Estamos vendo o evangelho de Marcos que foi
escrito para apresentar as boas-novas de Jesus a um público essencialmente
gentio por meio da narração do testemunho dos discípulos a respeito dos fatos
notáveis sobre a vida, a morte e a ressurreição de Cristo. Estamos na parte II,
no capítulo 3.
II. O MINISTÉRIO DE JESUS NA GALILEIA (1.14 - 9.50) – continuação.
Como já dissemos, até ao cap. 9, estaremos
vendo o ministério de Jesus na Caldeia, onde Marcos o divide, conforme a BEG,
em dois estágios. Antes de passar ao relato da atividade de Jesus na Judeia e
em Jerusalém, Marcos descreveu como Jesus fez grande parte da sua obra na
Galileia, uma região ao norte conhecida como gentia, pois muitos gentios
moravam ali. Ao focalizar a atenção do ministério de Jesus aos gentios, Marcos
procurava despertar o interesse dos seus leitores gentios que seguiam a Cristo.
Esta parte II, foi dividida em 17
subpartes, conforme a BEG: A. O chamado dos primeiros discípulos (1.14-20) – já vimos; B. O ministério em
Cafarnaum (1.21-34) – já vimos; C. O
ministério ao redor da Caldeia (1.35-45) –
já vimos; D. Curando em Cafarnaum (2.1-12) - veremos agora; E. O chamado de Levi (2.13-17) - veremos agora; F Controvérsias com as
autoridades (2.18 - 3.12) – concluiremos
agora; G. O chamado dos doze (3.13-19)
- veremos agora; H. Acusações em Cafarnaum (3.20-35) - veremos agora; I. As parábolas do reino (4.1-34); J. A viagem
para Decápolis (4.35 - 5.20); K. A continuidade do ministério na Galileia (5.21
- 6.6); L. A missão dos doze na Galileia (6.7-30); M. A alimentação dos cinco
mil (6.31-44); N. A visita a Genesaré (6.45 - 7.23); O. Tiro, Sidom e Decápolis
(7.24 - 8.9); P. A região de Cesareia de Filipe (8.10 - 9.32); e, Q. O retorno
a Cafarnaum (9.33-50).
F. Controvérsias com as autoridades (2.18 3.12) - continuação.
Estamos vendo até o vs. 12, deste, algumas
controvérsias com as autoridades. Visando desenvolver em seus leitores uma
apreciação pelos ensinamentos de Jesus, Marcos registra várias ocasiões em que
Jesus esteve envolvido em controvérsias teológicas com autoridades religiosas
judaicas.
Novamente Jesus entra em uma sinagoga em um
dia de sábado e todos ali observam para ver se ele violaria ou não o sábado,
mas não para sorver dos seus ensinamentos, nem para glorificar a Deus por
qualquer cura ou feito extraordinário.
O homem que se encontra ali, diferente, era
um que tinha uma mão ressequida, literalmente "seca", indicando um
processo longo, e não uma doença fatal pela qual até mesmos os fariseus teriam
aceitado a cura no sábado. A ação de Jesus aparenta ser uma provocação
deliberada, bem como um ato de misericórdia.
Eles (sem dúvida os fariseus, veja o vs. 6)
procuravam estabelecer um precedente legal ao observarem as ações de Jesus,
corno evidentemente era o que Jesus queria que fizessem.
Jesus se antecipou à crítica ao reiterar o
seu ensino sobre o sábado iniciado em 2.25-28. Os fariseus concebiam que
somente o auxílio estritamente essencial aos doentes era permitido no sábado.
Jesus demonstrou que a interpretação deles
era, na verdade, contrária ao propósito do mandamento, pois este tinha por
objetivo a promoção do bem (2.27).
Os fariseus não eram motivados pelo poder
de Deus, nem pela vontade de fazer o bem, mas pelo poder do mal e da
hipocrisia, pois, embora Jesus estivesse promovendo o bem e a vida ao curar no
sábado, os fariseus procuravam matá-lo ao conspirarem contra ele, no sábado.
Jesus ficou indignado e condoído por causa
da incredulidade que demonstravam! Como Jesus ficava aborrecido quando
acontecia a incredulidade e como era o contrário quando via a demonstração de
fé em Deus.
Será que Jesus mudou? Na verdade Deus é e
continua soberano. Nunca deixou de ser, nem deixará de ser, mas é eternamente
soberano e ao mesmo tempo, somos responsáveis por nossos atos, por nossas
incredulidades e por nossas demonstrações de fé em Deus.
Que tal fazermos um pacto conosco mesmo e
deixar a incredulidade do lado de fora, eternamente fora, de nosso coração? Eu
tenho decidido fazer de minha fé o que chamo dos “4 I”: - Indestrutível –
Inabalável - Imbatível - Invencível.
Depois da cura incrível, ao invés das
glórias a Deus, o ajuntamento de fariseus com herodianos para ver como tirariam
a vida de Jesus, pode?
Ao contrário dos fariseus, os herodianos
eram um grupo político não religioso que apoiava a dinastia de Herodes (que era
de origem não judaica). Assim corno Herodes, esse grupo colaborava com Roma. Os
fariseus demonstraram a sua hipocrisia ao juntar forças com os herodianos (cf.
Dt 7.2; 17.15). Para mais detalhes sobre essa conspiração, veja 8.15; 12,13; At
4.27.
Depois dessa cura, retirou-se novamente
Jesus com seus discípulos para continuarem em sua missão de pregação, ensino e
cura e grande multidão os seguia.
Aparentemente, uma das ênfases dos vs. 7-12
é que o ministério público de Jesus estava se tornando um movimento popular,
apesar da oposição da elite governante (3.6). Jesus estava sentindo-se coagido
e teve de se refugiar num barquinho.
Geograficamente, as pessoas estavam se
deslocando de todas as partes até a Caldeia, para ver Jesus:
·Do
sul (Jerusalém, Judeia e ldumeia).
·Do
leste (as regiões além do Jordão).
·Do
norte (Tiro e Sidom).
A Galileia estava ocupando o lugar de
Jerusalém como centro da vida religiosa.
No original, o verbo traduzido como
"viam" (do verso 11 – “os espíritos imundos, quando o viam”) sugere
um acontecimento repetitivo, pois Jesus encontrava a todo o momento pessoas
possuídas por espíritos demoníacos.
Na presença de Jesus, os demônios eram
desmascarados, e o resultado era que eles também expunham a verdadeira identidade
de Jesus. (1.1, 34,43-44; 12; 15.39).
G. O chamado dos doze (3.13-19).
Veremos agora até o vs. 19, o chamado dos
doze. Marcos registra como Jesus apontou doze apóstolos para ministrarem com
sua autoridade, de modo que seus leitores pudessem reconhecer a importância do
ministério dos apóstolos nesses dias.
Marcos salienta esse ato de Jesus de subir
ao monte e chamar a si os que quisesse para enfatizar particularmente a origem
do propósito decisivo de Jesus.
A importância do número 12 dificilmente
passaria despercebida (Mt 19.28; Lc 22.29-30), no entanto, os doze tinham
privilégio exclusivo em relação à quantidade de tempo que permaneciam junto com
Jesus (cf. "estais comigo", Jo 15.26-27).
Marcos e Mateus (Mt 10.2-4) apresentam
listas idênticas. A lista paralela em Lucas (Lc 6.12-16) é idêntica exceto pela
ausência do nome "Tadeu", em lugar de quem aparece "Judas, filho
de Tiago" (não Judas Iscariotes).
A única explicação razoável para isso é que
Tadeu tinha um segundo nome, Judas, o Zelote, isto é, ele era membro de um
partido político religioso cujo objetivo era a independência nacional, e cujos
meios para alcançá-lo incluíam a rebelião armada.
Alguns acreditam que Judas era também um
zelote (vs. 18) uma vez que o nome "Iscariotes" pode ter origem no
latim sicarius ("adaga"). Porém, é mais provável que, uma vez que
esse também era o nome de seu pai (Jo 6.71), essa palavra tenha origem no termo
semítico ish ("homem [de]”), sendo combinada com "Queriote", uma
cidade em Israel, perto de Hebrom Os 15.25).
Eles foram chamados para pregar e tinham
autoridade para expulsar demônios. Novamente (veja 1.14,17) a prioridade da
missão era a pregação e o exorcismo. O período tinha uma ênfase marcadamente
prática.
Jesus agora estava enviando também os doze
a pregar e a expulsar os demônios. Os invejosos e de corações endurecidos agora
abrem os seus corações ao diabo. Até os seus parentes saíram para prendê-lo
porque diziam que ele estava fora de si. Os escribas, então, dizem que as
expulsões de demônios se dão pelo poder de Belzebu, o maioral dos demônios!
H. Acusações em Cafarnaum (3.20-35).
Tendo escolhido os seus, entrou numa casa
para aonde afluíram outra vez a multidão. Veremos nesses versos de 20 a 35, acusações
contra Jesus em Cafarnaum, conforme a BEG. Marcos registra duas acusações contra
Jesus:
(1)Ele
estava louco.
(2)Ele
estava possuído pelo demônio.
Os judeus viam uma ligação entre loucura e
possessão demoníaca (Jo 10.20). Além do mais, as acusações aparecem juntas. O
relato da intervenção da família de Jesus começa no vs. 21 e se encerra nos vs.
31ss. Entre esses versículos está o relato da agressão verbal feita pelos
"escribas" (vs. 22-30) contra Jesus.
Os ataques diabólicos contra Jesus vinham
tanto dos líderes religiosos como da própria família de Jesus (veja Jo 7.5), e
mais tarde também viriam de dentro do círculo dos doze (Mt 16.23; Jo 13.27).
Essa palavra “parente” – vs. 21 - é um
tanto ambígua no original, pelo que certas versões traduzem como
"família" e outras propõem "companheiros" ou
"amigos". De qualquer modo, esse grupo é claramente identificado no vs.
34 como sendo sua mãe e seus irmãos.
A sua família dizia que ele estava fora de
si. Essa frase revela que os irmãos de Jesus o consideravam, no mínimo,
mentalmente instável nesse momento. Isso tanto pode sugerir desprezo como preocupação
da parte deles.
Os próprios escribas que tinham descido a
Jerusalém criam que Jesus fazia o que fazia por causa de Belzebu – vs. 22. O
grego traz Beelzeboul, que ocorre
apenas aqui e no relato paralelo em Mt 12.24-29 e Lc 11.14-22.
Conforme a BEG, o termo correspondente em
hebraico é Baal-Zebube, "senhor
das moscas", aparentemente uma paródia de Baal-Zabul, o deus de Ecrom (2Rs 1.2), que significa "Baal é
príncipe". Os fariseus usavam esse termo para se referirem a Satanás, e
aqui acusam Jesus de expulsar demônios pelo poder de Satanás.
Dos versos de 23 a 27, Jesus chamando para
si os seus doze, explica-lhes por parábola essa questão. Essa parábola ilustra
a afirmação de Jesus de que o reino já havia chegado (Mt 12.28), pois havia
surgido alguém mais forte do que o "valente" (Satanás). Jesus era
capaz de amarrar Satanás e libertar as pessoas desse poder demoníaco.
Jesus também lhes explica algo muito
terrível e assustador, pois aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não
terá perdão. Quanto às várias formas de blasfêmia, veja Ex 22.28; Lv 24.10-16;
Ez 35.12-13; Mc 2.7; 14.64; Jo 10.33-36; At 6.11. Veja também o excelente
artigo teológico sobre o assunto, logo abaixo.
Aqui, a blasfêmia imperdoável é especificada
como um ato deliberado de associar o poder e a obra de Jesus (Jo 10.21), que
era cheio do Espírito Santo, com a obra de Satanás.
Como se não bastasse os escribas, fariseus
e parentes, agora quem chegava ali era sua mãe e seus irmãos (Veja o vs. 21)
que com ele estavam preocupados, ou melhor, parecia não crer nele também.
Conforme a BEG, comentaristas católico-romanos,
para os quais a virgindade eterna de Maria é um dogma, enfatizam o fato de que
"irmão" pode se referir aos vários relacionamentos familiares,
apontando para Gn 13.8; 14.16; 29.15; Lv 10.4; 1Cr 23.22.
Contudo, em outras passagens de Marcos, o
termo sempre parece implicar filhos dos mesmos pais. Além do mais, Mt 1.24, 25
(E José, tendo despertado do sono, fez
como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu sua mulher; 25 e não a conheceu
enquanto ela não deu à luz um filho; e pôs-lhe o nome de JESUS.) indica
claramente que após o nascimento de Jesus, Maria e José tiveram relações
conjugais normalmente, desse modo atribuindo um sentido adicional à designação
de Lucas sobre Jesus ser o "primogênito" de Maria (Lc 2.7).
Jesus, então lhes dá uma grande lição sobre
o que é e quem é que faz a vontade de Deus. A chegada do reino de Deus rompeu
com a vida preestabelecida. Às vezes, mães, irmãos, casas e terras devem ser
deixados para trás por causa do reino (10.17-31).
Embora o reino de Deus vá, ao final, curar
a vida humana, esse processo de cura enquanto aguardamos a volta de Jesus
envolve discórdias e julgamento contra os pecadores, bem como provações e
sofrimento para os cristãos (Rm 5.3; Tg 1.2; 1Pe 1.6).
Mc 3:1 De novo,
entrou Jesus
na sinagoga
e
estava ali um homem que tinha ressequida uma das mãos.
Mc 3:2 E
estavam observando a Jesus
para
ver se o curaria em dia de sábado,
a
fim de o acusarem.
Mc 3:3 E
disse Jesus ao homem da mão ressequida:
Vem
para o meio!
Mc 3:4 Então,
lhes perguntou:
É
lícito nos sábados
fazer
o bem ou fazer o mal?
Salvar
a vida ou tirá-la?
Mas
eles ficaram em silêncio.
Mc 3:5
Olhando-os ao redor,
indignado
e
condoído com a dureza do seu coração, disse ao homem:
Estende
a mão.
Estendeu-a,
e
a mão lhe foi restaurada.
Mc 3:6
Retirando-se os fariseus,
conspiravam
logo com os herodianos,
contra
ele,
em
como lhe tirariam a vida.
Mc 3:7 Retirou-se Jesus com os seus
discípulos
para os lados
do mar.
Seguia-o
da Galiléia uma grande multidão.
Também
da Judéia,
Mc
3:8 de Jerusalém,
da
Iduméia,
dalém
do Jordão
e
dos arredores de Tiro
e
de Sidom uma grande multidão,
sabendo
quantas coisas Jesus fazia,
veio
ter com ele.
Mc 3:9 Então, recomendou a seus
discípulos
que sempre
lhe tivessem pronto um barquinho,
por
causa da multidão,
a
fim de não o comprimirem.
Mc 3:10 Pois
curava a muitos,
de modo que
todos os que padeciam de qualquer enfermidade
se
arrojavam a ele para o tocar.
Mc 3:11
Também os espíritos imundos,
quando
o viam,
prostravam-se
diante dele
e
exclamavam:
Tu
és o Filho de Deus!
Mc 3:12 Mas
Jesus lhes advertia severamente
que o não
expusessem à publicidade.
Mc 3:13 Depois,
subiu ao
monte
e chamou os
que ele mesmo quis,
e vieram para
junto dele.
Mc 3:14 Então,
designou doze
para estarem com ele
e para os
enviar a pregar
Mc 3:15 e a
exercer a autoridade de expelir demônios.
Mc 3:16 Eis os doze que designou:
Simão, a quem
acrescentou o nome de Pedro;
Mc 3:17
Tiago, filho de Zebedeu,
e João, seu
irmão, aos quais deu o nome de Boanerges,
que
quer dizer: filhos do trovão;
Mc 3:18
André,
Filipe,
Bartolomeu,
Mateus,
Tomé,
Tiago, filho
de Alfeu,
Tadeu,
Simão, o
Zelote,
Mc 3:19 e
Judas Iscariotes, que foi quem o traiu.
Mc 3:20 Então,
ele foi para
casa.
Não obstante,
a
multidão afluiu de novo,
de
tal modo que nem podiam comer.
Mc 3:21 E,
quando os
parentes de Jesus ouviram isto,
saíram
para o prender; porque diziam:
Está
fora de si.
Mc 3:22 Os escribas,
que haviam
descido de Jerusalém, diziam:
Ele
está possesso de Belzebu. E:
É
pelo maioral dos demônios
que
expele os demônios.
Mc 3:23 Então,
convocando-os
Jesus, lhes disse, por meio de parábolas:
Como
pode Satanás expelir a Satanás?
Mc 3:24 Se um
reino estiver dividido contra si mesmo,
tal
reino não pode subsistir;
Mc 3:25 se
uma casa estiver dividida contra si mesma,
tal
casa não poderá subsistir.
Mc 3:26 Se,
pois, Satanás
se
levantou contra si mesmo e está dividido,
não
pode subsistir,
mas
perece.
Mc
3:27 Ninguém pode entrar na casa do valente
para
roubar-lhe os bens,
sem
primeiro amarrá-lo;
e
só então lhe saqueará a casa.
Mc
3:28 Em verdade vos digo
que tudo será
perdoado aos filhos dos homens:
os
pecados
e
as blasfêmias que proferirem.
Mc
3:29 Mas aquele que blasfemar
contra
o Espírito Santo
não
tem perdão para sempre,
visto
que é réu de pecado eterno.
Mc
3:30 Isto, porque diziam:
Está
possesso de um espírito imundo.
Mc 3:31 Nisto,
chegaram sua
mãe e seus irmãos
e, tendo
ficado do lado de fora,
mandaram
chamá-lo.
Mc 3:32 Muita gente estava assentada
ao redor dele
e lhe disseram:
Olha,
tua mãe, teus irmãos e irmãs
estão
lá fora à tua procura.
Mc 3:33
Então,
ele
lhes respondeu, dizendo:
Quem
é minha mãe
e
meus irmãos?
Mc
3:34 E, correndo o olhar pelos que estavam assentados
ao
redor, disse:
Eis
minha mãe
e
meus irmãos.
Mc
3:35 Portanto,
qualquer que
fizer a vontade de Deus,
esse
é
meu irmão,
irmã e mãe.
Foi nesse
momento triste, de confusão com Belzebu, que Jesus lhes conta, como já
dissemos, essa parábola para lhes mostrar que um reino dividido não
subsistiria. Em seguida, ainda vem sua mãe e seus irmãos e Jesus, não
desrespeitosamente, fala que sua mãe e irmãos são aqueles que fizerem a vontade
de Deus.
Blasfêmia contra o Espírito
Santo: Posso ser perdoado? (Fonte: Bíblia de Estudo de Genebra)
Jesus ensinou que todos os tipos de pecado podem ser perdoados, exceto
a blasfêmia contra o Espírito Santo (Mt 12.31-32; Mc 3.28-29; Lc 12.10). Se
alguém blasfema contra o Espírito Santo, mostra que não é um dos eleitos e,
portanto, nunca será salvo ("porque pelo fruto se conhece a árvore",
Mt 12.33). Mas em que consiste, exatamente, a blasfêmia contra o Espírito
Santo? Como podemos saber se não cometemos esse pecado imperdoável?
Em termos gerais, "blasfemar"' significa "proferir palavras
ímpias", "difamar" ou “usar linguagem ultrajante". Em resposta
à insistência dos fariseus de que ele expulsava demônios por estar associado a
Satanás (Belzebu), Jesus advertiu que a blasfêmia contra o Espírito Santo era
imperdoável tanto nesta era quanto na vindoura (Mt 12.32; Mc 3.29-30). Ao negar
que o poder por trás do exorcismo vinha do Espírito Santo, atribuindo esse
poder a Satanás, os fariseus ultrajaram o Espírito Santo. Com base nisso, os
teólogos costumam entender a blasfêmia contra o Espírito Santo corno a
atribuição da obra do Espírito a Satanás ou outras forças demoníacas.
No entanto, até mesmo essa definição precisa ser esclarecida. Ao
responder aos fariseus, Jesus também deixou claro que suas obras eram
provenientes do Espírito Santo (de acordo com a lógica de sua argumentação em
Mt 12.25-29 e Mc 3.23-27). Corno deveria ter ficado evidente para todos, a
única explicação racional para o exorcismo era a operação do Espírito. Assim, a
rejeição do Espírito Santo pelos fariseus foi refletida e intencional, e não
apenas um equívoco. Falando segundo a perversidade do próprio coração (Mt
12.34-35), haviam blasfemado intencionalmente contra o poder que sabiam ser
proveniente do Espírito Santo.
A blasfêmia contra o Espírito Santo é refletida, intencional e motivada
pela perversidade. Uma vez que é imperdoável, não pode ser cometida por um
cristão nem, tampouco, por alguém que ainda não é cristão, mas que, um dia,
aceitará a Cristo. Ainda sim, por vezes cristãos sinceros temem ter blasfemado
contra o Espírito Santo. Normalmente, essas pessoas simplesmente compreenderam
de modo equivocado a natureza dessa blasfêmia ou avaliaram de modo incorreto os
seus próprios atos. De qualquer modo, unia vez que os réprobos (aqueles que
nunca aceitarão a Cristo) não podem se arrepender verdadeiramente de seu pecado
(cf. At 11.18), os cristãos que temem haver cometido esse pecado imperdoável
normalmente demonstram, pela sua própria ansiedade e arrependimento, que não o
fizeram.
Estamos vendo o evangelho de Marcos que foi
escrito para apresentar as boas-novas de Jesus a um público essencialmente
gentio por meio da narração do testemunho dos discípulos a respeito dos fatos
notáveis sobre a vida, a morte e a ressurreição de Cristo. Estamos na parte II,
no capítulo 2.
II. O MINISTÉRIO DE JESUS NA GALILEIA (1.14 - 9.50) – continuação.
Como já dissemos, até ao cap. 9, estaremos
vendo o ministério de Jesus na Caldeia, onde Marcos o divide, conforme a BEG,
em dois estágios. Antes de passar ao relato da atividade de Jesus na Judeia e
em Jerusalém, Marcos descreveu como Jesus fez grande parte da sua obra na
Galileia, uma região ao norte conhecida como gentia, pois muitos gentios
moravam ali. Ao focalizar a atenção do ministério de Jesus aos gentios, Marcos
procurava despertar o interesse dos seus leitores gentios que seguiam a Cristo.
Esta parte II, foi dividida em 17
subpartes, conforme a BEG: A. O chamado dos primeiros discípulos (1.14-20) – já vimos; B. O ministério em
Cafarnaum (1.21-34) – já vimos; C. O
ministério ao redor da Caldeia (1.35-45) –
já vimos; D. Curando em Cafarnaum (2.1-12) - veremos agora; E. O chamado de Levi (2.13-17) - veremos agora; F Controvérsias com as
autoridades (2.18 - 3.12) – começaremos a
ver agora; G. O chamado dos doze (3.13-19); H. Acusações em Cafarnaum
(3.20-35); I. As parábolas do reino (4.1-34); J. A viagem para Decápolis (4.35
- 5.20); K. A continuidade do ministério na Galileia (5.21 - 6.6); L. A missão
dos doze na Galileia (6.7-30); M. A alimentação dos cinco mil (6.31-44); N. A
visita a Genesaré (6.45 - 7.23); O. Tiro, Sidom e Decápolis (7.24 - 8.9); P. A
região de Cesareia de Filipe (8.10 - 9.32); e, Q. O retorno a Cafarnaum
(9.33-50).
D. Curando em Cafarnaum (2.1-12).
Marcos, ao relatar a cura do paralítico de
Cafarnaum, demonstrou que o pronunciamento de perdão emitido por Jesus era
verdadeiro.
Jesus se encontrava na casa de Pedro e
muita gente ia ali para ouvi-lo e serem curadas. Haja vista que a casa de Jesus
ficava em Nazaré (distante cerca de 32 km), a casa de Simão Pedro (1.29) pode
ter servido como alojamento temporário para Jesus em Cafarnaum, uma vila mais
bem localizada geograficamente e com acesso para o mar da Galileia.
Não tinha mais como entrar na casa por
causa da multidão que estava à porta impedindo, então resolveram entrar pelo
telhado, forçando assim uma porta até chegar a Jesus. Isso foi possível porque
o telhado das casas nessa época era achatado e feito com barro misturado com
gravetos, suportado por vigas transversais de madeira.
Aquilo surpreendeu a Jesus! Que viu neles
grande fé. O homem doente no leito provavelmente não foi levado à força e,
assim, foi a fé coletiva deles que Jesus reconheceu.
Todos estamos enfrentando problemas
principalmente por causa de nossos pecados e precisamos do perdão de Deus.
Jesus aproveita aquele momento para ministrar àquele jovem o perdão de Deus e
também para provocar os escribas ali presentes, mais como curiosos.
Jesus disse a ele que os seus pecados estavam
perdoados. Foi uma resposta extraordinária, pois Jesus assumiu para si o
encargo de perdoar pecados, uma prerrogativa que a Bíblia inteira atribui
somente a Deus (Êx 34.7; Is 1.18; Os 11.8-9).
Os escribas presentes na casa chegaram
imediatamente à mesma conclusão (que teria sido correta caso Jesus fosse apenas
um homem comum): "blasfêmia!" (vs. 7; 3.29). Por que não raciocinaram
um pouco mais e creram em Jesus?
Qual é mais fácil? Dizer ao paralítico que
os seus pecados estão perdoados ou dizer a ele que ele estava curado doravante?
Jesus pediu aos escribas que reconsiderassem o julgamento sobre as palavras que
ele pronunciou à luz do seu poder para curar (cf. Jo 5.36; 10.25,38), que era,
em última análise, um ato de Deus (SI 41.1; Jr 3.22; Os 14.4).
Com sua fala demonstrada pela execução de
um grande milagre ele estava claramente dizendo que o Filho do homem tem na
terra autoridade e poder. O título “Filho do homem” que Jesus mais usava para
si mesmo constituía uma afirmação implícita de que ele cumpriu em seu
ministério o papel do "Filho do Homem" celestial de Dn 7.13-14. Veja
os vs. 28; 8.31; 9.31; 10.33,45; 13.26.
E. O chamado de Levi (2.13-17).
“... e ele os ensinava.” Agora, já estamos
no verso 13, deste capítulo e Jesus prossegue com seu ministério de ensino,
pregação e cura. Não é nosso foco, creio, nem o pecador, nem o realizar algo
tão maravilhoso como uma cura, mas o pregar, ensinar e curar conforme ele nos
tem ensinado. Quem irá alcançar o pecador e realizar nele a cura e a libertação
não é o pregador, mas o Espírito Santo, por meio da palavra de Deus pregada,
por nós!.
Assim, não é esse o nosso foco, mas a
consequência, o resultado esperado por estarmos sendo instrumentos de Deus.
Minha palavra será pregada com fé de que Deus irá cumprir o seu papel e não eu.
Por isso que a missão é a missão de Deus. Somos meros instrumentos que ele quer
usar para a sua própria glória.
Jesus mesmo disse que não veio chamar
justos, mas pecadores. Ele mesmo vem chamar aqueles que ele está querendo
realizar a sua obra em suas vidas. Todos os que ele chama, são por ele
capacitados.
Novamente Jesus saiu para a beira-mar. Dos
versos de 13 a 17, veremos o chamado de Levi. Marcos descreveu o chamado de
Levi (Mateus), o coletor de impostos, visando mostrar aos seus leitores gentios
o comprometimento de Jesus em servir àqueles que eram desprezados pela
hipocrisia das autoridades religiosas judaicas.
Levi era filho de Alfeu. No relato paralelo
em Mt 9.9-13, essa pessoa é chamada de Mateus. Uma vez que Mateus aparece na
lista de apóstolos em Mc (3.18) e nela não há menção de Levi, muitos estudiosos
assumem que Levi, tal qual Simão, trocou de nome ou preferiu ser chamado por
outro nome quando se tornou um discípulo/apóstolo de Jesus.
Levi estava também trabalhando quando Jesus
o chamou. Ele estava na coletoria. Eram postos fiscais estabelecidos nas
estradas, pontes e canais, visando coletar taxas e pedágios, e também havia
alguns nas margens dos lagos para coletar, impostos da indústria da pesca.
Além da antipatia comum que as pessoas
tinham pelos fiscais do imposto, Levi e seus colegas judeus eram odiados por
serem considerados colaboradores das forças pagãs de ocupação, e também pela
desonestidade ao extorquirem muito além daquilo que era exigido pelas
autoridades.
Por essas razões, eles eram excluídos da
vida religiosa da sinagoga e do templo. Essa ação de Mateus de se levantar e
abandonar o seu ofício de coletor de impostos faz um paralelo com o paralítico
levantando-se, pegando seu leito e indo embora.
A reação de Mateus foi uma demonstração
miraculosa do poder salvador de Jesus.
Já era a hora do almoço e todos estavam
sentados à mesa – vs. 15. Fazer refeições com pecadores colocava Jesus nessa
mesma categoria, pois as regulamentações rabínicas proibiam especificamente todos
os mestres da lei (escribas) de fazer isso.
Por outro lado, os "pecadores"
veriam isso como um gesto de amizade e aceitação dos pecadores. Esse termo é
bastante usado no Novo Testamento como uma designação farisaica para todos
aqueles que não cumpriam rigorosamente as tradições judaicas.
Os fariseus - partidários de uma forte
tradição judaica que descendia dos hasidim
do século 2 a.C - buscavam meticulosamente manter fidelidade à lei contra a
influência greco-romana da Palestina.
No tempo de Jesus, a prática cuidadosa da
lei, especialmente o ritual de purificação, se tornou possível graças à
observância da "tradição dos anciãos" (7.3), um conjunto de
interpretações elaborado por mestres anteriores (rabinos). A dificuldade em se
familiarizar com as intermináveis interpretações da lei criou uma divisão entre
a elite religiosa intelectual ("os justos") e a população em geral
("os pecadores").
Quando Jesus ouviu as perguntas dos
fariseus ele responde que não veio chamar justos, mas pecadores. Observe a
clara afirmação que Jesus faz com relação à prioridade de sua missão (cf 1.38).
Há tanto verdade como ironia nas palavras de Jesus: os coletores de impostos,
as prostitutas e pessoas dessa categoria estavam de fato "doentes",
mas na realidade os fariseus eram também "doentes".
Jesus adotou o ponto de vista de que eles
eram "saudáveis" visando refutar a hipocrisia destes. Como ensina o
Antigo Testamento, todos são pecadores (1 Rs 8.46; SI 14.1-3), e a justiça é,
em primeiro lugar e acima de tudo, um dom de Deus para os pecadores arrependidos
(SI 51.1-18; cf. Lc 18.9-14; 19.9; Rm 3.22).
F. Controvérsias com as autoridades (2.18 3.12).
Veremos doravante, até o vs. 12, do
capítulo 13, algumas controvérsias com as autoridades. Visando desenvolver em
seus leitores uma apreciação pelos ensinamentos de Jesus, Marcos registra várias
ocasiões em que Jesus esteve envolvido em controvérsias teológicas com
autoridades religiosas judaicas.
Agora surge uma questão relacionada ao
jejum e isso intrigava os que viam Jesus e os discípulos comento e bebendo.
O Antigo Testamento exigia somente um jejum
anual coletivo, que deveria acontecer no dia da Expiação (Lv 16.29-31).
Todavia, como sinal de uma necessidade
extrema, contrição e penitência, quando associado à oração, o jejum tem sido
parte da espiritualidade do Antigo Testamento desde o tempo dos juízes (Jz
20.26; cf. 1 Rs 21.27).
Não é de admirar (veja Mt 6.16) que os
fariseus e seus partidários jejuassem, aparentemente, duas vezes por semana (Lc
18.12).
Como a mensagem de João Batista era
centralizada no arrependimento (Mt 3.11), o jejum certamente era algo
apropriado para os seus discípulos. O que é incomum é que Jesus, cuja mensagem
incluía o arrependimento, não insistiu o jejum durante o seu ministério
terreno.
Jesus responde à questão do jejum. A
resposta de Jesus o diferenciou de tudo o que existiu antes dele, pois o
"noivo" (v. 20) havia chegado e o "novo" (vs. 21-22) estava
presente.
Ao usar a ilustração de si mesmo como o
noivo, Jesus afirmou a presença da alegria no reino. Esse era o momento de
celebração, como num casamento. Desse modo, Jesus comeu e bebeu com os
pecadores, trazendo alegria e salvação para a casa (Lc 19.6,9).
Essa celebração (vs. 19) era temporária,
pois Jesus ainda deveria sofrer e morrer. Além do mais, seus seguidores também
passariam por um período de sofrimento e tribulação no futuro (13.13; 14.27).
Por essa razão, seria bastante apropriado que os discípulos de Jesus jejuassem
mais tarde (At 13.2; 14.23, 2Co 6.5; 11.27).
Conforme a BEG, essas imagens de novo
enfatizam a nova situação que surgiu com a vinda do reino e seu rei (a BEG
recomenda, nesse momento, ver o seu ótimo artigo teológico "O reino de
Deus", em Mt 4). Essas imagens demonstram a impropriedade de jejuar nessa
nova situação.
Depois disso, num sábado, os discípulos
estavam colhendo espigas. Nesse relato, fica bastante destacada a extensão do
legalismo entre os fariseus. Na realidade, a concepção deles contradizia a lei
de Moisés.
Os discípulos não estavam roubando, pois a
ação deles era permitida pela lei (Dt 23.25); nem estavam trabalhando (fazendo
colheita), pois não ceifaram os grãos, o que poderia ser considerado tanto
roubo como (tecnicamente) colheita que Êx 34.21 proibia.
Logo, pelos padrões do Antigo Testamento,
era indevida a acusação dos fariseus de que os discípulos de Jesus transgrediam
o sábado. Eles estavam seguindo suas próprias tradições e não a lei de Deus.
A resposta de Jesus – vs. 25 - colocou a
questão num nível que os fariseus com certeza não esperavam, especialmente
porque a frase "Nunca lestes" sugere uma crítica irônica ao
conhecimento superficial que os fariseus tinham das Escrituras (veja Jo 3.10;
5.39,47).
Jesus não se justificou tentando
desconsiderar o Antigo Testamento; pelo contrário, demonstrou a profundidade do
seu entendimento.
Quando em uma missão divina (1 Sm 21.5), como
o ungido do Senhor (mashiach, no
hebraico), Davi comeu dos "pães da proposição" (Êx 25.30), que era
reservado para os sacerdotes.
Portanto, o mais importante filho de Davi
(Jesus), bem como os seus discípulos, estavam perfeitamente justificados quanto
ao que estavam fazendo.
O texto de 1 Sm 21.1-6 declara que foi o
pai de Abiatar, Aimeleque, quem deu a Davi o pão da proposição. Fica evidente
no registro de Samuel que Abiatar estava vivo, e talvez até mesmo presente
quando esse incidente ocorreu.
Logo, a frase "no tempo do sumo sacerdote
Abiatar" está tecnicamente correta. Jesus provavelmente estava se
referindo a Abiatar como uma referência temporal geral, pois Abiatar era
bastante conhecido como um dos principais defensores de Davi.
E
então lhes disse: "O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem
por causa do sábado. Assim, pois, o Filho do homem é Senhor até mesmo do sábado"
(Marcos 2:27,28). Novamente (cf. 2.10) Jesus declara a sua autoridade como
Filho do Homem que traz bênçãos, dessa vez como intérprete soberano do ensino
salutar do Antigo Testamento sobre o sábado (vs. 25). Essa afirmação foi feita
contra as tradições farisaicas (vs. 16), que transformaram o princípio que
promove a vida do quarto mandamento (Êx 20.8-11) num fardo opressivo e
insuportável (3.1-5). Jesus também se identificou como o Senhor a quem pertencia
o sábado (Êx 20.10).
Mc 2:1 Dias depois,
entrou Jesus
de novo em Cafarnaum,
e logo correu
que ele estava em casa.
Mc
2:2 Muitos afluíram para ali,
tantos que
nem mesmo junto à porta eles achavam lugar;
e
anunciava-lhes a palavra.
Mc 2:3 Alguns foram ter com ele,
conduzindo um
paralítico,
levado por
quatro homens.
Mc 2:4 E, não
podendo aproximar-se dele,
por causa da
multidão, descobriram o eirado
no
ponto correspondente ao em que ele estava
e,
fazendo uma abertura,
baixaram
o leito em que jazia o doente.
Mc 2:5
Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico:
Filho,
os teus pecados estão perdoados.
Mc 2:6 Mas
alguns dos escribas
estavam
assentados ali e arrazoavam em seu coração:
Mc
2:7 Por que fala ele deste modo?
Isto
é blasfêmia!
Quem
pode perdoar pecados, senão um, que é Deus?
Mc 2:8 E
Jesus,
percebendo
logo por seu espírito
que
eles assim arrazoavam, disse-lhes:
Por
que arrazoais sobre estas coisas em vosso coração?
Mc 2:9 Qual é
mais fácil? Dizer ao paralítico:
Estão
perdoados os teus pecados, ou dizer:
Levanta-te,
toma o teu leito e anda?
Mc
2:10 Ora, para que saibais que o Filho do Homem
tem
sobre a terra
autoridade
para perdoar pecados
-
disse ao paralítico:
Mc
2:11 Eu te mando:
Levanta-te,
toma
o teu leito
e
vai para tua casa.
Mc 2:12
Então,
ele
se levantou
e,
no mesmo instante,
tomando
o leito,
retirou-se à
vista de todos,
a
ponto de se admirarem todos
e
darem glória a Deus, dizendo:
Jamais
vimos coisa assim!
Mc 2:13 De novo,
saiu Jesus
para junto do mar,
e toda a
multidão vinha ao seu encontro,
e
ele os ensinava.
Mc 2:14 Quando ia passando,
viu a Levi,
filho de Alfeu, sentado na coletoria e disse-lhe:
Segue-me!
Ele
se levantou
e
o seguiu.
Mc 2:15
Achando-se Jesus à mesa na casa de Levi,
estavam
juntamente com ele e com seus discípulos
muitos
publicanos e pecadores;
porque
estes eram em grande número
e
também o seguiam.
Mc 2:16 Os
escribas dos fariseus,
vendo-o
comer
em
companhia dos pecadores e publicanos,
perguntavam
aos discípulos dele:
Por
que come [e bebe] ele com os publicanos e pecadores?
Mc 2:17 Tendo
Jesus ouvido isto, respondeu-lhes:
Os
sãos não precisam de médico,
e
sim os doentes;
não
vim chamar justos,
e
sim pecadores.
Mc 2:18 Ora,
os discípulos
de João e os fariseus estavam jejuando.
Vieram
alguns e lhe perguntaram:
Por que
motivo jejuam os discípulos de João e os dos fariseus,
mas
os teus discípulos não jejuam?
Mc 2:19
Respondeu-lhes Jesus:
Podem,
porventura, jejuar os convidados para o casamento,
enquanto
o noivo está com eles?
Durante
o tempo em que estiver presente o noivo,
não
podem jejuar.
Mc
2:20 Dias virão, contudo,
em
que lhes será tirado o noivo;
e,
nesse tempo, jejuarão.
Mc
2:21 Ninguém costura remendo
de
pano novo em veste velha;
porque
o remendo novo tira parte da veste velha,
e
fica maior a rotura.
Mc
2:22 Ninguém põe vinho novo
em
odres velhos;
do
contrário, o vinho romperá os odres;
e
tanto se perde o vinho como os odres.
Mas
põe-se vinho novo
em
odres novos.
Mc 2:23 Ora,
aconteceu
atravessar Jesus,
em
dia de sábado, as searas,
e
os discípulos, ao passarem,
colhiam
espigas.
Mc 2:24
Advertiram-no os fariseus:
Vê!
Por
que fazem o que não é lícito aos sábados?
Mc 2:25 Mas
ele lhes respondeu:
Nunca
lestes o que fez Davi,
quando
se viu em necessidade e teve fome,
ele e os seus companheiros?
Mc 2:26 Como
entrou na Casa de Deus,
no
tempo do sumo sacerdote Abiatar,
e
comeu os pães da proposição,
os quais não
é lícito comer,
senão aos
sacerdotes,
e deu também
aos que estavam com ele?
Mc 2:27 E
acrescentou:
O
sábado
foi
estabelecido por causa do homem,
e
não o homem
por
causa do sábado;
Mc
2:28 de sorte que
o
Filho do Homem
é
senhor também do sábado.
Ainda tentaram
achar defeitos em Jesus com relação ao jejum e ao dia do sábado, mas nada
conseguiram uma vez que a motivação de seus corações era outra e não a glória de
Deus.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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