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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

João 4 1-54 - JESUS É A ÁGUA VIVA QUE MATA TODA SEDE!

O Evangelho de João é o livro escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte do mundo. Estamos vendo o capítulo 4, da parte II.
Breve síntese do capítulo 4
Há tantos mistérios envolvidos na vida de Jesus que pretender a todos eles comentá-los é simplesmente impossível. Por isso, irei passar bem longe, mas mesmo assim, muita coisa interessante aprenderemos.
Aqui neste capítulo Jesus é á água viva! Quem dele beber jamais terá sede e ainda se fará nele uma fonte a jorrar pela eternidade. De uma conversa despretensiosa com uma mulher samaritana – que era proibido e um escândalo à época – Jesus cura a alma dela, a salva e a transforma em uma discípula que sai ganhando almas para o Senhor.
Os samaritanos que não se davam com os judeus reconhece em um judeu, Jesus, o salvador do mundo. E os judeus, por que não o reconheceram? Nós ganhamos com Jesus, ao meu ver, duas coisas, independentemente de qualquer coisa, a ressurreição de nossos corpos – a vida eterna! - e a fé em Deus.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS (1.19-12.50) - continuação.
Como já dissemos, Jesus passou a maior parte do seu tempo ministrando às pessoas de várias partes, especialmente nas festas judaicas. Veremos, doravante, até o capítulo doze, o ministério público de Jesus.
Estamos seguindo, conforme já falamos a proposta de divisão da BEG: A. O começo do ministério de Jesus (1.19-51) – já vimos; B. Os eventos que ocorreram durante a viagem entre Caná (na Galileia) e a Judeia (2.1-4.54) – estaremos concluindo agora; C. Uma breve visita a Jerusalém (5.1-47); D. O seu ministério na Galileia (6.1-71); e, E. Vários acontecimentos próximos e dentro de Jerusalém durante várias festas (7.1-12.50).
B. Os eventos que ocorreram durante a viagem entre Caná (na Galileia) e a Judeia (2.1-4.54) - continuação.
Como já dissemos, Jesus realizou o seu primeiro milagre em Caná e mais tarde retornou ali para realizar um segundo milagre. Enquanto isso, vários acontecimentos importantes deram início a algumas das mudanças mais surpreendentes que Jesus trouxe ao mundo.
Assim, dividimos essa parte em 6 seções para melhor explorá-las: 1. O casamento em Caná (2.1-11) – já vimos; 2. A purificação do Templo (2.12-25) – já vimos; 3. A chegada do reino (3.1-21) – já vimos; 4. Outro testemunho de João (3.22-36) – já vimos; 5. A mulher samaritana (4.1-42) – veremos agora; e, 6. Um oficial do rei em Caná (4.43-54) – veremos e concluiremos agora.
5. A mulher samaritana (4.1-42).
Mais uma vez, João focaliza as mudanças principais que Jesus trouxe para o reino de Deus.
Aqui, identifica Jesus como aquele que concede vida eterna, substituiu o templo em Jerusalém e trouxe salvação aos samaritanos, ainda que a maioria dos judeus o tivessem rejeitado.
O pano de fundo desse incidente é o desprezo profundo que os judeus sentiam dos samaritanos (vs. 9). Mas, como era de se esperar, os samaritanos também não gostavam dos judeus.
Quando os judeus viajavam entre a Galileia e a Judeia, preferiam cruzar o rio Jordão duas vezes a ter de atravessar Samaria. Todavia, Jesus não adotou essa prática (Lc 9.52).
Cansado da viagem, por causa da sua natureza humana - Jesus sentia fadiga e exaustão (Mt 8.24) -, por volta da hora sexta, isto é, próximo ao meio-dia, sentou-se Jesus à beira de um poço, com sede.
Os seus discípulos tinham saído para comprarem comida e ele estava só quando chegou ali uma mulher samaritana que tinha ido buscar água e Jesus, sendo judeu, pediu a ela, mulher samaritana, água para beber.
Os judeus não se davam com os samaritanos, ou nada tinham em comum com os samaritanos. Na legislação judaica havia itens que proibiam um judeu de usar pratos e copos que tivessem sido previamente utilizados por samaritanos.
A mulher ficou surpresa não tanto por Jesus falar com um samaritano, mas porque ele queria usar um dos seus utensílios para beber água.
Ela mesma o interroga dizendo a ele como teria ele coragem de pedira a ela água para beber e ainda em seu cântaro? E Jesus lhe fala do dom de Deus – vs. 10. Enfatiza que a salvação não é merecida, mas dada (Ef 2.8); Jesus é o dom de Deus (3.16; GI 2.20; Ef 5.25).
Também ele lhe fala que poderia dar a ela água viva. Essa expressão pode significar "água corrente", ou seja; que provavelmente é fresca e pura. No Antigo Testamento, era utilizada num sentido metafórico corno referência à bênção divina (Jr 2.13; Zc 14.8). Veja ainda Jo 4.14; 7.37-39.
A mulher não entendeu, pois Jesus estava ali pedindo água e não tinha com que tirá-la do poço, como poderia ele lhe dar - vs. 11 - água viva? Do mesmo modo que os judeus e Nicodemos, a mulher samaritana não entendeu os termos-chave que Jesus usou (vs. 15; veja também 2.19-21; 3.3-10).
Ela continua sem entender e o questiona mais ainda. Como poderia ele lhe dar água viva e seria ele maior do que seu pai Jacó que lhe deixou aquele poço?
Jesus contrastou a satisfação temporária com a eterna, ensinando que todos os prazeres terrenos, ainda que legítimos, desaparecem.
Jesus expressa a origem divina de sua bênção. Ela seria uma fonte a jorrar eternamente. Enfatiza a sua abundância. Fala-lhe da vida eterna. Enfatiza a sua duração sem fim e de excelente qualidade.
Em vista da propaganda da água viva, a mulher se encantou com seu discurso e já queria dessa água, principalmente para não precisar mais ir ali retirar água do poço.
Jesus então manda ela chamar seu marido, mas ela responde que não tinha. Jesus então apela para o seu conhecimento profético e supranatural e fala a ela da sua vida e da sua realidade. O conhecimento de Jesus sobre a vida da mulher samaritana lembra o que ele havia demonstrado a respeito de Natanael (1.48).
A mulher reconheceu, por isso, que estava diante de um profeta e aprofunda suas questões envolvendo agora a adoração e a forma correta de fazê-la.
Nossos pais adoravam neste monte – vs. 20. Os detalhes e datas são incertos, mas depois que Samaria foi conquistada pela Assíria (722 a.C.) houve uma divisão entre os judeus da Samaria e os de Jerusalém. Os samaritanos construíram um templo no monte Gerizim, que foi destruído por volta de 130 a.C. Eles continuaram a adorar nesse monte mesmo depois da destruição do templo.
Jesus, em sua resposta, vai mais além e sai da dimensão egoísta e terrestre da adoração e aponta para algo maior, uma adoração verdadeira e autêntica, que iria muito além de locais físicos.
Durante o ministério terreno de Jesus e antes de sua morte e ressurreição, havia uma tensão em relação ao fato de que o reino de Deus e suas bênçãos já haviam chegado em parte, mas que essas bênçãos ainda não haviam se manifestado completamente.
Na verdade, há aspectos do reino que não foram realizados nem vão se realizar até a segunda vinda de Cristo. Por outro lado, aquele que havia trazido o reino de Deus já estava presente na terra e havia inaugurado o reino. A BEG recomenda a leitura de seu excelente artigo teológico "O reino de Deus", em Mt 4.
Então o que importava não eram locais, nem rituais, mas adoração legítima e verdadeira em espírito e em verdade. A expressão "em verdade" significa "efetivamente", isto é, em adoração celestial, da qual a adoração terrena é apenas um tipo.
Aqui, Jesus empregou o termo 'verdade" no mesmo sentido que Hb 8.2; 9.24. Em Hb 8.2, o "verdadeiro tabemáculo" do céu não é contrastado com um falso, mas com o tabernáculo terreno que foi construído seguindo o padrão celeste.
A Jerusalém terrena não era um lugar falso de adoração, mas um lugar terreno; era uma sombra, um tipo, uma cópia da realidade do céu e do culto celestial.
Uma vez que Jesus é aquele que reunificou não apenas Deus e o seu povo, mas também a terra e o céu, logo chegaria o momento em que todas as questões sobre o lugar ideal para adorar se tornariam irrelevantes, pois aquilo para o que o templo terreno apontava estava se tornado realidade para o povo de Deus (Mt 27.51). Em espírito, referia-se à terceira pessoa da Trindade, o Espírito Santo, aquele que o Antigo Testamento prometeu para o final dos tempos (Jl 2.28-29).
Logo, a adoração cristã não está limitada a nenhum local terreno, mas antes se dirige aos céus e é oferecida na plenitude do Espírito Santo.
Jesus então afirma que Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade" – vs. 24.
A mulher, vendo a resposta profunda de Jesus, lhe fala da vinda do Messias que ensinaria a eles todas as coisas.
Jesus responde precisamente que ele era o Messias esperado. Ele diz para ela “Eu o sou” – vs. 26. A única ocasião registrada antes do julgamento na qual Jesus afirma ser o Messias.
Talvez implicações políticas associadas ao pensamento judaico sobre o conceito de Messias tivessem feito com que fosse imprudente para Jesus usá-lo com mais frequência (cf. 6.14-15).
Foi bem nesse momento que a conversa estava intensa que chegaram os seus discípulos e se admiraram de que estivesse ali conversando com uma mulher e ainda mais samaritana – vs. 27.
A atitude dos discípulos refletiu o desprezo dos judeus para com os samaritanos e também o chauvinismo masculino desses dias, que considerava ensinar as mulheres como perda de tempo.
No entanto, ninguém ousou questioná-lo ou mesmo censurá-lo. A mulher aproveitou o momento para sair dali e ir anunciar a toda a cidade que tinha achado o Messias que iria vir e eles vieram com ela para ver e conferir – v. 30. O testemunho dessa mulher foi mais efetivo nessa cidade do que a visita dos doze discípulos.
Enquanto isso, os discípulos insistiam com ele: "Mestre, come alguma coisa". Mas ele dizia a eles que tinha algo a comer que eles não conheciam, ou seja, fazer a vontade daquele que o tinha enviado e concluir para ele a sua obra.
Jesus entendia que eles já deveriam abrirem os seus olhos e verem os campos, pois que esses estavam já maduros para a colheita. Aquele que colhe já recebe o seu salário e colhe fruto para a vida eterna, de forma que se alegram juntos o que semeia e o que colhe (vs. 31-36).
Jesus citou o ditado como verdadeiro, pois um é o semeador, e outro é o ceifeiro. Jesus deixou claro que os seus discípulos tinham responsabilidades distintas das suas: eles deveriam colher os frutos da semeadura de Jesus. Essa instrução pode ter antecipado deliberadamente um ensinamento que viria mais tarde (veja 12.23-24).
Os samaritanos gostaram mesmo de Jesus e queriam que ele ficasse ali com eles. Por causa do testemunho daquela mulher, muitas almas foram alcançadas para o reino de Deus e eles reconheceram, ao contrário dos judeus, que ali estava diante deles o Messias, o Salvador do mundo – vs. 42.
Eles reconheceram que Jesus é mais do que um profeta (vs. 19,29,39); ele é o Salvador (1Jo 4.14) do mundo.
6. Um oficial do rei em Caná (4.43-54).
Depois daqueles dias de bênçãos, partiu Jesus com seus discípulos para a Galiléia e ele mesmo tinha dito que nenhum profeta tem honra em sua própria casa – vs. 43, 44.
Não está claro se “na sua própria terra" se refere à Judéia (de onde Jesus partiu (4.3) para ir à Galileia) ou à Galileia.
A favor da Galiléia há dois fatores:
(1)    Geralmente Jesus não era bem recebido na Judeia, fato que é consistente com 1.11.
(2)    O vs. 45 diz que "os galileus o receberam".
Porém, a favor da Judéia também há dois fatores:
(1)    Nesse Evangelho, a Caldeia é considerada como a região de origem de Jesus (1.46; 2.1; 7.42,52).
(2)    Embora os galileus tivessem recebido Jesus, a passagem demonstra que Jesus estava descontente com a dependência deles de "sinais e prodígios” (vs. 48).
João está encerra o seu relato da viagem de Jesus a Caná narrando um segundo milagre: a cura do filho de um oficial do rei.
Do mesmo modo que muitos judeus hipócritas desprezavam os samaritanos tanto pela ancestralidade como pelo culto misturado deles, eles também desprezavam os oficiais reais porque estes colaboravam com os romanos; Jesus, porém, louvou a fé do oficial - um oficial a serviço de Herodes Antipas, tetrarca da Galileia (cf. Mt 14.1-12; Lc 23.7) -, em contraste com a maioria dos judeus, que o rejeitaram.
Jesus respondeu ao oficial do rei que se, porventura, não vissem sinais e prodígios, de modo nenhum creriam, mas o oficial parecia muito preocupado com seu filho e pedia desesperadamente que ele o acompanhasse antes que seu filho morresse.
Jesus lhe dá uma palavra de poder e anuncia que ele não morrerá e que, portanto, poderia o pai ir tranquilo até o filho – vs. 50. Foi mesmo uma palavra de poder para efetuar a cura, e não apenas uma profecia de que ele se recuperaria sozinho.
O oficial creu em Jesus e foi até o seu filho e no caminho, seus servos o encontraram com notícias de que o menino vivia e ele quis saber detalhes da hora que se deu a melhora de seu filho e eles disseram que foi na hora sétima, à uma hora da tarde. Justamente na mesma hora que Jesus tinha dito para ele ir tranquilo que o menino vivia.
Resultado disso: muitos creram nele, inclusive todos os da casa do oficial. Foi esse o segundo sinal – vs. 54. Embora Jesus tenha realizado muitos outros sinais (2.23), esse é o segundo que aconteceu em Caná da Galileia (cf. 2.11).
A referência tripla à vida do filho (vs. 50-51,53) indica que o propósito desse milagre foi demonstrar que Jesus tem poder para dar vida; correspondendo a isso está a progressão da fé do oficial (vs. 48,50,53). Esse foco no poder da palavra de Jesus para dar vida prepara o leitor para o sermão que se segue sobre a vida por meio do Filho (5.19-30).
Jo 4:1 Quando, pois, o Senhor veio a saber
                que os fariseus tinham ouvido dizer que ele,
                               Jesus, fazia e batizava mais discípulos que João Jo 4:2
                                               (se bem que Jesus mesmo não batizava,
e sim os seus discípulos),
                Jo 4:3 deixou a Judéia, retirando-se outra vez para a Galiléia.
                Jo 4:4 E era-lhe necessário atravessar a província de Samaria.
Jo 4:5 Chegou, pois, a uma cidade samaritana, chamada Sicar,
                perto das terras que Jacó dera a seu filho José.
                               Jo 4:6 Estava ali a fonte de Jacó.
Cansado da viagem,
                assentara-se Jesus junto à fonte, por volta da hora sexta.
Jo 4:7 Nisto, veio uma mulher samaritana tirar água.
Disse-lhe Jesus:
                Dá-me de beber.
Jo 4:8 Pois seus discípulos tinham ido à cidade para comprar alimentos.
Jo 4:9 Então, lhe disse a mulher samaritana:
                Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim,
                               que sou mulher samaritana
                                               (porque os judeus não se dão com os samaritanos)?
Jo 4:10 Replicou-lhe Jesus:
                Se conheceras o dom de Deus
                e quem é o que te pede:
                               dá-me de beber,
                                               tu lhe pedirias,
                                               e ele te daria
                                                               água viva.
Jo 4:11 Respondeu-lhe ela:
                Senhor, tu não tens com que a tirar,
                e o poço é fundo;
                               onde, pois, tens
                                               a água viva?
                Jo 4:12 És tu, porventura, maior do que Jacó, o nosso pai,
                               que nos deu o poço, do qual
                                               ele mesmo bebeu,
                                               e, bem assim, seus filhos,
                                               e seu gado?
Jo 4:13 Afirmou-lhe Jesus:
                Quem beber desta água tornará a ter sede;
                Jo 4:14 aquele, porém, que beber da água que eu lhe der
                               nunca mais terá sede; pelo contrário,
                                               a água que eu lhe der será nele
                                                               uma fonte a jorrar para a vida eterna.
Jo 4:15 Disse-lhe a mulher:
                Senhor, dá-me dessa água
                               para que eu não mais tenha sede,
                               nem precise vir aqui buscá-la.
Jo 4:16 Disse-lhe Jesus:
                Vai, chama teu marido e vem cá;
Jo 4:17 ao que lhe respondeu a mulher:
                Não tenho marido.
Replicou-lhe Jesus:
                Bem disseste, não tenho marido;
                               Jo 4:18 porque cinco maridos já tiveste,
                               e esse que agora tens não é teu marido;
                                               isto disseste com verdade.
Jo 4:19 Senhor, disse-lhe a mulher,
                vejo que tu és profeta.
                               Jo 4:20 Nossos pais adoravam neste monte;
                                               vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém
é o lugar onde se deve adorar.
Jo 4:21 Disse-lhe Jesus:
                Mulher, podes crer-me que a hora vem,
                               quando nem neste monte,
                               nem em Jerusalém adorareis o Pai.
                Jo 4:22 Vós adorais o que não conheceis;
                               nós adoramos o que conhecemos,
                                               porque a salvação vem dos judeus.
                Jo 4:23 Mas vem a hora e já chegou,
                               em que os verdadeiros adoradores
                                               adorarão o Pai
                                                               em espírito
                                                               e em verdade;
                                                                              porque são estes que o Pai procura
para seus adoradores.
                Jo 4:24 Deus é espírito;
                               e importa que os seus adoradores o adorem
                                               em espírito
                                               e em verdade.
Jo 4:25 Eu sei, respondeu a mulher,
                que há de vir o Messias, chamado Cristo;
                               quando ele vier, nos anunciará todas as coisas.
Jo 4:26 Disse-lhe Jesus:
                Eu o sou, eu que falo contigo.
Jo 4:27 Neste ponto,
                chegaram os seus discípulos
                e se admiraram de que estivesse falando com uma mulher;
                               todavia, nenhum lhe disse:
                                               Que perguntas? Ou: Por que falas com ela?
Jo 4:28 Quanto à mulher,
                deixou o seu cântaro,
                               foi à cidade
                               e disse àqueles homens:
                                               Jo 4:29 Vinde comigo
                                               e vede um homem que me disse tudo
quanto tenho feito.
                                               Será este, porventura, o Cristo?!
Jo 4:30 Saíram, pois, da cidade
                e vieram ter com ele.
Jo 4:31 Nesse ínterim,
                os discípulos lhe rogavam, dizendo:
                               Mestre, come!
Jo 4:32 Mas ele lhes disse:
                Uma comida tenho para comer,
                               que vós não conheceis.
Jo 4:33 Diziam, então, os discípulos uns aos outros:
                Ter-lhe-ia, porventura, alguém trazido o que comer?
Jo 4:34 Disse-lhes Jesus:
                A minha comida consiste
                               em fazer a vontade daquele que me enviou
                               e realizar a sua obra.
                Jo 4:35 Não dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa?
                Eu, porém, vos digo:
                               erguei os olhos
                               e vede os campos,
                                               pois já branquejam para a ceifa.
                Jo 4:36 O ceifeiro recebe desde já a recompensa
                e entesoura o seu fruto para a vida eterna;
                e, dessarte, se alegram
                               tanto o semeador como o ceifeiro.
                Jo 4:37 Pois, no caso, é verdadeiro o ditado:
                               Um é o semeador,
                               e outro é o ceifeiro.
                Jo 4:38 Eu vos enviei para ceifar
                               o que não semeastes;
                                               outros trabalharam,
                                               e vós entrastes no seu trabalho.
Jo 4:39 Muitos samaritanos daquela cidade
                creram nele,
                               em virtude do testemunho da mulher, que anunciara:
                                               Ele me disse tudo quanto tenho feito.
Jo 4:40 Vindo, pois, os samaritanos ter com Jesus,
                pediam-lhe que permanecesse com eles;
                e ficou ali dois dias.
Jo 4:41 Muitos outros creram nele,
                por causa da sua palavra, Jo 4:42 e diziam à mulher:
                               Já agora não é pelo que disseste que nós cremos;
                                               mas porque nós mesmos temos ouvido
                                               e sabemos que este é verdadeiramente
o Salvador do mundo.
Jo 4:43 Passados dois dias,
                partiu dali para a Galiléia.
Jo 4:44 Porque o mesmo Jesus testemunhou
                que um profeta não tem honras na sua própria terra.
Jo 4:45 Assim, quando chegou à Galiléia,
                os galileus o receberam,
                               porque viram todas as coisas que ele fizera em Jerusalém,
                                               por ocasião da festa,
                                                               à qual eles também tinham comparecido.
Jo 4:46 Dirigiu-se, de novo, a Caná da Galiléia,
                onde da água fizera vinho.
Ora, havia um oficial do rei,
                cujo filho estava doente em Cafarnaum.
Jo 4:47 Tendo ouvido dizer que Jesus viera da Judéia para a Galiléia,
                foi ter com ele e lhe rogou que descesse para curar seu filho,
                               que estava à morte.
Jo 4:48 Então, Jesus lhe disse:
                Se, porventura,
                               não virdes sinais e prodígios,
                                               de modo nenhum crereis.
Jo 4:49 Rogou-lhe o oficial:
                Senhor, desce, antes que meu filho morra.
Jo 4:50 Vai,
                disse-lhe Jesus;
                               teu filho vive.
O homem
                creu na palavra de Jesus
                e partiu.
Jo 4:51 Já ele descia,
                quando os seus servos lhe vieram ao encontro,
                               anunciando-lhe que o seu filho vivia.
Jo 4:52 Então, indagou deles
                a que hora o seu filho se sentira melhor.
Informaram:
                Ontem, à hora sétima a febre o deixou.
Jo 4:53 Com isto,
                reconheceu o pai ser aquela precisamente a hora
                               em que Jesus lhe dissera:
                                               Teu filho vive;
                                                               e creu ele
                                                               e toda a sua casa.
Jo 4:54 Foi este
                o segundo sinal que fez Jesus,
                               depois de vir da Judéia para a Galiléia.
Como devemos adorar a Deus hoje? Jesus ainda nos responde, como respondeu àquela mulher: em espírito e em verdade! Por que Deus é espírito e a verdade. E são exatamente estes que o Pai procura como adoradores.
Pela exortação de Jesus, deveríamos crer nele independentemente de sinais e prodígios. Um oficial do rei com um filho doente procura Jesus e ao encontrá-lo faz o seu pedido pelo seu filho. Jesus o ouve e lança sua palavra de cura e o menino é curado e toda sua família crê nele. Não somos nós, os vivos de hoje, os oficiais do rei? Façamos, então, como ele fez.
Jesus cura sim nossas enfermidades. Eu creio! Não devemos nos esquecer, no entanto, que maior do que a provisão é o provedor; que maior do que a cura, é o que cura; que maior que a bênção, é o abençoador. Ao invés da coisa, procuremos sempre aquele que nos entrega todas as coisas.
A Deus toda glória! 
p/ pr. Daniel Deusdete.
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quarta-feira, 14 de outubro de 2015

João 3.1-36 - VOCÊ CRÊ EM CRISTO, O SEGUE E O OBEDECE? VOCÊ NASCEU DE NOVO!

O Evangelho de João é o livro escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte do mundo. Estamos vendo o capítulo 3, da parte II.
Breve síntese do capítulo 3
Jesus e Nicodemos; João Batista e seu testemunho.
Primeiro Nicodemos, um dos principais dos judeus que buscou a Jesus a noite quando mal poderia ser visto pelo mundo. Havia algo em Jesus que o atraia e ele foi ter com ele, com todo o respeito e temor, mas seu amor e temor era maior pelas glórias dos homens.
Ele nada entendeu do que Jesus lhe falava e Jesus não faz rodeios, mas vai direto ao assunto. Você não aceita meu testemunho porque não crê em mim porque o seu coração está mais voltado aos homens do que a Deus.
Isto foi o que entendi que Jesus falou a Nicodemos. Enquanto semelhantemente nossos corações estiverem longe de Deus não perceberemos Deus. Não há grandes mistérios, nem enigmas, nem coisas demasiadamente difíceis para os homens. Deus escolheu a fé para gerar nos homens a sua salvação por meio de seu Filho enviado. Quem o recebe, é salvo; quem o rejeita, rejeita a própria vida.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS (1.19-12.50) - continuação.
Como já dissemos, Jesus passou a maior parte do seu tempo ministrando às pessoas de várias partes, especialmente nas festas judaicas. Veremos, doravante, até o capítulo doze, o ministério público de Jesus.
Estamos seguindo, conforme já falamos a proposta de divisão da BEG: A. O começo do ministério de Jesus (1.19-51) – já vimos; B. Os eventos que ocorreram durante a viagem entre Caná (na Galileia) e a Judeia (2.1-4.54) – estamos vendo; C. Uma breve visita a Jerusalém (5.1-47); D. O seu ministério na Galileia (6.1-71); e, E. Vários acontecimentos próximos e dentro de Jerusalém durante várias festas (7.1-12.50).
B. Os eventos que ocorreram durante a viagem entre Caná (na Galileia) e a Judeia (2.1-4.54) - continuação.
Como já dissemos, Jesus realizou o seu primeiro milagre em Caná e mais tarde retornou ali para realizar um segundo milagre. Enquanto isso, vários acontecimentos importantes deram início a algumas das mudanças mais surpreendentes que Jesus trouxe ao mundo.
Assim, dividimos essa parte em 6 seções para melhor explorá-las: 1. O casamento em Caná (2.1-11) – já vimos; 2. A purificação do Templo (2.12-25) – já vimos; 3. A chegada do reino (3.1-21) – veremos agora; 4. Outro testemunho de João (3.22-36) – veremos agora; 5. A mulher samaritana (4.1-42); e, 6. Um oficial do rei em Caná (4.43-54).
3. A chegada do reino (3.1-21).
A chegada do reino é o primeiro sermão de Jesus. Ele se encontrou com Nicodemos e discutiu a natureza da nova ordem que estava iniciando.
Os sermões de Jesus se iniciam normalmente com alguém lhe fazendo uma pergunta, e então Jesus responde de modo a conduzir a discussão para um nível mais profundo, geralmente apontando equívocos e corrigindo-os.
O novo entendimento que surge desses debates possibilita àqueles que creem, confessar a Jesus com mais propriedade e exatidão.
Nicodemos era um dos principais príncipes dos judeus e também fariseu. Ele foi ter, como já dissemos, de noite com Jesus. Talvez Nicodemos estivesse com medo de ser observado e por isso evitou visitá-lo durante o dia.
A escolha dessa ocasião também pode indicar respeito por Jesus, uma vez que Nicodemos pode ter evitado distrair um rabino durante o dia. Nicodemos representa, de modo simbólico, uma pessoa que vive nas trevas deste mundo e encontra a luz (cf. 9.4; 11.10; 13.30).
Ele se dirige a Jesus chamando-o de Rabi e Mestre. Essa afirmação indica o conhecimento de Nicodemos sobre o fato de Deus certificar seus mensageiros, ou agentes de revelação, ao dar-lhes poder para realizar milagres. Porém, esse entendimento de Nicodemos não chegou a confessar plenamente quem Jesus é.
Os sinais eram tão notórios que ele afirma que o que Jesus fazia não poderia ser feito sem Deus estar no caso. Jesus, porém responde para ele o que ele precisa ouvir.
Nicodemos precisava nascer de novo. O termo grego traduzido como "de novo" também pude ser interpretado como "do alto" ou "de cirna". Essa tradução alternativa concorda satisfatoriamente com a discussão sobre as coisas "terrenas' e "celestiais" no vs. 12, e também com a discussão sobre Jesus ter subido e descido, no vs. 13; além disso, é empregada em outras passagens desse Evangelho (19.11,23).
Por outro lado, o termo equivalente para "regenerador" (Tt 3.5) favorece o sentido de "nascer de novo”. Logo, é possível que Jesus estivesse sendo propositalmente ambíguo, sugerindo que o novo nascimento também é um nascimento do alto.
Essa ambiguidade deu origem ao primeiro equívoco de Nicodemos (vs. 4), que por sua vez motivou o restante da conversa. A BEG recomenda a leitura de seu excelente artigo teológico 'Regeneração e novo nascimento', em Jo 3 – reproduzido ao final dessa reflexão e segmentação.
Essa frase enigmática “nascer da água e do Espírito” – vs. 5 -  induziu muitas discussões e várias propostas de solução.
(1)   "Água" se refere à liberação do líquido amniótico que se segue ao nascimento físico. Porém, não há nenhuma outra passagem da Escritura em que a palavra "água" se refira ao líquido amniótico.
(2)   "Agua' se refere à água que é usada no batismo cristão; porém, essa referência, que precedia a instituição desse ritual, não faria nenhum sentido para Nicodemos.
(3)   "Agua" é uma referência às passagens do Antigo Testamento no qual o termo "água" e "Espírito' são unidos para expressar o derramamento do Espírito de Deus nos últimos dias ou final dos tempos (p. ex., Is 32.15; 44.3; Ez 36.25-27; veja também – sugestão da BEG - o artigo teológico "O plano das eras", em 1-lb 7). A menção dessa representação do Antigo Testamento, rica em simbolismos, explicaria a repreensão de Jesus no vs. 10.
(4)   "Água" se refere ao batismo de João que, tal qual o batismo cristão, significa a purificação dos pecados. Essa purificação está ligada à obra regeneradora do Espírito em SI 51.7-12 (cf. Tt. 3.5) e o Antigo Testamento menciona a água junto com a vinda do Espírito nos últimos dias (veja acima). Essa opinião favorece a maioria dos paralelos do Antigo Testamento e faz mais sentido à luz da menção de João Batista nos caps. 1; 3.
Tendo Jesus explicado, ainda restou dúvidas no coração de Nicodemos, mas Jesus o repreendeu dizendo que ele não aceitava o seu testemunho que era dele e do Pai.
Jesus afirmou a sua qualificação para falar das coisas celestiais, pois somente ele veio do céu. Mais adiante, a origem 'celestial' de Jesus se tornou a principal causa de disputa (6.41-42).
Jesus ainda cita o caso da serpente levantada no deserto que curava o povo que a contemplava, estando ela presa a um pedaço de madeira, suspensa entre os céus e a terra. Nm 21.4-9 registra a história da serpente de bronze, que era um tipo de Cristo.
Do mesmo modo que os israelitas foram salvos das serpentes abrasadoras ao fixarem os olhos na serpente de bronze pendurada sobre urna haste, assim também somos salvos do julgamento eterno ao olhar para Cristo, que foi levantado num madeiro.
Levantar é um termo-chave nesse Evangelho (8.28; 12.32,34), que transmite o duplo significado de crucificação e exaltação. O Evangelho de João considera a morte de Jesus na cruz, bem como a sua ressurreição e a sua glorificação, como aspectos de um único acontecimento que revela a glória de Deus.
A palavra 'importa' aponta para o propósito soberano de Deus, pois até mesmo a crucificação foi parte do plano eterno de Deus para salvar os eleitos (At 4.27-28).
Ele completa seu raciocínio e discurso a Nicodemos expressando um dos versos mais famosos da Bíblia (Jo 3.16) de que Deus amou ao mundo. Alguns tem empregado essa frase para sugerir que a morte de Jesus fez expiação por todos os seres humanos, e baseiam essa concepção na ideia de que Deus ama a todos da mesma maneira e com a mesma intensidade.
É verdade que o Novo Testamento ensina que a oferta do evangelho é grátis para todos, pois todos são convidados a compartilhar de Cristo.
No entanto, em outras passagens desse mesmo Evangelho, Jesus deixa claro que a sua expiação foi planejada somente para os eleitos (p.ex. 6.37-40; 10.14-18; 17.9).
Parece que Jesus usou o termo "mundo” para indicar que a sua obra salvadora não estava limitada aos judeus, mas se aplicava às pessoas em todo o mundo (isto é, aos eleitos de todas as nações). Veja os artigos teológicos – proposta da BEG - “Expiação limitada” em Jo 10, e “Amor divino", em I Jo 4.
Deus amou o mundo de tal maneira, isto é, “dessa Maneira” ou “assim”. De novo Jesus apontou para o paralelo da situação com Moisés, e não no sentido de “com tanta paixão" ou "com tanta ternura" que deu o seu Filho unigénito.
Jesus define o amor de Deus em termos de expiação, como é frequente no Novo Testamento (15.13-14; Rm 5.8; Cl 2.20; Ef 5.2; I Jo 3.16; 4.9-10; Ap. 1.5).
Ele amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito para que todo o que nele crê - a mesma frase grega empregada em 3.15 - não pereça (aqueles não se beneficiarem da solução que Deus providenciou serão condenados e irão perecer), mas tenha a vida eterna.
É muito mais do que uma existência na qual estaremos para sempre diante da presença do Deus triúno (17.3; Ap 21.3-4). Os cristãos já possuem uma vida espiritual eterna porque o seu espirito não pode morrer, e já possuem plenitude de vida porque gozam da comunhão com Deus. Nos novos céus e nova terra, os cristãos também desfrutarão de uma vida física eterna e terão uma comunhão mais íntima com Deus em sua presença manifesta.
O objetivo do envio de Jesus, o Filho de Deus ao mundo, não foi condená-lo, mas salvá-lo. Jesus não veio para declarar ou tornar o mundo culpado - pois o mundo já era culpado e já estava condenado - nem trazer julgamento final. Pelo contrário, ele veio assegurar a salvação. Embora tenha condenado o pecado (p. ex., 9.39) e declarado culpadas certas pessoas, Jesus somente irá executar julgamento definitivo e punição eterna sobre os pecadores deste mundo quando retomar (5.25-30).
Infelizmente, a conclusão que se chega é que a luz veio ao mundo, mas o mundo amou mais as trevas do que a luz. O mundo rejeitou Jesus porque ele é a luz que expõe o pecado. Aqueles que praticam o mal fogem dele, preferindo que suas iniquidades não sejam reveladas.
Já quem pratica a verdade, aproxima-se da luz. Verdade é uma questão tanto moral quanto intelectual. Viver para a verdade é contrastado não com fazer o que é falso, mas com fazer o que é mal (vs. 20).
4. Outro testemunho de João (3.22-36).
Depois disso, diz a palavra, que Jesus foi com seus discípulos para a Judéia, onde passou por algum tempo e ali batizava. João Batista confirmou que Jesus veio do céu e isso era motivo de celebração, como numa festa de casamento.
Todavia, Jesus foi recebido somente por aqueles que receberam entendimento do alto. Aqui há três seções:
1ª. Nos vs. 22-24 está registrado que Jesus e seus discípulos foram para a Judéia, onde estava João Batista; isso proporciona uma conveniente transição para João Batista (vs. 25-30).
2ª. Nos vs. 25.30, João Batista afirma mais uma vez que a sua importância está apenas em seu papel de preparar o caminho para Cristo.
3ª. Se os vs. 31-36 são uma continuação das palavras de João Batista, ou um comentário editorial de João o evangelista, é uma questão que permanece em aberto. Não há indicação textual de que se trata de um comentário isolado de Jesus que tenha sido inserido aqui.
Jesus, como João Batista, também batizava, mas por meio de seus discípulos. Considerando 4.2, fica claro que o batismo era ministrado pelos discípulos sob a autoridade de Jesus.
Presumivelmente, esse batismo não era o batismo cristão em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, mas sim uma extensão do ministério de batismo e arrependimento de João Batista.
O Evangelho de João não registra as circunstâncias da prisão de João Batista (veja Mt 14.3-12; Mc 6.17-29).
Como ambos batizavam, alguns discípulos de João foram procurá-lo e questioná-lo, mas João respondeu que o homem não pode receber coisa alguma se não for do alto - uma afirmação da abrangente soberania de Deus.
João continuava a explicar que ele não era o messias, mas que muito se regozijava por estar vendo a Jesus. João Batista encorajava seus seguidores a compartilharem da sua alegria em Jesus em vez de ficarem com inveja pelo fato de o próprio João estar deixando de ser o centro das atenções.
Jesus é quem veio do céu. Jesus é distinto de todos os seres humanos que são 'da terra' (vs. 13), porém observe que todos os que entram no reino de Deus devem nascer do alto (3.3).
Jesus estava testificando o que tinha visto e ouvido, mas ninguém estava aceitando o seu testemunho. Os discípulos de João se preocuparam com o fato de estarem perdendo influência, e exageraram a situação dizendo "e todos lhe saem ao encontro" (v. 26). A inquietação de João Batista pelo fato de as pessoas não reagirem adequadamente ao ministério de Jesus o levou a usar a forte expressão "ninguém aceita”.
Ele, Jesus, que tinha sido enviado por Deus, falava as palavras de Deus porque Deus não dava de seu Espírito com limitações – vs. 34. Essas palavras certamente podem ser aplicadas ao ministério terreno poderoso de Jesus, capacitado pelo Espírito (Ec 3.22; 4.1), mas também podem ser referir à plenitude do Espírito que Jesus dá àqueles que o servem. Jesus é quem envia o Espírito (15.26).
Aqueles que creem no Filho são os que tem a vida eterna, mas os que não creem, são rebeldes e se mantém rebeldes contra o Filho, logo não verão a vida. Rebelde é alguém que não obedece. Obedecer ao filho é semelhante a crer no Filho. A fé verdadeira implica comprometimento moral com Jesus, e a desobediência persistente a ele demonstra falta de fé.
 Jo 3:1 Havia, entre os fariseus,
um homem chamado Nicodemos,
um dos principais dos judeus.
Jo 3:2 Este,
de noite,
foi ter com Jesus e lhe disse:
Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus;
porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes,
se Deus não estiver com ele.
Jo 3:3 A isto, respondeu Jesus:
Em verdade, em verdade te digo
que, se alguém não nascer de novo,
não pode ver o reino de Deus.
Jo 3:4 Perguntou-lhe Nicodemos:
Como pode um homem nascer, sendo velho?
Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?
Jo 3:5 Respondeu Jesus:
Em verdade, em verdade te digo:
quem não nascer da água
e do Espírito
não pode entrar no reino de Deus.
Jo 3:6 O que é nascido da carne é carne;
e o que é nascido do Espírito é espírito.
Jo 3:7 Não te admires de eu te dizer:
importa-vos nascer de novo.
Jo 3:8 O vento sopra onde quer,
ouves a sua voz,
mas não sabes donde vem,
nem para onde vai;
assim é todo o que é nascido do Espírito.
Jo 3:9 Então, lhe perguntou Nicodemos:
Como pode suceder isto?
Acudiu Jesus:
Jo 3:10 Tu és mestre em Israel
e não compreendes estas coisas?
Jo 3:11 Em verdade, em verdade te digo
que nós dizemos o que sabemos
e testificamos o que temos visto;
contudo, não aceitais o nosso testemunho.
Jo 3:12 Se, tratando de coisas terrenas,
não me credes,
como crereis,
se vos falar das celestiais?
Jo 3:13 Ora, ninguém subiu ao céu,
senão aquele que de lá desceu,
a saber, o Filho do Homem             
[que está no céu].
Jo 3:14 E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto,
assim importa que o Filho do Homem seja levantado,
Jo 3:15 para que todo o que nele crê
tenha a vida eterna.
Jo 3:16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira
que deu o seu Filho unigênito,
para que todo o que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna.
Jo 3:17 Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo,
não para que julgasse o mundo,
mas para que o mundo fosse salvo por ele.
Jo 3:18 Quem nele crê não é julgado;
o que não crê já está julgado,
porquanto não crê no nome do unigênito
Filho de Deus.
Jo 3:19 O julgamento é este:
que a luz veio ao mundo,
e os homens amaram mais as trevas do que a luz;
porque as suas obras eram más.
Jo 3:20 Pois todo aquele que pratica o mal
aborrece a luz
e não se chega para a luz,
a fim de não serem argüidas as suas obras.
Jo 3:21 Quem pratica a verdade
aproxima-se da luz,
a fim de que as suas obras sejam manifestas,
porque feitas em Deus.
Jo 3:22 Depois disto,
foi Jesus com seus discípulos para a terra da Judéia;
ali permaneceu com eles
e batizava.
Jo 3:23 Ora, João estava também batizando em Enom,
perto de Salim, porque havia ali muitas águas,
e para lá concorria o povo e era batizado.
Jo 3:24 Pois João ainda não tinha sido encarcerado.
Jo 3:25 Ora, entre os discípulos de João e um judeu
suscitou-se uma contenda com respeito à purificação.
Jo 3:26 E foram ter com João e lhe disseram:
Mestre, aquele que estava contigo além do Jordão,
do qual tens dado testemunho,
está batizando,
e todos lhe saem ao encontro.
Jo 3:27 Respondeu João:
O homem não pode receber coisa alguma
se do céu não lhe for dada.
Jo 3:28 Vós mesmos sois testemunhas de que vos disse:
eu não sou o Cristo,
mas fui enviado como seu precursor.
Jo 3:29 O que tem a noiva é o noivo;
o amigo do noivo que está presente
e o ouve muito se regozija por causa da voz do noivo.
Pois esta alegria já se cumpriu em mim.
Jo 3:30 Convém que ele cresça
e que eu diminua.
Jo 3:31 Quem vem das alturas
certamente está acima de todos;
quem vem da terra
é terreno e fala da terra;
quem veio do céu
está acima de todos
Jo 3:32 e testifica o que tem visto e ouvido;
contudo, ninguém aceita o seu testemunho.
Jo 3:33 Quem, todavia,
lhe aceita o testemunho,
por sua vez, certifica
que Deus é verdadeiro.
Jo 3:34 Pois o enviado de Deus
fala as palavras dele,
porque Deus não dá
o Espírito por medida.
Jo 3:35 O Pai ama ao Filho,
e todas as coisas tem confiado às suas mãos.
Jo 3:36 Por isso, quem crê no Filho
tem a vida eterna;
o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho
não verá a vida,
mas sobre ele permanece
a ira de Deus.
João tem o mesmo discurso que Jesus e até parece algo combinado. O segredo da vida dos homens não está na cultura, em conhecimentos, riquezas, mas na sua fé, em seu coração.
Regeneração e novo nascimento: Preciso nascer de novo?[1]
Na teologia reformada, o termo regeneração, equivalente a nascer de novo é um termo técnico que se refere à revitalização que Deus opera numa pessoa implantando em seu interior novos desejos, propósitos, bem como a capacidade moral que conduz a uma resposta favorável ao evangelho de Cristo. A palavra "regeneração" é derivada do termo grego palingenesis que é usado apenas duas vezes nas Escrituras. Em Mt 19.28 Jesus se refere a uma 'renovação' do universo em sua segunda vinda como palingenesis. Nesse caso, o termo indica urna "segunda génese" ou "segundo começo" para o universo, e não a renovação individual que costuma ser associada ao termo teológico "regeneração". Na outra passagem, Paulo descreve o batismo como “o lavar regenerador” (Tt 3.5). Apesar de haver quem considere essa expressão uma referência à recriação dos céus e da terra que se completará quando Jesus voltar, tradicionalmente entende-se que Paulo está falando de uma regeneração individual da pessoa batizada. Foi esse sentido posterior que os teólogos adotaram para o uso técnico do termo.
Jesus ensinou esse conceito a Nicodemos quando disse “se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus" (Jo 3.3), indicando uma transformação muito mais profunda do que aquela exigida dos judeus para receber a vida eterna. A expressão grega traduzida como "nascer de novo" também pode significar "nascer do alto" (veja as notas sobre Jo 3.3,7). É bem provável que Jesus tivesse os dois sentidos em mente. Por um lado, aqueles que estão mortos em pecado precisam receber uma vida nova pelo “nascimento espiritual"; num certo sentido, portanto, passam por um segundo nascimento. Por outro lado, assim como Jesus veio do céu (Jo 3.13), aqueles que entram no reino devem receber vida do Deus que está no céu (Jo 3.3,7). Como João expressa em outras passagens, precisamos “nascer de Deus" (veja Jo 1.13; 1 Jo 3.9; 4.7; 5.1,4,18). Esse novo nascimento realizado pelo Espírito (Jo 3.8) vivifica as pessoas para as coisas de Deus e lhes dá uma nova vida para servir a Cristo.
De qualquer modo, podemos pensar na regeneração e em "nascer de novo" de modo bastante semelhante ao conceito neotestamentário de nova criação. A nova criação é uma realidade objetiva concretizada por Cristo. Quando indivíduos são ligados a Cristo pela fé nele, tornam-se parte da nova criação (2Co 5.17). Assim como Jesus falou da regeneração ("renovação") do universo (Mt 19.28), é apropriado falar da regeneração (“renascimento") daqueles que estão em Cristo.
A visão reformada da regeneração pode ser destacada de outros pontos de vista em pelo menos dois sentidos. Primeiro, do catolicismo romano tradicional, segundo o qual a regeneração ocorre no batismo, um conceito conhecido como regeneração batismal. A teologia reformada afirma que a regeneração pode ocorrer em qualquer momento na vida de uma pessoa, até mesmo ainda no ventre materno (CFW 10.3) e, portanto, não é o resultado automático do batismo (CFW 28.1,6).
Segundo, de outros ramos evangélicos da igreja para os quais o arrependimento e a fé conduzem à regeneração (isto é, as pessoas nascem de novo somente depois de exercitarem a fé salvadora). A teologia reformada, por outro lado, ensina que o pecado original e a depravação total privam todas as pessoas da capacidade moral e vontade de exercitar a fé salvadora. Por esse motivo, a regeneração antecede o arrependimento e a fé salvadora. Sem a regeneração, não podemos ver o reino de Deus (Jo 3.3). Depois que nascemos de Deus, recebemos a capacidade de crer em Cristo e segui-lo. A regeneração é realizada inteiramente pelo Deus Espírito Santo - não há nada que possamos fazer para obtê-la. Somente Deus ressuscita os seus eleitos da morte espiritual para a vida nova em Cristo (Ef 2.1 -10). A regeneração é uma obra miraculosa de Deus que nos leva à fé consciente, intencional e ativa em Cristo.
A Deus toda glória! 
p/ pr. Daniel Deusdete.


[1] Texto originário da Bíblia de Estudo de Genebra – referente a João 3.
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