O Evangelho de João é o livro que foi
escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos
possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como
o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o
tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João
Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte
do mundo. Estamos vendo o capítulo 18, da parte IV.
Breve síntese do capítulo 18
Ali no Jardim do Gtsêmani Jesus e seus
discípulos tinham costume de ir para orarem e meditarem nas coisas de Deus.
Judas conhecia aquele lugar porque participava com eles. O que adianta
participar, ir, orar, frequentar, mas ter o coração distante? Judas era um
traidor e traiu... tropeçou na pedra de tropeço! (ver: http://www.jamaisdesista.com.br/2011/01/faltam-8391000-dias-meu-proposito.html
)
É incrível quando Pedro tenta,
corajosamente, defender a Jesus, mas Jesus o interrompe e declara: “não beberei, porventura, o cálice que o Pai
me deu?”. Jesus para mim é o exemplo que temos de aceitar o governo de Deus
e saber que ele está no controle de tudo. Ele poderia ter reagido, mas não
reagiu. Aceitou ser preso, inda que injustamente.
Tendo sido preso, começa seu julgamento
injusto e a triste trajetória de Pedro. Também ele está traindo o seu mestre,
negando-o com todas as suas forças. A história é narrada em paralelo até quando
Jesus é levado à presença de Caifás, sumo Sacerdote, e, depois para o pretório,
onde é interrogado por Pilatos.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. O MINISTÉRIO ALCANÇA O CLÍMAX (18.1-20.31).
A morte e ressurreição de Jesus foram
acontecimentos extraordinários e comprovaram que ele é o Messias e o Filho de
Deus.
Dos versos primeiro ao último do capítulo
20, veremos esse ministério alcançando o seu clímax.
Os quatro Evangelhos relatam os principais acontecimentos
da prisão, do julgamento, da crucificação e da ressurreição de Jesus.
A correlação dos detalhes gera algumas
dificuldades, apesar de os elementos principais estarem em perfeita harmonia:
Jesus foi preso durante a noite; seu julgamento diante das autoridades judaicas
aconteceu em pelo menos duas fases, e foi durante o julgamento que Pedro negou
o Senhor três vezes.
O julgamento diante das autoridades
seculares aconteceu em três fases, e Jesus foi executado pelos soldados de
Pilatos. Ele foi sepultado no túmulo de José de Arimateia e, no inicio da
semana, ressuscitou de entre os mortos e foi visto com vida em vários
aparecimentos aos seus discípulos.
Nenhuma das dificuldades de correlação dos
detalhes é insuperável, mas em vários casos, mais de uma explicação é possível
e, diante da falta de informações mais detalhadas, é difícil escolher uma
delas.
Dividiremos essa 4ª parte em três seções
principais: A. A prisão e julgamento de Jesus (18.1-19.16) – começaremos a ver agora; B. A
crucificação, a morte e o sepultamento de Jesus (19.17-42); e, C. A
ressurreição e os aparecimentos de Jesus (20.1-31).
A. A prisão e julgamento de Jesus (18.1-19.16).
Essa seção é constituída de três subseções
principais: a. A prisão de Jesus (18.1-18) – veremos agora; b. O julgamento perante Anás (18.19-27) – veremos agora; e c. O julgamento perante
Pilatos (18.28-19.16) – iniciaremos agora.
a. A prisão de Jesus (18.1-18).
Jesus tinha acabado de orar e saiu com seus
discípulos para atravessarem o ribeiro Cedrom, localizado a leste de Jerusalém.
Era ali que ficava um olival, onde entrou com eles – vs. 1. Era este um lugar
comum deles e Judas conhecia bem aquele local.
Judas sabia que estariam ali orando e levou
toda a escolta e alguns guardas dos fariseus e sacerdotes, provavelmente os
mesmos guardas do templo mencionados em 7.32,45.
Com certeza esperavam resistência à prisão,
tanto da parte de Jesus quanto dos discípulos,
Sabendo Jesus todas as coisas adiantou-se e
perguntou-lhes a quem eles estariam procurando. Observe aqui, e nos vs. 7,11,
que Jesus tinha a intenção de se sujeitar à prisão e ao julgamento. Ele não
tentou fugir de sua missão.
Quando responderam à pergunta de Jesus
dizendo que procuravam por Jesus, ele respondeu a eles “sou eu” – essa expressão
que identifica Jesus aos guardas também coincide com o nome solene de Deus em Ex
3.14 (há sete dessas ocorrências no Ev. de João) -, uma reposta que parece ter
afetado sobrenaturalmente os guardas.
Caíram e se levantaram, e novamente Jesus
lhes perguntou a quem buscavam e eles disseram pela segunda vez: “A Jesus de Nazaré”.
Jesus responde dizendo que já tinha falado que era ele e como era ele a quem
buscavam, que eles deixassem ir os seus discípulos. Mesmo nesse momento
critico, Jesus continua a demonstrar preocupação pelos seus discípulos (17.12).
Os discípulos não seriam detidos por causa
da palavra de Deus nas Escrituras que dizia que Jesus não tinha perdido nenhum
dos que o Pai lhe dera – Jo 6.39; 17.12.
Naquele momento de tensão, Simão Pedro,
impulsivamente, feriu o servo do sumo sacerdote, decepando sua orelha num golpe
que seria mesmo para cortar-lhe a cabeça.
Esse foi um gesto impensado de resistência
que, aliás, não foi executado com muita habilidade, uma vez que Pedro só
conseguiu cortar a orelha do servo. Somente Lucas relata que Jesus curou esse
homem (Lc 22.51), e apenas João registra que Pedro tinha consigo uma espada e
que o nome do servo era Malco.
Jesus mesmo interrompe o que poderia ser
ali um massacre e ordena Pedro a meter a espada na bainha. Não se trata de uma
negação do direito de defesa própria ou resistência civil. Jesus havia vindo
para dar sua vida em resgate por muitos e não seria dissuadido dessa tarefa (cf.
Mt 16.21-23).
Jesus redargui: não beberei, porventura, o
cálice da ira de Deus? Sem dúvida, o cálice da ira de Deus (Sl 75.8; Is 51.17;
Jr 25.15-17,27-38). O "cálice" que Jesus escolheu beber não era
apenas da morte, mas também da ira de Deus contra o pecado (cf. Mt 20.22; Mc
10.38). Ah, que dor terrível teve que suportar meu Senhor por mim, pecador.
Ato contínuo, prenderam Jesus, o manietaram
e o levaram primeiramente até Anás, sogro de Caifás, sumo sacerdote naquele
ano.
Anás era um dos líderes judeus mais
influentes da época. Apesar de ter sido deposto do cargo de sumo sacerdote
pelos romanos, ainda era conhecido por esse titulo.
E difícil determinar se o vs. 13 e os vs. 19-24
correspondem a uma ou duas fases separadas do julgamento de Jesus diante das
autoridades judaicas. Mateus, Marcos e Lucas se referem a uma fase adicional
perante o Sinédrio.
As duas fases chamam a atenção por suas
irregularidades e violações graves da conduta quanto aos procedimentos
judiciais estabelecidas pelos próprios judeus.
Por exemplo:
·O
Sinédrio não deveria se reunir durante a noite.
·A
pena de morte não podia ser declarada no dia do julgamento.
·Anás
e Caifás deveriam ser desqualificados como juízes devido ao seu preconceito
(18.14).
·O
processo envolveu depoimentos e testemunhas falsas (Mt 26.59-60).
·Ao
contrário do que foi alegado no julgamento, Jesus não era culpado de blasfêmia,
uma vez que as suas declarações não ultrajaram o nome de Deus.
·Jesus
sofreu agressões físicas dos guardas durante o processo (18.22; veja também Mc
14.65).
Além de tudo isso, o Sinédrio não tinha
permissão para se reunir e julgar crimes passíveis de morte na véspera do
sábado ou dias festivos. Essas inúmeras contravenções deixam claro que a
condenação de Jesus pelas autoridades judaicas não passou de uma paródia
jurídica grotesca.
Tanto Simão Pedro quanto o outro discípulo
acompanhavam de perto o que aconteceria com Jesus. Provavelmente esse outro era
o próprio João, uma vez que dentre os três mais próximos de Jesus (Tiago, Pedro
e João), apenas ele não é mencionado pelo nome nesse Evangelho.
João era conhecido do sumo sacerdote e pode
entrar e seguir Jesus para ver o que lhe aconteceria. João tinha acesso ao
palácio a ponto de receber permissão para entrar com um acompanhante (vs. 16). Assim,
Pedro também pode entrar.
A moça encarregada da porta que autorizara
Pedro entrar, por pedido de João, dirigiu uma pergunta para ele: "Você não
é um dos discípulos desse homem?” Ele respondeu: "Não sou".
O relato das negações de Pedro é
interrompido nos vs. 19-24 para dar lugar a uma descrição de um aspecto
específico do julgamento judaico.
Os outros Evangelhos tratam dessas negações
num único parágrafo contínuo.
Ao que parece, trata-se de três conjuntos
de negações, e não apenas três frases negativas proferidas por Pedro, algo que
se esperaria diante das circunstancias, pois várias pessoas estavam circulando
pelo pátio e se aproximando do fogo para se aquecer.
Esses conjuntos podem ser organizados de
diferentes formas, todas igualmente válidas, de modo a resultar no número três
predito por Jesus (13.38).
Os quatro Evangelhos concordam que a
primeira negação foi em resposta à pergunta de uma serva, identificada por João
como “a criada, encarregada da porta" (vs. 17), ou seja, uma pessoa de
pouca influência nessa casa.
A negação de Pedro ressalta a solidão de
Jesus em seu ato sacerdotal de oferecer-se como oferta pelo pecado. Ao suportar
sobre si a ira justa de Deus contra o pecado. Ele não recebeu nenhum tipo de
alivio, conforto ou consolo. A solidão de Jesus em seu sofrimento está
prefigurada em SI 69.20.
b. O julgamento perante Anás (18.19-27).
Do lado de fora fazia muito frio e
procuravam se aquentar diante de uma fogueira; dentro o sumo sacerdote
interrogava a Jesus. Uma referência a Anás, ou a Caifás na casa de Anás (vs.
24).
Era considerado inapropriado interrogar o
acusado até que se determinassem indícios de sua culpa por meio do depoimento
de testemunhas. Por esse motivo, há quem considere essa parte do processo uma
audiência, e não um julgamento.
Nos vs. 20 e 21, Jesus responde à pergunta e
afirma ter falado abertamente, nada em segredo ou em oculto, portanto, que
perguntassem aos que ouviram falar. Nisso um dos guardas que ali estavam deu
uma bofetada em Jesus como medida repressiva e educativa. Aquele soldado
entendeu que Jesus estaria sendo grosseiro com aquela autoridade. Algo
extremamente irregular, especialmente tendo em vista que o prisioneiro estava
de mãos atadas (vs. 24).
Jesus não deixou por menos e pediu ao
soldado que explicasse a ele o motivo de sua bofetada uma vez que nada dissera
de mal, antes em verdade falara. Anás então enviou Jesus ainda manietado a
Caifás, o sumo sacerdote.
A narrativa volta-se para Pedro e ele o
nega pela segunda vez. O fato de haver outras pessoas presentes provavelmente
indica que houve mais de uma pergunta.
Novamente Pedro é identificado por um dos
parentes de Malco. A pergunta desse homem é mais perigosa do que as anteriores,
pois é possível que o servo estivesse tentando vingar Malco.
O Evangelho de Marcos observa que esse –
vs. 27 - foi o segundo canto do galo (Mc 14.72), como Jesus havia predito (Mc
14.30). Os outros Evangelhos se concentram no canto em si, e não no número de vezes
que o galo cantou.
c. O julgamento perante Pilatos (1 8.28-19.16).
O Evangelho de João apresenta um relato do
julgamento de Jesus diante das autoridades romanas em três fases distintas:
(1)Perante
Pilatos (18.28-38).
(2)Perante
Herodes (Lc 23.5-12).
(3)Novamente
perante Pilatos (18.39-19.16).
João relata apenas a primeira e a terceira fase,
mas o faz de modo bem mais detalhado que os outros Evangelhos.
Em seguida, de Caifás os judeus levaram
Jesus para o Pretório - residência oficial do governador romano, Pôncio Pilatos
– vs. 28. Eles o levaram lá para anão se contaminarem, principalmente por causa
da Páscoa.
É impressionante que o pretório romano, um
lugar de hostilidade entre romanos e judeus, impuro para estes últimos, tenha
sido o local onde os judeus colaboraram com a morte de Jesus.
Nisso, Pilatos sai para falar com eles e
queria saber das acusações contra Jesus. Um julgamento deve começar com uma acusação
formal, mas os judeus não tinham nenhuma que pudesse ser considerada legitima
por um tribunal romano, muito menos uma que provasse um crime passível de
morte.
Os judeus evitam dar uma resposta objetiva,
mas insistiam que ele fosse condenado, pois não o teriam levado a ele se não fosse
um criminoso – vs. 30.
Pilatos se zangou e mandou que eles mesmos
julgassem o caso – vs. 31. É uma resposta lógica, pois Pilatos considerou que
se eles não estavam dispostos a especificar as acusações, então não deveriam
esperar que ele realizasse um julgamento.
A nós não nos é licito matar ninguém. Isso
era uma restrição regular em lugares ocupados pelos romanos, talvez visando
proteger aqueles que apoiavam Roma.
Os métodos de execução empregados pelos
judeus eram o apedrejamento, a morte pela fogueira e a decapitação. O enforcamento
e a crucificação, termos sugeridos pelo verbo 'levantar", eram métodos de
execução romanos. Observa-se aqui o controle divino sobre todo o processo,
apesar da injustiça flagrante.
Pilatos volta ao pretório, chama a Jesus e
pergunta a ele se ele era de fato o rei dos judeus. Uma pergunta baseada nas
acusações registradas em Lc 23.2.
Jesus retruca interrogando ele se aquela
pergunta vinha dele mesmo. Era importante fazer essa distinção, pois a resposta
seria diferente dependendo do sentido da pergunta.
Jesus não era o rei dos judeus no sentido
de que promovia revolta contra Roma, de acordo com as acusações dos líderes
judeus (Lc 23.2), mas era, de fato, o Rei dos judeus no sentido messiânico (Mt
2.2; Lc 1.32-33; 19.38; Jo 12.13).
Pilatos responde dizendo que não era judeu.
Pilatos demonstra certa irritação diante de uma resposta que lhe parece
evasiva. Observe que ele não respondeu à pergunta de Jesus: a acusação não
havia sido uma ideia sua.
Então Jesus faz um discurso dizendo que o seu
reino não era deste mundo. Jesus é, de fato, Rei, mas nesse momento, não fez
nenhum esforço para estabelecer o seu reino mediante uma demonstração de poder
físico. Essa inexplicável resposta por parte do acusado era totalmente
enigmática para Pilatos.
Pilatos se maravilhou diante de sua
proclamação de que ele era rei. A pergunta de Pilatos dá ocasião para a
resposta maravilhosa de Jesus, cuja missão e reino estão profundamente
relacionados à verdade - por esta razão ele nasceu e para isto veio ao mundo:
para testemunhar da verdade e todos os que são da verdade, certamente o ouvirão
– logo, Pilatos e seus acusadores não eram da verdade (1.14,17; 8.32; 14.6).
Querendo se justificar, Pilatos faz uma
pergunta evasiva: Que é a verdade?
A verdade não importa para aqueles que, como
Pilatos, são motivados pela conveniência. Do mesmo modo, a verdade não importa
para os céticos que perderam a esperança de obtê-la.
No entanto, a resposta de Jesus deixa claro
que ele não era um rebelde político que deveria ser executado pelo poder
romano. Eu não acho nele crime algum.
Pilatos constatou que Jesus não havia
cometido nenhum crime (veja também 19.4,6). Os atos do governador romano deixam
claros a sua relutância em executar Jesus.
Pilatos procurou libertar Jesus (vs. 39;
19.12) e ordenou que ele fosse açoitado (19.1), na esperança de libertá-lo após
satisfazer o desejo da multidão de castigá-lo.
Por ironia, a autoridade romana queria
libertar Jesus, ao passo que “os seus" (1.11) clamavam para que ele fosse
morto.
Em termos teológicos, Pilatos tinha a
função irônica de declarar a inocência de Jesus. Assim, Jesus morreu como homem
absolutamente inculpável e sem pecado, tendo oferecido a si mesmo corno o
Cordeiro Pascal sem mácula ou defeito.
A prática de poupar um criminoso na época
da Páscoa é um simbolismo da própria festa, que comemorava o fato de Deus ter
poupado os israelitas da morte (o termo hebraico para "Páscoa" provavelmente
está relacionado a uma raiz que, por vezes, significa "poupar").
Jesus deveria ter sido poupado, pois era
inocente, mas os judeus optaram por libertar Barrabás. Do mesmo modo, é muito
importante compreender que os pecadores arrependidos são poupados eternamente
da ira justa de Deus porque Jesus sofreu sobre si o castigo dessa ira em nosso
lugar.
Ali, diante de Pilatos estavam dois “criminosos”
e um deles, por costume local, poderia ser liberto por ocasião da Páscoa e ele
deixou esta escolha com o povo.
Qual dos Jesus seria liberto? Qual dos
Barrabás? Jesus, o Cristo ou Jesus Barrabás? Barrabás significa “filho do
pai". Jesus, o verdadeiro Filho do Pai, morreu no lugar desse criminoso.
Eles escolheram Barrabás, o bandido. E você?
Não dá para fugir para sempre. Escolha agora! Essa é a sua hora oportuna. Não tenha
medo.
Jo 18:1 Tendo Jesus dito estas palavras,
saiu
juntamente com seus discípulos
para
o outro lado do ribeiro Cedrom,
onde
havia um jardim;
e
aí entrou com eles.
Jo 18:2 E Judas, o traidor,
também
conhecia aquele lugar,
porque
Jesus ali estivera muitas vezes com seus discípulos.
Jo 18:3 Tendo, pois, Judas recebido a
escolta
e, dos principais sacerdotes
e dos fariseus, alguns guardas,
chegou a este
lugar com lanternas, tochas e armas.
Jo 18:4 Sabendo, pois, Jesus todas as
coisas que sobre ele haviam de vir,
adiantou-se e
perguntou-lhes:
A
quem buscais?
Jo 18:5 Responderam-lhe:
A Jesus, o
Nazareno.
Então, Jesus lhes disse:
Sou eu.
Ora,
Judas, o traidor, estava também com eles.
Jo 18:6 Quando, pois, Jesus lhes disse:
Sou eu,
recuaram
e
caíram por terra.
Jo 18:7 Jesus, de novo, lhes perguntou:
A quem buscais?
Responderam:
A Jesus, o
Nazareno.
Jo 18:8 Então, lhes disse Jesus:
Já vos
declarei que sou eu;
se
é a mim, pois, que buscais,
deixai
ir estes;
Jo 18:9 para
se cumprir a palavra que dissera:
Não perdi
nenhum dos que me deste.
Jo 18:10 Então, Simão Pedro
puxou da
espada que trazia
e feriu o
servo do sumo sacerdote,
cortando-lhe
a orelha direita;
e
o nome do servo era Malco.
Jo 18:11 Mas Jesus disse a Pedro:
Mete a espada
na bainha;
não
beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?
Jo 18:12 Assim,
a escolta,
o comandante
e os guardas
dos judeus
prenderam
Jesus,
manietaram-no
Jo
18:13 e o conduziram primeiramente a Anás;
pois
era sogro de Caifás,
sumo
sacerdote naquele ano.
Jo 18:14 Ora, Caifás era quem havia
declarado aos judeus
ser
conveniente morrer um homem pelo povo.
Jo 18:15 Simão Pedro e outro discípulo
seguiam a Jesus.
Sendo este
discípulo conhecido do sumo sacerdote,
entrou
para o pátio deste com Jesus.
Jo 18:16 Pedro, porém, ficou de fora,
junto à
porta.
Saindo, pois, o outro discípulo,
que era
conhecido do sumo sacerdote,
falou
com a encarregada da porta
e
levou a Pedro para dentro.
Jo
18:17 Então, a criada,
encarregada
da porta, perguntou a Pedro:
Não
és tu também um dos
discípulos
deste homem?
Não
sou, respondeu ele.
Jo 18:18 Ora, os servos e os guardas
estavam ali,
tendo
acendido um braseiro, por causa do frio,
e
aquentavam-se.
Pedro estava
no meio deles,
aquentando-se
também.
Jo 18:19 Então, o sumo sacerdote
interrogou a Jesus
acerca dos
seus discípulos
e da sua
doutrina.
Jo 18:20 Declarou-lhe Jesus:
Eu tenho
falado francamente ao mundo;
ensinei
continuamente tanto nas sinagogas como no templo,
onde todos os judeus se reúnem,
e
nada disse em oculto.
Jo 18:21 Por
que me interrogas?
Pergunta
aos que ouviram o que lhes falei;
bem
sabem eles o que eu disse.
Jo 18:22 Dizendo ele isto,
um dos
guardas que ali estavam deu uma bofetada em Jesus, dizendo:
É
assim que falas ao sumo sacerdote?
Jo 18:23 Replicou-lhe Jesus:
Se falei mal,
dá
testemunho do mal;
mas, se falei
bem,
por
que me feres?
Jo 18:24 Então, Anás o enviou,
manietado,
à
presença de Caifás,
o
sumo sacerdote.
Jo 18:25 Lá estava Simão Pedro,
aquentando-se.
Perguntaram-lhe,
pois:
És
tu, porventura, um dos discípulos dele?
Ele negou e
disse:
Não
sou.
Jo 18:26 Um dos servos do sumo
sacerdote,
parente
daquele a quem Pedro tinha decepado a orelha, perguntou:
Não
te vi eu no jardim com ele?
Jo 18:27 De novo,
Pedro o
negou,
e, no mesmo
instante,
cantou
o galo.
Jo 18:28 Depois, levaram Jesus
da casa de
Caifás
para
o pretório.
Era
cedo de manhã.
Eles
não entraram no pretório
para
não se contaminarem,
mas poderem
comer a Páscoa.
Jo 18:29 Então, Pilatos saiu para lhes
falar e lhes disse:
Que acusação
trazeis contra este homem?
Jo 18:30 Responderam-lhe:
Se este não
fosse malfeitor,
não
to entregaríamos.
Jo 18:31 Replicou-lhes, pois, Pilatos:
Tomai-o vós
outros
e julgai-o
segundo a vossa lei.
Responderam-lhe os judeus:
A nós não nos
é lícito matar ninguém;
Jo
18:32 para que se cumprisse a palavra de Jesus,
significando
o modo por que havia de morrer.
Jo 18:33 Tornou Pilatos a entrar no
pretório,
chamou Jesus
e perguntou-lhe:
És
tu o rei dos judeus?
Jo 18:34 Respondeu Jesus:
Vem de ti
mesmo esta pergunta
ou
to disseram outros a meu respeito?
Jo 18:35 Replicou Pilatos:
Porventura,
sou judeu?
A
tua própria gente e os principais sacerdotes
é
que te entregaram a mim.
Que
fizeste?
Jo 18:36 Respondeu Jesus:
O meu reino
não é deste mundo.
Se
o meu reino fosse deste mundo,
os
meus ministros se empenhariam por mim,
para
que não fosse eu entregue aos judeus;
mas agora o
meu reino não é daqui.
Jo 18:37 Então, lhe disse Pilatos:
Logo, tu és
rei?
Respondeu Jesus:
Tu dizes que
sou rei.
Eu
para isso nasci
e
para isso vim ao mundo,
a
fim de dar testemunho da verdade.
Todo
aquele que é da verdade
ouve
a minha voz.
Jo 18:38 Perguntou-lhe Pilatos:
Que é a
verdade?
Tendo dito isto, voltou aos judeus e
lhes disse:
Eu não acho
nele crime algum.
Jo
18:39 É costume entre vós que eu vos solte alguém por ocasião da Páscoa;
quereis,
pois, que vos solte o rei dos judeus?
Jo
18:40 Então, gritaram todos, novamente:
Não
este,
mas
Barrabás!
Ora,
Barrabás era salteador.
Num só dia,
numa sexta-feira, Jesus foi traído, preso, manietado, insultado e maltratado,
julgado, condenado, ferido e morto por crucificação. Em seu ministério
terrestre ele havia andado com seus discípulos, em glórias, por 1260 dias.
O Evangelho de João é o livro que foi
escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos
possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como
o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o
tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João
Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte
do mundo. Estamos vendo o capítulo 17, da parte III.
Breve síntese do capítulo 17
Depois de dizer que era a videira
verdadeira e seu Pai o agricultor e nós seus ramos que devemos produzir frutos
para sermos sempre limpos porque os ramos que não produzem frutos são cortados
para serem lançados no fogo, Jesus fala da unidade.
Ele fala no Evangelho de João 17 a oração
sacerdotal em que ele ora pelos seus discípulos tanto aqueles que com ele
estavam vivendo o presente como por aqueles que viriam a crer nele no futuro:
eu e você!
Se Jesus cercou de oração a Pedro, João,
Tiago e os outros apóstolos ele também orou e ainda ora por nós hoje. Seu
desejo é que sejamos um com ele como ele foi um com o seu Pai.
Jesus não pediu ao Pai para nos tirar do
mundo, mas para sermos guardados do mal. Passaremos por aflições, mas ele nos
livrará do mal... a oração do Pai Nosso também nos fala de livrarmos do mal. R.
C. Sproul, em seu livro “A oração muda as coisas?”, nos explica que “mal” está
se referindo ao o diabo mesmo, a Satanás, e não ao oposto de bem.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. O MINISTÉRIO DE JESUS AOS SEUS DISCÍPULOS (13.1-17.26) - continuação.
Como já falamos, em seus últimos dias,
Jesus concentrou-se em ministrar a seus discípulos para prepará-los para a sua
partida; ele os serviu, os confortou e orou por eles.
Assim, dividimos essa terceira parte em
três seções: A. A cerimônia do lava-pés e a profecia da traição (13.1-38) – já vimos; B. O discurso de despedida
(14.1-16.33) – já vimos; e, C. A
oração intercessória (17.1-26) – veremos
e concluiremos agora.
C. A oração intercessória (17.1-26).
Esse capítulo consiste de uma oração em três
partes, que é conhecida comumente como a oração sacerdotal de Jesus.
(1)Nos
vs. 1-5, Jesus ora pela sua própria glorificação.
(2)Nos
vs. 6-19, ele ora pelos discípulos, separando-os do restante das pessoas
terrenas:
a.Como
aqueles que o lhe Pai deu especialmente (vs. 6-10).
b.Jesus
pede ao Pai para protegê-los (vs. 11-13).
c.Jesus
pede ao Pai para mantê-los separados do mundo (vs. 14-19).
(3)Nos
vs. 20-26, Jesus ora por aqueles que viriam a crer nele no futuro, pedindo que
sejam unificados e, um dia, reunidos a ele.
“Pai” é o termo preferido de Jesus para se
dirigir à primeira pessoa da Trindade (usado cerca de cem vezes nesse
Evangelho). Ele se dirige ao Pai dizendo que havia chegada a sua hora. Jesus
estava plenamente cônscio de seu sofrimento iminente.
Assim ele pede a glorificação do Filho,
para que o Filho glorifique a ele. Um tema anunciado em 1.14 e que recebe
grande ênfase nessa oração. A glória de qualquer uma das pessoas da Trindade
transborda para as outras duas. A obra perfeita do Filho em sua encarnação
glorifica a Trindade.
O Filho é glorificado em sua crucificação,
ressurreição e entronização à destra de Deus - acontecimentos considerados uma
unidade composta nesse Evangelho.
Ele diz que o Pai tinha concedido a ele
autoridade sobre toda a humanidade para poder conceder a vida eterna a todos
que o Pai lhe dera. Estão presentes três palavras “conferir”, “conceder” e
“dar” – versão ARA – que traduzem o mesmo verbo grego, usado dezesseis vezes
nessa oração, enfatizando o que Deus conferiu a Jesus e o que Jesus, por sua
vez, concedeu aos seus discípulos.
A iniciativa soberana de Deus é enfatizada
nessa expressão (que volta a ser usada nos vs. 6,9,24; cf. 6.44; 10.29.) Deus
estaria dando aos homens a vida eterna por meio de seu Filho.
A vida eterna é explicada aqui a sua
finalidade. Seria para que conhecessem ao único Deus verdadeiro e a Jesus
Cristo a quem o Deus verdadeiro enviou. A verdadeira vida consiste na comunhão
com Deus, que "nos fez para [si]” de modo que “nosso coração está inquieto
enquanto não repousar [nele]" (Agostinho, Confissões).
Aqui, o termo “conhecer”, como é frequente
na Escritura, significa muito mais do que apenas entendimento intelectual;
envolve também sentimento e compromisso. Ao associar-se com o Pai como fonte de
vida eterna, Jesus afirmou a sua própria divindade.
A forma como Jesus glorificou a seu Pai na
terra fora consumando a obra que ele lhe deu para fazer. Essa declaração
antecipa o brado de vitória na cruz ("Está consumado", 19.30). Tudo
na vida de Jesus visava à glória de Deus. (Veja I Co 10.31 e entenda que também
nós devemos ser como Jesus que vivia fazendo todas as coisas para a glória de
Deus).
Nos vs. 5, Jesus faz uma declaração dupla
de sua divindade:
·Em
primeiro lugar, Jesus afirma como parte de sua petição que a sua glória existia
"antes que houvesse mundo”, indicando o seu caráter preexistente e não
criado.
·Em
segundo lugar, ele se refere à "glória" que possuía - uma glória que,
ao longo da Bíblia, é sempre associada ao verdadeiro e único Deus vivo.
A palavra “nome" a qual Jesus
manifestou aos discípulos – vs. 6 - indica Deus na beleza de sua perfeição como
revelado à humanidade. Ao se referir que eles eram do mundo, ele fazia uma
indicação de que os remidos foram encontrados no mundo, mas estavam destinados
a serem retirados dele.
Estavam no mundo, mas eram dele, do Pai.
Todas as coisas e pessoas pertencem a Deus por direito de criação, mas aqui a
referência é à posse privilegiada mediante a redenção. Deus deu os eleitos ao
Redentor (cf. Hb 2.10-13).
Os discípulos são identificados de três
modos – vs. 7 e 8:
·Receberam
a palavra de Jesus.
·Reconheceram
a sua origem divina.
·Creram
nele.
Jesus estava rogando por eles, mas não pelo
mundo. Qualquer que seja a benevolência de Jesus para com a totalidade das
pessoas no mundo, sua atividade redentora e sacerdotal diz respeito
especificamente aos eleitos - aqueles que o Pai lhe deu (10.14-15,27-29).
Esse versículo apoia energicamente a
doutrina da expiação limitada, pois seria absurdo que Jesus morresse para tirar
os pecados daqueles pelos quais ele se recusa a orar (A BEG recomenda, nesse
ponto, visualizar o seu excelente artigo teológico "Expiação
limitada", em Jo 10).
Em outros contextos que não apresentam
Jesus diretamente em seu papel de sumo sacerdote intercessor, ele orou pelos
seus inimigos e nos instruiu a fazer o mesmo (Mt 5.44; Lc 23.34).
Jesus afirma que todas as suas coisas são
do Pai e todas as coisas do Pai, são dele. Isso é uma declaração inequívoca de sua
divindade.
Seria neles, nos discípulos, nos que o Pai
deu a ele, que ele seria glorificado. É surpreendente que a glória de Deus seja
associada aos atos de seres humanos que, diante da majestade divina, são
absolutamente insignificantes.
No entanto, o livro de Jó mostra que os seres
humanos podem refletir a glória de Deus, e Paulo estende esse princípio até às
atividades mais comuns do cotidiano, como comer e beber (1Co 10.31). Tudo o que
glorifica a Deus glorifica a Cristo e vice-versa.
Ele chama a seu Pai de “Pai santo” – vs. 11.
Uma designação única no Novo Testamento, mas muito apropriada para expressar a
intimidade entre Deus e seus filhos, bem como a majestade do grande Deus
soberano sobre toda a criação. Deus protege os seus porque os ama e é capaz de
protegê-los porque o seu poder não tem limites.
Jesus ora ao seu “Pai santo” para que os
proteja em seu nome, o mesmo nome que foi dado ao Filho, a fim de que fossem um
com eles, como eles eram um entre eles mesmos.
A revelação que Deus faz de si mesmo em palavras
e atos (seu nome) é um agente poderoso de santificação (vs. 17) e proteção do
mal (vs. 15).
O Pai e o Filho se encontram plenamente
unidos nessa revelação; assim, o nome de Deus também é "teu nome, que me
deste”. O objetivo seria para que eles fossem um, assim como eles eram.
O padrão de unidade das pessoas da Trindade
também é o exemplo supremo para a unidade dos cristãos uns com os outros
mediante a sua união com Cristo (14.11).
Essa unidade recebe grande ênfase na oração
de Jesus (vs. 21-23), e essa unidade perfeita (Ef 4.12.16), a ser manifestada
gloriosamente no dia da volta de Cristo, deve estar sempre formando e moldando
o povo de Deus "para que o mundo creia" (vs. 21).
Enquanto Jesus andou com eles, os guardou e
os protegeu pelo nome que o Pai lhe havia dado. Essa é uma síntese maravilhosa
do ministério de Jesus para com seus apóstolos. A referência é, obviamente, aos
doze e, dentre eles, também a Judas, que parecia fazer parte do grupo, mas que
nunca recebeu verdadeiramente a graça de Deus.
Judas fora chamado de o filho da perdição.
O mesmo termo é usado para indicar o anticristo (2Ts 2.3). Isso aconteceu para
cumprir SI 41.9.
A traição por parte de Judas foi necessária
para cumprir várias outras passagens que descrevem a Paixão do Senhor. Para
Jesus, muitas pastagens das Escrituras continham profecias acerca de diversos detalhes
do seu ministério messiânico, e ele ressaltou que todas essas profecias se
cumpririam, pois eram a própria Palavra de Deus.
Ao escolher Judas, Jesus estava consciente
da participação que esse discípulo teria em sua Paixão e, no entanto, o inclui
no grupo dos doze.
Essa passagem – vs. 13 - pressupõe que
Jesus orou na presença de seus discípulos para que eles também se alegrassem ao
ouvirem suas palavras (cf. 15.11; 16.241.
Jesus deu a eles, seus discípulos, as suas
palavras, que não eram dele, mas do Pai e o mundo os odiou – vs. 14. Essa é uma
referência ao ensino de Jesus, identificado como a Palavra de Deus, do mesmo
modo que o Antigo Testamento é a Palavra de Deus (cf. Mc 7.13; At 10.36; Rm
9.6).
O novo nascimento implica uma divisão
radical da humanidade. Os cristãos têm suas origens no mundo decaído e
continuam a habitar aqui, mas na verdade não fazem parte dele (vs. 16), por
isso que não são do mundo, por isso que o mundo os odeia.
Apesar de Jesus saber que o mundo odiará os
seus discípulos assim como o odiou, ele não pede que os discípulos sejam
protegidos das aflições físicas ou sociológicas do mundo, mas sim que sejam
guardados do mal (conforme a BEG: da corrupção moral do mundo) ou nas palavras
sábias de R. C. Sproul, que sejamos guardados do maligno, do diabo mesmo, de
Satanás. (A palavra no grego é a mesma aqui e em Lucas 11.4, na oração do “Pai
Nosso” - Strong 4190; ponērou; πονηροῦ. evil [one]). Neste versículo a NVI
traduziu como “Maligno” e não como o mal em oposição ao bem.
No verso 16, nem ele, nem os seus
discípulos são do mundo, por isso que ele pede que sejam santificados na
verdade – vs. 17 - “Santifica-os na verdade”.
Jesus não orou pedindo o bem-estar temporal
dos discípulos, mas sim a santificação deles. Seu maior desejo era que fossem
santos e, portanto, indicou o único meio pelo qual a santidade poderia ser
obtida: a “verdade”.
Assim como o erro e o engano são as raízes
do mal, a verdade é a raiz da piedade. Aqueles que desejam crescer em santidade
devem sujeitar-se não apenas ao desejo de Jesus de que sejam santos, mas também
ao meio que ele providenciou para santificá-los: a tua palavra é a verdade.
Esse testemunho, que está relacionado ao
Antigo Testamento que os discípulos já possuíam, também é estendido ao ensino
de Jesus, que é chamado de "palavra” de Deus (vs. 14), e à mensagem dos
apóstolos (Lc 8.11-15,21; 11.28; Jo 17.20; At 4.31; 6.7; 8.14,25; I Ts 2.13).
Trata-se de um atestado veemente da autoridade e origem divina tanto, do Antigo
quanto do Novo Testamento.
Da mesma forma como Jesus foi enviado,
Jesus os enviou. Compare com 20.21. Assim como o Pai designou Jesus para o seu
ofício e missão, empossando-o com autoridade, do mesmo modo Cristo designou os
apóstolos e os investiu de autoridade.
Assim como o Pai enviou seu Filho ao mundo
para salvar os pecadores, assim Cristo enviou os apóstolos para dar continuidade
a essa obra.
Logo, Jesus é o padrão supremo das missões.
Num sentido derivado, todo cristão é um missionário enviado ao mundo para dar
testemunho de Cristo e alcançar os perdidos onde quer que estejam, a fim de
conduzi-los ao Salvador.
Ele Jesus os enviou ao mundo, não “do
mundo" (vs. 14,15,16), mas "no mundo' (16.33) e “ao mundo"
(aqui).
Assim é que em favor de seus discípulos,
ele se santificou a si mesmo – vs. 19. Uma vez que Jesus é absolutamente santo,
não precisa ser santificado no sentido de se tornar mais puro.
Antes, a sua santificação consiste no fato
de ser "separado” para fins sagrados. Como sumo sacerdote, ele
consagrou-se (Ex 28.41) para essa tarefa sagrada que incluiu o seu sacrifício
supremo. Assim, aqueles que lhe pertencem, devem ser santos e dedicados ao seu
serviço.
Jesus deixa claro que sua oração ali não
era por apenas os seus discípulos, naquela hora, mas abrangeria nós todos,
inclusive os crentes do século XXI, ou seja todos aqueles que vierem a crer.
Aqui Jesus inclui na sua oração todos os
cristãos, até mesmo os que hão de aceitar a fé em eras futuras. Todo cristão
verdadeiro pode ter a certeza de que foi incluído nessa oração. Jesus orou por
mim!
E qual a finalidade disso? Para que o mundo
creia que o Pai o enviou. Essa oração pede não apenas unidade espiritual
(invisível), mas também unidade que seja visível no mundo, “para que o mundo
creia". Com isso, todos seriam aperfeiçoados na unidade – vs. 23.
Observamos aqui o padrão de unidade que
caracteriza o relacionamento não apenas entre “o Pai e o Filho”, mas também
entre “o Filho e o cristão”.
Na verdade, o amor do Pai refere-se ao amor
de Deus o Pai também pelos remidos (3.16). Esse amor muitas vezes é
negligenciado devido à ênfase do amor de Cristo por eles.
Jesus desejava que seus discípulos estivessem
com ele e que vissem a sua glória – vs. 24. A segunda petição de Jesus pela igreja
é para que seus membros estejam com ele em glória. Ele não pede prosperidade
temporal para os discípulos, nem para a igreja; antes, pede santidade e unidade
na terra e a reunião dos santos no céu. Estar com Cristo é o maior anseio do
cristão (Fp 1.23; lTs 4.17).
Essa oração se encerra com um retorno a
alguns dos temas repetidos ao longo desse Evangelho: unidade, conhecimento,
missão, glória e amor.
Jo 17:1 Tendo Jesus falado estas coisas,
levantou os
olhos ao céu e disse:
Pai,
é chegada a hora;
glorifica
a teu Filho,
para
que o Filho te glorifique a ti,
Jo 17:2 assim
como lhe conferiste autoridade
sobre
toda a carne,
a
fim de que ele conceda a vida eterna
a
todos os que lhe deste.
Jo
17:3 E a vida eterna é esta:
que
te conheçam a ti,
o
único Deus verdadeiro,
e
a Jesus Cristo,
a
quem enviaste.
Jo
17:4 Eu te glorifiquei na terra,
consumando
a obra que me confiaste para fazer;
Jo
17:5 e, agora, glorifica-me,
ó
Pai, contigo mesmo,
com
a glória que eu tive junto de ti,
antes
que houvesse mundo.
Jo
17:6 Manifestei o teu nome aos homens
que
me deste do mundo.
Eram
teus,
tu
mos confiaste,
e
eles têm guardado a tua palavra.
Jo
17:7 Agora, eles reconhecem
que
todas as coisas que me tens dado
provêm
de ti;
Jo 17:8
porque eu lhes tenho transmitido
as
palavras que me deste,
e
eles as receberam,
e
verdadeiramente conheceram
que
saí de ti,
e
creram que tu me enviaste.
Jo
17:9 É por eles que eu rogo;
não
rogo pelo mundo,
mas
por aqueles que me deste,
porque
são teus;
Jo
17:10 ora, todas as minhas coisas são tuas,
e
as tuas coisas são minhas;
e,
neles,
eu
sou glorificado.
Jo
17:11 Já não estou no mundo,
mas
eles continuam no mundo,
ao
passo que eu vou para junto de ti.
Pai
santo,
guarda-os
em teu nome,
que
me deste,
para
que eles sejam um,
assim
como nós.
Jo
17:12 Quando eu estava com eles,
guardava-os
no teu nome,
que
me deste,
e
protegi-os,
e
nenhum deles se perdeu,
exceto
o filho da perdição,
para que se
cumprisse a Escritura.
Jo
17:13 Mas, agora,
vou
para junto de ti
e
isto falo no mundo para que eles tenham
o
meu gozo completo em si mesmos.
Jo
17:14 Eu lhes tenho dado a tua palavra,
e
o mundo os odiou,
porque
eles não são do mundo,
como
também eu não sou.
Jo
17:15 Não peço que os tires do mundo,
e
sim que os guardes do mal.
Jo 17:16 Eles
não são do mundo,
como
também eu não sou.
Jo 17:17
Santifica-os na verdade;
a
tua palavra é a verdade.
Jo 17:18
Assim como tu me enviaste ao mundo,
também
eu os enviei ao mundo.
Jo 17:19 E a
favor deles eu me santifico a mim mesmo,
para
que eles também sejam santificados na verdade.
Jo 17:20 Não
rogo somente por estes,
mas
também por aqueles que vierem a crer em mim,
por
intermédio da sua palavra;
Jo 17:21 a
fim de que todos sejam um;
e
como és tu, ó Pai,
em
mim e eu em ti,
também
sejam eles em nós;
para
que o mundo creia
que
tu me enviaste.
Jo
17:22 Eu lhes tenho transmitido a glória
que
me tens dado,
para
que sejam um,
como
nós o somos;
Jo
17:23 eu neles,
e
tu em mim,
a
fim de que sejam aperfeiçoados na unidade,
para
que o mundo conheça
que
tu me enviaste
e
os amaste,
como
também amaste a mim.
Jo
17:24 Pai,
a
minha vontade é que onde eu estou,
estejam
também comigo os que me deste,
para
que vejam a minha glória
que
me conferiste,
porque me
amaste
antes da
fundação do mundo.
Jo
17:25 Pai justo,
o
mundo não te conheceu;
eu,
porém, te conheci,
e
também estes compreenderam
que
tu me enviaste.
Jo
17:26 Eu lhes fiz conhecer o teu nome
e
ainda o farei conhecer,
a
fim de que o amor com que me amaste
esteja
neles,
e
eu neles esteja.
A vontade do
Senhor manifestada ao Pai na oração sacerdotal dizia que a sua vontade era que
onde ele estivesse, estivessem também com ele os que o Pai lhe deu e isto para
poderem ver a glória ao Senhor conferida porque o amor do Pai pelo filho é
anterior à própria fundação do mundo.
Onde Jesus
está, estamos também; não é onde eu estou que ele está, mas onde ele está que
eu estou!
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
[1]Feito com
base no quadro da BEG, comentando o verso 23, do capítulo 1t, do evangelho de
João.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita - com gráficos, tabelas, imagens e textos - e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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