sábado, 28 de novembro de 2015
sábado, novembro 28, 2015
Jamais Desista
Atos 27 1-44 - NAVIO DE ALEXANDRIA NAUFRAGA NO MAR - NENHUMA VÍTIMA!
Como já dissemos, Atos foi escrito para
orientar a igreja em sua missão permanente por meio do relato de como o
Espírito Santo capacitou os apóstolos para propagar o testemunho de Cristo ao
mundo gentio. Estamos no capítulo 27, da parte IV.
Breve síntese do capítulo 27
Atos 27 é a história da viagem de Paulo à Itália,
de navio, sendo que há um naufrágio com perda total da carga e do navio, mas de
nenhuma das 276 almas.
Fiquei curioso com o detalhe das 276 almas.
Isto mostra meticulosidade e muita atenção nos detalhes. Com certeza quem
contou ou prestou atenção a isso, estava bem atento a tudo. Parece-me com Lucas
mesmo.
Paulo tinha a garantia pessoal de Cristo de
que ele daria testemunho dele em Roma e como se não bastasse um anjo lhe
aparece e lhe afirma que vai à Roma e que nenhum dos 276 passageiros daquele
navio se perderiam, mas seriam dados a ele.
Um homem de Deus, acompanhado de outros
homens de Deus, anjos e ministrações proféticas, uma tempestade muito terrível,
muitas almas humanas, 276 presos, guardas, a tripulação. Era esse o ambiente e
as circunstâncias que Paulo estava ali administrando e glorificando ao Senhor.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. O TESTEMUNHO APOSTÓLICO AOS CONFINS DA TERRA (13.1-28.31) – continuação.
Como já dissemos, Paulo, como testemunha
apostólica de Cristo, sofreu a mesma perseguição que os apóstolos haviam
sofrido antes dele. Em suas três viagens missionárias e em suas prisões, Paulo
levou o evangelho aos confins da terra e foi capacitado poderosamente pelo
Espírito Santo para dar testemunho da verdade e chamar muitos judeus e gentios
à fé.
Essa parte foi dividida em 7 seções: A. A
primeira viagem missionária de Paulo (13.1-14.28) – já vimos; B. O concílio de Jerusalém (15.1-35) – já vimos; C. A segunda viagem
missionária de Paulo (15.36-18.22) – já
vimos; D. A terceira viagem missionária de Paulo (18.23-21.14) – já vimos; E. A detenção, o julgamento e
a prisão de Paulo em Jerusalém (21.15-26.32) – já vimos; F A viagem de Paulo a Roma (27.1-28.16) – começaremos a ver agora; e, G. Os dois
anos do ministério de Paulo na sua prisão domiciliar em Roma (28.17-31).
F A viagem de Paulo a Roma (27.1-28.16).
Lucas registra que Paulo apelou para César.
Ele foi entregue a um centurião chamado Júlio que pertencia ao Regimento
Imperial. Essa viagem para Roma foi muito perigosa, mas Deus protegeu a vida de
Paulo, da tripulação do navio, de todos os passageiros e o evangelho continuou
a ser espalhado.
O navio em que embarcaram se chamava Adramitino.
Esse nome se refere à Adramítio, uma cidade da Mísia que estava situada ao
sudeste de Trôade, defronte à ilha de Lesbos. O navio iria para alguns lugares
da Ásia e saíram ao mar, estando com eles, na viagem, Aristarco, um macedônio
de Tessalônica. Paulo viajou com dois companheiros: Lucas, o médico (CI 4.14),
e Aristarco (Cl 4.10; Fm 24) de Tessalônica.
Esse capítulo está repleto de termos
náuticos e direções, evidenciando que o autor foi testemunha ocular dos
acontecimentos.
No dia seguinte ao embarque chegaram a
Sidom. Um porto fenício, distante cerca de 110 km ao norte de Cesareia e 40 km
ao norte de Tiro (21.3). Enquanto o navio recebia carregamento adicional, Paulo
aproveitou para visitar um grupo de cristãos que moravam ali. Isso somente foi
possível, graças a generosidade de Júlio, o centurião.
Depois, passaram ao norte de Chipre. Isto
é, navegaram perto da costa, ao longo da extremidade leste da ilha de Chipre,
pois desse modo o navio ficava protegido dos ventos de verão e outono que
vinham do oeste.
Em seguida atravessaram o mar aberto ao
longo da Cilicia e Panfilia. O navio seguiu pela costa da Síria em direção ao
norte, passando por Antioquia da Síria, e depois contornou para oeste, passando
por Atália da Panfilia, até chegar a Mirra, a cidade mais importante da
província da Lida nos dias de Paulo. Mirra era um importante porto para navios
graneleiros que navegavam entre Alexandria e Roma.
Em Mirra, na Lícia, trocaram de navio e
embarcaram num navio alexandrino. A navegação estava muito vagarosa, difícil
por causa dos ventos contrários e Paulo já advertida a todos que a viagem seria
complicada mesmo, inclusive com perdas e prejuízos para a carga e suas vidas –
vs. 10.
Dessa vez, o centurião não mais ouviu a
Paulo, mas passou a dar ouvidos aos conselhos do piloto e do dono do navio. O
capitão e o proprietário (mestre) do navio desejavam alcançar o porto que
ficava em Fenice, maior e mais seguro, cerca de 65 km a oeste; porém, passando
além do cabo de Matala, o navio ficaria exposto aos ventos vindos do noroeste.
Estava tudo indo bem com o vento sul e até
já pensavam que tinham alcançado o que desejavam e assim levantaram as âncoras
e foram navegando pela costa de Creta, mas logo veio um vento muito forte,
chamado Nordeste e o navio foi arrastado pela tempestade, as manobras foram
suspensas e ele ficou totalmente à deriva.
Devido ao perigo das tempestades violentas
que ocorriam no mar Mediterrâneo, os navios antigos carregavam cordas que, em
caso de emergência, eram amarradas de uma lateral à outra do navio, passando
por baixo do casco, o que ajudava a reforçar a embarca contra o vento e as
ondas.
Temendo que o navio pudesse se desviar do
curso e parar em Sirte, uma região cheia de bancos de areia que ficava no norte
da África, os marinheiros parecem ter baixado algum objeto na parte posterior
do navio que passou a oferecer resistência permitindo o progresso da embarcação.
O perigo não havia passado e o castigo da
tempestade era muito forte e assim, já em desespero, começaram a lançar fora a
carga do navio. No terceiro dia dessa situação, lançaram fora a armação do
navio.
O sol não surgia, nem estrelas à noite, mas
somente havia tempestade forte de tal modo que toda a esperança de salvamento
já também estava indo embora.
Paulo censura a atitude deles de não terem
dado ouvidos a ele e aconselhou-os a comerem e se fortalecerem e deu uma
palavra profética de que nenhum deles se perderia, mas o navio seria inteiramente
destruído.
Ele então explicou a eles porque tinha
falado aquilo e aproveitou para pregar o evangelho a todos. Ele dizia que um
anjo de seu Deus a quem adorava tinha surgido a ele de noite e lhe falado que pela
graça de Deus, ele tinha dado todos quantos navegam naquele barco com ele.
Deus, em sua graça e providência, estaria salvando a vida de todos.
Em seguida os fortaleceu e pediu que
cobrassem ânimo, pois tudo se sucederia como ele estava falando. Eles deveriam
ser arrastados para alguma ilha próxima - a ilha de Malta, no sul da Sicília.
Já era a décima quarta noite e ainda
estavam sendo levados de um lado para o outro no mar Adriático quando os
marinheiros imaginaram que estavam próximos da terra.
Começaram a medir a profundidade e ela ia
diminuindo e veio temor sobre eles de que o navio pudesse se espatifar em
pedras e lançaram quatro âncoras para prender o navio ali. Também começaram a baixar
o bote salva-vidas com o pretexto de lançar âncoras da proa.
Paulo novamente advertiu o centurião e os
soldados que se eles saíssem do navio, estariam correndo sérios riscos. Acatando
os conselhos de Paulo, cortaram as cordas do bote salva-vidas e este caiu no
mar.
Paulo insistia que eles comessem e se
fortalecessem e voltou a afirmar que ninguém iria se perder, exceto o navio.
Veja o vs. 34 “nenhum de vós perderá nem
mesmo um fio de cabelo”. Deus controla até mesmo os mais ínfimos detalhes
da vida de uma pessoa (Lc 21.18). É tão bom descansarmos na soberania, na
sabedoria e na bondade de Deus diante de todas as circunstâncias.
Paulo já estava dominando a cena. Ele tomou
do pão, deu graças a Deus diante de todos, partiu o pão e começaram a comer. O resultado
foi que todos comeram e se fortaleceram. À bordo havia ao todo umas duzentas e
setenta e seis pessoas.
O número exato de passageiros ligado à
construção da frase na primeira pessoa do plural indica que Lucas foi
testemunha ocular e companheiro de Paulo durante a viagem. Tal quantidade de
pessoas a bordo de um navio antigo como esse não era incomum, pois alguns
navios desse período tinham capacidade de carga muito maior do que essa.
Em seguida, estando todos saciados,
lançaram ao mar todo o trigo que carregavam. Quando amanheceu viram uma enseada
com uma praia e para ali resolveram tentar conduzir o navio, se isso fosse
mesmo possível. Cortaram as âncoras e tentaram, mas o navio encalhou num banco
de areia. Era este um lugar onde duas correntes se encontravam.
Refere-se ao canal estreito que hoje recebe
o nome de baía de São Paulo, situado entre a ilha de Malta e a ilha de
Salmoneta, onde as correntes criam bancos de areia. Esse detalhe náutico indica
que Lucas foi testemunha ocular desse acontecimento.
Ali, preso, o navio sofrendo o efeito e a
violência das ondas e correntes, não resistiu e começou a partir-se. Vendo isso,
os soldados resolveram matar os prisioneiros todos para impedir que fugissem.
Ainda bem que Júlio, o centurião, estava
ali e queria preservar a vida de Paulo e os impediu de executar o seu plano. Ele
ordenou aos que sabiam nadar que se lançassem ao mar e nadassem em direção à
terra. Os que não sabiam nadar, deveriam se salvar segurando em objetos como
tábuas, pedaços do navio e assim, todos chegaram a salvo em terra. Nenhuma daquelas
vidas se perdeu e eu creio que nenhum fio de cabelo deles ficou naquele mar.
entregaram
Paulo e alguns outros presos a um centurião
por
nome Júlio, da corte augusta.
At 27:2 E, embarcando em um navio de
Adramítio,
que estava
prestes a navegar em demanda dos portos
pela
costa da Ásia,
fizemo-nos
ao mar, estando conosco Aristarco,
macedônio
de Tessalônica.
At 27:3 No dia seguinte chegamos a
Sidom,
e Júlio,
tratando Paulo com bondade,
permitiu-lhe
ir ver os amigos e receber deles
os
cuidados necessários.
At 27:4 Partindo dali, fomos navegando a
sotavento de Chipre,
porque os
ventos eram contrários.
At 27:5 Tendo atravessado o mar ao longo
da Cilícia e Panfília,
chegamos a
Mirra, na Lícia.
At 27:6 Ali o centurião achou um navio
de Alexandria
que navegava
para a Itália,
e
nos fez embarcar nele.
At 27:7 Navegando vagarosamente por
muitos dias,
e havendo chegado com dificuldade
defronte de Cnido,
não nos
permitindo o vento ir mais adiante,
navegamos
a sotavento de Creta, à altura de Salmone;
At
27:8 e, costeando-a com dificuldade,
chegamos
a um lugar chamado Bons Portos,
perto
do qual estava a cidade de Laséia.
At 27:9 Havendo decorrido muito tempo
e tendo-se tornado perigosa a navegação,
porque já
havia passado o jejum,
Paulo
os advertia, At 27:10 dizendo-lhes:
Senhores,
vejo que a viagem vai ser com avaria
e muita perda
não só para a carga e o navio,
mas
também para as nossas vidas.
At 27:11 Mas o centurião dava mais
crédito ao piloto e ao dono do navio
do que às
coisas que Paulo dizia.
At 27:12 E não sendo o porto muito
próprio para invernar,
os mais deles
foram de parecer que daí se fizessem ao mar
para
ver se de algum modo podiam chegar a Fênice,
um
porto de Creta que olha para o nordeste
e
para o sueste, para ali invernar.
At 27:13 Soprando brandamente o vento
sul,
e supondo eles terem alcançado o que
desejavam,
levantaram
ferro e iam costeando Creta bem de perto.
At 27:14 Mas não muito depois
desencadeou-se do lado da ilha
um tufão de
vento chamado euro-aquilão;
At 27:15 e,
sendo arrebatado o navio e não podendo navegar
contra
o vento,
cedemos
à sua força e nos deixávamos levar.
At 27:16 Correndo a sota-vento de uma
pequena ilha chamada Clauda,
somente a
custo pudemos segurar o batel,
At
27:17 o qual recolheram,
usando
então os meios disponíveis para cingir o navio;
e,
temendo que fossem lançados na Sirte,
arriaram
os aparelhos e se deixavam levar.
At 27:18 Como fôssemos violentamente
açoitados pela tempestade,
no dia
seguinte começaram a alijar a carga ao mar.
At 27:19 E ao terceiro dia,
com as
próprias mãos lançaram os aparelhos do navio.
At 27:20 Não aparecendo por muitos dia
nem sol nem estrelas,
e sendo nós ainda batidos por grande
tempestade,
fugiu-nos
afinal toda a esperança de sermos salvos.
At 27:21 Havendo eles estado muito tempo
sem comer,
Paulo,
pondo-se em pé no meio deles, disse:
Senhores,
devíeis ter-me ouvido e não ter partido de Creta,
para
evitar esta avaria e perda.
At 27:22 E
agora vos exorto a que tenhais bom ânimo,
pois
não se perderá vida alguma entre vós,
mas
somente o navio.
At 27:23
Porque esta noite me apareceu um anjo do Deus
de
quem eu sou e a quem sirvo, At 27:24 dizendo:
Não
temas, Paulo,
importa que
compareças perante César,
e eis que
Deus te deu
todos
os que navegam contigo.
At
27:25 Portanto, senhores, tende bom ânimo;
pois
creio em Deus
que
há de suceder assim como me foi dito.
At
27:26 Contudo é necessário irmos dar em alguma ilha.
At 27:27 Quando chegou a décima quarta
noite,
sendo nós
ainda impelidos pela tempestade no mar de Ádria,
pela
meia-noite,
suspeitaram
os marinheiros a proximidade de terra;
At
27:28 e lançando a sonda, acharam vinte braças;
passando
um pouco mais adiante,
e
tornando a lançar a sonda,
acharam
quinze braças.
At 27:29 Ora, temendo irmos dar em
rochedos,
lançaram da
popa quatro âncoras,
e esperaram
ansiosos que amanhecesse.
At 27:30 Procurando, entrementes, os
marinheiros fugir do navio,
e tendo arriado o batel ao mar sob
pretexto de irem lançar âncoras pela proa,
At 27:31
disse Paulo ao centurião e aos soldados:
Se
estes não ficarem no navio, não podereis salvar-vos.
At 27:32 Então os soldados cortaram os
cabos do batel e o deixaram cair.
At 27:33 Enquanto amanhecia,
Paulo rogava
a todos que comessem alguma coisa, dizendo:
É já hoje o
décimo quarto dia que esperais e permaneceis em jejum,
não
havendo provado coisa alguma.
At 27:34 Rogo-vos,
portanto, que comais alguma coisa,
porque
disso depende a vossa segurança;
porque
nem um cabelo cairá
da
cabeça de qualquer de vós.
At 27:35 E, havendo dito isto,
tomou o pão,
deu graças a Deus na presença de todos
e, partindo-o
começou a comer.
At 27:36 Então todos cobraram ânimo
e se puseram também a comer.
At 27:37 Éramos ao todo no navio
duzentas e
setenta e seis almas.
At 27:38 Depois de saciados com a
comida,
começaram a
aliviar o navio,
alijando
o trigo no mar.
At 27:39 Quando amanheceu,
não
reconheciam a terra;
divisavam,
porém, uma enseada com uma praia,
e
consultavam se poderiam nela encalhar o navio.
At 27:40 Soltando as âncoras,
deixaram-nas
no mar, largando ao mesmo tempo as amarras do leme;
e, içando ao
vento a vela da proa,
dirigiram-se
para a praia.
At 27:41 Dando, porém, num lugar onde
duas correntes se encontravam,
encalharam o
navio;
e
a proa, encravando-se, ficou imóvel,
mas
a popa se desfazia com a força das ondas.
At 27:42 Então o parecer dos soldados
era
que matassem
os presos para que nenhum deles fugisse,
escapando
a nado.
At 27:43 Mas o centurião,
querendo
salvar a Paulo,
estorvou-lhes
este intento;
e
mandou que os que pudessem nadar fossem os primeiros
a
lançar-se ao mar
e
alcançar a terra;
At
27:44 e que os demais se salvassem,
uns
em tábuas
e
outros em quaisquer destroços do navio.
Assim
chegaram todos à terra salvos.
Houve até um levante dos guardas que
queriam dar fim nos presos por medo deles escaparem, mas o intento maligno foi
contido e Paulo foi salvo da morte. Ah como seria bom se andássemos de fé em fé
crendo que Deus está no controle de tudo!
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
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sexta-feira, 27 de novembro de 2015
sexta-feira, novembro 27, 2015
Jamais Desista
Atos 26 1-32 - O TESTEMUNHO DE PAULO DIANTE DAS AUTORIDADES.
Como já dissemos, Atos foi escrito para
orientar a igreja em sua missão permanente por meio do relato de como o
Espírito Santo capacitou os apóstolos para propagar o testemunho de Cristo ao
mundo gentio. Estamos no capítulo 26, da parte IV.
Breve síntese do capítulo 26
Paulo então diante daqueles que ali estavam
e que eram os grandes da sociedade fala em sua defesa e lhes expõe seu
testemunho contando um pouco de sua vida antes de conhecer a Jesus e como
perseguia, na ignorância a igreja do Senhor. Chegou, em seu zelo, à prática de tortura
para obrigar os cristãos a blasfemarem de Jesus.
Mas de repente se encontra com Cristo, ou
melhor, Cristo lhe aparece e lhe deixa cego porque vira um resplendor no Senhor
maior do que a luz do sol tanto que o cegou completamente. Assim é quando nos
encontramos com Cristo, a verdade, ela brilha tão intensamente e mais
fortemente que tudo o que víamos antes, são agora trevas.
De perseguidor feroz e zeloso dos cristãos,
agora passa a ser pregador e defensor do evangelho. Festo não suportando sua
fala que começa a invadir o seu mundo revelando Cristo, resisti-lhe e diz que
ele está louco por causa das muitas letras. O rei Agripa chega a confessar que
quase ia se convertendo.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. O TESTEMUNHO APOSTÓLICO AOS CONFINS DA TERRA (13.1-28.31) – continuação.
Como já dissemos, Paulo, como testemunha
apostólica de Cristo, sofreu a mesma perseguição que os apóstolos haviam
sofrido antes dele. Em suas três viagens missionárias e em suas prisões, Paulo
levou o evangelho aos confins da terra e foi capacitado poderosamente pelo
Espírito Santo para dar testemunho da verdade e chamar muitos judeus e gentios
à fé.
Essa parte foi dividida em 7 seções: A. A
primeira viagem missionária de Paulo (13.1-14.28) – já vimos; B. O concílio de Jerusalém (15.1-35) – já vimos; C. A segunda viagem
missionária de Paulo (15.36-18.22) – já
vimos; D. A terceira viagem missionária de Paulo (18.23-21.14) – já vimos; E. A detenção, o julgamento e
a prisão de Paulo em Jerusalém (21.15-26.32) – estamos vendo; F A viagem de Paulo a Roma (27.1-28.16); e, G. Os
dois anos do ministério de Paulo na sua prisão domiciliar em Roma (28.17-31).
E. A detenção, o julgamento e a prisão de Paulo em Jerusalém
(21.15-26.32) - continuação.
Como dissemos, veremos até o capítulo 26, a
detenção, o julgamento e a prisão de Paulo na Palestina. Lucas registra como os
judeus incrédulos fizeram falsas acusações contra Paulo quando este retornou a
Jerusalém para celebrar a festa de Pentecostes. Essa série de acontecimentos
mostra que Paulo não foi responsável pela discórdia que ocorreu entre ele e os
judeus incrédulos.
O rei Agripa se dirige a Paulo e lhe
concede permissão para falar diante daquelas autoridades. Paulo faz sinal com a
mão e começa seu discurso, sua fala, sua pregação.
Em sua introdução, ele se julga feliz de
estar tendo aquela oportunidade, primeiramente de se defender das falsas
acusações dos judeus e, em segundo lugar, estava mais tranquilo porque o rei
era conhecedor dos costumes e das controvérsias dos judeus.
Herodes Agripa II (27-c.100 d.C.), neto de
Herodes, o Grande, e filho de Herodes Agripa I (que perseguiu a igreja;
12.1-23), tinha bastante conhecimento sobre as questões judaicas.
Embora tivesse muita influência em assuntos
religiosos, por causa da sua autoridade política para nomear sumos sacerdotes,
Agripa II não era um governante popular entre os judeus por causa de seu
relacionamento incestuoso com Berenice.
Ele declara que todos os judeus estavam
cientes de como ele vivera entre eles, pois era fariseu, conforme a seita mais
severa. Paulo, que conhecia os fundamentos intelectuais de Agripa II, salientou
a sua dependência do Deus de seus pais (24.14) e a sua ligação com o farisaísmo
(Fp 3.5-6) para demonstrar a legitimidade do seu judaísmo, enfatizando que o
Deus de seus pais havia prometido ressuscitar o corpo, algo que os judeus (em
sua maioria) e os fariseus (particularmente) acreditavam e que era a base das
acusações contra de.
Dos versos 6 ao 11, Paulo fala da sua
esperança, das promessas de Deus relacionadas à ressurreição e do nome de Jesus
Cristo que agora ele pregava e falava. Ele também explica que em seu zelo,
perseguiu e feriu muitos cristãos ao ponto de concordar com toda as mortes
deles das quais teve a oportunidade de votar.
Em seguida, fala de sua experiência pessoal
com Cristo Jesus – vs. 12-14. A experiência de Paulo na estrada para Damasco
(9.1-19) foi tão importante para ele que ele a relatou duas vezes: uma vez
perante a multidão de judeus em Jerusalém (22.6-16) e novamente, dessa vez
perante um público de maioria pagã em Cesareia.
Nesse relato, Paulo falou sobre "uma
luz no céu, mais resplandecente que o sol, que brilhou ao redor de mim e dos
que iam comigo" (vs. 13) e da voz que falou com ele em
"hebraico" (vs. 14; ou, talvez, em aramaico, que era o dialeto semita
da Terra Santa, e não em grego, que era a língua que esse público pagão estava acostumado
a ouvir).
Ele também comentou o que a voz lhe disse:
"Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões" (vs. 14). Essa era
uma expressão bastante significativa para uma cultura que dependia da criação
de gado.
Ele lhes explica os detalhes da sua visão
especial com ênfase em sua missão.
Jesus, explica Paulo, tinha aparecido a ele
e dado ordens para se levantar, ficar de pé, pois que estaria sendo constituído
servo e testemunha do que veria a respeito de Cristo e também do que ainda
ser-lhe-ia mostrado por ele. Paulo seria livrado do seu próprio povo e dos
gentios, aos quais estaria sendo enviado para abrir-lhes os olhos e
convertê-los das trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus, a fim de receberem
o perdão dos pecados e a herança entre os que seriam santificados pela fé nele,
em Jesus Cristo.
Continua Paulo dizendo ao rei que não tinha
sido infiel à visão e que, portanto, tinha pregado primeiro em Damasco, depois
em Jerusalém, depois em toda a Judéia e ainda aos gentios. Sua pregação
consistia em lhes anunciar a necessidade urgente de se arrependerem, de se
voltarem para Deus e ainda de praticarem obras que provassem esse
arrependimento para não ficar apenas nas palavras.
Ele continua explicando que por causa de
sua pregação, os judeus estavam tentando matá-lo, mas ele tinha sempre contado
com a ajuda de Deus e por isso estava dando seu testemunho a pequenos e
grandes, gente simples e importantes, não anunciando nada mais além do que já
fora prometido pelos profetas e por Moisés, ou seja, que Cristo devia padecer –
vs. 23 – e depois ressuscitar. Sendo ele o primeiro, indicava, com isso, que
haveria, depois, a ressurreição dos mortos para todos os seus seguidores.
Os judeus tinham dificuldade para aceitar a
doutrina de que o Messias teria de sofrer e morrer. Jesus e seus apóstolos
ensinaram essa doutrina a partir das Escrituras (Lc 24.27; At 17.2-3; 1Co
15.3-4), mas mesmo assim os judeus rejeitaram esse ensino, prenderam Paulo e
queriam matá-lo.
Cristo depois de sofrer, foi o primeiro a
ressuscitar dentre os mortos, proclamando, em seguida, a luz para o seu próprio
povo e para os gentios.
Festo o tinha ouvido até aquele momento,
mas o interrompe e lhe fala que as suas muitas letras o estavam fazendo
delirar. Paulo se defende afirmando não estar louco, mas que sua fala refletia
o que era verdadeiro e de bom senso, portanto deveria ser considerado.
Paulo, aproveitando a oportunidade, instiga
o rei a confessar sua crença nos profetas. Com essa pergunta, Paulo colocou
Agripa II num dilema: se respondesse que não, atrairia a fúria dos judeus; se
respondesse que sim, ficaria em apuros porque Paulo lhe pediria para crer no evangelho.
O rei lhe responde ou que faltou pouco para
que fosse persuadido a se fazer cristão; ou "Achas que podes persuadir-me
a me tornar um cristão?" O rei usou a tática da procrastinação, querendo
com isso dizer que um sermão de meia hora não era tempo suficiente para que
alguém se tornasse cristão.
No século 1, a palavra "cristão"
tinha um sentido depreciativo e até de zombaria (1 Pe 4.16; cf. At 11.26). As
palavras de Agripa demonstraram a sua falta de sinceridade.
Paulo ainda retruca dizendo que não
importava se em pouco ou se em muito, fosse ele, o rei, e todos os que o ouvem
convertidos. Sua oração era que todos os que o ouviam se tornassem como ele, exceto
as algemas – vs. 29.
Encerrada a sessão, se levantaram o rei e
sua esposa, o governador Festo e todos os que os acompanhavam e falaram entre
si sobre a situação de Paulo que poderia estar livre se não tivesse apelado
para César.
É
permitido que uses da palavra em tua defesa.
Então, Paulo, estendendo a mão, passou a
defender-se nestes termos:
At
26:2 Tenho-me por feliz, ó rei Agripa, pelo privilégio de, hoje,
na
tua presença, poder produzir a minha defesa
de
todas as acusações feitas contra mim
pelos
judeus;
At
26:3 mormente porque és versado em todos os costumes
e
questões que há entre os judeus;
por
isso, eu te peço que me ouças com paciência.
At
26:4 Quanto à minha vida,
desde
a mocidade, como decorreu desde o princípio
entre
o meu povo e em Jerusalém,
todos
os judeus a conhecem;
At
26:5 pois, na verdade, eu era conhecido deles desde o princípio,
se
assim o quiserem testemunhar,
porque
vivi fariseu conforme a seita mais severa da nossa religião.
At
26:6 E, agora, estou sendo julgado
por
causa da esperança da promessa
que
por Deus foi feita a nossos pais,
At
26:7 a qual as nossas doze tribos,
servindo
a Deus fervorosamente de noite e de dia,
almejam
alcançar;
é
no tocante a esta esperança, ó rei,
que eu sou acusado pelos judeus.
At
26:8 Por que se julga incrível entre vós
que
Deus ressuscite os mortos?
At
26:9 Na verdade, a mim me parecia que muitas coisas
devia
eu praticar
contra
o nome de Jesus, o Nazareno;
At
26:10 e assim procedi em Jerusalém.
Havendo
eu recebido autorização dos principais sacerdotes,
encerrei
muitos dos santos nas prisões;
e
contra estes dava o meu voto, quando os matavam.
At
26:11 Muitas vezes, os castiguei por todas as sinagogas,
obrigando-os
até a blasfemar.
E,
demasiadamente enfurecido contra eles,
mesmo
por cidades estranhas os perseguia.
At
26:12 Com estes intuitos, parti para Damasco,
levando
autorização dos principais sacerdotes
e
por eles comissionado.
At
26:13 Ao meio-dia, ó rei,
indo
eu caminho fora,
vi
uma luz no céu,
mais
resplandecente que o sol,
que
brilhou ao redor de mim
e
dos que iam comigo.
At
26:14 E, caindo todos nós por terra,
ouvi
uma voz que me falava em língua hebraica:
Saulo,
Saulo, por que me persegues?
Dura
coisa é recalcitrares contra os aguilhões.
At
26:15 Então, eu perguntei:
Quem
és tu, Senhor?
Ao
que o Senhor respondeu:
Eu
sou Jesus, a quem tu persegues.
At
26:16 Mas levanta-te
e
firma-te sobre teus pés,
porque por isto te apareci,
para
te constituir ministro e testemunha,
tanto
das coisas em que me viste
como
daquelas pelas quais
te
aparecerei ainda,
At
26:17 livrando-te do povo e dos gentios,
para
os quais eu te envio,
At
26:18 para lhes abrires os olhos
e
os converteres
das
trevas para a luz
e
da potestade de Satanás para Deus,
a
fim de que recebam eles remissão de pecados
e
herança entre os que são santificados
pela
fé em mim.
At
26:19 Pelo que, ó rei Agripa,
não
fui desobediente à visão celestial,
At
26:20 mas anunciei primeiramente
aos
de Damasco e em Jerusalém,
por
toda a região da Judéia, e aos gentios,
que
se arrependessem
e
se convertessem a Deus,
praticando
obras
dignas
de arrependimento.
At
26:21 Por causa disto, alguns judeus me prenderam,
estando
eu no templo,
e
tentaram matar-me.
At
26:22 Mas, alcançando socorro de Deus,
permaneço
até ao dia de hoje, dando testemunho,
tanto
a pequenos como a grandes,
nada dizendo,
senão o que os profetas e Moisés
disseram
haver de acontecer,
At
26:23 isto é,
que
o Cristo devia padecer
e,
sendo o primeiro da ressurreição dos mortos,
anunciaria
a luz ao povo e aos gentios.
At 26:24 Dizendo ele estas coisas em sua
defesa,
Festo
o interrompeu em alta voz:
Estás
louco, Paulo! As muitas letras te fazem delirar!
At 26:25 Paulo, porém, respondeu:
Não
estou louco, ó excelentíssimo Festo!
Pelo
contrário, digo palavras de verdade e de bom senso.
At
26:26 Porque tudo isto é do conhecimento do rei,
a
quem me dirijo com franqueza,
pois
estou persuadido de que nenhuma destas coisas
lhe
é oculta;
porquanto
nada se passou
em
algum lugar escondido.
At
26:27 Acreditas, ó rei Agripa, nos profetas?
Bem
sei que acreditas.
At 26:28 Então, Agripa se dirigiu a
Paulo e disse:
Por
pouco me persuades a me fazer cristão.
At 26:29 Paulo respondeu:
Assim
Deus permitisse que,
por
pouco ou por muito,
não
apenas tu, ó rei,
porém
todos os que hoje me ouvem
se
tornassem tais qual eu sou,
exceto
estas cadeias.
At 26:30 A essa altura,
levantou-se
o rei,
e
também o governador,
e
Berenice,
bem
como os que estavam assentados com eles;
At
26:31 e, havendo-se retirado,
falavam
uns com os outros, dizendo:
Este
homem nada tem feito passível de morte ou de prisão.
At 26:32 Então, Agripa se dirigiu a
Festo e disse:
Este
homem bem podia ser solto,
se
não tivesse apelado para César.
Todos chegam a conclusão de que Paulo
deveria ser solto porque nada viram nele que fosse digno de prisão, mas este
tinha apelado para César porque era plano de Deus levá-lo à Roma.
A verdade estava com Paulo. A salvação de
suas almas estava ali com ele e eles resistem à verdade e permanecem no erro
para sua própria ruína. E nós, continuaremos a rejeitar o conhecimento de Deus
que nos move por meio da pregação de sua palavra?
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
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