Como dissemos, a epístola de Hebreus foi
escrita, provavelmente, antes de 70 d.C., com a finalidade de incentivar a
fidelidade a Cristo e à sua nova aliança mostrando que ele é o novo, último e
superior sumo sacerdote. Estamos vendo o capítulo 7/13.
Breve
síntese do capítulo 7.
Estou sem palavras! De onde, se não do Espírito Santo, este autor tirou
tudo isso? Que sabedoria e que profundidade. Estou boquiaberto e, mesmo, sem
palavras. Não tenho como comentar algo tão superior. Somente o Espírito Santo
para nos ajudar a crer e a entender.
Alguns interpretam este Melquisedeque como uma figura pré-encarnada do
próprio Senhor Jesus, mas há quem discorde por causa de alguns problemas, como
por exemplo como ele poderia ser semelhante ao Filho? Ora, não seria
semelhante, mas seria o próprio Filho.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. CRISTO É SUPERIOR A ARÃO (4.14-7.28) - continuação.
Como dissemos, o eterno sumo sacerdócio de
Cristo é muito superior ao sumo sacerdócio temporário dado a Arão e a sua
família. Dos vs. 4.14 ao 7.28, veremos
que Cristo é superior a Arão.
Para isso, dividimos essa parte III em 4
seções, conforme a BEG: A. Cristo, o eterno sumo sacerdote (4.14-5.10) – já vimos; B. Exortação à maturidade
espiritual (5.11-6.12) – concluiremos
agora; C. Um sacerdote eterno por juramento divino (6.13-20); e, D. Um
sacerdote eterno da ordem de Melquisedeque (7.1-28).
D. Um sacerdote eterno da ordem de Melquisedeque (7.1-28).
Veremos nos 28 próximos versículos o eterno
sacerdócio de Cristo após a ordem de Melquisedeque.
A maravilhosa promessa em SI 110.4 de um
sacerdote real como Melquisedeque foi cumprida em Jesus Cristo. O eterno sumo
sacerdócio de Jesus é explicado em duas passagens do Antigo Testamento que
mencionam Melquisedeque: Gn 14.17-20 (vs. 1-10) e SI 110.4 (vs.11-28).
A apresentação de Melquisedeque enfatiza
que ele era tanto rei como sacerdote. Como tal, Melquisedeque foi um tipo de
Cristo, enquanto Jesus é o último rei e sumo sacerdote. Salém é provavelmente o
nome antigo de Jerusalém (SI 76.2).
No hebraico, o nome Melquisedeque é
composto por duas partes: melek, que significa "Rei", e tsedek, que
significa "justiça". Assim, o nome significa "o rei da
justiça", um nome apropriado para um tipo de Cristo.
Enquanto os sacerdotes eram normalmente
legitimados por estarem localizados numa linha genealógica, Melquisedeque
aparece na Escritura sem ascendentes, descendentes ou informações a respeito de
seu nascimento ou morte.
Isso não significa que Melquisedeque não
tinha ascendente e nem indica que ele não tinha mãe ou um túmulo. Na verdade, o
autor fez uso dessas frases para indicar que Melquisedeque não tinha o direito
genealógico de ser chamado de sacerdote do Senhor.
Ele foi um homem que Deus designou como
sacerdote real (7.13-28). A singularidade do sacerdócio de Melquisedeque
prenunciou Cristo e seu sacerdócio especial.
Alguns acreditam que Melquisedeque foi um
aparecimento pré-encarnado de Cristo. Isso é improvável desde que são usados
termos de comparação e analogia: primeiro Melquisedeque é descrito como sendo
"semelhante ao Filho de Deus" (uma comparação do Filho com ele mesmo
seria estranha). Segundo, o Filho se tornou um sacerdote "segundo a ordem
de Melquisedeque" (6.20) somente mais tarde, mediante a sua encarnação,
morte expiatória e exaltação.
Além do mais, em Gn 14 Melquisedeque é
apresentado como alguém que tinha uma posição política reconhecida (rei de
Salem).
Duas ações demonstram a superioridade
sacerdotal de Melquisedeque sobre os descendentes levitas de Abraão: Abraão
pagou o dizimo para Melquisedeque (vs. 4-6,8-10), e Melquisedeque abençoou
Abraão (vs. 6-7).
Os sacerdotes levitas herdaram o direito de
cobrar (ou seja, recolher o dízimo) até mesmo dos descendentes de Abraão (Nm
18.21-29).
Conceder bênçãos, assim como receber o
dízimo, demonstrava claramente superioridade - nesse caso, a superioridade de Melquisedeque
sobre Abraão.
Os que são "homens mortais" – vs.
8 - são os levitas, cujo ofício e autoridade eram transmitidos pela
descendência e herança em associação com as provisões da lei (vs. 5): o
sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, no entanto, é tido como aquele que
"vive".
A declaração de que ele está vivo encontra-se
em SI 110.4, citado em Hb 5.6 e que retornou ao primeiro plano com as alusões
em 6.20; 7.3. A importância dessa declaração, ou "juramento" (vs.
21), é explicada nos vs. 20-22.
O argumento aqui quando diz que “pagou-os
na pessoa de Abraão” – vs. 9 - não depende simplesmente do relacionamento
genealógico, como se fosse possível dizer de qualquer pessoa que ela participa
das ações dos seus ancestrais.
Ao contrário, depende da posição
representativa de Abraão como o progenitor de um sistema sacerdotal baseado na
descendência genealógica. Afinal de contas, quando Melquisedeque se encontrou
com Abraão, Levi ainda estava no corpo do seu antepassado. Ele seria seu bisneto
algum tempo depois.
Se, portanto, a perfeição houvera sido, em
outras palavras, se o sacerdócio levítico pudesse dar às pessoas permanente e
livre acesso a Deus, não seria necessário outro sacerdócio, segundo a ordem de
Melquisedeque.
Como em 4.8; 8.7, o autor argumentou que
certas promessas no Antigo Testamento indicam que a lei, como foi dada a
Moisés, nunca foi intencionada para ser tomada como o estágio final da
revelação de Deus.
Era sempre entendido que a lei mosaica
apontava para adiante no tempo, para os "últimos dias" (1.2). A
pergunta retórica no vs. 11 anuncia que a efetividade do sistema levítico será
comparada com aquela do “outro sacerdote" que seria levantado, pois nele
baseado o povo recebeu a lei.
O sacerdócio levítico, juntamente com a lei
mosaica que o proporcionou, foi estabelecido por causa do pecado e da
necessidade de um ministério de reconciliação. A lei e o sacerdócio estão aqui
sendo considerados juntos, como um sistema de vida religiosa. Eles foram tanto
temporários como concebidos para propósitos particulares. (A BEG recomenda a
leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "Os três usos da
lei", em SI 119 – pedagógico, civil e moral).
A mudança de sacerdócio implica
necessariamente na mudança da lei – vs. 12.
As diferenças entre Jesus e os levitas são
agora revisadas rapidamente:
·Jesus
é descendente de Judá, e não de Levi (vs. 14).
·Ele
vive eternamente (vs. 16).
·Seu
sacerdócio é baseado no juramento divino (vs. 20).
Tudo fica mais claro quando surge outro
sacerdote semelhante a Melquisedeque, alguém que se tornou sacerdote, não por
regras relativas à linhagem, mas conforme o poder de uma vida indissolúvel. O
eterno sacerdócio de Cristo (SI 110.4) é fundamentado no poder indômito da sua
ressurreição (Rm 6.9-10).
Pois sobre ele é afirmado: "Tu és
sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque". A ordenança
anterior é revogada, porquanto era fraca e inútil pois a lei não havia
aperfeiçoado coisa alguma, sendo introduzida uma esperança superior, pela qual
nos aproximamos de Deus. (vs. 17 a 19).
Essa esperança e a promessa/juramento foram
mencionadas junto em 6.17-18. Os vs. 20-28 continuam a demonstrar a ligação
entre a nossa esperança e a certeza da promessa e do juramento de Deus.
Isso não aconteceu sem juramento, como os
outros, pelo contrário, veio sob juramento do próprio Deus que disse "O
Senhor jurou e não se arrependerá: ‘Tu és sacerdote para sempre" – Sl
110.4
O divino juramento expresso em SI 110.4
("O Senhor jurou") demonstra que assim como a família de Davi governa
para sempre o reino de Deus, o sacerdócio real da família de Davi é também
permanente. Esse ofício real e sacerdotal conjunto foi finalmente cumprido em
Jesus (6.17-18). Jesus tornou-se, por isso mesmo, a garantia (ou fiador) de uma
aliança superior – vs. 22.
Fiador é a tradução de uma palavra grega
encontrada somente aqui no Novo Testamento. O próprio Jesus, como a substância
do que foi prometido e o possuidor da vida ressurreta indissolúvel (vs. 16), é
o fiador de uma nova e superior aliança.
Essa “superior" aliança corresponde à
"nova aliança" em Cristo que é descrita em Jr 31.31-34 (citado em
8.8-12; 10.16-17). É superior no sentido de ser mais completa, mais madura e
plena.
Também executará julgamentos maiores dos
que eram possíveis sob as alianças anteriores, e concederá bênçãos maiores do
que as que foram anteriormente concedidas.
A ideia de que a aliança final seria melhor
e maior tem as suas raízes no anúncio de Moisés de que depois do arrependimento
de Israel no exílio, Deus concederia ao seu povo maiores bênçãos do que seus
pais haviam recebido (Dt 30.5).
A referência no vs. 23 aos muitos
sacerdotes é explicada por causa da morte que obrigava a substituição deles.
Muitos sumo sacerdotes surgiram que sucederam um ao outro no ofício.
A lei da sucessão sacerdotal (Êx 29.29-30)
pressupunha a morte do sacerdote. Essa falta de permanência, juntamente com a
repetição dos sacrifícios do Antigo Testamento (10.11), revela a imperfeição da
antiga ordem.
Agora, no entanto, como Jesus tem um
sacerdócio permanente, pode salvar totalmente. A vida e o sacerdócio eternos de
Jesus tomam possível sua eterna intercessão pelos adoradores que "por ele
se chegam a Deus”, levando à completa e eterna salvação. A palavra
"totalmente" contrasta com a aliança com Moisés que oferecia somente alívio
temporário das consequências do pecado porque somente levava o povo de Deus
para frente, para a culminação na nova aliança.
Desse modo, Jesus pode dar a salvação
compreensiva (satisfazendo todas as nossas necessidades) e a eterna salvação
(enraizada no fato de que Cristo sempre vive para interceder por nós).
O vs. 26 resume tudo isso: é de um sumo
sacerdote como este que precisávamos: santo, inculpável, puro, separado dos
pecadores, exaltado acima dos céus. Em 2.18; 4.15-5.3, o autor mostrou a
importância da identificação de Jesus conosco no sofrimento da tentação. Mas
também foi decisivo o fato de Jesus ser "sem pecado" (4.15), um
critério que o qualificou para entrar no santuário celestial em nosso favor
(8.1-2; 9.11-12,24-25).
Bem ao contrário dos outros sumos
sacerdotes, ele não tem necessidade – vs. 27 – de oferecer sacrifícios dia após
dia, primeiro por seus próprios pecados e, depois, pelos pecados do povo. Ele
resolveu essa questão de uma vez por todas quando a si mesmo se ofereceu.
O contraste entre a repetição diária (e
anual) dos sacrifícios dos sacerdotes levitas e a oferta de Jesus de si mesmo
de uma vez por todas é desenvolvido em 9.25-10.18.
Esse versículo 28 resume
o contraste entre o sacerdócio da antiga aliança e o da nova.
(1)Em primeiro lugar, a antiga
aliança sacerdotal foi ordenada pela lei sem um juramento divino específico (vs.
20), enquanto o sacerdócio eterno de Cristo foi ordenado por um juramento à
casa de Davi (vs. 21).
(2)Segundo, a designação temporária
de sacerdotes fracos e pecadores (vs. 27) é contrastada com a designação eterna
do puro "Filho, perfeito para sempre".
Hb 7:1 Porque este Melquisedeque,
rei de Salém,
sacerdote do Deus
Altíssimo,
que
saiu ao encontro de Abraão,
quando voltava da matança dos
reis,
e o
abençoou,
Hb
7:2 para o qual também Abraão
separou
o dízimo de tudo
(primeiramente se
interpreta rei de justiça,
depois também é rei
de Salém,
ou seja, rei de
paz;
Hb 7:3 sem pai,
sem mãe,
sem genealogia;
que não teve
princípio de dias,
nem fim de
existência, entretanto,
feito semelhante ao
Filho de Deus),
permanece sacerdote
perpetuamente.
Hb 7:4 Considerai, pois, como era grande
esse a quem Abraão,
o patriarca, pagou o dízimo
tirado
dos melhores despojos.
Hb 7:5 Ora, os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio
têm mandamento de
recolher,
de
acordo com a lei,
os
dízimos do povo,
ou
seja, dos seus irmãos,
embora
tenham estes
descendido de Abraão;
Hb 7:6 entretanto,
aquele cuja
genealogia não se inclui entre eles
recebeu
dízimos de Abraão
e
abençoou o que tinha as promessas.
Hb 7:7 Evidentemente, é fora de qualquer dúvida
que o inferior é
abençoado pelo superior.
Hb 7:8 Aliás, aqui são homens mortais
os que recebem
dízimos,
porém ali,
aquele de quem se
testifica
que
vive.
Hb 7:9 E, por assim dizer,
também Levi,
que
recebe dízimos,
pagou-os
na pessoa de Abraão.
Hb 7:10 Porque aquele ainda não tinha sido gerado por seu pai,
quando
Melquisedeque saiu ao encontro deste.
Hb 7:11 Se, portanto, a perfeição houvera sido mediante o sacerdócio
levítico
(pois nele baseado
o povo recebeu a lei),
que
necessidade haveria ainda
de que se levantasse outro
sacerdote,
segundo a ordem de
Melquisedeque,
e
que não fosse contado
segundo a ordem de Arão?
Hb 7:12 Pois, quando se muda o sacerdócio,
necessariamente há
também mudança de lei.
Hb 7:13 Porque aquele de quem são ditas estas coisas
pertence a outra
tribo,
da
qual ninguém prestou serviço ao altar;
Hb
7:14 pois é evidente que nosso Senhor
procedeu
de Judá,
tribo
à qual Moisés
nunca atribuiu sacerdotes.
Hb 7:15 E isto é ainda muito mais evidente,
quando, à
semelhança de Melquisedeque,
se
levanta outro sacerdote,
Hb
7:16 constituído não conforme
a lei de mandamento carnal,
mas segundo o poder de vida
indissolúvel.
Hb 7:17 Porquanto se testifica:
Tu és sacerdote
para sempre,
segundo
a ordem de Melquisedeque.
Hb 7:18 Portanto, por um lado,
se revoga a
anterior ordenança,
por
causa
de
sua fraqueza
e
inutilidade
Hb 7:19 (pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma),
e, por outro lado,
se introduz
esperança superior,
pela
qual nos chegamos a Deus.
Hb 7:20 E, visto que não é sem prestar juramento
(porque aqueles,
sem juramento,
são
feitos sacerdotes,
Hb 7:21 mas este,
com
juramento,
por
aquele que lhe disse:
O
Senhor jurou e não se arrependerá:
Tu
és sacerdote para sempre);
Hb 7:22 por isso mesmo,
Jesus se tem
tornado
fiador
de superior aliança.
Hb 7:23 Ora, aqueles são feitos sacerdotes
em maior número,
porque
são impedidos pela morte de continuar;
Hb 7:24 este, no entanto,
porque continua
para sempre,
tem
o seu sacerdócio imutável.
Hb 7:25 Por isso, também
pode salvar
totalmente
os
que por ele se chegam a Deus,
vivendo sempre
para
interceder por eles.
Hb 7:26 Com efeito, nos convinha
um sumo sacerdote
como este,
santo,
inculpável,
sem
mácula,
separado
dos pecadores
e
feito mais alto do que os céus,
Hb
7:27 que não tem necessidade,
como
os sumos sacerdotes,
de
oferecer todos os dias
sacrifícios,
primeiro,
por seus próprios pecados,
depois,
pelos do povo;
porque fez isto uma
vez por todas,
quando
a si mesmo se ofereceu.
Hb 7:28 Porque a lei constitui
sumos sacerdotes
a
homens sujeitos à fraqueza,
mas
a palavra do juramento,
que
foi posterior à lei,
constitui
o Filho,
perfeito
para sempre.
Uma coisa é certa o sacerdócio é eterno e temos um sumo-sacerdote,
eterno, diante de Deus que não oferece sacrifícios, primeiro, pelo seu próprio
pecado, porque simplesmente não os tem (apesar de ser homem!), e, depois,
continuamente, pelos do povo, porque ele próprio foi o sacrifício feito, eterno
e aprovado.
Pare e pense! Temos um sumo-sacerdote eterno diante de Deus: Jesus
Cristo, nosso Senhor!
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel
Deusdete. http://www.jamaisdesista.com.br
... Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.
Como dissemos, a epístola de Hebreus foi
escrita, provavelmente, antes de 70 d.C., com a finalidade de incentivar a fidelidade
a Cristo e à sua nova aliança mostrando que ele é o novo, último e superior
sumo sacerdote. Estamos vendo o capítulo 6/13.
Breve
síntese do capítulo 6.
O autor de Hebreus nos fala para deixarmos os princípios elementares e
continuarmos a caminhada rumo à perfeição.
Em seguida, bruscamente, adverte com muita severidade, aos que uma vez
iluminados e já conhecedores e já experimentadores das bênçãos celestiais
resolvem cair. Parece haver um limite, que passando dele, o destino do pecador
não é outro se não estar perto da maldição e ser queimado.
Podemos ver isso claramente na vida de Judas! Andou com o Senhor,
participou, foi iluminado, recebeu dons, poder, viu maravilhas, sinais e
prodígios, mas caiu...
Com isso estou afirmando que o salvo perde a salvação? Absurdo! Somente
perdem a salvação os perdidos, jamais os salvos, isso me parece tão óbvio.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. CRISTO É SUPERIOR A ARÃO (4.14-7.28) - continuação.
Como dissemos, o eterno sumo sacerdócio de
Cristo é muito superior ao sumo sacerdócio temporário dado a Arão e a sua
família. Dos vs. 4.14 ao 7.28, veremos
que Cristo é superior a Arão.
Para isso, dividimos essa parte III em 4
seções, conforme a BEG: A. Cristo, o eterno sumo sacerdote (4.14-5.10) – já vimos; B. Exortação à maturidade
espiritual (5.11-6.12) – concluiremos
agora; C. Um sacerdote eterno por juramento divino (6.13-20); e, D. Um
sacerdote eterno da ordem de Melquisedeque (7.1-28).
B. Exortação à maturidade espiritual (5.11-6.12) - continuação.
Dos vs. 5.11 ao 6.12, o autor de Hebreus está
nos exortando à maturidade espiritual. O ministério sacerdotal de Cristo após a
ordem de Melquisedeque era "difícil de explicar" (5.11) por causa da
imaturidade dos leitores. O autor, no entanto, estimulou seus leitores a
deixar-se "levar para o que é perfeito" (6.1).
Portanto, seria oportuno deixarmos os
princípios elementares da doutrina de Cristo, ou seja, os princípios
fundamentais do evangelho e a instrução básica a respeito da inclusão na
igreja, os quais são brevemente enumerados nos vs. 1-2. São eles:
·Do
arrependimento de atos que conduzem à morte.
·Da
fé em Deus.
·Da
instrução a respeito de batismos.
O
plural é inesperado; há somente um batismo cristão (Ef 4.5). É provável que o
autor tivesse em mente outros tipos de "batismos" ou
"lavagens" (p. ex., as lavagens do templo e o batismo de João) que
estavam presentes nos primeiros anos da igreja, mas distintos do batismo
cristão (9.10; Mt 3.11; 28.19; Mc 1.4; Jo 4.1; At 1.5; 1Co 15.29).
Ele
também pode estar se referindo aos atos do batismo e não ao próprio conceito do
batismo.
Nos
tempos do Novo Testamento, essa ação acompanhava as bênçãos que curavam
doentes, ordenavam ministros da igreja e especialmente a concessão do dom do
Espírito, o qual também era associado com o batismo (Mt 19.13-15; Lc 4.40; At
6.6; 8.17; 9.17; 28.8; 1Tm 4.14).
·Da
imposição de mãos.
·Da
ressurreição dos mortos.
·Do
juízo eterno.
E ele diz que assim faria, se Deus
permitisse – vs. 3. Essa frase convencional reconhece a necessidade da ajuda de
Deus para aprender e para ensinar a doutrina cristã. O seu uso sugere que o
material a seguir é difícil, como de fato ele é.
Dos vs. 4 ao 12, ele entra na questão
delicada dos perigos espirituais. A primeira das duas sérias advertências
(10.26-29) contra a apostasia em face das grandes bênçãos e dos privilégios da
nova aliança (cf. 2.1-4; 4.1-2).
Embora Jesus salve completamente (7.25) e
tenha tornado perfeitos para sempre (10.13) aqueles que aceitaram a sua palavra
com fé salvadora, todos são exortados a provar a sinceridade de sua fé pela
perseverança.
Mesmo para aqueles que não têm a fé
salvadora, o envolvimento com a igreja traz bênçãos nesta vida. Todavia,
aqueles que, na igreja, nunca chegam à fé salvadora, serão submetidos a
julgamento mais severo do que os não cristãos que nunca foram membros da
igreja.
Os vs. 4-5 descrevem aqueles que caíram da
fé em termos de bênçãos que compartilharam, em algum grau, com os verdadeiros
cristãos até o momento de sua apostasia.
Os iluminados desse vs. 4 são aqueles informados
do conhecimento de Deus como revelado na mensagem do evangelho (10.26; Jo 1.9;
2Co 4.4-6) que provaram o dom celestial. Alguns veem aqui uma referência à
participação no sacramento da Ceia do Senhor.
Alternativamente, a frase também pode ser
equiparada a "iluminados" como uma ampla descrição da conversão
aparente.
Esses também acabaram sendo participantes
do Espírito Santo, ou seja, tiveram alguma experiência do/com o Espírito Santo.
Além disso, ainda provaram "os poderes do mundo vindouro" (vs. 5), ou
seja, os sinais e maravilhas que acompanharam a apresentação do evangelho, bem
como os dons do Espírito Santo (2.4).
O Espírito Santo às vezes presenteia até
mesmo os incrédulos ou os infiéis com o objetivo de beneficiar o seu povo (p.
ex., Balaão; veja Nm 22-24; 2Pe 2.15-17).
Dessa forma, os que:
·Uma
vez foram iluminados.
·Provaram
o dom celestial.
·Tornaram-se
participantes do Espírito Santo.
·Experimentaram
a bondade da palavra de Deus.
·Experimentaram
ainda os poderes da era que há de vir.
·E
caíram...
Esses que caíram – vs. 6 -, sim, é
impossível outra vez renová-los para arrependimento. Há um tipo ou um grau de
queda que é irreversível. Somente Deus sabe com certeza quando a severidade da
queda atinge esse nível. Essa flagrante apostasia não pode ser revertida.
Os apóstatas geralmente parecem ser
verdadeiros cristãos até que cometam a apostasia (cf. 1Jo 2.19). Judas
Iscariotes é o mais claro exemplo bíblico de alguém que participou de muitas
bênçãos do reino de Cristo (até mesmo possuindo grandes dons espirituais; Mt
10.5-8), mas que deixou de entrar no reino dos céus (Mt 26.47-49; Jo 17.12; cf.
Mt 7.21-23).
No caso de Judas, o diabo entrou em seu
corpo e ele traiu o Senhor, depois se enforcou. Aqueles que rejeitam as bênçãos
de Deus correm o mesmo risco de endurecimento do coração de forma irreversível.
Obviamente que somente serão endurecidos os perdidos, jamais os salvos. No caso
de Judas, a bíblia afirma que ele era do diabo – Jo 6.70; filho da perdição –
Jo 17.12.
Os tais que rejeitam as bênçãos de serem
partes da igreja, comportam-se como aqueles que literalmente crucificaram
Cristo, visto que estão rejeitando Cristo na medida em que ele oferece a eles
as bênçãos de Deus.
Assim, estariam expondo-o à ignomínia
novamente. A apostasia descrita não é uma questão de dúvida interior, privada. É
uma rejeição aberta, total e pública que desonra Cristo e seu corpo.
Nos vs. 7 e 8, de acordo com os símbolos
convencionais do Antigo Testamento, a terra é o povo de Deus (Is 5.1-7), e a
chuva que cai é a palavra de Deus (Is 55.10-11) ou o Espírito de Deus (Is
44.3-4). A colheita proveitosa é a boa ação de Deus que traz a bênção da vida
eterna. Os espinhos e abrolhos são obras do mal que conduz ao julgamento eterno
de Deus, se não houver arrependimento (Is 5.4-6).
O autor tinha visto provas que deram a ele
a certeza a de que os verdadeiros leitores continuariam a produzir boas obras e
receber a bênção da salvação de Deus. No entanto, os leitores precisavam
livrar-se da indolência a fim de receberem a herança prometida aos cristãos
perseverantes.
Deus não é injusto. Deus não é impiedoso;
ele não se esquecerá do empenho sincero do seu povo e nem renunciará a ele,
portanto todo trabalho no Senhor nunca será em vão. Os que cuidam das coisas do
Senhor são sábios e não ficarão esquecidos jamais.
O autor quer que mostrem a mesma prontidão
desde o início até ao fim – vs. 11. O Novo Testamento repetidamente deixa claro
que a fé temporária não é fé salvadora (aqui a BEG recomenda a leitura e a
reflexão em seu excelente artigo teológico "A perseverança e a preservação
dos santos", em Fp 1).
Esse termo “indolentes” – vs. 12 (traduzido
como "tardio" em 5.11) marca tanto o início como o final da
exortação. Ninguém deve se tornar indolente ou negligente, mas ao contrário, que,
pela fé e pela longanimidade, herdam as promessas.
Abraão é o exemplo proeminente (vs. 15,17;
11.8-19), mas a história bíblica está cheia de testemunhas que seguiram o
exemplo de fé perseverante antes de nós (11.4.38) e que agora receberam a
herança prometida conosco por meio da obra perfeita de Cristo (11.13,39-40).
C. Um sacerdote eterno por juramento divino (6.13-20).
Dos vs. 13 ao 20, veremos a imutabilidade
das promessas de Deus Para apoiar a sua visão da necessidade de segurar-se
firmemente em Cristo, o autor explicou como o sacerdócio de Jesus foi
estabelecido por juramento divino.
A fé pode resistir com paciência porque o
juramento de Deus assegura a sua palavra de promessa a nós, como fez a Abraão.
A promessa específica aqui – vs. 13 e 14 - é
vaga. Pode ser a promessa feita em Gn 22.16-18 no tempo em que Deus fez o
juramento em questão, de modo que a promessa é o conteúdo ("te abençoarei
e certamente multiplicarei a tua descendência") e o voto é o juramento (jurei,
por mim mesmo", Gn 22.16). Isso concorda bem com o uso de
"juramento" no vs. 16.
Também pode ser que a promessa em questão
seja uma ou mais das promessas anteriores de Deus aos descendentes de Abraão
(p. ex., Gn 15.5), de terra e descendentes (Gn 15; 17) ou especificamente do
nascimento de Isaque (Gn 17.19,21; 18.10-14).
Nesse caso, o juramento em Gn 22.16-18
confirma que Abraão permaneceu fiel a Deus (Gn 22.1,12) ao manter as condições
da aliança (p. ex., Gn 17.1-2,14) e dessa maneira garantindo aos herdeiros de
Abraão que a fidelidade de Abraão assegurou que as promessas fossem estendidas
a eles também.
Essa interpretação é apoiada pela ênfase em
Isaque como o herdeiro principal em Gn 22 (Gn 22.17-18), e pelo propósito de
Deus de assegurar aos herdeiros de Abraão como declarado aqui no vs. 17.
Foi por isso que jurou por si mesmo. Que
Deus, cuja "palavra é a verdade" (Jo 17.17; cf. Tt 1.2), deveria
reforçar a certeza da palavra infalível da promessa por meio de um juramento
(Gn 22.16-18), sublinha a permanência e a seriedade da promessa divina.
Enquanto os seres humanos pecadores e
falíveis "juram pelo que lhes é superior" (vs. 16), Deus, a
autoridade maior, "jurou por si mesmo" (vs. 13).
E foi desse modo, depois
de esperar com paciência – vs. 15 -, que obteve Abraão a promessa. No
nascimento e salvamento de Isaque (Gn 21.1-3; 22.11-12), Abraão recebeu o
início da bênção prometida sobre a descendência. Todavia, ele não viu o
cumprimento total das promessas pactuais (11.39-40; cf. Rm 4.13,16-17).
A promessa de Deus,
ligada por um juramento – vs. 17 -, não foi somente para Abraão, mas também
para seus descendentes por meio de Isaque (cf. 11.9) como o cabeça pactual do
seu povo (Gn 22.17-18).
Todos os que seguem os
passos de Abraão na fé são considerados membros dessa comunidade da aliança
(1.14; 2.16; 6.12; 10.36; Rm 4.23-24). O juramento de Deus foi feito por amor
aos herdeiros de Abraão para assegurá-los que receberiam as bênçãos
anteriormente prometidas a Abraão.
O propósito imutável de
Deus foi abençoar o mundo por meio da semente de Abraão (Gn 22.17-18). O
significado disso foi revelado no evangelho (GI 3.6-9).
As duas coisas coisas
imutáveis do vs. 18, muito provavelmente são:
(1)A
promessa.
(2)O
juramento (vs. 13-14).
Também é possível que
seja os dois conteúdos importantes das promessas feitas a Abraão:
(1)A
terra (11.8; Gn 15.7,18-21; 17.8; 22.17).
(2)Os
descendentes (vs. 14; Gn 15.5; 17.7-10,19; 22.17).
Assim, temos esta
esperança como âncora da alma, firme e segura e que penetra além do véu. Nossa
âncora da vida está firmada na parte mais segura do tabernáculo celestial, o
original a partir do qual o santuário terreno foi modelado (8.2; 9.11-12,24-25;
10.19-20).
A entrada no santuário
secreto é impossível sem Jesus. Ele entrou primeiro para que seu povo pudesse
segui-lo. Sua entrada, e o modo pelo qual seu povo tem parte nisso, requer uma
explicação prolongada.
O restante desse
versículo começa a discussão sobre o sumo sacerdote "segundo a ordem de
Melquisedeque", um tema anunciado primeiro em 5.6.
Hb 6:1 Por isso, pondo de parte os princípios elementares
da doutrina de Cristo,
deixemo-nos levar para o que é perfeito,
não lançando, de novo,
a base do arrependimento
de obras mortas
e da fé em Deus,
Hb 6:2 o ensino
de batismos
e da imposição de mãos,
da ressurreição dos mortos
e do juízo eterno.
Hb 6:3 Isso faremos, se Deus permitir.
Hb 6:4 É impossível, pois, que
aqueles que uma vez foram iluminados,
e provaram o dom celestial,
e se tornaram participantes do Espírito Santo,
Hb 6:5 e provaram
a boa palavra de Deus
e os poderes do mundo
vindouro,
Hb 6:6 e caíram,
sim, é impossível outra vez
renová-los para arrependimento,
visto que, de novo,
estão crucificando para si
mesmos o Filho de Deus
e expondo-o à ignomínia.
Hb 6:7 Porque a terra
que absorve a chuva que freqüentemente cai sobre
ela
e produz erva útil para aqueles por quem é também
cultivada
recebe bênção da parte de
Deus;
Hb 6:8 mas, se produz
espinhos e abrolhos,
é rejeitada
e perto está da maldição;
e o seu fim é ser queimada.
Hb 6:9 Quanto a vós outros, todavia, ó amados,
estamos persuadidos
das coisas que são melhores
e pertencentes à salvação,
ainda que falamos desta
maneira.
Hb 6:10 Porque Deus não é injusto para ficar esquecido
do vosso trabalho
e do amor que evidenciastes para com o seu nome,
pois servistes e ainda
servis aos santos.
Hb 6:11 Desejamos, porém,
continue cada um de vós mostrando, até ao fim,
a mesma diligência
para a plena certeza da
esperança;
Hb 6:12 para que
não vos torneis indolentes,
mas imitadores daqueles que,
pela fé
e pela longanimidade,
herdam as promessas.
Hb 6:13 Pois, quando Deus fez a promessa a Abraão,
visto que não tinha ninguém superior por quem
jurar,
jurou por si mesmo, Hb 6:14
dizendo:
Certamente,
te abençoarei
e te multiplicarei.
Hb 6:15 E assim, depois de esperar com paciência,
obteve Abraão a promessa.
Hb 6:16 Pois os homens
juram pelo que lhes é superior,
e o juramento, servindo de garantia, para eles,
é o fim de toda contenda.
Hb 6:17 Por isso, Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos
herdeiros da promessa
a imutabilidade do seu propósito, se interpôs com
juramento,
Hb 6:18 para que, mediante
duas coisas imutáveis,
nas quais é impossível que
Deus minta,
forte alento tenhamos nós
que já corremos para o refúgio,
a fim de lançar mão da
esperança proposta;
Hb 6:19 a qual temos por
âncora da alma,
segura
e firme
e que penetra além do véu,
Hb 6:20 onde Jesus,
como precursor,
entrou por nós,
tendo-se tornado sumo
sacerdote para sempre,
segundo a ordem de Melquisedeque.
A palavra “ESPERANÇA” (strong’s: 1680; no grego: ἐλπίδος –
transliterado: elpidos) no livro de
Hebreus parece uma palavra escolhida a dedo pelo autor. Ele a usa 5x (ARA): Hb
3:6; 6:11, 18; 7:19; 10:23. Ele está sempre nos fazendo lembrar dela. Nós que
já corremos para o refúgio – CRISTO – a fim de lançar mão da esperança proposta.
Assim como a fé é a certeza das coisas que se
esperam e a plena convicção dos fatos que não se veem, a esperança é uma
expectativa certa e de plena convicção, por causa daquele que falou.
Repare que a fé não é certeza das coisas em si, mas
das coisas que se esperam; assim como também não é plena convicção dos fatos em
si, mas dos fatos que não se veem. Assim também é a esperança que tem o seu
nascedouro na fé e é ancora da alma, firme e segura, apoiada plenamente na
Palavra de Deus.
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