Paulo escreveu essa epístola para agradecer
aos filipenses pela solidariedade enquanto esteve na prisão e animá-los a se
unirem e a se ajudarem mutuamente em Cristo. Estamos no capítulo 1/4.
Breve
síntese do capítulo 1.
Filipenses tem as seguintes
características, entre outras:
1.Filipenses é uma das cartas mais pessoais do apóstolo
Paulo.
2.Paulo estava escrevendo para um grupo de amigos em
Filipos.
3.Filipenses é a epístola da ALEGRIA! (16x).
4.Paulo escreveu aos Filipenses de uma prisão, em Roma.
·“As
circunstâncias imediatas que circundam um crente não são os fatores que
deveriam determinar sua atitude para com a vida.” (Russel Shedd).
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
I. SAUDAÇÕES (1.1-2).
Paulo começou a epístola de sua maneira
usual - apresentando a si mesmo e os seus leitores.
Timóteo, que esteve presente na fundação da
igreja de Filipos (At 16), era conhecido dos leitores, (2.2). Distinguindo os
dois homens, Paulo chamava a si mesmo de "apóstolo" e Timóteo de "irmão"
(2Co 1.1; CI 1.1).
Ambos os homens eram chamados “servos"
(grego, doutos), uma palavra que significa "escravo" aqui. Timóteo
era como um filho para Paulo (2.22), mas ambos se submetiam a Cristo, o Senhor.
Uma das maneiras preteridas de Paulo para
descrever a união dos crentes com Cristo era o uso da expressão “servos de
Cristo Jesus”. Essa expressão (ou a mais resumida "em Cristo Jesus")
apareceu dez vezes em Filipenses.
Além disso, a expressão semelhante "no
Senhor" ocorre nove vezes – a BEG recomenda aqui a leitura e a reflexão em
seu excelente artigo teológico – “A união com Cristo”, em Cl 6.
A epístola fora dirigida a todos os santos,
inclusive aos bispos e diáconos. Esses termos designavam a dupla liderança na
igreja de Filipos (1 Tm3.1-13). Episcopos
("superintendente”) é, muitas vezes, traduzido como "bispo", mas
em Tt 1.5-7 Paulo usa esse termo e presbyteros
("ancião") de modo permutável, indicando que ambos se referem ao
mesmo ofício.
Esse dístico – graça e paz, vs. 2 - era uma
expressão concisa da natureza e do efeito da obra salvadora de Cristo, aparece
em todas as treze saudações paulinas. A fonte da união de ambos é "Deus
nosso Pai e o Senhor Jesus Cristo".
II. CONFIANÇA E AFEIÇÃO (1.3-11).
Paulo expressou – vs. 3 ao 11 - a sua
confiança e o seu amor pelos crentes filipenses. Depois desses cumprimentos
iniciais, Paulo imediatamente expressou a sua confiança nos cristãos
filipenses, encorajou-os e falou da preocupação e afeição que tinha por eles.
A lembrança de Paulo do tempo que ele
passou com os filipenses fazia com que ele orasse por eles de maneira constante
("em todas as minhas orações"), inclusiva ("por todos vós")
e com gratidão ("Dou graças ao meu Deus").
Ele dava graças a Deus fazendo isso com alegria
que é um tema dominante em Filipenses (vs. 18,26; 3.1; 4.4,10) pela cooperação
deles no evangelho, desde o primeiro dia.
De modo especial, o apoio financeiro dos
filipenses (4.10-20) foi fundamental para ele no evangelho - a palavra
"evangelho" era a maneira preferida de Paulo descrever a sua mensagem
e ela aparece nove vezes em Filipenses (proporcionalmente mais do que em
qualquer outra carta).
O comprometimento dele com o evangelho (vs.
7) ligava Paulo aos filipenses e estes a ele desde o primeiro dia até agora.
Paulo se lembrava da primeira vez que havia pregado o evangelho em Filipos
(4.15; At 16.12-40).
Paulo estava confiante de que Deus
completaria a salvação dos crentes em Filipos – vs. 6. Em outro lugar, Paulo
enfatiza o papel do esforço humano em perseverar na fé, mas aqui ele ressalta
claramente que a perseverança dos santos depende somente do poder de Deus, que
os preserva pela graça.
O propósito salvador de Deus será consumado
no "Dia de Cristo" (vs. 10; 2.16), quando Jesus retornar em glória
para ressuscitar o seu povo da morte (3.11,20-21) e receber exaltação universal
(2.9-11).
Todas as pessoas que têm exercitado a fé
salvadora em Cristo serão preservadas até aquele dia – novamente a BEG recomenda
neste capítulo a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "A
perseverança e a preservação dos santos", em Fp 1 (abaixo reproduzido na
íntegra).
O verbo grego aqui traduzido
"pense" (phroneo) – vs. 7 -
ocorre dez vezes em Filipenses, proporcionalmente muito mais vezes do que em
qualquer outra carta de Paulo.
O termo abrange o pensamento assim como o
sentimento e dá a entender um curso de ação sobre o qual a mente da pessoa está
fixada (observe o seu uso em 2.2,5; 3.15,19).
Era assim que ele pensava acerca deles e os
trazia em seu coração. Essas palavras “vos trago no coração” também poderiam
ter sido interpretadas como "Vocês me têm em seu coração".
Os filipenses "participavam da
graça" de Deus com Paulo mediante o apoio que davam ao seu ministério (vs.
5) e assim o ajudavam na defesa e confirmação do evangelho. Esses termos legais
sugerem testemunho apostólico durante uma provação (cf. v.16; Mc 13.9-11).
O verbo correspondente ao substantivo
"misericórdia" – vs. 8 - é muitas vezes usado nos Evangelhos para
descrever a compaixão de Jesus (p. ex., Mt 9.36; 14.14). Ele indica uma
profunda emoção.
Não somente Paulo disse ao filipenses que
orava por eles (v. 4), mas também transmitiu a eles os pedidos que ele fazia
nessas orações.
Na mente de Paulo, o amor cristão leva a um
aumento gradativo do nível de conhecimento, percepção e discernimento, e
culmina num comportamento que é "sincero e inculpável" (cf. Cl
1.9-11).
A ausência de amor demonstra que o
conhecimento por si só não tem valor (1 Co 13.1-3), enquanto o amor é em si
mesmo conhecimento do tipo mais profundo (1Co 8.1-3).
A seriedade da oração de Paulo — que o amor
aumentasse "mais e mais" entre os filipenses — se tornaria mais
aparente mais tarde (2.1-18).
Não somente é o pecador justificado por
meio da fé em Cristo (3.9), mas "o fruto de justiça", ou a vida justa
que se segue também "vem de Cristo Jesus" mediante a obra do Espírito
Santo (GI 5.22-23), "para a glória e louvor de Deus" o Pai. Todas as
três pessoas da Trindade participam da santificação dos crentes.
O desejo de Paulo era que eles fossem assim
puros e irrepreensíveis até o dia de Cristo, cheios do fruto da justiça, fruto
que vem por meio de Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
III. O PROGRESSO DO EVANGELHO (1.12-2.30).
O evangelho havia se expandido em
proporções notáveis por meio de Paulo e dos filipenses. Paulo dedicava todos os
aspectos da sua viria à expansão do evangelho.
Ele estava preso em Roma por causa de
Cristo, regozijava-se nas pregações de seus rivais desde que Cristo fosse
exaltado e expressou confiança de que Cristo seria honrado tanto se ele
morresse quanto se ele continuasse a viver.
Os filipenses precisavam de um lembrete de
como o evangelho tinha de ser passado adiante por meio deles. Deus os havia
chamado à unidade em Cristo e para o serviço mútuo.
Estaremos vendo, portanto, nos vs. de 1.12
a 2.30 esse progresso do evangelho. Paulo iniciou a principal parte de sua
carta com uma apresentação positiva dos métodos para o avanço do evangelho.
Sua discussão é dividida em duas partes: o
evangelho em sua própria vida (1.12-26) e na vida dos filipenses (1.27-2.18).
Assim, dividiremos esta parte também em duas, conforme a BEG: A. Progressos por
meio de Paulo (1.12-26) – veremos agora;
B. O progresso por meio dos filipenses (1.27-2.30) – começaremos a ver agora.
A. Progressos por meio de Paulo (1.12-26).
Em sua apresentação positiva do evangelho,
Paulo descreveu como as boas-novas de Cristo haviam afetado a sua própria vida.
Ele falou sobre o seu próprio encarceramento (vs. 12-14), sobre outros mestres
(vs. 15-18) e sobre as suas perspectivas quanto ao futuro como ministro do
evangelho (vs. 19-26).
Elas geraram as seguintes divisões,
conforme a BEG, que estaremos vendo agora: 1. A prisão de Paulo (1.12-14) – veremos agora; 2. Mensageiros rivais
(1.15-18) – veremos agora; e, 3.
Perspectivas de Paulo (1.19-26) – veremos
agora.
1. A prisão de Paulo (1.12-14).
Paulo revelou que Deus havia usado o seu encarceramento
para promover o evangelho
Podemos ver isso no vs. 12 que diz que o
que aconteceu contribuiu para o progresso do evangelho. Por causa da prisão de
Paulo, o evangelho, que é o poder de Deus para a salvação (Rm 1.16), avançou
irresistivelmente por meio da guarda do palácio e além.
Ficou evidente a todos que Paulo estava na
prisão por causa de Cristo Jesus. A prisão de Paulo por causa de Cristo
tornou-se conhecida não só dos soldados que trabalhavam para o imperador, mas
também de toda a família imperial e talvez de todo a população romana.
Seguindo o costume da época, Paulo usava
esse termo “irmãos” para todas as pessoas na igreja visível, independentemente
de serem homens ou mulheres. A designação, entretanto, não significa que fossem
necessariamente salvos ou membros da igreja invisível (a BEG recomenda aqui,
mais uma vez, a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "A
igreja visível e a invisível", em 1 Pe 4).
Essa importante expressão de Paulo “no
Senhor”, como já falamos, aponta para a união dos crentes com Cristo e para os
recursos divinos disponíveis por meio de Cristo àqueles que estão unidos a ele
(4.13). A expressão aparece nove vezes em Filipenses (incluindo "no Senhor
Jesus" em 2.19). Por meio do encarceramento de Paulo, Cristo o Senhor
fortalecia e encorajava os "irmãos" a proclamarem o evangelho de modo
destemido.
2. Mensageiros rivais (1.15-18).
O tema não é mensagens rivais, porque ambas
as partes falavam de Cristo, mas as motivações e atitudes dos outros ministros.
Um grupo proclamava a Cristo de "boa vontade" e por "amor"
a ele.
O motivo dominante do outro grupo era
"inveja e porfia". Este grupo pregava sobre Cristo para que eles
mesmos fossem exaltados, uma atitude diferente da de Paulo (vs. 20-21).
Paulo disse que eles reagiam ao seu sucesso
procurando "suscitar tribulação às minhas cadeias". O apóstolo
conclamou os filipenses a seguirem a primeira motivação e a rejeitarem a
segunda. O que Paulo ensinava, ele praticava.
Paulo mostrou boa vontade em relação a seus
rivais porque a exaltação de Cristo por meio da pregação era mais importante
para ele do que enfatizar as motivações dos outros. Isso não significava,
entretanto, que ele simplesmente ignorava os motivos errados deles.
3. Perspectivas de Paulo (1.19-26).
Dos vs. 1.19-26, veremos as perspectivas de
Paulo. Paulo confiou aos filipenses as expectativas que ele tinha quanto ao seu
próprio futuro.
Apesar de tudo, Paulo continuaria a
alegrar-se, pois sabia que o que tinha acontecido a ele resultaria em sua
libertação, graças às orações deles e também devido ao auxílio do Espírito de
Jesus Cristo – vs. 19. Paulo identificou a terceira pessoa da Trindade como o
Espírito de Deus e o Espírito de Cristo (Rm 8.9; GI 4.6).
Paulo esperava ser liberto da prisão, mas
não estava certo de que isso aconteceria (vs. 20-27; 2.24). Deus o livraria
(vs. 25-26) por meio dos seus agentes escolhidos, tanto divinos (a
"provisão do Espírito de Jesus Cristo") como humanos (as orações dos
filipenses).
A paixão de Paulo não era a sua vida ou a
sua morte. Sua vida e sua morte eram secundárias ao seu desejo de ver Cristo
honrado. Ele sabia que esse objetivo maior poderia ser alcançado tanto por meio
da extensão de sua vida (Rm 12.1-2) quanto por meio de sua morte (Fp 2.17).
A morte já não o assustava mais, porquanto,
para ele, o viver era Cristo – vs. 21. Cristo era a razão de viver de Paulo.
Seu coração estava tão cheio de paixão pela glória de Cristo que todas as
outras motivações tornavam-se insignificantes.
O morrer para ele era lucro. Paulo não
considerava passar desta vida para outra uma perda. Longe de interromper a sua
união com Cristo, a morte levaria Paulo a uma maior experiência de Cristo e de
suas bênçãos.
Era por isso que ele se sentia constrangido
de um e de outro lado. Paulo desejava tanto estar com Cristo quanto permanecer
na terra para que pudesse ajudar ainda mais os filipenses e outros. Portanto,
ele enfrentava um verdadeiro dilema.
Todavia, Paulo entendia que essas questões
são determinadas por Deus, e ele estava convencido de que Deus tinha ainda
muito trabalho para ele entre os filipenses (vs. 24-25), embora partir e estar
com Cristo parecia-lhe bem melhor.
A linguagem de Paulo aqui lança luz a
respeito do caráter do estado intermediário (ou seja, a condição da pessoa
entre a morte física e a ressurreição; cf. 2Co 5.6-9).
O fato de esse estado ser
"incomparavelmente melhor" e que o "morrer é lucro" (vs.
21) indicava que Paulo esperava um companheirismo consciente e íntimo com
Cristo. Entretanto, só desfrutaremos a plenitude desse relacionamento na
reunião da alma com o corpo (3.20-21).
B. O progresso por meio dos filipenses (1.27-2.30).
Dos vs. 1.27 ao 2.30, veremos o progresso
por meio dos filipenses. Tendo descrito o evangelho em relação à sua própria
vida, Paulo agora se volta para o papel dele na vida dos filipenses.
Sua discussão é dividida em três partes: um
chamado à unidade (1.27-2.5), o exemplo de Cristo (2.6-11) e outro chamado à
unidade (2.12-18). Elas formarão as seguintes divisões, conforme a BEG: 1. Um
chamado à unidade (1.27-2.5) – começaremos
a ver agora; 2. O exemplo de Cristo (2.6-11); 3. Um chamado mais profundo à
unidade (2.12-18); e, 4. Dois exemplos de serviço (2.19-30).
1. Um chamado à unidade (1.27-2.5).
A principal preocupação de Paulo nesse
momento era de que os filipenses vissem a unidade entre os crentes como uma
consequência essencial do evangelho.
Não importava o que acontecesse e sim o
viver digno do evangelho. Ninguém é digno de receber o evangelho ou consegue
viver em perfeita conformidade a ele.
Entretanto, viver de uma maneira apropriada
para a maravilha do evangelho é o objetivo de todos que possuem a fé salvadora
em Cristo. Nesse contexto, a dignidade ideal de Paulo era expressa de várias
maneiras.
Independentemente do que ocorresse, ele
queria que eles estivessem firmes em um só espírito, como uma só alma. As
palavras gregas para "espírito" e "alma" não significam
partes constituintes da pessoa que estejam separadas.
Uma maneira muito importante de vivermos de
maneira digna do evangelho é lutar pela unidade entre os crentes. Esse tema
aparece repetidas vezes nos escritos de Paulo (Rm 15.5; Ef 4.3,13).
O desejo dele de permanecermos firmes em um
só espírito era para, juntos, lutarmos pela fé evangélica. Paulo também incita
seus leitores a lutarem pela união contra os oponentes não cristãos pela
verdade do evangelho mesmo se as ameaças do mundo forem intimidadoras (vs. 28).
Permanecer em união uns com os outros e
contra o mundo significa que:
(1)Os
inimigos do evangelho serão destruídos.
(2)Os
crentes serão salvos.
Paulo agora destaca um privilégio que não é
de todos. Deus dá muitos privilégios aos crentes. Aqui Paulo identificou tanto
a honra de crer em Cristo quanto a de sofrer por ele.
Sofrer por Cristo e seu evangelho é uma
honra porque isso leva a uma grande recompensa e à vida eterna (Rm 8.17-18; Fp
3.10-11). O que temos sofrido – eu e você – aqui no Brasil na pregação do
evangelho? Era uma honra sofrer por Cristo e hoje?
Fp 1:1 Paulo e Timóteo,
servos de
Cristo Jesus,
a
todos os santos em Cristo Jesus,
inclusive
bispos e diáconos que vivem em Filipos,
Fp 1:2 graça e paz a vós outros,
da parte de
Deus, nosso Pai,
e do Senhor
Jesus Cristo.
Fp 1:3 Dou graças ao meu Deus
por tudo que
recordo de vós,
Fp 1:4 fazendo sempre,
com alegria,
súplicas
por todos vós,
em
todas as minhas orações,
Fp
1:5 pela vossa cooperação no evangelho,
desde
o primeiro dia até agora.
Fp 1:6 Estou plenamente certo de que
aquele que começou boa obra em vós
há de
completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.
Fp 1:7 Aliás, é justo que eu assim pense
de todos vós,
porque vos
trago no coração,
seja
nas minhas algemas,
seja
na defesa
e
confirmação do evangelho,
pois
todos sois participantes da graça comigo.
Fp 1:8 Pois minha testemunha é Deus,
da saudade
que tenho de todos vós,
na
terna misericórdia de Cristo Jesus.
Fp 1:9 E também faço esta oração:
que o vosso
amor aumente mais e mais
em
pleno conhecimento
e toda
a percepção,
Fp
1:10 para aprovardes as coisas excelentes
e
serdes sinceros
e
inculpáveis para o Dia de Cristo,
Fp
1:11 cheios do fruto de justiça,
o
qual é mediante Jesus Cristo,
para a glória
e louvor de Deus.
Fp 1:12 Quero ainda, irmãos, cientificar-vos
de que as
coisas que me aconteceram
têm, antes,
contribuído para o progresso do evangelho;
Fp 1:13 de maneira que as minhas
cadeias,
em Cristo,
se
tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana
e
de todos os demais;
Fp 1:14 e a maioria dos irmãos,
estimulados
no Senhor por minhas algemas,
ousam
falar com mais desassombro
a
palavra de Deus.
Fp 1:15 Alguns, efetivamente,
proclamam a
Cristo por inveja e porfia;
outros,
porém, o fazem de boa vontade;
Fp
1:16 estes, por amor,
sabendo
que estou incumbido
da
defesa do evangelho;
Fp
1:17 aqueles, contudo, pregam a Cristo, por discórdia,
insinceramente,
julgando suscitar tribulação
às
minhas cadeias.
Fp 1:18 Todavia, que importa?
Uma vez que
Cristo,
de
qualquer modo,
está
sendo pregado,
quer
por pretexto,
quer
por verdade,
também
com isto me regozijo,
sim, sempre
me regozijarei.
Fp 1:19 Porque estou certo de que isto
mesmo,
pela vossa
súplica
e pela
provisão do Espírito de Jesus Cristo,
me
redundará em libertação,
Fp
1:20 segundo a minha ardente expectativa
e
esperança de que em nada serei envergonhado;
antes,
com toda a ousadia, como sempre,
também
agora,
será Cristo
engrandecido no meu corpo,
quer
pela vida,
quer
pela morte.
Fp
1:21 Porquanto, para mim,
o
viver é Cristo,
e
o morrer é lucro.
Fp 1:22 Entretanto, se o viver na carne
traz fruto
para o meu trabalho,
já
não sei o que hei de escolher.
Fp 1:23 Ora, de um e outro lado,
estou
constrangido,
tendo
o desejo de partir
e
estar com Cristo,
o
que é incomparavelmente melhor.
Fp 1:24 Mas,
por vossa causa,
é
mais necessário permanecer na carne.
Fp 1:25 E, convencido disto,
estou certo
de que ficarei
e
permanecerei com todos vós,
para
o vosso progresso
e
gozo da fé,
Fp
1:26 a fim de que aumente,
quanto
a mim,
o
motivo de vos gloriardes
em
Cristo Jesus,
pela
minha presença, de novo, convosco.
Fp 1:27 Vivei, acima de tudo,
por modo
digno do evangelho de Cristo,
para
que, ou indo ver-vos
ou
estando ausente,
ouça,
no tocante a vós outros,
que
estais firmes
em
um só espírito,
como uma só
alma,
lutando
juntos pela fé evangélica;
Fp
1:28 e que em nada estais intimidados
pelos
adversários.
Pois o que é para eles prova evidente de
perdição
é, para vós
outros,
de
salvação,
e
isto da parte de Deus.
Fp 1:29 Porque vos foi concedida
a graça de
padecerdes por Cristo
e não somente
de crerdes nele,
Fp
1:30 pois tendes o mesmo combate
que
vistes em mim
e,
ainda agora, ouvis que é o meu.
“Vivei de modo digno do Evangelho de
Cristo”, “lutando juntos pela fé evangélica”, “privilégio de, não apenas crer
em Cristo, mas também de sofrer por ele” são expressões que Paulo deixa escapar
que revelam que a sua mente estava impregnada disso.
Paulo era um guerreiro em sua época que
defendia o evangelho, lutava por ele e o propagava aonde ia ou onde ficava
(aqui está ele em uma prisão). E você e eu?
A perseverança e a preservação
dos santos: Posso perder minha salvação?[1]
Em geral, a teologia reformada usa os termos perseverança e preservação
dos santos quando trata da questão da segurança eterna em Cristo dos
verdadeiros cristãos. Esses termos representam uma abordagem equilibrada da doutrina
bíblica segundo qual a perseverança na fé cristã é necessária para receber a
recompensa final da salvação eterna, sendo, porém, garantida pelo fato de que
Deus preserva todos aqueles que creram verdadeiramente em Cristo. Os cristãos
perseveram pela persistência em meio ao desanimo e pressão contrária, mas só
são capazes de fazê-lo porque Jesus Cristo, por meio do Espírito Santo, garante
que todo cristão verdadeiro se manterá firme até o fim.
Várias outras tradições cristãs divergem da teologia reformada tomando
um de dois rumos. Por um lado, há quem ensine a possibilidade de pessoas que
exercitaram fé salvadora e foram genuinamente regeneradas em Cristo perderem a
salvação. Para isso, lançam mão de passagens das Escrituras que advertem acerca
da apostasia e exigem a obediência a fim de receber a recompensa da salvação
eterna (p. ex., SI 69.28; Mt 24.13; Lc 9.62; Jo 2.23-24; 15.6; 1Co 9.27; 2Co
13.5; Hb 3.6; 6.1-8; 10.26-31; 12.14; 2Pe 2.21-22; Ap 2.7,11,17; 22.19). A
teologia reformada reconhece que essas e outras passagens semelhantes exigem
perseverança e indicam que uma pessoa pode exercitar certa medida de fé e
receber muitas bênçãos de Deus, mas sofrer posteriormente o julgamento eterno
por apostasia. A pergunta é: Que tipo de fé e que tipo de bênçãos essas pessoas
têm?
Por outro lado, alguns ramos da igreja ensinam que a única coisa
necessária para a salvação eterna é uma profissão de fé sincera, uma decisão de
receber a Cristo como Salvador. Para isso, se valem de passagens que enfatizam
a justificação somente pela fé e a salvação como dom gratuito que não pode ser
perdido (p. ex., Jo 3.16; 6.37; At 16.31; Rm 3.28; 8.38-39; GI 2.16). As
versões extremas dessa abordagem são chamadas, por vezes, de decisionismo ou fé
fácil, indicando que o único requisito para a salvação é a pessoa ter professado
com sinceridade a fé em Cristo como Salvador, mas não necessariamente como
Senhor. Os adeptos desse ponto de vista — que raramente fazem distinção entre a
fé salvadora e a fé sem poder de salvar, ou entre os verdadeiros cristãos e
aqueles que apenas professam a fé — afirmam que, embora seja possível que uma
pessoa perca as bênçãos temporais devido a um pecado flagrante e habitual,
nenhuma pessoa sincera precisa temer o julgamento eterno de Deus. Alguns chegam
a afirmar que até mesmo se uma pessoa repudiar uma confissão anterior de fé e
rejeitar a Cristo, ela será salva.
A teologia reformada busca o equilíbrio entre essas duas posições,
adotando alguns dos aspectos de ambas e rejeitando outros. Reconhece, por um
lado, a necessidade de perseverança. Por certo, somos justificados só pela fé,
mas a fé salvadora nunca está só. Como Tiago afirma, "a fé, se não tiver
obras, por si só está morta" (Tg 2.17). Assim, Paulo exorta os cristãos
filipenses: "desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor" (Fp
2.12), pois durante a vida do cristão, sua fé é testada para verificar se ele
está verdadeiramente em Cristo (2Co 13.5). Nesse sentido, os teólogos
reformados costumam fazer distinção entre a fé salvadora e a fé aparentemente
sincera, porém temporária, que conduz à hipocrisia e apostasia.
Como a parábola do semeador indica (Mt 13.18-93), existem tipos
diferentes de fé, mas a única fé que produz como fruto uma vida santa é a fé
salvadora. Por isso, o escritor de Hebreus afirma: "sem a [santificação]
ninguém verá o Senhor" (Hb 12.14). Aqueles que possuem uma fé temporária
podem experimentar várias bênçãos de Deus devido à sua relação próxima com os
fiéis (Hb 6.1-6; 2Pe 2.21-22), mas perderão essas bênçãos quando abandonarem
Cristo e, um dia sofrerão o julgamento eterno (Hb 10.26-31). Muitos que dizem
"Senhor, Senhor!" não serão reconhecidos (Mt 7.21-23). Somente
aqueles que se mostram regenerados ao buscar a santidade ao longo da vida neste
mundo têm o direito de se considerar seguros em Cristo. O caminho para a glória
consiste em perseverar na fé e no arrependimento, e não apenas no formalismo
cristão.
Não obstante, a teologia reformada também enfatiza que a preservação
pela graça de Deus é essencial para que os verdadeiros cristãos permaneçam
fiéis em Cristo. Os cristãos não começam somente pela fé a andar com Cristo
para depois se estribarem nos seus próprios esforços (GI 3.3). Paulo exorta os
filipenses dizendo "desenvolvei a vossa salvação" (Fp 2.12), mas
acrescenta, "porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o
realizar, segundo a sua boa vontade" (Fp 2.13). Paulo também os encoraja
declarando que "aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até
ao Dia de Cristo Jesus" (Fp 1.6). O próprio Jesus enfatiza sua preservação
dos verdadeiros cristãos ao dizer que eles "jamais perecerão, e ninguém
[os] arrebatará da minha mão" (Jo 10.28).
Por vezes, cristãos verdadeiramente regenerados apostatam e caem em
pecados graves. Mas, ao fazê-lo, agem de modo contrário ao seu novo caráter e
natureza e experimentam unia tristeza tão profunda que, mais cedo ou mais
tarde, buscam e encontram a restauração. Quando pessoas regeneradas agem
conforme a sua nova natureza, manifestam um desejo humilde e grato de agradar
ao Deus que as salvou e, sabendo que ele prometeu guardá-las em segurança para
sempre, desejam ainda mais ser fiéis ao seu Senhor. Veja CFW 17; CB 24,25; CH
86; CD V.
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Como já dissemos, Paulo escreveu aos
efésios com o objetivo de ensinar aos cristãos o quanto é maravilhoso ser a
igreja de Cristo e quais são as implicações práticas disso. Estamos no capítulo
6/6.
Breve
síntese do capítulo 6.
Obediência aos pais não caiu de modo, principalmente no Senhor, como
fala Paulo que comenta que isso é justo. Honrar pai e mãe é muito além do que
dar presentes ou mandar mensagens de vez enquanto. Trata-se de caráter a ser
desenvolvido e cultivado, principalmente por causa de Deus.
Se faz tempo que você não liga para sua mãe, faça isso agora e lhe diga
o quanto a ama e o quanto ela é importante na sua vida. Acostume-se, de vez
enquanto, enviar simples mensagens para sua mãe e pai, dizendo aquela simples e
poderosa frase: “mãe, eu te amo”, “pai, eu te amo”.
Eu
realmente aconselho você a ir muito mais além do que isso. Veja que a palavra
de Deus diz que devemos honrá-los para que tudo nos vá bem e para que sejamos
duradouros nesta terra. Sugiro você ler e estudar este sermão http://pt.scribd.com/doc/28735139/Pregacao-Honra-a-Teu-Pai-e-a-Tua-Mae-21-03. Paulo continua a sua série de exortações:
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. ANDANDO NAS BÊNÇÃOS DA IGREJA (4.1-6.20) - continuação.
Nós falamos que compreender como a igreja é
abençoada levará a viver de maneira que corresponda a essas bênçãos. A igreja
deve viver em harmonia, a despeito de suas diversidades. Os dons variados da
igreja dados por Deus são bênçãos para serem usados na edificação da unidade e
do amor.
Para melhor compreensão, dividimos esta
parte em três seções, conforme a BEG: A. Unidade na diversidade (4.1-16) – já vimos; B. Vivendo de novas maneiras
(4.17-6.9) – estamos vendo; e, C.
Mantendo-se firme contra o diabo (6.10-20) – veremos agora.
B. Vivendo de novas maneiras (4.17-6.9) - continuação.
Como dissemos, dos vs. 4.17 ao 6.9, estamos
vendo esse “vivendo de novas maneiras”.
A nova natureza, a nova identidade e a nova vida que os crentes possuem em
Cristo exigem a suspensão do pecado e o início de novos comportamentos que
fluem da santidade e da pureza de Cristo e as refletem.
Deus honra as crianças dando-lhes responsabilidade
parcial para unificar a raça humana, especificamente ao promover a união entre
as gerações.
Para Paulo, parte do que caracterizava a
cultura gentia para estar sob o julgamento de Deus era o fato de que ela era
marcada pela desobediência dos filhos a seus pais (Rm 1.30); os últimos dias
também são marcados pela desobediência aos pais (2Tm 3.1).
Paulo pede aos filhos que obedeçam aos seus
pais no Senhor. Provavelmente, isso especifica que o que é considerado pelas
pessoas inteligentes em todas as culturas como "justo" - obediência
aos pais - assume um sentido claramente cristão.
Porque esse é o primeiro mandamento com
promessa. Provavelmente não o primeiro em ordem cronológica, mas em ordem de
importância.
Em Mc 12.28 a mesma expressão grega para
"primeiro mandamento"
aparece com o claro significado de "o
principal de todos os mandamentos".
Mc 12.28 também contém uma palavra grega
que significa "de todos",
traduzindo o significado literal de "o
principal de todos os mandamentos".
Em Efésios, no entanto, "primeiro mandamento" não é
modificado por "de todos",
de modo que parece identificar um mandamento muito importante, mas não
necessariamente o mandamento mais importante.
Essa frase difícil também pode ser
parafraseada como "um mandamento
muito importante, o qual é acompanhado por uma promessa". Embora a lei
de Deus tenha perdido o seu poder para condenar (CI 2.13-14) e a observância de
alguns de seus aspectos não seja apropriada à luz do seu cumprimento em Cristo
(2.15; Cl 2.16-17), nos "preceitos
mais importantes da lei" (Mt 23.23), o nome de Deus ainda resplandece,
assim como nos princípios éticos inegociáveis que são ditados pela consciência
e aceitos sem questionamento em todas as culturas e tempos.
Um desses princípios é de que a chave para
uma sociedade saudável são filhos que honrem seus pais.
De maneira recíproca, aos pais (e
especificamente, ao pai), Paulo deu ênfase à responsabilidade do papel de
autoridade. O grego sugere a ideia de ajudar a florescer (5.29).
Os pais são incumbidos de cuidar da mente,
das emoções e do corpo dos jovens portadores da imagem de Deus. Desse modo, as
crianças não nascem para o benefício ou prazer de seus pais, mas os pais
existem para os filhos - para ajudá-los a tomar posse de sua própria
personalidade perante Deus.
Contudo, os pais não podem, nem devem
extrapolar provocando os seus filhos, antes os ajudando a formarem uma vontade
firme por meio da disciplina e desenvolvendo suas mentes admoestando-os por
meio do ensino.
Dos vs. 5 ao 8, ele está a falar com os
escravos. Essa é a expressão de uma cristologia cuidadosamente considerada.
Em primeiro lugar, os escravos se
identificam com Cristo quando adotam unia postura de submissão obediente (Fp
2.1-11).
Todos os crentes são chamados para
compartilharem a humilhação e o sofrimento de Cristo nesta era, de modo a serem
exaltados e glorificados com ele na próxima (Rm 8.17).
Paulo não estava interessado em fazer com
que a participação das pessoas nesse sofrimento fosse pior do que precisaria
ser (1Co 7.21); entretanto, também não estava interessado em fingir que havia
um caminho fácil.
Em segundo lugar, como os escravos serviam
ao Cristo exaltado em vez de servirem apenas a seus mestres terrenos, eles
chegaram a uma auto compreensão radicalmente nova, centrada em Cristo.
O obstáculo para obter unidade e
fraternidade que incluísse os escravos era que a própria personalidade de um
homem ou mulher era uma mercadoria que pertencia a outra pessoa (na antiguidade,
os escravos eram chamados de "ferramentas com almas").
Paulo insistiu que o fato de sermos
possuídos por Cristo prevalece sobre todas as outras definições da nossa
personalidade: "o que foi chamado no
Senhor, sendo escravo, é liberto do Senhor" (1 Co 7.22).
Ao prestar serviço incansável ao seu
verdadeiro proprietário celestial, os escravos tinham uma oportunidade
extraordinária para demonstrar que o que importava não era o seu valor no
mercado, mas o seu valor para Aquele que entregou a própria vida para
resgatá-los.
Nesse ensino Paulo não está justificando o
antigo sistema de escravidão. Mais apropriadamente, ele simplesmente instrui os
cristãos efésios a como agirem dentro dos limites de sua sociedade.
De igual modo ela fala aos senhores no vs.
9. Se os senhores esperavam ser obedecidos como se fossem o próprio Cristo,
então os escravos poderiam esperar mais de seus senhores cristãos - serem
tratados da mesma maneira que Cristo trata os seus.
Senhores terrenos e escravos são todos
escravos de seu senhor celestial (cf. "o
que foi chamado, sendo livre, é escravo de Cristo"; 1 Co 7.22), de
modo que os senhores terrenos devem não apenas administrar a relação
senhor-escravo com grande paciência e misericórdia, mas também considerar e
tratar os seus escravos como iguais.
A sociedade terrena pode perdoar senhores
que tratam os seus escravos com crueldade, mas Deus não perdoará. Perante Deus,
senhor e escravo são iguais; Deus responsabilizará os senhores por tratarem os
escravos da mesma maneira que tratariam seus outros companheiros cristãos.
Dos vs. 10 ao 20, são diversas exortações
visando manterem os crentes firmes contra o diabo.
Ao confiar na força do Espírito Santo e
fazer uso dos meios da graça (p. ex., Escritura e oração), os cristãos podem
resistir à guerra espiritual e à tentação demoníaca, vivendo uma vida piedosa e
fortalecendo uns aos outros para fazer o mesmo.
Dos vs. 10 ao 17, ele vai falar da armadura
do crente a qual devemos portar enquanto estivermos aqui nesse mundo. A busca
cristã por unidade e pureza é complicada, pois os crentes vivem sob condições
hostis.
A cruz e a ressurreição de Cristo são a
destruição do diabo (Cl 2.15), e na segunda vinda de Cristo a derrota do diabo
será total e tornada visível (Rm 16.20).
Mas a paz da cruz será experimentada nesse
intervalo apenas no meio de intenso conflito espiritual. Embora as forças
espirituais da escuridão já tenham sido vencidas, elas ainda não são
inofensivas.
Paulo está concluindo seu raciocínio e no
vs. 10 ele diz para nós finalmente nos fortalecermos no Senhor e na força de
seu poder.
Esses são os mesmos termos que Paulo usou
em 1.19 para descrever o poder que ressuscitou Jesus dos mortos e que agora
está em ação no interior dos crentes (cf. 3.16,18).
Os crentes não são encorajados a enfrentar
as forças malignas do mal com suas próprias forças, mas sim a fazê-lo na força
que ressuscitou Jesus e os ressuscitou com ele (2.4-6; 3.16-19).
Ele nos diz para revestirmo-nos de toda a
armadura de Deus. As novas roupas agora se tornam o equipamento de batalha do
guerreiro (4.24; Cl 3.10,12). É usando toda essa armadura que poderemos ficar
firmes contra as astutas ciladas do diabo. Repetido quatro vezes nos vs.
11,13-14. A imagem de "andar" dos caps. 4-5 (com 2.10 como pano de
fundo) dá lugar à imagem de um soldado firme no meio de uma batalha enfurecida.
Está mais do que claro que a nossa luta –
vs. 12 – não é contra a carne, nem contra o sangue, mas contra os poderes e
autoridades, contra os dominadores (5.8-14) deste mundo de trevas, contra as
forças espirituais do mal nas regiões celestiais.
Esses termos todos se referem a poderosos
seres espirituais - talvez em termos de vários níveis - que compõem a "potestade do ar" (2.2) que o diabo
governa.
No vs. 13, Paulo vai falar dessa armadura. Paulo
combinou a imagem do equipamento de batalha do soldado de infantaria romano com
diversas imagens do Antigo Testamento de Deus ou seu Messias como guerreiro.
De modo notável, o que é dito sobre Deus ou
seu Messias no Antigo Testamento (cf. Is 59.16-17) é aplicado aos crentes em
Efésios.
O efeito cumulativo dos vs. 13-17 é a
imagem de um povo tão envolvido na vitória já obtida para eles na conquista de
Jesus sobre as forças das trevas que eles são insensíveis em face às ameaças
contra a visão de Deus em estabelecer uma comunidade que reflita a sua natureza
amorosa e sagrada.
A verdade era o cinturão de couro do
guerreiro romano que defendia e protegia a parte inferior do abdómen, fechava a
sua túnica e segurava a sua espada.
Parece que Paulo tinha em mente a confiança
que vem da certeza da veracidade objetiva da Palavra de Deus.
A couraça da justiça também servia de
proteção. Estando vestido com uma justiça imputada ou estrangeira (Fp 3.9-10),
o crente consegue manter-se firme sob as acusações daquele cuja denominação em
grego (diábolos ou "diabo") significa "difamador" (Rm
8.31-34).
Simultaneamente, enquanto os crentes
assumem a natureza justa de Cristo (4.25; 5.9), sua crescente conformidade com
a imagem dele lhes dá confiança para resistir às tentações.
6.15
Calçai os pés. Apesar de uma clara alusão a Is 52.7 – calçais os pés -, Paulo
não tinha em mente o mensageiro descalço que leva o evangelho a outros. A imagem
aqui é aquela das fortes sandálias do soldado romano, as quais lhe davam
estabilidade e proteção na batalha.
Ironicamente, a paz que vem do evangelho
prepara para a guerra contra o mal (2.14-15,17).
Com relação ao escudo da fé, sabe-se que um
soldado romano de infantaria carregava um escudo comprido e retangular que
cobria o seu corpo da cabeça aos pés.
Ele era feito de madeira, coberto com pele
e ferro na parte superior e na parte inferior. Quando mergulhado em água antes
da batalha, ele podia apagar flechas que haviam sido mergulhadas em piche,
acesas e então atiradas.
O Maligno e seu exército continuamente
atacam os crentes com acusações e tentações, mas pela fé os crentes podem
manter-se firmes à promessa de absolvição em Cristo, assim como receber a
capacitação para resistir à tentação.
O capacete da salvação servia para proteger
a cabeça do soldado. Para Paulo, a salvação era tanto uma experiência presente
(veja 2.8) quanto uma esperança futura 1Ts 5.8. A base final para a confiança
dos crentes é a fidelidade de Deus para completar neles o que ele começou (Fp
1.6).
Já a espada do Espírito, arma ofensiva e
também defensiva, representava a palavra de Deus. A única arma de ataque no
arsenal dos crentes. Esta era a espada curta do soldado romano. Foi projetaria
para lutas corpo-a-corpo. Veja o uso que Jesus faz da Escritura em Mt 4.1-11;
Lc 4.1-13.
Dos vs. 18 a 20, um lembrete e uma
exortação muito importante sobre a oração. Devemos orar em todas as ocasiões, com
toda oração e súplica; tendo isso em mente - que ele expôs com relação à
armadura e à nossa luta - devemos estar sempre atentos e perseverarmos na
oração por todos os santos. Ele também pediu orações para que o evangelho fosse
não somente divulgado, mas conhecido daqueles que ele conseguisse alcançar.
O tema do guerreiro emitido num chamado
igualmente marcial para a oração em favor de todos os crentes e do ministério
do Paulo. Paulo dava de fato muita importância à oração - veja 1.15-23.
Paulo queria oração para permanecer nele e
falar com ousadia como cumpria a ele fazer;
V. SAUDAÇÕES FINAIS (6.21-24).
A carta de Paulo termina
com uma apresentação do seu companheiro e uma bênção de paz para aqueles que
amam a Cristo com amor infinito.
De sua maneira
característica – vs. 21 ao 24 -, Paulo encerrou essa carta com uma oração e uma
bênção e para os seus leitores.
A falta de cumprimentos
pessoais de Paulo pode indicar a natureza circular dessa carta.
Repare nos termos,
característicos de Paulo em suas epístolas, da paz e da graça que ele deseja e
cumprimenta os irmãos em despedida.
Ef 6:1 Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor,
pois isto é justo.
Ef 6:2 Honra a teu pai e a tua mãe
(que é o primeiro mandamento com promessa),
Ef 6:3 para que te vá bem,
e sejas de longa vida sobre
a terra.
Ef 6:4 E vós, pais,
não provoqueis vossos filhos à ira,
mas criai-os na disciplina
e na admoestação do Senhor.
Ef 6:5 Quanto a vós outros, servos,
obedecei a vosso senhor segundo a carne
com temor e tremor,
na sinceridade do vosso
coração,
como a Cristo,
Ef 6:6 não servindo à vista, como para agradar a
homens,
mas como servos de Cristo,
fazendo, de coração, a
vontade de Deus;
Ef 6:7 servindo de boa vontade,
como ao Senhor
e não como a homens,
Ef 6:8 certos de que cada um,
se fizer alguma coisa boa,
receberá isso outra vez do
Senhor,
quer seja servo,
quer livre.
Ef 6:9 E vós, senhores,
de igual modo procedei para com eles,
deixando as ameaças,
sabendo que o Senhor, tanto
deles como vosso,
está nos céus
e que para com ele
não há acepção de pessoas.
Ef 6:10 Quanto ao mais,
sede fortalecidos no Senhor
e na força do seu poder.
Ef 6:11 Revesti-vos
de toda a armadura de Deus,
para poderdes ficar firmes
contra as ciladas do diabo;
Ef 6:12 porque a nossa luta não é
contra o sangue e a carne,
e sim contra
os principados e
potestades,
contra os dominadores deste
mundo tenebroso,
contra as forças
espirituais do mal,
nas regiões celestes.
Ef 6:13 Portanto,
tomai toda a armadura de Deus,
para que possais resistir
no dia mau
e, depois de terdes vencido
tudo,
permanecer inabaláveis.
Ef 6:14 Estai, pois, firmes,
cingindo-vos com a verdade
e vestindo-vos da couraça da justiça.
Ef 6:15 Calçai os pés com a preparação do evangelho
da paz;
Ef 6:16 embraçando sempre o escudo da fé,
com o qual podereis apagar
todos
os dardos inflamados do
Maligno.
Ef 6:17 Tomai também o capacete da salvação
e a espada do Espírito,
que é a palavra de Deus;
Ef 6:18 com toda oração e
súplica,
orando em todo tempo no
Espírito
e para isto vigiando com
toda perseverança e súplica
por todos os santos
Ef 6:19 e também por mim;
para que me seja dada,
no abrir da minha boca,
a palavra, para,
com intrepidez,
fazer conhecido
o mistério do evangelho,
Ef 6:20 pelo qual sou embaixador em cadeias,
para que, em Cristo,
eu seja ousado para falar,
como me cumpre fazê-lo.
Ef 6:21 E, para que saibais também
a meu respeito
e o que faço, de tudo
vos informará Tíquico,
o irmão amado
e fiel ministro do Senhor.
Ef 6:22 Foi para isso que eu vo-lo enviei,
para que saibais a nosso respeito,
e ele console o vosso coração.
Ef 6:23 Paz seja com os irmãos
e amor com fé,
da parte de Deus Pai
e do Senhor Jesus Cristo.
Ef 6:24 A graça seja com todos
os que amam sinceramente
a nosso Senhor Jesus
Cristo.
Depois de uma série de exortações aos pais e filhos, servos e senhores,
ele fala da armadura de Deus! Se estamos
em guerra e não temos a armadura, seremos facilmente alvejados...
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.
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Nosso Projeto 1189 no YouTube começou em 21/04/2016 e foi concluído em 23/07/2019.
Não esqueça de citar a fonte quando for fazer citações, referências em seus posts, pregações e livros. Acompanhe-nos no YouTube e em nossas redes e mídias sociais. Ajude-nos com suas orações!
As mensagens do JAMAIS DESISTA do caminho do Senhor são diárias, inéditas, baseadas na Bíblia e buscando sua conformação máxima à teologia reformada e representam o pensamento do autor na sua contínua busca das coisas pertencentes ao reino de Deus e a sua justiça.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita - com gráficos, tabelas, imagens e textos - e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
"OS IDOSOS"
-
"Nascemos nos anos 30-40-50-60-70."
"Nós crescemos nos anos 50-60-70-80."
"Estudamos nos anos 60-70-80-90."
"Estávamos namorando nos anos 70-80-90."...
O Nascimento e a Infância de Jesus
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*O NASCIMENTO E A INFÂNCIA DE JESUS*
Neste breve sumário iremos ver os fatos relacionados com o nascimento de
Jesus. Eles estão ausentes no Evangelho de...
TRANSTORNANDO O CALVINISMO
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A doutrina Calvinista é a mais bela expressão do ensino bíblico
transmitida a nós pelo seu maior representante - João Calvino. É claro, a
de se ori...