
Há três pontos que
devem ser colocados antes de se falar sobre tal decretum de Deus revelado na Escritura.
a)
Primeiro, Deus sabe todas as coisas, ele é sábio, justo, bom e não muda.
(Tiago 1:17) .
b)
Segundo, a Escritura é o limite, não podemos e nem devemos ir além dela.
(2Timóteo 3:16-17).
c)
Terceiro, o finito não compreende o infinito, a não ser que este se
revele.( I Coríntios 2:4, Deuteronômio 29:29).
Dito isto e acolhido,
alinhemos o que podemos saber sobre a doutrina.
1.
Em primeiro lugar, a eleição é um fato, é um ato de um Deus livre. Não é
uma criação de Agostinho de Hipona , João Calvino, Lutero ou quem quer que
seja. A escritura é clara: “Terei
misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me
aprouver ter compaixão”. (v.15)
2.
Em segundo lugar, a eleição não foi porque Deus previu que esse ou
aquele iriam crer. Se fosse assim, a eleição seria por obras e não pela graça.
Observemos: “E ainda não eram os gêmeos
nascidos , nem tinham praticado o bem ou o mal para que o propósito de Deus,
quanto à eleição ,prevalecesse , não por obras ,mas por aquele que chama, já
fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço. Como está escrito: Amei
a Jacó, porém me aborreci de Esaú.” (vs.11-13). Em rigor, a eleição foi
construida na eternidade, antes da fundação do mundo. (Efésios 1:4).
3.
Em terceiro lugar, todo eleito só é chamado quando crer em Cristo. Se
não crer em Cristo não é eleito. (João 6:44).
4.
Em quarto lugar, uma vez eleito, regenerado e chamado “de modo nenhum o lançarei fora”.(João
6:37).
5.
Em quinto lugar, ser eleito não significa que alcançou um nível superior
de espiritualidade, mas foi chamado justamente para tal fim, ou seja, “ser santo e irrepreensível perante ele“.
(Efésios 1:4). Todo eleito peca, peca aqui ou ali, mas como é eleito “não vive na prática do pecado“. O pecado
é um acidente e não a regra. (I João 2:1-2, 3:9).
6.
Em sexto lugar, o eleito odeia o pecado, o pecado o aproxima mais de Deus.
(Salmo 51:10-12). Ele não vive naquele círculo vicioso que diz: “Onde abunda o pecado, superabunda a graça.”
(Romanos 6:1-2).
7.
Em sétimo lugar, o eleito ama esta doutrina, não se escandaliza , não se
revolta, pelo contrário, passa a ter uma consciência maior da necessidade de se
pregar o Evangelho. Os teólogos e homens piedosos que mais compreenderam esta
doutrina foram grandes avivalistas. Estes constantemente diziam: “Ai de mim , se eu não pregar o Evangelho”.
( I Coríntios 9:16). “Minha paróquia é o
mundo” pregava John Knox.
por, Joel Paulo Sousa Filho, em 02/11/2014.
________________________________________________
Também o seguinte
texto sobre a predestinação irá ajudar a entender muito bem esse assunto tão
delicado e importante na teologia:
Predestinação: Cinco Afirmações Incontestáveis - John Stott
Comentário Sobre Romanos 8:28-30
“A predestinação para a vida é o eterno propósito de Deus, pelo
qual (antes de lançados os fundamentos do mundo) tem constantemente decretado
por seu conselho, a nós oculto, livrar da maldição e condenação os que elegeu
em Cristo dentre o gênero humano, e conduzi-los por Cristo à salvação eterna,
como vasos feitos para honra. Por isso os que se acham dotados de um tão
excelente benefício de Deus, são chamados segundo o propósito de Deus, por seu
Espírito operando em tempo devido; pela graça obedecem à vocação; são
justificados gratuitamente; são feitos filhos de Deus por adoção; são criados
conforme à imagem de seu Unigênito Filho Jesus Cristo; vivem religiosamente em
boas obras, e, enfim, chegam, pela misericórdia de Deus, à felicidade eterna”.
(XVII Artigo de Religião – Predestinação e Eleição).
“Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o
amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito. Pois aqueles que de
antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu
Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que
predestinou, também chamou, também justificou; aos que justificou também
glorificou” (Romanos 8:28-30). Nestes dois versículos Paulo esclarece o que
quis dizer no versículo 28 ao referir-se ao “propósito” de Deus, segundo o qual
ele nos chamou e age para que tudo contribua para o nosso bem. Ele analisa o
“bem” segundo os parâmetros de Deus, bem como o seu propósito de salvação,
através de cinco estágios, desde que a idéia surgiu em sua mente até a
consumação do seu plano na glória vindoura. Segundo o apóstolo, esses estágios
são: presciência, predestinação, chamado, justificação e glorificação. Primeiro
há uma referência a aqueles
que Deus de antemão conheceu. Essa alusão a “conhecer de antemão”, isto é,
saber de alguma coisa antes que ela aconteça, tem levado muitos comentaristas,
tanto antigos como contemporâneos, a concluir que Deus prevê quem irá crer e
que essa presciência seria a base para a predestinação. Mas isso não pode estar
certo, pelo menos por duas razões. A primeira é que neste sentido Deus conhece
todo mundo e todas as coisas de antemão, ao passo que Paulo está se referindo a
um grupo específico. Segundo, se Deus predestina as pessoas porque elas haverão
de crer, então a salvação depende de seus próprios méritos e não da
misericórdia divina; Paulo, no entanto, coloca toda a sua ênfase na livre
iniciativa da graça de Deus. Assim, outros comentaristas nos fazem lembrar que
no hebraico o verbo “conhecer” expressa muito mais do que mera cognição
intelectual; ele denota um relacionamento pessoal de cuidado e afeição.
Portanto, se Deus “conhece” as pessoas, ele sabe o que passa com elas [138];
e quando se diz que ele “conhecia” os filhos de Israel no deserto, isto
significa que ele cuidava e se preocupava com eles.[139] Na verdade Israel foi o único povo
dentre todas as famílias da terra a quem Javé “conheceu”, ou seja, amou,
escolheu e estabeleceu com ele uma aliança. [140] O significado de “presciência” no Novo
Testamento é similar. “Deus não rejeitou o seu povo [Israel], o qual de antemão
conheceu”, isto é, a quem ele amou e escolheu (11:2). [141] À luz deste uso bíblico John Murray
escreve: “’Conhecer’... É usado em um sentido praticamente sinônimo de
‘amar’... Portanto, ‘aqueles que ele conheceu de antemão’... é virtualmente
equivalente a ‘aqueles que ele amou de antemão”.[142] Presciência é “amor peculiar e
soberano”. [143] Isto se encaixa com a grande
declaração de Moisés: “Não vos teve o Senhor afeição, nem vos escolheu, porque
fôsseis mais numerosos do que qualquer povo... mas porque o Senhor vos
amava...”. [144] A única fonte de eleição e
predestinação divina é o amor divino.
Segundo, aqueles
que [Deus] de antemão conheceu, ou que amou de
antemão, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a
fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos (29). O verbo predestinou é uma tradução de proorizõ que significa “decidiu de antemão”
(BAGD), como se vê em Atos.4:28 (“Fizeram o que o teu poder e tua vontade
haviam decidido de antemão que acontecesse”). É, pois, evidente que o processo
de tornar-se um cristão implica uma decisão; antes de ser nossa, porém, tem de
ser uma decisão de Deus. Com isso não estamos negando o fato de que nós “nos
decidimos por Cristo”, e isso livremente; o que estamos afirmando é que, se o
fizemos, é só porque, antes disso, ele já havia “decidido por nós”. Esta ênfase
na decisão ou escolha soberana e graciosa de Deus é reforçada pelo vocabulário
com o qual ela está associada. Por um lado, ela é atribuída ao “prazer” de
Deus, a sua “vontade”, “plano” e “propósito”, [145] e por outro lado, já existia “antes da
criação do mundo” [146] ou “antes do princípio das eras”. [147] C. J. Vaughan resume esta questão nas
seguintes palavras:
Cada um que se salva no final só pode atribuir sua salvação, do
primeiro ao último passo, ao favor e à ação de Deus. O mérito humano tem de ser
excluído: e isto só pode acontecer voltando às origens do que foi feito e que
se encontra muito além da obediência que evidencia a salvação, ou mesmo da fé a
que ela é atribuída; ou seja, um ato de espontâneo favor da parte daquele Deus
que antevê e pré-ordena desde a eternidade todas as suas obras.[148]
Este ensino não pode se minimizado. Nem a Escritura nem a
experiência nos autoriza faze-lo. Se apelarmos para a Escritura, veremos que no
decorrer de todo o Antigo Testamento se reconhece ser Israel “a única nação na
terra” a quem Deus decidiu “resgatar para ser seu povo”, escolhido para ser sua
“propriedade peculiar”; [149] e em todo o Novo Testamento se admite
que os seres humanos são por natureza cegos, surdos e mortos, de forma que sua
conversão é impossível, a menos que Deus lhes dê vista, audição e vida. Nossa
própria experiência confirma isso. O Dr. J. I. Packer, em sua excelente obra O Evangelismo e a Soberania de Deus,[150] aponta que, mesmo que neguem isso, a
verdade é que os cristãos crêem na soberania de Deus na salvação. “Dois fatos
demonstram isso”, ele escreve. “Em primeiro lugar, o crente agradece a Deus
pela sua conversão. Ora, por que o crente age assim? Porque sabe em seu coração
que Deus foi inteiramente responsável por ela. O crente não se salvou a si
mesmo; Deus o salvou. (…) Há um segundo modo pelo qual o crente reconhece que
Deus é soberano na salvação. O crente ora pela conversão de outros... roga a
Deus para que opere neles tudo quanto for necessário para a salvação deles”.
Assim os nossos agradecimentos e a nossa intercessão provam que nós cremos na
soberania divina. “Quando estamos de pé podemos apresentar argumentos sobre a
questão; mas, postados de joelhos, todos concordamos implicitamente”. [151] Mesmo assim há mistérios que
permanecem. E, como criaturas caídas e finitas que somos, não nos cabe o
direito de exigir explicações ao nosso Criador, que é perfeito e infinito. Não
obstante, ele lançou luz sobre o nosso problema de tal maneira a contradizer as
principais objeções que são levantadas e a mostrar que a predestinação gera
conseqüências bem diferentes do que se costuma supor. Vejamos cinco exemplos:
1. Dizem que a predestinação gera arrogância, uma vez que (alega-se) os eleitos
de Deus se gloriam de sua condição privilegiada. Mas o que acontece é
justamente o contrário: a predestinação exclui a arrogância, pois afinal, não
dá para entender como Deus pode se compadecer de pecadores indignos como eles!
Humilhados diante da cruz, eles só querem gastar o resto de suas vidas “para o
louvor da sua gloriosa graça” [152] e passar a eternidade adorando o
Cordeiro que foi morto. [153]2.
Dizem que a predestinação produz incerteza e que cria nas pessoas uma ansiedade
neurótica quanto a serem ou não predestinadas e salvas. Mas não é bem assim.
Quando se trata de incrédulos, eles nem se preocupam com a sua salvação – até
que, e a não ser que, o Espírito Santo os convença do pecado, como um prelúdio
para a sua conversão. Mas, se são crentes, mesmo que estejam passando por um
período de dúvida, eles sabem que no final a sua única certeza consiste na
eterna vontade predestinadora de Deus. Não há nada que proporcione mais
segurança e conforto do que isso. Como escreveu Lutero ao comentar o versículo
28, a predestinação “é uma coisa maravilhosamente doce para quem tem o
Espírito”. [154]3.
Dizem que a predestinação leva à apatia. Afinal, se a salvação depende
inteiramente de Deus e não de nós, argumentam, então toda responsabilidade
humana diante de Deus perde a razão de ser. Uma vez mais, isso não é verdade. A
Escritura, ao enfatizar a soberania de Deus, deixa muito claro que isso não
diminui em nada a nossa responsabilidade. Pelo contrário, as duas estão lado a
lado em uma antinomia, que é uma aparente contradição entre duas verdades.
Diferentemente de um paradoxo, uma antinomia “não é deliberadamente produzida;
ela nos é imposta pelos próprios fatos... Nós não a inventamos e não
conseguimos explicá-la. Não há como nos livrar dela, a não ser que
falsifiquemos os próprios fatos que nos levaram a ela”. [155] Um bom exemplo se encontra no ensino
de Jesus quando declarou que “ninguém pode vir a mim, se o Pai... não o atrair” [156] e que “vocês não querem vir a mim para
terem vida”. [157] Por que as pessoas não vão a Jesus?
Será porque não podem? Ou é porque não querem? A única resposta compatível com
o próprio ensino de Jesus é: “Pelas duas razões, embora não consigamos
conciliá-las”. 4. Dizem que a predestinação produz complacência e gera
antinomianos. Afinal, se Deus nos predestinou para a salvação eterna, por que
não podemos viver como nos agrada, sem restrições morais, e desafiar a lei
divina? Paulo já respondeu esta questão no capítulo 6. Aqueles que Deus
escolheu e chamou, ele os uniu com Cristo em sua morte e ressurreição. E agora,
mortos para o pecado, eles renasceram para viver para Deus. Paulo escreve
também em outro lugar que “Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo,
para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença”. [158] Ou melhor, ele nos predestinou para sermos conformes à imagem de
seu Filho (29). 5. Dizem que
a predestinação deixa as pessoas bitoladas, pois os eleitos de Deus passam a
viver voltados apenas para si mesmos. Mas o que acontece é o contrário. Deus
chamou um único homem, Abraão, e sua família apenas, não para que somente eles
fossem abençoados, mas para que através deles todas as famílias da terra
pudessem ser abençoadas. [159] Semelhantemente, a razão pela qual
Deus escolheu seu Servo, a figura simbólica de Isaías que vemos cumprida
parcialmente em Israel, mas especialmente em Cristo e em seu povo, não foi
apenas para glorificar Israel, mas para trazer luz e justiça às nações. [160] Na verdade estas promessas serviram de
grande estímulo para Paulo (como deveriam ser também para nós) quando ele, num
ato de grande ousadia, decidiu ampliar sua visão evangelística para alcançar os
gentios.[161] Assim, Deus fez de nós seu “povo
exclusivo”, não para nos tornarmos seus favoritos, mas para que fôssemos suas
testemunhas, “para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para
a sua maravilhosa luz”. [162]Portanto,
a doutrina da predestinação divina promove humildade, não arrogância; segurança
e não apreensão; responsabilidade e não apatia; santidade e não complacência; e
missão, não privilégio. Isso não significa que não existam problemas, mas é uma
indicação de que estes são mais intelectuais do que pastorais. E o ponto que
Paulo quer enfatizar no versículo 29 é, com toda certeza, pastoral. Tem a ver
com dois propósitos práticos da predestinação de Deus. O primeiro é que nós
devemos serconformes [viver
de conformidade com] à imagem
de seu Filho. Ou, dito da forma mais simples possível, o eterno propósito
de Deus para seu povo é que nos tornemos como Jesus. O processo de
transformação começa aqui e agora, em nosso caráter e conduta, por meio da obra
do Espírito Santo, [163] mas só será completado e aperfeiçoado
quando Cristo vier e nós o virmos, [164] e quando nossos corpos se tornarem
como o corpo de sua glória. [165] O segundo propósito da predestinação
de Deus é que, como resultado de nos tornarmosconformes à imagem de Cristo,
ele passe a ser o primogênito
entre muitos irmãos, desfrutando da comunhão da família como também da
prerrogativa de ser o primogênito. [166]Vamos
agora à terceira afirmação de Paulo: E
aos que predestinou, também chamou (30a).
O chamado de Deus é a aplicação histórica da sua predestinação eterna. Seu
chamado chega às pessoas por meio do evangelho; [167] quando esse evangelho é anunciado a
elas com poder e elas lhe respondem com a obediência da fé, aí é que se sabe
que Deus as escolheu. [168] Assim a evangelização (o anúncio do
evangelho), longe de se tornar supérflua em virtude da predestinação de Deus, é
indispensável, pois é exatamente ela o meio proporcionado por Deus para que o
seu chamado chegue às pessoas e desperte a sua fé. Fica, pois, evidente que
aqui, quando Paulo fala do “chamado de Deus”, não se trata daqueles apelos
generalizados do evangelho, mas sim da convocação divina que levanta os
espiritualmente morto e lhes dá vida. Geralmente se chama isso de chamado
“efetivo” de Deus. Aqueles a quem Deus dirige esse chamado (30) são os mesmos
que “foram chamados de acordo com o seu propósito” (28). Em quarto lugar, aos que chamou, também justificou (30b). O chamado efetivo de Deus
capacita aqueles que o ouvem a crer; e aqueles que crêem são justificados pela
fé. Como a justificação pela fé é um assunto dominante nos capítulos anteriores
desta carta de Paulo, não há necessidade de se repetir o que já foi dito, a não
ser talvez enfatizar que a justificação é muito mais do que simples perdão ou
absolvição, ou mesmo aceitação; é uma declaração de que nós, pecadores, agora
somos justos aos olhos de Deus, pois ele nos conferiu o status de justos, que
na verdade trata-se da justiça do próprio Cristo. É “em Cristo”, em virtude da
nossa união com ele, que nós fomos justificados. [169] Ele se fez pecado com o nosso pecado,
para que nós pudéssemos nos tornar justos com a sua justiça. [170]Quinto, aos que justificou, também
glorificou (30c). Já por
diversas vezes Paulo usou o substantivo “glória”. Trata-se essencialmente da
glória de Deus, a manifestação do seu esplendor, a glória da qual todos os
pecadores estão destituídos (3:23), mas que se regozijam na esperança de
recobrar (5:2). Paulo promete também que se participarmos dos sofrimentos de
Cristo iremos participar também da sua glória (8:17), e que a própria criação
irá um dia experimentar a liberdade da glória dos filhos de Deus (8:21). Agora
ele usa o verbo: aos que justificou, também glorificou. Nosso destino é
receber corpos novos em um mundo novo, e ambos serão transfigurados com a
glória de Deus. Muitos estudiosos percebem que o processo da santificação, que
ocorre entre a justificação e a glorificação, foi omitido no versículo 30. No
entanto, ele está implícito ali, tanto na alusão a sermos conformados à imagem
de Cristo, como na preliminar necessária para nossa glorificação. Pois
“santificação é glória iniciada; glória é santificação consumada”.[171] Além disso, tão certo é esse estágio
final que, embora ainda se encontre no futuro, Paulo o coloca no mesmo tempo
aoristo, como se fosse um fato passado, tal como tem
usado para os outros quatro estágios que já
são passado. É o assim
chamado “passado profético”. James Denney escreve que “o tempo da última
palavra é impressionante. É a mais ousada antecipação de fé que o próprio Novo
Testamento contém”. [172]
Vimos aqui, portanto, as cinco
afirmações incontestáveis apresentadas por Paulo. Deus é retratado como alguém
que se move irresistivelmente de um estágio ao outro; de uma presciência e
predestinação eternas, através de um chamado e uma justificação históricos,
para a glorificação final de seu povo em uma eternidade futura. Faz-nos lembrar
uma cadeia composta de cinco elos inquebráveis.
NOTAS:
[136] Jeremias
29.11; [137] At
2.23; cf. 4.27; [138] Sl.
1.6; 144.3; [139] Os
13.5; [140] Am
3.2;[141] Cf. 1 Pe
1.2; [142] Murray,
vol. I, p. 317; [143] Ibid., p. 318; [144] Dt
7.7s.; cf. Ef 1.4s; [145] Ef
1.5,9,11; 3.11; [146] Ef
1.4; [147] 1 Co
2.7; 2 Tm 1.9; cf. 1 Pe 1.20; Ap 13.8; [148]Vaughan, 9. 163; [149] 2 Sm 7.22ss; cf. Êx 19.3ss; Dt 7.6; 10.15; 14.2; Sl
135.4. [150] Edições Vida Nova, 1961; [151] Ibid.,
pp. 13ss. [152] Ef
1.6,12.14; [153] Ap
5.11ss; [154] Lutero
(1515), p. 371; [155] Packer, op.
cit., p. 21. [156] Jo
6.44. [157] Jo
5.40. [158] Ef
1.4; cf 2 Tm 1.9. [159]Gn 12.1ss. [160] Is
40.1ss; 49.5ss. [161] Ver;
por exemplo, At 13.47; 26.23. [162] 1 Pe
2.9ss.[163] 2 Co
3.18. [164] 1 Jo
3.2ss. [165] 1 Co
15.49; Fp 3.21. [166] Cf. Cl
1.18. [167] 2 Ts
2.13s.[168] 1 Ts
1.4s. [169] Gl
2.17. [170] 2 Co 5.21. [171] Bruce, p. 168. [172] Denney, p. 652.
Fonte: STOTT, John. A Mensagem de Romanos. Trad. Silêda e Marcos D S Steuernagel. 1ed. São Paulo: ABU Ed., 2000. 528p.; pp. 300-306. Www.Monergismo.Com - http://jovensreformados.blogspot.com.br/2012/08/predestinacao-cinco-afirmacoes.html
Fonte: STOTT, John. A Mensagem de Romanos. Trad. Silêda e Marcos D S Steuernagel. 1ed. São Paulo: ABU Ed., 2000. 528p.; pp. 300-306. Www.Monergismo.Com -
...