filhos, obra das mãos do Senhor, santificarão o nome do Santo de Jacó e temerão o Deus de Israel.
Ou seja, grandes privilégios e responsabilidades se estendem aos filhos daqueles que estão ligados a Deus pela sua aliança ( 45:11; 49:20-22; 54:1-13; 65:23; 66:7; At 2:38; I Co 7:14). Os errados de espírito então desejarão conhecer e praticar a vontade de Deus, como em 2:2-5; 32:4.  
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
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