terça-feira, 27 de outubro de 2015
terça-feira, outubro 27, 2015
Jamais Desista
João 16.1-33 - JESUS ENVIA O ESPÍRITO SANTO COM UMA MISSÃO.
O Evangelho de João é o livro que foi
escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos
possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como
o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o
tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João
Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte
do mundo. Estamos vendo o capítulo 16, da parte III.
Breve síntese do capítulo 16
Em João 16, encontraremos Jesus falando do
Consolador que somente virá e ficará conosco - como está aqui agora comigo e
contigo - porque Jesus foi para o Pai que foi aquele que o enviou para nos
salvar.
Assim, o convencimento de que somos
pecadores, da justiça de Deus e do consequente juízo vindouro somente vem por
causa do Espírito Santo. Também é ele quem nos guia a toda a verdade e é também
quem nos anuncia as coisas que hão de vir. Quando conversamos com alguém
querendo convencer essa pessoa sobre a existência de Deus, se não for o
Espírito Santo, jamais teremos êxito.
Evangelizar sem o Espírito Santo confiando
na nossa capacidade de persuasão é ledo engano. É o Espírito Santo quem
convence o homem e não a nossa pretensa capacidade ou letras.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. O MINISTÉRIO DE JESUS AOS SEUS DISCÍPULOS (13.1-17.26) - continuação.
Como já falamos, em seus últimos dias,
Jesus concentrou-se em ministrar a seus discípulos para prepará-los para a sua
partida; ele os serviu, os confortou e orou por eles.
Assim, dividimos essa terceira parte em
três seções: A. A cerimônia do lava-pés e a profecia da traição (13.1-38) – já vimos; B. O discurso de despedida
(14.1-16.33) – concluiremos agora; e,
C. A oração intercessória (17.1-26).
B. O discurso de despedida (14.1-16.33) - continuação.
O discurso de despedida ocupa os capítulos
14 a 16. João registra as várias maneiras pelas quais Jesus confortou os seus
discípulos enquanto eles enfrentavam a iminência de sua morte e quanto às
provações que viriam nos anos seguintes.
Esse material está dividido em cinco
seções: a. A morada (14.1-4) – já vimos;
b. O caminho (14.5-14) – já vimos; c.
O Espírito Santo (14.15-31) – já vimos;
d. A videira e os ramos (15.1-17) – já
vimos; e, e. O consolo durante a perseguição (15.18-16.33) – concluiremos agora.
e. O consolo durante a perseguição (15.18-16.33) - continuação.
Falamos que a oposição do mundo contra os
eleitos de Deus é articulada em termos bastante fortes (14.17). O ódio do mundo
não é devido aos erros dos cristãos, mas sim aos acertos.
Jesus acabou de se comparar a uma videira
verdadeira, plantada por seu Pai e nós, nele, somos os ramos que haverão de
produzir muitos frutos; agora, ele nos apresentará o Consolador.
Esse capítulo 16 é uma continuação do
ensino de Jesus sobre a oposição que os discípulos enfrentariam no mundo; os
vs. 5-15 retomam o ensinamento sobre o Espírito Santo.
Enquanto estava na terra com seus
discípulos, Jesus os ensinava e os encorajava à medida que as necessidades iam
surgindo. Nesse momento, com o tempo se esgotando, eles precisavam saber sobre
as perseguições vindouras e sobre o ministério do Espírito Santo.
Jesus os prepara nos 4 primeiros versos e
no verso 5 ele anuncia que irá para aquele que o enviou. Embora Pedro tenha
perguntado especificamente sobre isso e Tomé sugerido a mesma coisa (13.36; 14.5),
a pergunta deles surgiu mais pelo fato de perceberem a partida iminente de
Jesus do que por um desejo de compreender a natureza e as implicações do seu
destino (vs. 6).
Aqui – vs. 5 -, Jesus desafia seus
discípulos a pensarem sobre a importância de sua partida - particularmente
sobre a vinda do Espírito Santo.
Os discípulos estavam obviamente
angustiados com a ideia da partida de Jesus; porém, enquanto a presença de
Jesus estava limitada a um só local nos dias do seu ministério terreno, a vinda
do Espírito Santo no Pentecostes os asseguraria da presença de Deus ao lado
deles por onde quer que fossem (Mt 28.20).
Contudo, a vinda do Espírito Santo no
Pentecostes estava condicionada ao retorno de Cristo para o céu.
O papel de convencer o mundo do pecado
pertence a ele. Provavelmente não se refere à convicção que conduz ao
arrependimento e à salvação, mas à manifestação da culpa inescusável da
humanidade. Ele é quem convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo –
vs. 8:
·
Convencer
do pecado – vs. 9 - a gravidade da incredulidade é salientada, sem que isso
exclua outras formas de pecado. Jesus veio em nome de seu Pai anunciou a
verdade e os homens, no geral, a rejeitaram, ou seja, não creram nele.
·
Convencer
da justiça – vs. 10 - os pecadores não podem ser considerados justos em razão
de suas próprias obras, mas somente com base no mérito da obra substitutiva de
Cristo. A obra de Jesus elimina pecados e a sua obediência perfeita é
considerada como se fosse dos pecadores. É pelo mérito da ressurreição (Rm
4.251 e da ascensão de Cristo que a justificação para os pecadores é atestada.
·
Convencerá
do juízo – vs. 11 - Satanás e aqueles sobre quem ele governa serão derrotados
pela justiça divina de Deus, cuja sentença já foi proferida.
É também papel ou missão do Espírito Santo
nos guiar a toda a verdade. Obviamente, isso se refere à verdade da salvação de
Deus, e não a um conhecimento técnico sobre todas as coisas ou uma nova
doutrina vinda do além.
Esse ato de guiar à verdade está
relacionado especificamente ao ministério dos apóstolos como veículos da nova
Escritura, que ocuparia seu lugar ao lado do Antigo Testamento.
·
O
Espírito os relembrará do passado (tudo o que foi registrado nos Evangelhos;
14.26).
·
O
Espírito os instruirá acerca do presente (os registros em Atos e nas epístolas;
14.26; 15.26; 16.13).
·
O
Espírito revelará as coisas por vir (os registros em Apocalipse; 16.13).
O ensino do Espírito não é feito
independentemente do ensino do Pai e do Filho, porém ocorre como parte do plano
da redenção e em concordância total com as três pessoas da Trindade.
Por isso que Ele iria glorificar a Jesus.
Uma vez que o plano da redenção está centralizado em Cristo, esse é o tópico no
qual o Espírito concentrará o seu ensino (15.26). Mais uma vez é enfatizado o
relacionamento íntimo entre as três pessoas da Trindade (17.10).
Quando ele diz no verso 16 “um pouco...
outra vez um pouco”, a primeira referência aponta, sem dúvida, para a
crucificação, que tiraria Jesus dentre eles; a segunda pode se referir à
ressurreição, à vinda do Espírito Santo ou à segunda vinda de Cristo.
A ressurreição se encaixa melhor com a
proximidade imediata da profecia; a segunda vinda se ajusta melhor à questão da
alegria nesse contexto.
Os discípulos associaram as palavras de
Jesus no vs. 10 com a sua afirmação no vs. 16, e isso tornou ainda mais difícil
entender o sentido do que Jesus estava dizendo, uma vez que o primeiro se
refere à ascensão, e o segundo, à crucificação.
A crucificação de Jesus, que causaria a
impressão de que os inimigos de Cristo haviam triunfado, iria perturbar
profundamente os discípulos.
Todavia, considerando que essa morte
substitutiva assegura a salvação de todos os que creem em Jesus, toma-se objeto
de regozijo e gratidão, numa analogia semelhante ao parto, que é uma
experiência dolorosa para a mãe durante o momento do nascimento, mas depois se
toma fonte de muita alegria.
As bênçãos que a obra redentora de Deus nos
concede não podem ser canceladas por nenhum poder humano ou satânico. O
propósito gracioso de Deus nos garante a natureza perpétua da alegria da
salvação (10.28; Fp 1.6).
No vs. 23, são usados dois verbos gregos diferentes
– “perguntareis” e “pedirdes”. O primeiro se refere geralmente a pedir
informações, e o segundo fazer uma petição.
Se percebermos essa distinção, observaremos
que após a ascensão, os discípulos receberam revelação da verdade por meio do
Espírito Santo.
As orações devem ser dirigidas ao Pai em
nome de Cristo (isto é, como representantes de Cristo, com autoridade delegada
por ele).
Os discípulos faziam suas orações a Deus e
seus pedidos a Jesus. A diferença é que, no futuro próximo, eles poderiam se
dirigir ao Pai diretamente e com confiança, empossados com a autoridade de
Cristo como seus representantes.
Jesus não está negando o seu ministério de
intercessão (Rm 8.34; Hb 7.25; 1Jo 2.1); antes, está dizendo que seus
discípulos atingiriam certo grau de maturidade na oração no qual Jesus não
precisaria mais interceder em oração como se eles fossem neófitos.
As três pessoas da Trindade estão unidas
plenamente em seu amor comum pelos cristãos (3.16). Estes, por sua vez, estão
unidos tanto ao amor pela Trindade como na fé pelas três pessoas da divindade.
A encarnação é descrita como Jesus vindo do
Pai e entrando no mundo; a ascensão, como Jesus deixando o mundo e retornando
para o Pai (17.13). Isso explica para onde Jesus estava indo e por que os seus
discípulos não o veriam mais (vs. 5-6,16-17).
Os discípulos entenderam finalmente que ele
mesmo sabia todas as coisas. Somente Deus é onisciente, e não precisa ouvir as
nossas perguntas para saber o que se passa na nossa mente. Os discípulos
reconheceram a origem e a natureza divina de Cristo.
Jesus não desencorajou esse reconhecimento
de sua divindade. Pelo contrário, ele a aceitou e a endossou – vs. 31. No entanto,
afirmou a eles que seriam dispersos quando ele, Jesus, fosse ferido. Uma
referência à covardia dos discípulos, que abandonariam Jesus no momento de sua
prisão (Mt 26.56).
Jesus nunca esteve só, porque o Pai estava
com ele sempre. Isso foi verdade quanto à maior parte do período da Paixão do
Senhor. Porém, o seu grito de angústia – “Deus
meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27.46; Mc 15.34) - deixou
claro que Jesus também aceitou ser separado do Pai, a quem estava unido de modo
tão magnífico.
Jesus passou pelo sofrimento dessa
separação a fim de carregar os pecados em nosso lugar. Um contraste entre a paz
e alegria de Cristo (vs. 21.22,24) e as aflições e dificuldades do mundo. A
vitória, porém, pertence a Cristo.
para que não
vos escandalizeis.
Jo 16:2 Eles vos expulsarão das
sinagogas;
mas vem a
hora em que todo o que vos matar
julgará
com isso tributar culto a Deus.
Jo
16:3 Isto farão porque
não
conhecem o Pai,
nem
a mim.
Jo 16:4 Ora, estas coisas vos tenho dito
para que,
quando a hora chegar,
vos recordeis
de que eu vo-las disse.
Não
vo-las disse desde o princípio,
porque eu
estava convosco.
Jo 16:5 Mas,
agora, vou para junto daquele que me enviou,
e
nenhum de vós me pergunta:
Para
onde vais?
Jo 16:6 Pelo
contrário, porque vos tenho dito estas coisas,
a
tristeza encheu o vosso coração.
Jo
16:7 Mas eu vos digo a verdade:
convém-vos
que eu vá,
porque, se eu
não for,
o Consolador
não virá para vós outros;
se,
porém, eu for,
eu
vo-lo enviarei.
Jo 16:8 Quando ele vier, convencerá o
mundo
do pecado,
da justiça
e do juízo:
Jo
16:9 do pecado,
porque
não crêem em mim;
Jo 16:10 da
justiça,
porque
vou para o Pai,
e
não me vereis mais;
Jo 16:11 do
juízo,
porque
o príncipe deste mundo já está julgado.
Jo 16:12 Tenho ainda muito que vos
dizer,
mas vós não o
podeis suportar agora;
Jo
16:13 quando vier, porém,
o
Espírito da verdade,
ele
vos guiará a toda a verdade;
porque
não falará por si mesmo,
mas dirá tudo
o que tiver ouvido
e
vos anunciará as coisas
que
hão de vir.
Jo
16:14 Ele me glorificará,
porque
há de receber do que é meu
e
vo-lo há de anunciar.
Jo 16:15 Tudo quanto o Pai tem é meu;
por isso é
que vos disse que há de receber do que é meu
e
vo-lo há de anunciar.
Jo 16:16 Um pouco,
e não mais me
vereis;
outra vez um pouco,
e ver-me-eis.
Jo 16:17 Então, alguns dos seus
discípulos disseram uns aos outros:
Que vem a ser
isto que nos diz:
Um
pouco,
e
não mais me vereis,
e outra vez
um pouco,
e
ver-me-eis;
e:
Vou para o Pai?
Jo 16:18 Diziam, pois:
Que vem a ser
esse - um pouco?
Não
compreendemos o que quer dizer.
Jo 16:19 Percebendo Jesus que desejavam
interrogá-lo, perguntou-lhes:
Indagais
entre vós a respeito disto que vos disse:
Um
pouco,
e
não me vereis,
e outra vez
um pouco,
e
ver-me-eis?
Jo 16:20 Em verdade, em verdade eu vos
digo
que chorareis
e vos lamentareis,
e
o mundo se alegrará;
vós ficareis
tristes,
mas
a vossa tristeza se converterá em alegria.
Jo 16:21 A mulher,
quando está para dar à luz,
tem
tristeza, porque a sua hora é chegada;
mas,
depois de nascido o menino,
já
não se lembra da aflição,
pelo
prazer que tem de ter nascido ao mundo um homem.
Jo 16:22
Assim também agora vós tendes tristeza;
mas
outra vez vos verei;
o
vosso coração se alegrará,
e
a vossa alegria ninguém poderá tirar.
Jo
16:23 Naquele dia, nada me perguntareis.
Em verdade, em verdade vos digo:
se pedirdes
alguma coisa ao Pai,
ele
vo-la concederá em meu nome.
Jo 16:24 Até
agora nada tendes pedido em meu nome;
pedi
e
recebereis,
para
que a vossa alegria seja completa.
Jo 16:25 Estas coisas vos tenho dito por
meio de figuras;
vem a hora em
que não vos falarei por meio de comparações,
mas
vos falarei claramente a respeito do Pai.
Jo 16:26 Naquele dia,
pedireis em
meu nome;
e
não vos digo que rogarei ao Pai por vós.
Jo
16:27 Porque o próprio Pai vos ama,
visto
que me tendes amado
e
tendes crido que eu vim da parte de Deus.
Jo 16:28 Vim do Pai
e entrei no
mundo;
todavia, deixo o mundo
e vou para o
Pai.
Jo 16:29 Disseram os seus discípulos:
Agora é que
falas claramente
e
não empregas nenhuma figura.
Jo 16:30
Agora, vemos que sabes todas as coisas
e
não precisas de que alguém te pergunte;
por
isso, cremos que, de fato,
vieste
de Deus.
Jo 16:31 Respondeu-lhes Jesus:
Credes agora?
Jo
16:32 Eis que vem a hora
e
já é chegada,
em
que sereis dispersos,
cada
um para sua casa,
e
me deixareis só;
contudo, não
estou só,
porque
o Pai está comigo.
Jo 16:33 Estas coisas vos tenho dito
para que
tenhais paz em mim.
No
mundo,
passais
por aflições;
mas
tende bom ânimo;
eu
venci o mundo.
Tudo o que o
Pai tem é meu! Quem poderia dizer algo assim? Somente Jesus Cristo poderia e
disse mais ainda: por isso que eu disse que iriam receber do que é meu e iriam
anunciar. Em seguida, lhes anuncia sua partida breve e seu retorno quando iriam
entristecer-se por um pouco e depois se alegrarem indefinidamente.
Ele termina
este capítulo nos falando para termos bom ânimo diante das aflições por causa
do seu nome porque ele venceu o mundo.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
segunda-feira, 26 de outubro de 2015
segunda-feira, outubro 26, 2015
Jamais Desista
João 15.1-27 - JESUS A VIDEIRA VERDADEIRA, NÓS OS RAMOS.
O Evangelho de João é o livro que foi
escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos
possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como
o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o
tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João
Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte
do mundo. Estamos vendo o capítulo 15, da parte III.
Breve síntese do capítulo 15
O capítulo 15 contém somente a fala de
Jesus. Não há perguntas, mas somente respostas. Ele até parece a continuação do
que estava falando no capítulo 14 quando se encerra dizendo para que se
levantem e saíssem dali de onde estavam.
Ele começa dizendo que é a videira
verdadeira e que nós somos os ramos e que, portanto, estamos na videira para
produzir frutos. A uva é o fruto da vide. Quem nos plantou é o Pai que é o
Agricultor.
Aqui está o segredo de como iremos dar
frutos para a glória de Deus. O fruto da vide não é produzido com esforço, nem
deve gerar no galho orgulho, mas basta estar no lugar certo, ou seja, na
videira que naturalmente todo ramo nela produzirá frutos.
No entanto, Jesus fala de ramos que estando
nele não produz nada e de ramos que produzem. O tratamento é diferente para
cada um. No caso de quem nada produz é cortado e lançado fora para ser queimado
e o que produz, é limpo para produzir mais frutos ainda.
Como estando nele, na videira, nada
produziremos? É porque estamos querendo tomar o lugar da vide e produzir para
nossa própria glória e assim, nada conseguimos.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. O MINISTÉRIO DE JESUS AOS SEUS DISCÍPULOS (13.1-17.26) - continuação.
Como já falamos, em seus últimos dias,
Jesus concentrou-se em ministrar a seus discípulos para prepará-los para a sua
partida; ele os serviu, os confortou e orou por eles.
Assim, dividimos essa terceira parte em
três seções: A. A cerimônia do lava-pés e a profecia da traição (13.1-38) – já vimos; B. O discurso de despedida
(14.1-16.33) – estamos vendo; e, C. A
oração intercessória (17.1-26).
B. O discurso de despedida (14.1-16.33) - continuação.
O discurso de despedida ocupa os capítulos
14 a 16. João registra as várias maneiras pelas quais Jesus confortou os seus
discípulos enquanto eles enfrentavam a iminência de sua morte e quanto às
provações que viriam nos anos seguintes.
Esse material está dividido em cinco
seções: a. A morada (14.1-4) – já vimos;
b. O caminho (14.5-14) – já vimos; c.
O Espírito Santo (14.15-31) – já vimos;
d. A videira e os ramos (15.1-17) – veremos
agora; e, e. O consolo durante a perseguição (15.18-16.33) – começaremos a
ver agora.
d. A videira e os ramos (15.1-17).
Há duas divisões principais nesse capítulo:
o discurso sobre a videira (vs. 1-17) e as advertências quanto ao ódio do mundo
(vs. 18-27).
A união entre os remidos e Cristo é
representada de várias maneiras na Escritura, e a combinação delas nos ajuda a
entender a natureza desse relacionamento:
(1)
O
fundamento e o edifício (1Co 3.11; Ef 2.20-22).
(2)
A
videira e os ramos (15.1-17).
(3)
A
cabeça e o corpo (1Co 6.15,19; 12.12; Ef 1.22-23; 4.15-16).
(4)
O
marido e a esposa (Ef 5.31-32; Ap 19.7).
(5)
Adão
e seus descendentes (Rm 5.12.18-21; 1Co 15.22,45,49).
Cada uma dessas metáforas tem suas
limitações - assim como qualquer analogia - porém cada uma delas tem
pronunciadas semelhanças com as outras.
Jesus se compara a uma videira verdadeira.
De acordo com outras passagens desse Evangelho, a palavra “verdade" não é
empregada com sendo oposta a "falso".
Jesus é a videira verdadeira, em oposição a
Israel, que como um tipo ou precursora, era citada, no Antigo Testamento, como
a "videira" ou “vide” de Deus (SI 80.8-16; Jr 2.21).
Embora Israel tenha sido julgada pela sua
falta de frutos, Jesus cumpriu efetivamente o simbolismo que Israel apenas
representava. Esse é o último dos ditos 'Eu sou" nesse Evangelho (foram
sete ao todo: 6.35,41; 8.12; 9.5; 10.7, 9, 11, 14; 11.25; 14.6; 15.1; 15.5).
No vs. 2, todo ramo que, estando nele, não
der fruto, será cortado e o que der frutos, será podado a fim de que dê mais
frutos ainda.
O verbo “cortar" também pode ser
traduzido como “suspender". Cortar, ou eliminar, é uma ação apropriada
para ramas que estão mortas; suspender, ou elevar, tem a finalidade de fazer com
que um ramo vivo, mas improdutivo, possa produzir frutos.
Nenhum ramo infrutífero pertence a Cristo,
assim como nenhum ramo que está em Cristo permanece sem frutos. Os ramos que
pertencem genuinamente a Cristo irão não apenas dar frutos, mas também serão
podados para que produzam ainda mais.
A falta de frutos em Israel (SI 80; Is 5.
lss.; Jr 2.21) era equivalente a desobedecer a aliança.
O debate sobre os frutos da videira no
Artigo Testamento, combinado com o debate sobre obedecer a Jesus nesse
capítulo, demonstra que “fruto” se refere ao fruto moral - a consequência
natural da obediência - e não um fruto evangelístico, embora isso também seja
desejável.
Essa analogia não se refere a todos os
aspectos do domínio espiritual, pois em termos de horticultura nenhum ramo pode
existir a menos que esteja unido à videira.
Se Cristo quis ensinar que os ramos mortos
serão retirados da sua presença, então está se referindo àqueles que afirmam
estarem unidos com ele, mas falham em provar a veracidade dessa confissão
porque não produzem frutos de obediência.
Jesus dizia a eles que eles já estavam
limpos pelo simples agira da palavra de Deus em seus corações. Ele usa um jogo de
palavras baseado na semelhança dos termos gregos para “poda” (kathairo) e “limpo” (katharos). A atividade de poda iria
continuar, mas já havia começado na vida dos discípulos por meio do ministério
de Jesus (13.10).
Era importante, portanto, permanecer em Jesus
para isso ocorrer. Jesus enfatizou a importância da continuidade do seu
relacionamento com os discípulos.
O termo “permanecer" é repetido onze
vezes nos vs. 4-10, e a metáfora da videira ilustra essa questão com
propriedade, pois somente quando a seiva da videira flui livremente através dos
ramos é que os frutos podem surgir.
De modo semelhante, somente quando o
relacionamento espiritual com Cristo está intacto é que os cristãos estão
saudáveis e produtivos; o vs. 5 é ainda mais enfático sobre isso. Essa incapacidade
fundamental dos pecadores torna a intervenção da graça indispensável para
iniciar o processo, desenvolvê-lo e culminar com a salvação.
Ele esclarece que ele é a videira e que os
discípulos são os ramos e que para produzirem os frutos deverão permanecer
nele, pois sem ele, nada eles poderiam fazer. No vs. 6 ele diz que se alguém
não permanecer nele será como o ramo que é jogado fora.
Aqueles que não permanecem nele demonstram
que nunca tiveram uma união vital com Cristo. Portanto, não surpreende que o
destino destes seja descrito aqui pelo uso da linguagem da condenação (cf. Mt
3.12; 25.41; Jd 7; Ap 20.14).
Nesse contexto, talvez Jesus estivesse se
referindo especialmente a Judas Iscariotes (cf. 13 21-30).
Jesus ainda promete a eles – vs. 7 - que se
permanecessem nele e também a palavra dele permanecesse neles, eles poderiam
pedir o que quisessem. Novamente, essa garantia se aplica principalmente aos
onze discípulos leais (14.13; cf. 15.16).
A garantia da bênção é grande que
resultaria na glorificação de seu Pai – vs. 8 - e assim eles se tomariam seus
discípulos. A evidência da realidade da união com Cristo é a presença de fruto
(isto e, uma vida marcada pela vitória sobre a tentação e pela presença do
fruto do Espirito; Gl 5.22).
Essas obras de modo algum são o que nos
tornam aceitáveis diante de Deus; pelo contrário, elas são o resultado
inevitável da nossa união vital com Jesus. O fruto não produz a nossa salvação,
pelo contrário é o resultado dela, uma consequência tão ligada à salvação que a
ausência do fruto é um bom motivo para questionarmos se uma pessoa é realmente
salva.
No verso 9, a ênfase está na palavra
"amor", que é usada oito vezes nos vs. 9-13. A ligação entre o amor e
a obediência é afirmada mais uma vez (14.15,21,23; 15.14) e exemplificada em
Jesus Cristo (14.31).
Jesus Cristo compara seu relacionamento com
seus discípulos usando o padrão de seu relacionamento com seu Pai e ele diz que
como foi amado por seu Pai, assim ele os amou, por isso deveriam permanecer em
seu amor. Em permanecendo em seu amor, deverão, obviamente, obedecer aos seus
mandamentos, como ele também obedece aos mandamentos de seu Pai.
Muitos imaginam que obedecer a Cristo é
algo penoso porque exige uma atitude de sacrifício, auto rendição e serviço (Rm
12.1-2). Jesus ensinou o oposto, associando a obediência com a alegria – vs. 11.
E qual seria o seu mandamento? A resposta é
que eles deveriam amar uns aos outros como ele os amou.
Não há algo maior que alguém possa fazer do
que sacrificar-se em favor da pessoa amada. O autos sacrifício de Cristo em
favor dos incrédulos (pecadores, que, por natureza, são inimigos de Deus) é
ainda mais surpreendente em razão da natureza daqueles por quem é oferecido (Rm
5.7-8).
A prova de amizade é a obediência. Se
dissermos que amamos a Cristo, mas não obedecemos a ele, então não somos seus
amigos. Seremos seus amigos, se fizermos o que ele nos manda.
Assim, já não estaríamos chamando de servos,
mas de amigos. Não há outros registros de Jesus Cristo chamando qualquer um dos
seus discípulos de “servo" (a menos que 12.26 faça referência a isso),
porém ele tinha todo o direito de fazê-lo, e os discípulos o chamaram
acertadamente de 'Senhor" (13.13).
A palavra "amigos", no entanto,
implica uma relação mais íntima, e a linguagem de fraternidade aprofunda ainda
mais essa relação (Hb 2.10-11).
Um amigo verdadeiro dá tudo a conhecer ao
seu amigo. Refere-se isso – vs. 15 - ao que eles haviam conseguido compreender
até esse momento (cf. 16.12). Depois da ressurreição, e por meio do Espírito
Santo que viria no Pentecostes, os discípulos iriam compreender muito mais
(16.13).
A impressão que temos é que os discípulos
resolveram seguir a Jesus, mas Jesus esclarece isso – vs. 16: não fostes vós
que me escolhestes a mim, pelo contrário eu vos escolhi e vos designei para que
vades e deis muitos frutos para a glória de Deus.
Obviamente, Jesus não quis dizer que os
seus discípulos não exercitaram a capacidade de escolha, pois haviam optado por
segui-lo. Antes, Cristo estava dizendo que a iniciativa e a escolha final havia
sido dele, pois se Jesus não os tivesse escolhido, eles não teriam optado por
segui-lo.
Essa passagem está se referindo ao oficio
de apóstolos, porém o princípio se aplica a muitas outras áreas, incluindo
eleição e salvação (Ef 1.4,11).
Salienta ele que os designou - atividade
soberana de Deus, que é exercida independentemente do poder humano de escolha –
para irem. Esse verbo indica o rumo do serviço cristão (veja também Mt 28.19;
At 1.8).
Embora seja uma ordem especificamente
dirigida aos apóstolos, ela tipifica a ordem geral para a igreja ir e alcançar
os perdidos onde quer que estes se encontrem (Mt 28.19-20).
Deus ordena fertilidade, e não
esterilidade, para o ministério dos apóstolos. O fruto se refere tanto à
santificação individual (Cl 5.22) quanto à eficácia da evangelização (Mt
13.3-8; Rm 1.13).
Do mesmo modo, Deus ordena que haja fruto
na vida de todos os cristãos (Ef. 2.10) e que esse fruto permaneça. Uma
característica que se sobressai no serviço cristão é que ele tem implicações
eternas.
Mais uma vez ele promete aos seus que tudo
quanto pedirem ao Pai em seu nome, ele haveria de conceder aos seus discípulos.
Outra garantia de que as orações dos apóstolos seriam eficazes (14.13; 15.7).
Por isso que repete pela terceira vez
(13.34; 15.12) que deveriam amar uns aos outros como ele os amou.
e. O consolo durante a perseguição (15.18-16.33).
A oposição do mundo contra os eleitos de
Deus é articulada em termos bastante fortes (14.17). O ódio do mundo não é
devido aos erros dos cristãos, mas sim aos acertos.
A ignorância em relação ao Pai é ligada ao
desprezo pelo Filho (16.3; 110 2.23). Odiar o Filho implica odiar também o Pai
(vs. 23-24). Por isso que o mundo os haveria de odiar, pois odiaram ao Pai e ao
Filho. O verso 21 diz que eles tratarão assim os discípulos por causa do nome
de Jesus, pois não conhecem aquele que enviou Jesus, o Pai.
Eles não teriam pecado se Cristo não
tivesse vindo, mas agora que veio a rejeição a ele é uma loucura – vs. 22 “pecado
não teriam”. Aqui, o termo “pecado" refere-se particularmente ao pecado de
odiar Jesus e aqueles que lhe pertencem, e não uma referência ao pecado num
sentido geral (vs. 24). Quem odeia Jesus, odeia igualmente aquele que o enviou,
o Pai.
Se Jesus não tivesse realizado no meio
deles obras que ninguém mais fez, eles não seriam culpados de pecado. Mas agora
eles as viram e odiaram a ele e a seu Pai – vs. 24.
Os judeus incrédulos estavam condenados
pela própria lei que estimavam. Essa citação é do livro de Salmos; aqui, o
termo “lei” – vs. 15 - abrange o Antigo
Testamento em geral, e não apenas o Pentateuco (10.34). Os textos de SI 35.19;
69.4 se referem, originalmente, à experiência de Davi, porém eles se cumprem
com mais profundidade na vida de Cristo.
Há uma promessa da parte do Pai e do Filho
do envio do Consolador. Uma referência à obra do Espírito Santo no plano da
redenção, e não ao seu relacionamento eterno dentro da Trindade.
Ele, o Espírito Santo, daria testemunho dele.
Uma vez que a obra de Cristo é a base de todo o evangelho, o Espírito focaliza
o seu testemunho em Cristo.
Jesus apontou para a função exclusiva dos
apóstolos como testemunhas oculares que, capacitados pelo Espírito Santo,
deveriam fornecer o testemunho básico e autorizado de Cristo para a igreja (Lc
24.48; At 1.21-22; Ef 2.20). Portanto, o oficio de apóstolo não é passado
adiante, e o testemunho subsequente da igreja depende desse testemunho
apostólico registrado no Novo Testamento e iluminado pelo Espírito Santo.
e meu Pai é o agricultor.
Jo 15:2 Todo ramo que, estando em mim,
não der
fruto,
ele o corta;
e todo o que dá fruto
limpa, para
que produza mais fruto ainda.
Jo
15:3 Vós já estais limpos
pela
palavra que vos tenho falado;
Jo 15:4
permanecei em mim,
e eu
permanecerei em vós.
Como não pode o ramo produzir fruto de
si mesmo,
se não
permanecer na videira,
assim,
nem vós o podeis dar,
se
não permanecerdes em mim.
Jo 15:5 Eu sou a videira,
vós, os
ramos.
Quem permanece em mim,
e eu, nele,
esse dá muito
fruto;
porque
sem mim nada podeis fazer.
Jo 15:6 Se alguém não permanecer em mim,
será lançado
fora,
à
semelhança do ramo,
e
secará;
e
o apanham,
lançam
no fogo
e
o queimam.
Jo 15:7 Se permanecerdes em mim,
e as minhas palavras permanecerem em
vós,
pedireis o
que quiserdes,
e vos será
feito.
Jo 15:8 Nisto é glorificado meu Pai,
em que deis
muito fruto;
e assim vos
tornareis meus discípulos.
Jo 15:9 Como o Pai me amou,
também eu vos
amei;
permanecei
no meu amor.
Jo 15:10 Se guardardes os meus
mandamentos,
permanecereis
no meu amor;
assim
como também eu tenho guardado
os
mandamentos de meu Pai
e
no seu amor permaneço.
Jo 15:11 Tenho-vos dito estas coisas
para que o
meu gozo esteja em vós,
e o vosso
gozo seja completo.
Jo 15:12 O meu mandamento é este:
que vos ameis
uns aos outros,
assim
como eu vos amei.
Jo 15:13
Ninguém tem maior amor do que este:
de
dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos.
Jo 15:14 Vós
sois meus amigos,
se
fazeis o que eu vos mando.
Jo 15:15 Já
não vos chamo servos,
porque
o servo não sabe o que faz o seu senhor;
mas tenho-vos chamado amigos,
porque
tudo quanto ouvi de meu Pai
vos
tenho dado a conhecer.
Jo 15:16 Não fostes vós que me
escolhestes a mim;
pelo
contrário,
eu
vos escolhi a vós outros
e
vos designei para que vades
e
deis fruto,
e
o vosso fruto permaneça;
a
fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai
em
meu nome,
ele
vo-lo conceda.
Jo 15:17 Isto vos mando:
que vos ameis
uns aos outros.
Jo 15:18 Se o mundo vos odeia,
sabei que,
primeiro do que a vós outros,
me
odiou a mim.
Jo 15:19 Se vós fôsseis do mundo,
o mundo
amaria o que era seu;
como,
todavia, não sois do mundo,
pelo
contrário, dele vos escolhi,
por
isso, o mundo vos odeia.
Jo 15:20 Lembrai-vos da palavra que eu
vos disse:
não é o servo
maior do que seu senhor.
Se
me perseguiram a mim,
também
perseguirão a vós outros;
se guardaram
a minha palavra,
também
guardarão a vossa.
Jo 15:21 Tudo
isto, porém, vos farão
por
causa do meu nome,
porquanto
não conhecem
aquele
que me enviou.
Jo 15:22 Se eu não viera,
nem lhes houvera
falado,
pecado
não teriam;
mas,
agora, não têm desculpa do seu pecado.
Jo 15:23 Quem me odeia
odeia também
a meu Pai.
Jo 15:24 Se eu não tivesse feito entre
eles tais obras,
quais nenhum
outro fez,
pecado
não teriam;
mas,
agora, não somente têm eles visto,
mas
também odiado,
tanto
a mim
como
a meu Pai.
Jo 15:25 Isto, porém, é para que se
cumpra a palavra escrita na sua lei:
Odiaram-me
sem motivo.
Jo 15:26 Quando, porém, vier o
Consolador,
que eu vos
enviarei
da
parte do Pai,
o
Espírito da verdade,
que
dele procede,
esse
dará testemunho de mim;
Jo
15:27 e vós também testemunhareis,
porque
estais comigo desde o princípio.
É forte esta
declaração de Jesus de quem o odeia também odeia ao seu Pai. Não dá para
seguirmos a Jesus como seguindo apenas o seu exemplo e lições e desprezarmos
todo o seu discurso que ele sustenta. Quem não adora a Jesus como Deus odeia
igualmente o Deus que diz amar.
A Deus toda glória!
p/ pr. Daniel Deusdete.
p/ pr. Daniel Deusdete.
...
domingo, 25 de outubro de 2015
domingo, outubro 25, 2015
Jamais Desista
João 14.1-31 - JESUS DÁ RESPOSTA A TRÊS PERGUNTAS
O Evangelho de João é o livro que foi
escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos
possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como
o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o
tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João
Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte
do mundo. Estamos vendo o capítulo 14, da parte III.
Breve síntese do capítulo 14
Em João 14, Jesus responde a uma pergunta
de um de seus discípulos, Tomé, quando este não sabendo para onde ia Jesus,
disse que não conhecia o caminho e Jesus lhe dá a resposta: EU SOU O CAMINHO, A
VERDADE E A VIDA E NINGUÉM VEM AO PAI SE NÃO POR MIM.
Jesus disse que estava indo para algum
lugar. Tomé, francamente, diz que não sabia para onde ele estava indo e,
portanto não saberia o caminho. Jesus, então, ao invés de apontar caminhos ou
um caminho que era o que se esperava, anula tudo e faz uma afirmação, uma
declaração poderosa de que ele era o próprio caminho e não somente isso, mas a
verdade e a vida!
Óbvio que o discurso de Jesus era sobre o
Pai e sua morada nos céus e ele estava preparando os discípulos para o que iria
acontecer em breve com ele quando morreria e depois ressuscitaria.
Quem começa o discurso do capítulo 14 é
Jesus e quase todo ele é a fala de Jesus em resposta a três questões.
(1)
Primeira:
a pergunta de Tomé sobre o caminho.
(2)
Segunda:
a solicitação de Filipe para Jesus mostrar o Pai e isto bastar.
(3)
Terceira:
a pergunta de Judas, não o Iscariotes, sobre que Jesus estaria para
manifestar-te a eles e não ao mundo.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. O MINISTÉRIO DE JESUS AOS SEUS DISCÍPULOS (13.1-17.26) - continuação.
Como já falamos, em seus últimos dias,
Jesus concentrou-se em ministrar a seus discípulos para prepará-los para a sua
partida; ele os serviu, os confortou e orou por eles.
Assim, dividimos essa terceira parte em
três seções: A. A cerimônia do lava-pés e a profecia da traição (13.1-38) – já vimos; B. O discurso de despedida
(14.1-16.33) – começaremos a ver agora;
e, C. A oração intercessória (17.1-26).
B. O discurso de despedida (14.1-16.33).
O discurso de despedida ocupa os capítulos
14 a 16. João registra as várias maneiras pelas quais Jesus confortou os seus
discípulos enquanto eles enfrentavam a iminência de sua morte e quanto às
provações que viriam nos anos seguintes.
Esse material está dividido em cinco seções:
a. A morada (14.1-4) – veremos agora;
b. O caminho (14.5-14) – veremos agora;
c. O Espírito Santo (14.15-31) – veremos
agora; d. A videira e os ramos (15.1-17); e, e. O consolo durante a
perseguição (15.18-16.33).
a. A morada (14.1-4).
Ele começa dizendo para não deixarmos turbar
os nossos corações. Essa passagem de consolo supremo foi oferecida por Jesus
num momento de muito sofrimento por causa da iminente traição de Judas e da
deserção de Pedro.
Além do que foi dada somente algumas horas
antes da agonia do Getsêmani e do tormento da cruz (13.21). No entanto, suas
afirmações estão impregnadas de um tom de paz sublime, cuja intenção era
ministrar ao coração temeroso dos discípulos, e não focalizar nas dificuldades
de Jesus.
Ele os confortava dizendo que na casa de
seu Pai havia muitas moradas. A ênfase está mais na amplidão do que nos
compartimentos. Embora o caminho seja apertado e a porta estreita (Mt 7.14), é
também verdade que o número dos filhos de Abraão é semelhante à areia do mar ou
às estrelas do céu (Gn 22.17), uma "grande multidão que ninguém podia
enumerar" (Ap 7.9).
Cristo está preparando um lugar nos céus
para os que lhe pertencem, e o Espírito Santo está preparando os eleitos aqui
na Terra para habitarem no céu.
Jesus se referiu a si mesmo como aquele que
serve de escada entre o céu e a terra (1.51), e será ele quem levará o seu povo
para o céu.
Por isso que ele pode dizer que eles já
sabiam e conheciam o caminho. Possivelmente essa frase teve a intenção de
induzir a pergunta receosa de Tomé e assim dar oportunidade para Jesus dar a
sua resposta sublime.
b. O caminho (14.5-14).
Diante da pergunta de Tomé ele pode
responder:
ü
Que
era a verdade - não apenas aquilo
que está de acordo com a realidade, mas também o que é completo e perfeito, em
contraste com as coisas que começam e ficam incompletas.
ü
Que
era a vida - não apenas a
existência, que, aliás, é eterna para todas as pessoas, mas uma plenitude de
vida em perfeita realização com o propósito de Deus (1.4).
ü
Que
era o caminho - ninguém vem ao Pai
senão por ele. Uma afirmação poderosa do caráter exclusivo de Cristo como o
caminho para a salvação. Propor e afirmar outros caminhos é iludir as pessoas e
desfazer a necessidade da encarnação e redenção de Jesus (At 4.12; Rm 10.14-15;
l Jo 5.12).
Todas as bênçãos nomeadas anteriormente são
resumidas no conhecimento de Deus, que é muito mais do que uma percepção
intelectual, pois envolve um compromisso de coração.
Felipe não resistiu e foi muito objetivo.
Ele queria ver o Pai e isso bastava a ele e aos demais, assim entendia. O
pedido de Filipe revela o seu equívoco, porém fornece a oportunidade para o
comentário que vem em seguida.
Jesus lhe responde que quem o vê, vê o Pai.
Essa afirmação não é uma negação da distinção das pessoas da Trindade, mas sim
uma recusa ao pedido de Filipe para fornecer revelações adicionais do Pai.
Jesus é a revelação mais completa do Pai que o mundo já viu, ou precisa ver.
Ele continua a dizer e a explicar que ele
estava no Pai, e o Pai, nele. É uma união reciproca em 10.38 (veja o vs. 20;
17.21).
Há três uniões magnificas proclamadas pela
Escritura:
ü
A
união das três pessoas da Trindade num
único Deus.
ü
A
união da natureza divina e humana na pessoa de Jesus Cristo.
ü
A
união de Cristo com o seu povo na realização da redenção.
O Pai e o Filho trabalham em perfeita
harmonia; portanto, os milagres que Jesus realizou são evidências dessa
cooperação perfeita entre Pai e Filho.
A História tem demonstrado que aqui, Jesus
não está afirmando – vs. 12 - que cada cristão fará milagres maiores do que ele
fez.
Essas obras "maiores” podem se referir
a viver no poder do Espírito Santo que ele derramaria sobre os seus depois que
fosse para o Pai. Também é possível que Jesus estivesse se referindo ao
trabalho ministerial feito no poder do Espírito Santo, que seria
"maior" do que o de Jesus em relação ao seu alcance geográfico e
numérico.
Jesus para consolá-los faz uma promessa
poderosa a eles e a todos nós no vs. 13, pois tudo quanto pedirmos em meu nome,
ele nos concederá a fim de que seu Pai seja glorificado.
Não é uma garantia de que Deus nos dará,
automaticamente, qualquer coisa que pedirmos em oração simplesmente por acrescentarmos
ao final "em nome de Cristo", como se fosse uma fórmula mágica.
Orar no nome de Jesus é orar corno o seu
representante, especialmente aqueles nomeados para exercer a sua autoridade e,
portanto, de acordo com a sua vontade. Jesus estava, principalmente,
assegurando aos seus apóstolos, seus representantes com autoridade dada por
ele, que Deus atenderia às suas orações
no decurso de seus respectivos ministérios.
Essa garantia também se aplica, em menor
grau, à igreja, que também representa Cristo na terra (veja 1 Co 5.4), embora
com menos autoridade do que os apóstolos. Veja também 15.7,16.
Tudo isso a fim de que o Pai fosse
glorificado no Filho. O relacionamento íntimo entre as pessoas da Trindade é
manifestado na doutrina da oração.
Aqui, o Filho é apresentado como fazendo o
que é pedido; em outras passagens, é o Pai quem concede (15.16: 16.23).
Aqui, o Pai é glorificado no Filho pela
eficácia na resposta da oração. O Espírito Santo nos ajuda em nossas orações e
intercede por nós (Rm 8.26-27), e Jesus Cristo também intercede por nós (Rm
8.34; Hb 7.25). Essas declarações são todas verdadeiras e elas não são contraditórias;
elas se complementam.
c. O Espírito Santo (14.15-31).
O que eles pedissem em oração, Jesus
atenderia para a glória do Pai – vs. 14 –, mas tinha uma condição importante
que provaria que eles o amavam: eles deveriam guardar os seus mandamentos.
A verdadeira prova de amor não é uma
expressão oral, mas um modo de vida em obediência. A desobediência persistente
e teimosa fornece boas razões para duvidarmos da realidade do amor, ainda que
seja confessado (vs. 21,23-24).
Assim sendo, ele rogaria ao Pai, e ele daria
a eles outro Conselheiro. Tanto o Pai como o Filho estão envolvidos no envio do
Espirito Santo, que é chamado de:
ü
O
Espírito de Deus (Gn 1 2; Rm 8.9).
ü
O
Espirito do Senhor (Is 11.22).
ü
O
Espirito de vosso Pai (Mt 10.20).
ü
O
Espírito de seu filho (Gl 4.6).
ü
O
Espírito de Jesus (Fp 1.19).
ü
O
Espírito de Cristo (1Pe 1.11).
Ele é que é o outro Consolador, o Espírito
Santo, que no Pentecoste iniciaria um relacionamento profundo com os cristãos. Algo
que ninguém ainda havia experimentado, é enfatizado aqui. O discurso de
despedida de Jesus diz respeito, compreensivelmente, a essa verdade gloriosa (vs.
26; 15.26; 16.7-15).
O termo "Consolador” ("Paracleto”)
era utilizado na linguagem jurídica para indicar o advogado de defesa (I Jo
2.1); porém, em termos gerais significa alguém que é "chamado para prestar
socorro”. Jesus vinha sendo esse auxilio para os seus discípulos, mas após a sua
ascensão, o Espírito Santo ocuparia essa função.
Esse termo enfatiza não apenas a
personalidade do Espirito Santo como alguém distinto do Pai e do Filho, mas
também a sua união perfeita com eles na obra da redenção.
Ele também é chamado de o Espírito da
verdade. O Espirito está em associação perfeita com o Pai (Is 65.16) e com o
Filho (Jo 14.6).
O mundo - a humanidade pecadora, em
contraste com o povo redimido de Deus (15.18-19; 17.9; I Jo 2.15-17; 4.5:
5.4-5,19) – não poderia recebê-lo porque não o viam nem o conheciam, mas os
discípulos o conheciam e vivia com eles e estaria com eles – vs. 17. O Espirito
habita no coração, na vida, no corpo e na alma de cada cristão (1Co 3.16-17;
6.19; 2Co 6.16; Ef 2.21).
Jesus então diz que não os deixará órfãos,
mas voltará para eles. Refere-se, principalmente, à vinda do Espírito Santo no
Pentecostes, mas também à esperança da igreja: o glorioso Mediador. Jesus
Cristo, voltará para buscar os remidos (vs. 3,18,28).
A vida se encontra somente em Jesus (1.4;
14.6), por isso pode dizer que ele vivia e, portanto, todos nós também vivemos –
vs. 19; 11.25-26. E promete que naquele dia entenderíamos que ele estava no Pai,
e ele nos seus discípulos, e os discípulos nele.
Do mesmo modo que há reciprocidade de
vivência interior, há também amor mútuo e profundo. Amar implica revelação; a
indiferença impede o conhecimento.
Judas entendeu corretamente a afirmação de
Jesus, mas suas expectativas a respeito do Messias provavelmente incluíam um
triunfo político que seria visível para todos, talvez por causa das imagens
apresentadas em Hc 3.3-15 e Zc 9.9-17. Jesus reforçou a necessidade de
obediência.
Jesus continua a fortalecer seus discípulos,
agora fazendo promessa de neles fazer morada. Na verdade, o Espírito Santo, o
Pai e o Filho, todos moram dentro do cristão (Rm 8.9-11; Ap 3.20).
Existe harmonia perfeita entre o ensino do
Pai e o ensino do Filho (7.16; 14.10), por isso que quem o amasse, guardaria as
suas palavras, pois elas não eram dele, mas do Pai.
Jesus falava e ensinava, mas prometia o
Espírito Santo, a quem o Pai enviaria.
Em 15.26 é o Filho quem envia o Espírito. Logo,
o Pai e o Filho cooperam para enviá-lo. Ele ensinaria todas as coisas a eles.
Ou seja, todas as coisas de que eles precisariam saber para cumprirem a sua
missão (16.13). Também haveria de lembrá-los de tudo o que Jesus tinha dito.
O ensino do Espírito Santo está em total
harmonia com os ensinos de Jesus, e ele auxiliará a memória humana frágil e
assegurará que as palavras de Jesus sejam preservadas para instruir o povo de
Deus (Mt 24.35).
Essas promessas aos apóstolos foram
cumpridas na pregação apostólica e na inspiração dos escritos do Novo
Testamento. Num certo sentido, essas promessas continuam sendo cumpridas à
medida que o povo de Deus é relembrado e ensinado por meio da Escritura
inspirada.
A igreja cristã é apostólica porque os
apóstolos, pelo auxílio especial do Espírito Santo, perpetuaram e esclareceram
os ensinos de nosso Senhor.
Finalmente, Jesus deixava a sua paz para
eles. Uma frase hebraica comum que é usada tanto para saudar como para se
despedir. Jesus usou essa frase num sentido novo e mais profundo: a sua paz é a
firmeza e segurança de alguém que estabeleceu a salvação, alguém que está reconciliando
com Deus.
Essa paz é algo que o mundo nunca poderá
oferecer, e foi comprada com a morte e ressurreição de Jesus (cf. At 10.36; Rm
5.1;14.17; Ef 2.14-17; Fp 4.7; Cl 3.15). Ela é a solução para todos os medos (vs.
1) e o legado que Jesus nos deixou como seus herdeiros.
O retomo de Cristo para o Pai e a sua
segunda vinda finalizam a sua obra de mediação (vs. 3). Sua ascensão põe fim ao
período de sua humilhação (isto é, sua vida terrena e o seu ministério) e
inicia a sua glorificação. Ele irá receber glória muito maior quando retornar
para conquistar todos os seus inimigos e santificar definitivamente os
cristãos.
Aquele que ama a Cristo deve almejar vê-lo
glorificado (cf. Ap 1.5-6).
Essa afirmação “o Pai é maior do que eu” –
vs. 28 - deve ser entendida à luz do testemunho desse Evangelho quanto à
completa divindade do Alho e sua igualdade e unidade com o Pai (1.1; 10.30;
14.9).
Aqui, o contexto indica a disposição do
Filho de se tornar 'menor' ao abdicar voluntariamente de sua glória como Filho
divino de Deus, e seguir pelo caminho da humildade e obediência ao Pai por meio
de sua encarnação e morte sacrifical (Fp 2.6-11).
O cumprimento da profecia de Jesus
confirmaria a origem divina da sua missão reta (Dt 18.22).
Ele então fala do príncipe do mundo que
estaria por vir. Refere-se a Satanás (cf. 12.31; 16.11) e ao sofrimento
temporário que Jesus experimentou durante sua prisão, julgamento e
crucificação.
Dele, Jesus comenta que nada tem em comum.
Essa é uma reafirmação da natureza sem pecado de Jesus (vs. 31; 8.29,46; 2Co
5.21; Hb 7.26-27). Ele é o único membro da raça humana de quem se pode fazer
essa afirmação. A obediência que Jesus exigiu de seus discípulos foi
exemplificada em seu próprio ministério terreno (Rm 5.19; Fp 2.8; Hb 5.8).
Estava chegando a hora! Eles se levantaram
para saírem dali. Essa declaração de saírem seria bastante apropriada se Jesus
e os discípulos estivessem deixando o cenáculo; porém, parece que os caps.
15-17 ainda se referem a esse lugar. Várias opções são possíveis, conforme a
BEG:
(1)
Jesus
fez menção de sair, mas transcorreu um período de tempo até que eles deixassem
o cenáculo.
(2)
Eles
saíram imediatamente, porém Jesus continuou o seu sermão a caminho do Getsêmani.
Essa opção faria da oração em Jo 17 um contraste nítido com a agonia experimentada
no jardim.
(3)
João
organizou o seu material em tópicos, e não em ordem cronológica.
(4)
Essa
declaração de Jesus foi um desafio para se encontrar com Satanás, e não uma
ordem para deixar o cenáculo (isto é, levantai-vos e vamos encontrar o inimigo).
credes em
Deus,
crede
também em mim.
Jo 14:2 Na casa de meu Pai há muitas
moradas.
Se assim não
fora, eu vo-lo teria dito.
Pois
vou preparar-vos lugar.
Jo
14:3 E, quando eu for e vos preparar lugar,
voltarei
e
vos receberei para mim mesmo,
para
que, onde eu estou,
estejais
vós também.
Jo
14:4 E vós sabeis o caminho
para
onde eu vou.
Jo 14:5 Disse-lhe Tomé:
Senhor, não
sabemos para onde vais;
como
saber o caminho?
Jo 14:6 Respondeu-lhe Jesus:
Eu sou o
caminho,
e a verdade,
e a vida;
ninguém
vem ao Pai
senão
por mim.
Jo 14:7 Se
vós me tivésseis conhecido,
conheceríeis
também a meu Pai.
Desde
agora o conheceis
e
o tendes visto.
Jo 14:8 Replicou-lhe Filipe:
Senhor,
mostra-nos o Pai,
e
isso nos basta.
Jo 14:9 Disse-lhe Jesus:
Filipe, há
tanto tempo estou convosco,
e não me tens
conhecido?
Quem
me vê a mim vê o Pai; como dizes tu:
Mostra-nos
o Pai?
Jo 14:10 Não
crês que eu estou no Pai
e que o Pai
está em mim?
As
palavras que eu vos digo
não
as digo por mim mesmo;
mas
o Pai, que permanece em mim,
faz
as suas obras.
Jo 14:11
Crede-me que estou no Pai,
e o Pai, em
mim;
crede
ao menos por causa das mesmas obras.
Jo 14:12 Em
verdade, em verdade vos digo
que
aquele que crê em mim
fará
também as obras que eu faço
e
outras maiores fará,
porque
eu vou para junto do Pai.
Jo 14:13 E
tudo quanto pedirdes em meu nome,
isso
farei,
a
fim de que o Pai seja glorificado no Filho.
Jo 14:14 Se
me pedirdes alguma coisa em meu nome,
eu
o farei.
Jo 14:15 Se
me amais,
guardareis
os meus mandamentos.
Jo
14:16 E eu rogarei ao Pai,
e
ele vos dará outro Consolador,
a
fim de que esteja para sempre convosco,
Jo 14:17 o
Espírito da verdade,
que
o mundo não pode receber,
porque
não o vê,
nem
o conhece;
vós
o conheceis,
porque
ele habita convosco
e
estará em vós.
Jo 14:18 Não
vos deixarei órfãos,
voltarei
para vós outros.
Jo 14:19
Ainda por um pouco,
e o mundo não
me verá mais;
vós,
porém, me vereis;
porque
eu vivo,
vós
também vivereis.
Jo 14:20
Naquele dia,
vós
conhecereis
que
eu estou em meu Pai,
e
vós, em mim,
e
eu, em vós.
Jo 14:21
Aquele que tem os meus mandamentos
e os guarda,
esse
é o que me ama;
e
aquele que me ama
será
amado por meu Pai,
e
eu também o amarei
e
me manifestarei a ele.
Jo 14:22 Disse-lhe Judas, não o
Iscariotes:
Donde
procede, Senhor, que estás para manifestar-te a nós
e
não ao mundo?
Jo 14:23 Respondeu Jesus:
Se alguém me
ama,
guardará
a minha palavra;
e
meu Pai o amará,
e
viremos para ele
e
faremos nele morada.
Jo 14:24 Quem
não me ama
não
guarda as minhas palavras;
e
a palavra que estais ouvindo não é minha,
mas
do Pai,
que
me enviou.
Jo 14:25 Isto
vos tenho dito,
estando
ainda convosco;
Jo
14:26 mas o Consolador,
o
Espírito Santo,
a quem o Pai
enviará em meu nome,
esse vos
ensinará todas as coisas
e
vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.
Jo 14:27
Deixo-vos a paz,
a
minha paz vos dou;
não
vo-la dou como a dá o mundo.
Não se turbe
o vosso coração,
nem se
atemorize.
Jo 14:28
Ouvistes que eu vos disse:
vou
e
volto para junto de vós.
Se me
amásseis,
alegrar-vos-íeis
de que eu vá para o Pai,
pois
o Pai é maior do que eu.
Jo 14:29
Disse-vos agora,
antes
que aconteça,
para
que, quando acontecer,
vós
creiais.
Jo 14:30 Já
não falarei muito convosco,
porque
aí vem o príncipe do mundo;
e
ele nada tem em mim;
Jo 14:31
contudo,
assim
procedo para que o mundo saiba
que
eu amo o Pai
e
que faço como o Pai me ordenou.
Levantai-vos,
vamo-nos
daqui
Jesus nos
deixou a sua paz e afirmou que não é como a paz que o mundo dá. Sempre que
Jesus aparecia aos seus ele sempre ministrava a paz. A nossa saudação cristã é
a paz do Senhor.
A Trindade: Um Deus ou três?[1]
O Judaísmo, o Islamismo e varias seitas do Cristianismo muitas vezes acusam
os cristãos ortodoxos de adorarem três Deuses: o Pai, o Filho e o Espírito
Santo. Essa acusação reflete uma compreensão seriamente distorcida do
cristianismo ortodoxo. O Cristianismo afirma que um único Deus existe numa
Trindade: Deus possui “três pessoas”, mas apenas urra "essência".
Tertuliano (160 - 220 d.C.) foi o primeiro a formular a doutrina da
Trindade, quando falou de "pessoas" e "essência". Escreveu
que Deus existe em três Pessoas, - o Pai, o Filho e Espírito Santo: três, não
em condição, mas em grau; não em substância, mas em forma; não em poder, mas em
aspecto, todavia de uma única substância, e de uma única condição, de um único
poder, assim como ele é um Deus, de quem três formas e aspectos são percebidos,
sob o nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo" (Contra Práxeas, cap.
2). A doutrina da Trindade foi afirmada, em princípio, no Concilio de Niceia
(32 5 d.C.) e teve repercussões posteriores no Concílio de Constantinopla (381
d.C.). Esses concílios declararam solenemente que essa doutrina havia sido
transmitida à igreja pelos próprios apóstolos.
O credo reconhecido pela maioria das igrejas de hoje como Credo Niceno
(que, na verdade, foi formalizado no Concilio de Constantinopla em 381 d.C.) é,
possivelmente, a formulação antiga mais conhecida da doutrina da Trindade.
Considera o Pai, o Filho e o Espírito Santo claramente como pessoas individuais
dentro do Ser divino. Em sua Carta Sinodal de 382 d.C., o Concilio de
Constantinopla também formulou a versão ecuménica mais antiga dessa doutrina ao
empregar os termos "pessoa" e "essência": "Há uma
única Divindade, um único Poder e uma única Substância do Pai e do Filho e do
Espírito Santo, de igual dignidade e igual majestade nas três hipóstases perfeitas,
ou seja, nas três pessoas perfeitas" (PNPN 2, vol. 14, pp. 188-190).
Em essência, a ideia é que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são
centros coiguais e coeternos de autoconsciência, cada um sendo "eu"
em relação aos outros dois que são "vós" e cada um participando da
essência divina plena juntamente com os outros dois. Não são três papéis
diferentes desempenhados pela mesma pessoa (modalismo), nem três deuses
reunidos num conjunto (triteísmo). As três pessoas estão eternamente juntas e
em cooperação. Cada pessoa está envolvi da em tudo o que as outras fazem, pois
o Pai está no Filho e o Filho está no Pai (Jo 10.38), e o Espírito é tanto
Espírito de Deus quanto Espírito de Cristo (Rm 8.9). No entanto, as Escrituras
também enfatizam distinções gerais entre as obras das três pessoas, sendo que o
Pai inicia, o Filho concorda e o Espirito executa a vontade conjunta dos três.
Devemos dedicar a mesma atenção e honra às três pessoas, lembrando-nos que
adoramos somente um Deus nessas três pessoas.
Embora a doutrina da Trindade não seja afirmada explicitamente na
Bíblia, é uma síntese apropriada dos ensinamentos das Escrituras a esse
respeito. O Antigo Testamento afirma a existência de somente um Deus, o Criador
que revelou a si mesmo e que deve ser adorado e amado de maneira exclusiva (Dt
6.4-5; Is 44.6-45.25). O Novo Testamento concorda (Mc 12.29-30; 1 Co 8.4; Ef
4.6; 1 Tm 2.5) referindo-se, porém, a três agentes pessoais plenamente divinos:
o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O Novo Testamento afirma a divindade de
Jesus e mostra que é apropriado adorá-lo e orar a ele (Jo 1.1-5; 20.28-31; cf.
Jo 1.6-18; At 7.59; Rm 9,5;10.9-13; 2Co 12.7.9; Fp 2.5-6; Cl 1.15-17; 2.9; Hb
1.1-12; 1Pe 3.15; veja também o artigo teológico "Jesus Cristo, Deus e
homem", em Jo 1). Também indica que o Espírito Santo é um "Consolador"
como Cristo (Jo 14.16) e que é, no mínimo, tão maravilhoso e precioso para a
igreja quanto o Senhor encarnado (Jo 14.1 6-1 7, 26: 1 5.26-2 7; 1 6.7-1 5). A
fim de ser tão valioso para a igreja quanto Jesus, o Espírito Santo também deve
ser Deus, um fato que a igreja reconheceu desde o princípio (At 5.3-4).
O próprio Cristo pressupôs a doutrina da Trindade ao instituir o
batismo "em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28.19)
- as três pessoas compartilham um único nome porque são um único Deus. Também
encontramos a doutrina da Trindade em passagens que mostram as contribuições
iguais de cada pessoa. Por exemplo, no batismo de Jesus, o Pai reconheceu o
Filho e o Espírito mostrou a sua presença na vida e no ministério do Filho (Mc
1.9-11). Em Ef 1.3-14, lemos que a salvação é uma obra operada pela Trindade: o
Pai elege, o Filho realiza e o Espirito aplica. Muitas outras passagens do Novo
Testamento falam do Pai, do Filho e do Espírito Santo como pessoas de mesma
posição e importância (p. ex., Rm 15.16; 2Co 1 3.1 4; Hb 9.14; 1Ft. 1.2).
Embora a linguagem técnica teológica usada para descrever a Trindade (isto é,
"três pessoas, uma essência") não seja usada no Novo Testamento, a fé
e o pensamento trinitários estão presentes em todas as suas páginas. Devemos
reconhecer, portanto, que a Trindade é uma doutrina bíblica.
A Deus toda glória!
p/ pr. Daniel Deusdete.
p/ pr. Daniel Deusdete.