domingo, 21 de fevereiro de 2016
domingo, fevereiro 21, 2016
Jamais Desista
Tito 1-16 - FORMAÇÃO DE LIDERES COMPETENTES
Paulo escreveu essa epístola, provavelmente, entre 62-64 d.C., para
incentivar Tito a completar a organização das igrejas em Creta, confrontar as
ações de falsos mestres nessa região e instruir os crentes a terem uma conduta
cristã apropriada. Estamos no capítulo 1/3.
Breve
síntese do capítulo 1.
Paulo escreveu a Tito para incentivá-lo a completar a organização das
igrejas em Creta, confrontar as ações de falsos mestres nessa região e instruir
os crentes a terem uma conduta cristã apropriada. (BEG).
É o que se percebe logo no primeiro capítulo o zelo de Paulo e sua
preocupação na formação de líderes competentes que cuidem do rebanho de Deus.
Será que nossos pastores são assim como Paulo recomendou a Tito? Veja as
qualificações abaixo nos vs. de 6 a 8 que fica bem clara com essa segmentação.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
I. SAUDAÇÕES (1.1-4).
Paulo identificou-se e explicou o seu
ministério como servo e como apóstolo. Paulo iniciou a carta com uma elaborada
identificação de si mesmo como o autor e Tito como o destinatário, assim como
com uma bênção.
Servo de Deus, ou "escravo de Deus"
(ou seja, alguém que pertence a Deus e que serve a ele; Rm 1.1; Fp 1.1). Além de
servo, apóstolo de Jesus Cristo. Alguém enviado como um representante
autorizado e oficial de Cristo.
Seu objetivo? Levar aos eleitos de Deus a
fé e o conhecimento da verdade. Assim como em muitas passagens, Paulo falou
daqueles que criam e daqueles que creriam no futuro como os que haviam sido
eleitos ou escolhidos por Deus (2Tm 2.10; para melhor entendimento,
recomendamos a leitura e a reflexão no excelente artigo teológico da BEG:
"Predestinação e presciência", em Rm 8).
Esse conhecimento da verdade é que conduz à
piedade. A missão apostólica de Paulo incluía mais do que converter os
perdidos. Ele também reconhecia que os crentes devem crescer no conhecimento da
verdade para que desenvolvam uma vida piedosa.
O conhecimento da verdade nem sempre leva à
piedade (1Co 13.2), mas tal conhecimento é necessário para a piedade, mas se
fundamenta na esperança da vida eterna.
A verdadeira fé e conhecimento cristãos
estão baseados na esperança que nos é assegurada pela morte e ressurreição de
Cristo (1Tm 1.1; 2Tm 1.1; 1Tm 1.16).
Paulo garante isso falando que a promessa
vinha daquele Deus que não pode mentir. Uma afirmação da total confiabilidade
de Deus. Deus não pode quebrar suas promessas (Nm 23.19).
Promessa essa feita antes dos tempos
eternos. A promessa divina de salvação para os eleitos por meio da fé (vs.1) é
eterna (2Tm 1.9).
No entanto, no devido tempo ele manifestou
a sua palavra. A pregação de Paulo do evangelho cristão anunciava a eterna
promessa de Deus em Cristo. Deus, nosso salvador. Como autor da aliança da
graça, Deus é salvador (2.10; 3.4; 1Tm 1.1; 2.3; 4.10; recomendamos a leitura e
a reflexão no excelente artigo teológico da BEG: "A aliança das obras e a
aliança da graça", em Gn 6).
Paulo chama Tito de seu verdadeiro filho.
Isso provavelmente indica que Tito foi um dos convertidos de Paulo. Não há
evidências de que Paulo tivesse filhos biológicos; ele se considerava o pai
espiritual daqueles que havia levado a Cristo, e ele os amava com um amor
paterno.
Essa expressão graça e paz é típica do modo
como Paulo impetrava uma bênção sobre os crentes (1Tm 1.2). Elas eram sempre a
graça e a paz vindas de Cristo Jesus, nosso Salvador.
Como mediador da aliança da graça, Cristo é
Salvador (2.13; 3.6; 2Tm 1.10; vejam, repetimos a informação, o excelente artigo
teológico da BEG: "A aliança das obras e a aliança da graça", em Gn 6).
Ao longo dessa carta, Paulo usou o título
"salvador" tanto para Deus como para Cristo (vs. 3), refletindo,
desse modo, a sua crença na divindade de Cristo (2.13).
II. INSTRUÇÕES A TITO (1.5-3.11).
Paulo deu a Tito a responsabilidade de
cuidar das igrejas em Creta. Tito deveria organizar as igrejas constituindo
ministros qualificados e também fazer oposição aos falsos mestres.
Diferentes grupos dentro da igreja deveriam
receber instruções diferentes de Tito, mas todos os cristãos deveriam observar
as instruções gerais dadas por ele. Tito deveria evitar as contendas dos falsos
mestres que levavam à divisão.
Essa parte II irá de 1.5 ao 3.11, contendo
instruções a Tito. A intenção de Paulo era instruir Tito sobre como agir como o
seu (de Paulo) representante em Creta.
Seu ensino se divide em cinco seções:
organização da igreja (1.5-9), falsos mestres (1.10-16), instruções para grupos
específicos (2.1-15), instruções para todos os cristãos (3.1-8) e uma palavra
final sobre os falsos mestres (3.9-11). Elas formarão nossa divisão proposta,
conforme a BEG: A. Organização das igrejas em Creta (1.5-9) - veremos agora; B. Lidando com falsos mestres (1.10-16) - veremos agora; C. Instruções para
grupos específicos (2.1-15); D. Instruções para todos os cristãos (3.1-8); e,
E. Lidando com falsos mestres (3.9-11).
A. Organização das igrejas em Creta (1.5-9).
Tito havia ficado em Creta para organizar
as congregações de crentes (1.5). Ele fazia isso primeiramente recrutando
presbíteros com as qualificações adequadas (1.6-9).
1. A responsabilidade organizacional de Tito (1.5).
Paulo relembrou a Tito que ele havia
permanecido em Creta com o propósito de organizar as igrejas. Ele deveria
colocar em ordem as coisas restantes, ou seja, talvez a organização de igrejas
em geral, mas especialmente a ordenação de presbíteros.
Os presbíteros deveriam ser homens
encarregados do cuidado geral de uma igreja local (At 14.23; 20.17; 1Tm 5.17).
Como o vs. 7 deixa claro, Paulo usou indiferentemente os termos
"bispo" e "presbítero".
Em 1Tm 3.2-7, Paulo discutiu as
qualificações para os bispos em termos muito semelhantes. Nenhuma lista tinha a
intenção de ser completa; ambas indicam qualidades representativas requeridas
daqueles que serviriam como presbíteros.
2. As qualificações para ser ministro (1.6-9).
Os presbíteros que Tito deveria chamar para
coordenarem as igrejas em Creta deveriam possuir certas qualificações.
·
Ser
irrepreensível – vs. 6 e 7.
A
mudança casual de Paulo de "presbítero" para "bispo" no vs.
7 mostra que ele entendia os dois termos como se referindo ao mesmo ofício (cf.
At. 20.17,28).
Talvez
ele visse uma pequena diferença de nuança entre eles, com
"presbítero" enfatizando o caráter (maturidade espiritual), e
"bispo", a tarefa (cf. At. 20.28).
·
Marido
de uma só mulher – vs. 6.
Provavelmente
uma referência à fidelidade conjugal (1Tm 3.2). Esse requerimento excluía a
prática de poligamia para os presbíteros. Muito provavelmente, Paulo assumiu
que quase todos, se não todos, os presbíteros deveriam ser casados, mas não há
razão para se supor que ele exigisse que os presbíteros fossem casados.
·
Ter
filhos crentes submissos.
·
Não
ser orgulhoso.
·
Não
ser briguento.
·
Não
ser apegado ao vinho.
·
Não
ser violento.
·
Não
ser ávido por lucro desonesto.
Ninguém
deveria ver a liderança da igreja como uma oportunidade para ganhar dinheiro
(vs. 11; 1Tm 6.5,10), embora Paulo tenha sancionado a remuneração para o
ministério pastoral (1Co 9.7-9; 1Tm 2.17-18).
·
Ser
hospitaleiro.
·
Ser
amigo do bem.
·
Ser sensato, justo, consagrado.
·
Ter
domínio próprio.
À
luz da cultura de Creta (vs. 12-13), não é de admirar que o domínio próprio
recebesse uma ênfase importante nessa carta (2.2,4-6,12).
·
Ser
apegado firmemente à mensagem fiel, da maneira como foi ensinada.
Assim
como em suas cartas a Timóteo, Paulo estava preocupado com a transmissão do
evangelho e com o compromisso com relação à sã doutrina de acordo com o
evangelho (1Tm 1.10).
·
Ser
capaz de encorajar outros pela sã doutrina.
·
Ser
capaz de refutar os que se opõem a ela.
Duas
tarefas do presbítero eram especialmente relevantes em vista dos falsos mestres
em Creta: ensinar a sã doutrina e refutar o erro.
Tito devia não somente confrontar e
corrigir ensinos falsos, mas também lidar com os próprios falsos mestres, especialmente
os da circuncisão. Nem todos os cristãos judeus, mas aqueles que tinham vindo
de uma estreita perspectiva judeu-cristã (At 15.1,5; Cl 6.12-13).
Esses insubordinados que não passam de
faladores e enganadores, especialmente os da circuncisão, andavam – vs. 11 - pervertendo
casas inteiras. Isso deve se referir às atividades dos falsos mestres nas
igrejas locais, desse modo enfatizando a necessidade de uma melhor organização
(vs. 5), ou nas casas de famílias cristãs. O ensino deles não estava de acordo
com a "sã doutrina" (vs. 9).
Paulo citou no vs. 12 a Epimênides, um
poeta e reformador religioso de Cnossos, Creta, que viveu durante o século 6
a.C. e que era conhecido pelas suas profecias e sabedoria.
Paulo não colocou Epimênides no mesmo nível
dos profetas do Antigo Testamento. Em vez disso, ele citou esse filósofo porque
o povo da antiga cidade de Creta o estimava e porque a maneira auto
desaprovadora das palavras de Epimênides tornava a descrição mais crível.
Sobre o que ele disse que os cretenses,
sempre são mentirosos, feras malignas, glutões preguiçosos, ele falou a verdade.
Portanto, Tito deveria repreendê-los severamente, para que fossem sadios na fé.
Não era para Tito dar atenção – vs. 14 - a
lendas judaicas nem a mandamentos de homens que rejeitam a verdade. Talvez
Paulo estivesse se referindo aos tipos de mitos acerca das figuras do Antigo
Testamento que são encontradas em muitos dos escritos apócrifos judeus (1Tm
1.4; 4.7; 2Tm 4.4). Os mandamentos de homens devem estar relacionados às interpretações
diferentes que os falsos mestres faziam da lei de Moisés (3.9; 1Tm 1.7; 4.3).
Isso tudo tinha aparência de profunda
sabedoria, conhecimento elevado de Deus e intimidades com o sobrenatural, mas
não passavam de grande engodo, como muito se vê hoje em dia no nosso presente
século.
Paulo afirmava para Tito que todas as
coisas eram puras para os puros. Os falsos mestres haviam aparentemente
proibido o uso de certas coisas (1Tm 4.3). Para saber sobre a reação de Paulo a
ensinos semelhantes, veja 1Tm 4.3-5.
Paulo não condenou apenas a doutrina dos
falsos mestres, mas também as ações deles (2Tm 3.2-5). Tanto a sã doutrina como
as ações em concordância com uma vida transformada são necessárias para os
cristãos.
A falta de ações que sejam coerentes com
uma vida transformada torna suspeita a fé em Cristo de tal pessoa (Mt 7.16-20;
Tg 2.14-17; 1Jo 3.17; por fim, mais uma recomendação de leitura de um excelente
artigo teológico "A perseverança e a preservação dos santos", em Fp
1).
Tt 1:1 Paulo,
servo de Deus
e apóstolo de Jesus Cristo,
para promover a fé
que é dos eleitos de Deus
e o pleno conhecimento da verdade
segundo a piedade,
Tt 1:2 na esperança da vida eterna
que o Deus que não pode
mentir prometeu
antes dos tempos eternos
Tt 1:3 e, em tempos
devidos,
manifestou a sua palavra
mediante a pregação
que me foi confiada
por mandato de Deus,
nosso Salvador,
Tt 1:4 a Tito,
verdadeiro filho,
segundo a fé comum,
graça e paz,
da parte de Deus Pai
e de Cristo Jesus, nosso
Salvador.
Tt 1:5 Por esta causa, te deixei em Creta,
para que pusesses em ordem as coisas restantes,
bem como, em cada cidade,
constituísses presbíteros,
conforme te prescrevi:
Tt 1:6 alguém que seja
irrepreensível,
marido de uma só mulher,
que tenha filhos crentes
que não são acusados de
dissolução,
nem são insubordinados.
Tt 1:7 Porque é indispensável
que o bispo
seja irrepreensível
como despenseiro de Deus,
não arrogante,
não irascível,
não dado ao vinho,
nem violento,
nem cobiçoso de torpe
ganância;
Tt 1:8 antes, hospitaleiro,
amigo do bem,
sóbrio,
justo,
piedoso,
que tenha domínio de si,
Tt 1:9 apegado à palavra
fiel,
que é segundo a doutrina,
de modo que tenha poder tanto
para exortar pelo reto
ensino
como para convencer
os que o contradizem.
Tt 1:10 Porque existem
muitos insubordinados,
palradores frívolos
e enganadores,
especialmente os da
circuncisão.
Tt 1:11 É preciso fazê-los
calar,
porque andam pervertendo
casas inteiras,
ensinando o que não devem,
por torpe ganância.
Tt 1:12 Foi mesmo, dentre eles, um seu profeta, que disse:
Cretenses,
sempre mentirosos,
feras terríveis,
ventres preguiçosos.
Tt 1:13 Tal testemunho é
exato.
Portanto,
repreende-os severamente,
para que sejam sadios na fé
Tt 1:14 e não se ocupem com
fábulas judaicas,
nem com mandamentos de
homens desviados da verdade.
Tt 1:15 Todas as coisas são puras
para os puros;
todavia, para os impuros e descrentes,
nada é puro.
Porque
tanto a mente
como a consciência deles estão corrompidas.
Tt 1:16 No tocante a Deus,
professam conhecê-lo;
entretanto, o negam
por suas obras;
é por isso que
são abomináveis,
desobedientes
e reprovados para toda boa
obra.
O cuidado do pastor com seu rebanho vai ao extremo de lutar e de se opor
fortemente contra os falsos pastores que querem a gordura do rebanho e cujo
interesse está nos lucros ou em outro lugar menos no reino de Deus e na
salvação das almas.
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel
Deusdete.
...
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sábado, 20 de fevereiro de 2016
sábado, fevereiro 20, 2016
Jamais Desista
II Timóteo 4 1-22 - COMBATI - TERMINEI - GUARDEI!
Como falamos, Paulo escreveu essa sua segunda epístola por volta de 64-68
d.C. para convidar Timóteo a visitá-lo em seus últimos dias e também com o
objetivo de animar Timóteo em seu ministério contra os falsos mestres em Éfeso.
Estamos no capítulo 4/4.
IV. TERCEIRAS REFLEXÕES E EXORTAÇÕES
(3.1-4.5) - continuação.
Como dissemos, Paulo relembrou a Timóteo
que, pelo fato de ele permanecer fiel, deveria esperar sofrer nos últimos dias
nas mãos de impostores.
Estamos seguindo nossa divisão proposta,
conforme a BEG: A. Os últimos dias (3.1-13) – já vimos; e, B. Exortações a Timóteo (3.14-4.5) – concluiremos agora.
B. Exortações a Timóteo (3.14-4.5) - continuação.
Vimos que a partir dos vs. 3.14 ao 4.5,
Paulo dá diversas exortações a Timóteo. Paulo voltou-se diretamente para
Timóteo, enfatizando a responsabilidade que ele tinha em resistir aos falsos
mestres e à descrença deles.
A menção de Paulo de testemunhas – Deus e
Jesus - tinha como objetivo impressionar Timóteo quanto à seriedade de sua
tarefa. As testemunhas: Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e modos.
Para Cristo como juiz, veja o vs. 8 (veja também Mt 25.31-46; Jo 5.22-27; At
10.42). Ele virá fazer isso em sua manifestação, ou seja, na sua segunda vinda
(cf. vs. 8; 1Tm 6.13; Tt 2.13). Maranata!
Toda a Escritura (3.16-17) e
preeminentemente o evangelho (cf. 2.15) deve ser pregado, quer seja oportuno,
quer não. Oportuno ou não, especialmente para quem prega. O texto não nos
ensina a descortesia ou insensibilidade. No entanto, temos de ter sabedoria
para aproveitar as oportunidades.
Como embaixadores de Cristo em país
distante, não podemos perder tempo precioso com as coisas daqui, mas apresentar
as coisas de lá, com entusiasmo e grande paixão. Veja os verbos empregados por
Paulo nesse vs. 2:
·
Pregue
a palavra.
·
Esteja
preparado a tempo e fora de tempo.
·
Repreenda.
·
Corrija.
·
Exorte
com toda a paciência e doutrina.
Paulo fala isso porque estava ciente de um tempo
que seria muito difícil anunciar o evangelho. Paulo esperava que a sua
caracterização dos últimos dias continuasse no futuro. Timóteo precisava estar
preparado para esses desafios futuros.
Esse tema da sã doutrina percorre as
epístolas pastorais (1.13-14; 2.2; 1 Tm 3.9; 4.6; 6.3; Tt 1.9,13; 2.1-2). E por
não suportá-la, eles cercar-se-ão de falsos mestres - literalmente,
"eles", presumivelmente uma referência a algumas pessoas associadas
com a igreja - e juntarão mestres conforme os seus próprios desejos. Algumas
pessoas têm uma fascinação insaciável por qualquer coisa que não seja a
verdade. Eles chegam a trocá-la por fábulas. Essa é, pois, Uma exortação final
à fé, mesmo que outros estivessem talvez se afastando dela.
V. QUARTAS REFLEXÕES E EXORTAÇÕES (4.6-18).
À luz de sua morte iminente, Paulo pediu
que Timóteo fosse visitá-lo. Paulo concluiu a epístola com as saudações
costumeiras. Paulo escreveu ainda uma outra seção de reflexões que foram
seguidas por exortações a Timóteo. Esse material é dividido em: o anúncio da
morte iminente de Paulo (vs. 6-8) e diversas exortações (vs. 9-18). Elas
formarão nossa divisão proposta, conforme a BEG: A. A morte iminente de Paulo
(4.6-8) – veremos agora; e, B.
Exortações a Timóteo (4.9-18) – também
veremos agora.
A. A morte iminente de Paulo (4.6-8).
A perspectiva da morte de Paulo fornecia a
razão para suas exortações finais a Timóteo. Paulo aceitava a inevitabilidade
da morte, mesmo meses antes que isso acontecesse. oferecido por libação. Essa
metáfora da morte (cf. Fp 2.17) é tirada da linguagem do sistema de sacrifício
do Antigo Testamento; vinho era despejado no santuário como uma oferta de
gratidão a Deus (Nm 15.5,7,10; 28.7).
Paulo entendia a sua morte iminente como
uma oferta a Cristo – vs. 6. Cristo havia feito tanto que Paulo daria a sua
própria vida a ele em gratidão. Quando ele reafirma que o seu tempo estava
próximo, ele usa uma outra metáfora para a morte (Fp 1.23) que, para Paulo,
carregava a esperança e a certeza de um destino além do túmulo (vs.18).
Com essas três metáforas “combati o bom combate, terminei a corrida,
guardei a fé” – vs.7, Paulo sinalizou o fim do seu ministério. Sua
preocupação não era a de que ele havia sido bem-sucedido, em vez disso, que ele
havia sido fiel ao seu Senhor.
Assim sendo, uma coroa da justiça o
aguardava. Alguns intérpretes têm entendido essa expressão como se referindo à
coroa que é concedida a uma pessoa pela vida de fidelidade de quem recebeu a
justiça de Cristo por meio da fé (Rm 3.22).
Mais provavelmente, essa é a coroa que
consiste da justiça perfeita (vida eterna) que é dada ao crente como o auge do
processo de santificação (2.10; Tg 1.12; 1Pe 5.4; Ap 2.10).
Quem garante isso é nosso reto juiz, ou
seja, Cristo que em seu papel de juiz nos leva à completude do trabalho que ele
começou em nós, seus eleitos, naquele Dia, ou seja, no dia do julgamento; no
dia do Senhor (1.12,18), na sua vinda - na segunda vinda de Cristo (vs.1).
B. Exortações a Timóteo (4.9-18).
Dos vs. 9 ao 18, encontraremos diversas exortações
a Timóteo. Paulo desejava ver Timóteo uma última vez. Ele deu a Timóteo várias
instruções com relação a sua viagem até Roma, informou Timóteo sobre a sua
situação no momento e concluiu com uma expressão de profunda confiança em seu
Senhor.
Paulo havia feito uma alusão ao seu desejo
de ver Timóteo em 1.4 e agora o queria ver apressadamente – vs. 9. E a razão
disso era por causa de Demas – vs. 10 – que o abandonou.
Um companheiro de trabalho que havia
permanecido com Paulo durante o seu primeiro encarceramento em Roma (CI 4.14;
Fm 24). Agora tinha ido para Tessalônica - uma cidade na província romana da
Macedônia. Paulo havia fundado uma igreja lá em sua segunda viagem missionária
(At 17.1-10).
Crescente - esse não é mencionado em nenhum
outro lugar no Novo Testamento. Ele foi provavelmente outro companheiro de
trabalho de Paulo - era outro que tinha ido para a Galácia – uma província
romana evangelizada por Paulo em sua primeira viagem missionária.
Já Tito era outro companheiro de trabalho
de Paulo que tinha se deslocado para a Dalmácia. Um outro nome para a província
romana do Ilírico, a província mais ao ocidente alcançada por Paulo em suas
três primeiras viagens missionárias (Rm 15.19).
De todos eles, apenas Lucas ficou com ele. Lucas
era o "médico amado" que é mencionado em Cl 4.14 e Fm 24. Ele viajou
com Paulo ao longo de grande parte da segunda e da terceira viagens
missionárias.
Paulo ainda pedia a Timóteo que tomasse com
ele Marcos e o trouxesse. Um belo exemplo de perdão em Cristo. O fato de João
Marcos ter abandonado Paulo e Barnabé durante a primeira viagem missionária (At
13.13) havia resultado na dissolução da parceria entre Paulo e Barnabé (At
15.37-40).
Mais tarde, Marcos voltou a trabalhar com
Paulo (Cl 4.10; Fm 24). Agora, no final de sua vida, Paulo desejava vê-lo.
Quanto a Tíquico, Paulo o enviara para
Éfeso. Esse era um companheiro de trabalho de Paulo que é mencionado em At 20.4
(também Ef 6.21; Cl 4.7; Tt 3.12). Tíquico deveria levar essa carta a Timóteo e
servir como seu representante.
Paulo fala a Timóteo das coisas que lhe pertenciam
no vs. 13: sua capa e seus livros. A capa era uma vestimenta pesada de lã usada
para proteção contra a umidade e o frio. Paulo estava antecipando a chegada do
inverno (vs.21).
Ele tinha deixado a sua capa em Trôade - uma
cidade portuária, que ligava a província romana da Ásia com a da Macedônia,
através da qual Paulo havia viajado em suas segunda e terceira viagens
missionárias (At 16.8,11; 20.5-6).
Não é claro em que ponto(s) dessa viagem
Paulo havia estado em Trôade. Ele havia deixado essa capa na casa de Carpo. Esse
não é mencionado em nenhum outro lugar no Novo Testamento. Os seus livros, em especial
os seus pergaminhos, eram livros feitos de peles de animais. O conteúdo deles é
desconhecido; talvez fossem partes do Antigo Testamento.
Paulo cita negativamente a Alexandre, o
latoeiro que lhe tinha causado muitos males. Esse incidente não é mencionado em
nenhum outro lugar no Novo Testamento. No entanto, Paulo confiava no Senhor que
lhe daria a paga segundo as suas obras. Ou seja, no dia do julgamento final (Mt
16.27; Rm 2.6; Ap 22.12). A orientação a Timóteo é que se prevenisse quanto a
ele.
Ninguém tinha aparecido a favor de Paulo em
sua primeira audiência. Essa é a primeira audiência – vs. 16 - antes do
julgamento final de Paulo, que ele estava então esperando. No entanto, Paulo os
perdoava dizendo que isto não lhes fosse posto em conta. Era assim, pois, uma expressão
de perdão em face da morte que lembrava a de Cristo (Lc 23.34) e a de Estêvão
(At 7.60).
Embora fosse abandonado de todos – vs. 16 -
o Senhor o tinha assistido e o revestido de forças. Há muito tempo Paulo havia
aprendido que ele poderia sempre depender do poder daquele que o havia chamado
(2Co 12.9-10; Fp 4.11-13).
Por seu intermédio, a pregação foi
plenamente cumprida. Isso provavelmente se refere à proclamação de Paulo do evangelho
na sua primeira audiência. Paulo havia pregado o evangelho num fórum público no
centro do Império Romano onde tinha sido libertado da boca dos leões. Uma
metáfora para ter sido livrado da morte por pouco. A primeira audiência de
Paulo havia resultado numa suspensão temporária.
Embora soubesse que o Senhor o livraria de
toda obra maligna, Paulo não acreditava que Cristo impediria a sua morte física
(vs. 6), mas ele expressou absoluta confiança naquele que é sempre fiel e que
nunca abandonará aqueles que creem nele (2.13). Ele estava certo de que Cristo
o levaria a salvo para o seu Reino celestial,
Essa é a maior esperança de todos os que
confiam em Cristo. Quando Cristo retornar em glória, ele trará as maravilhas do
nosso lar celestial para a nova terra (Ap 21.1-5).
VI. SAUDAÇÕES FINAIS (4.19-22).
Dos vs. 19 ao 21, Paulo dá suas saudações
finais. Como era seu costume, Paulo concluiu a carta com saudações, pessoais e
com uma bênção.
Priscila e Áquila – vs. 19 – era um casal
de amigos de longa data de Paulo, que os havia conhecido na sua primeira visita
a Corinto em sua segunda viagem missionária.
Assim como Paulo, eles eram judeus e
fazedores de tendas (At 18.2-3). Tendo se mudado de Roma para Corinto, eles
posteriormente acompanharam Paulo a Éfeso (At 18.18-19), onde durante muitos
anos ofereceram sua casa para que a igreja se reunisse antes de retornarem para
Roma (Rm 16.3-4; 1Co 16.19). Nesse momento, eles haviam aparentemente voltado
para Éfeso.
Paulo tinha saudado Priscila e Áquila e
também a casa de Onesíforo. Essa é uma das evidências mais claras de que
Timóteo ainda estava em Éfeso (1.18).
Erasto era provavelmente o mesmo homem que
era tesoureiro da cidade de Corinto (mencionado em Rm 16.23). Ele tinha
permanecido em Corinto - a capital provincial da província romana da Acaia.
Paulo havia visitado Corinto em sua segunda e terceira viagens missionárias.
Paulo estava preocupado com Timóteo e lhe
pediu para vir antes do inverno. O clima do inverno eliminaria a possibilidade
de viajar de navio.
Se Timóteo esperasse demais, não chegaria
antes da execução de Paulo (vs. 9). De qualquer modo, Paulo precisava de sua
capa antes do inverno (vs.13).
Ele então já finalizando sua carta fala de
Êubulo, Prudente, Lino e Claudia.
Nenhuma dessas pessoas, que provavelmente eram cristãos romanos, é mencionada
em nenhum outro lugar no Novo Testamento, apesar de que mais tarde a tradição
católica romana considerou Lino como o sucessor de Pedro como bispo de Roma.
1.
Na presença de Deus e de
Cristo Jesus,
que há de julgar os vivos e
os mortos
por sua manifestação e por
seu Reino,
eu o exorto solenemente:
2.
Pregue a palavra,
esteja preparado a tempo e
fora de tempo,
repreenda,
corrija,
exorte
com toda a paciência e
doutrina.
3.
Pois virá o tempo em que
não suportarão a sã doutrina;
pelo contrário, sentindo
coceira nos ouvidos,
segundo os seus próprios
desejos
juntarão mestres para si
mesmos.
4.
Eles se recusarão a dar
ouvidos à verdade,
voltando-se para os mitos.
5.
Você, porém, seja sóbrio em
tudo,
suporte os sofrimentos,
faça a obra de um evangelista,
cumpra plenamente o seu ministério.
6.
Eu já estou sendo derramado
como uma oferta de bebida.
Está próximo o tempo da
minha partida.
7.
Combati o bom combate,
terminei a corrida,
guardei a fé.
8.
Agora me está reservada
a coroa da justiça, que o
Senhor, justo Juiz,
me dará naquele dia;
e não somente a mim, mas
também
a todos os que amam a sua
vinda.
9.
Procure vir logo ao meu
encontro,
10.
pois Demas, amando este
mundo,
abandonou-me e foi para
Tessalônica.
Crescente foi para a
Galácia,
e Tito, para a Dalmácia.
11.
Só Lucas está comigo.
Traga Marcos com você,
porque ele me é útil
para o ministério.
12.
Enviei Tíquico a Éfeso.
13.
Quando você vier,
traga a capa que deixei na
casa de Carpo, em Trôade,
e os meus livros,
especialmente os pergaminhos.
14.
Alexandre, o ferreiro,
causou-me muitos males.
O Senhor lhe dará a
retribuição pelo que fez.
15.
Previna-se contra ele,
porque se opôs fortemente
às nossas palavras.
16.
Na minha primeira defesa,
ninguém apareceu para me apoiar;
todos me abandonaram.
Que isso não lhes cobrado.
17.
Mas o Senhor permaneceu ao
meu lado
e me deu forças, para que
por mim
a mensagem fosse plenamente
proclamada,
e todos os gentios a
ouvissem.
E eu fui libertado da boca
do leão.
18.
O Senhor me livrará de toda
obra maligna
e me levará a salvo para o
seu Reino celestial.
A ele seja a glória para
todo o sempre. Amém.
19.
Saudações a Priscila e Áquila,
e à casa de Onesíforo.
20.
Erasto permaneceu em
Corinto,
mas deixei Trófimo doente
em Mileto.
21.
Procure vir antes do
inverno. Êubulo, Prudente, Lino, Cláudia
e todos os irmãos enviam-lhe
saudações.
22.
O Senhor seja com o seu
espírito.
A graça seja com vocês.
Depois de desejar, finalizando sua carta, que
o Senhor fosse com o espírito deles, ele os abençoa com a graça sendo com eles.
No grego, a palavra "convosco" está no plural. Provavelmente Paulo
pretendia que a carta fosse lida para toda a igreja (1Tm 6.21; Tt 3.15).
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel
Deusdete.
...
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