quinta-feira, 6 de agosto de 2015
quinta-feira, agosto 06, 2015
Jamais Desista
Mateus 2 1-23 - OS TRÊS TIPOS DE PESSOAS EM MATEUS 2.
Parte I – PRÓLOGO (1.1 – 2.23) – continuação.
Herodes, o Grande, morreu em abril do ano 4
a.C. Portanto, Jesus deve ter nascido no ano 5 ou 6 a.C., quando vieram magos -
gentios especialistas em coisas sobrenaturais, não reis – vindos do Oriente.
Conforme a BEG, deve ter havido uma
conjunção planetária, uma supernova ou algo puramente sobrenatural. O que quer
que tenha ocorrido, tratava-se de uma alusão à estrela de Jacó (Nm 24.17), que
foi profetizada por Balaão, um outro gentio especialista nas coisas
sobrenaturais.
Deus frequentemente usa meios físicos para chamar
a nossa atenção para realidades espirituais.
Herodes tinha ficado preocupado com as
indagações daqueles magos que buscavam pelo Messias e resolveu também
investigar junto aos chefes dos sacerdotes e os mestres da lei. A resposta foi
clara para ele, em Belém da Judéia haveria de nascer o Salvador, conforme
escrevera os profetas.
Disfarçadamente, mostrando interesse pelo
Messias incumbiu aqueles magos de uma missão para ele, o rei, de investigar
acuradamente e informá-lo depois, para que também pudesse ir adorá-lo.
No hebraico, a segunda linha da citação de
Mateus – vs. 6 - parece ser o oposto da segunda linha de Mq 5.2, mas o
significado dos versículos é o mesmo: apesar de Belém parecer ser
insignificante, ela foi, ao contrário, extremamente importante.
Embora tivessem concluído, a partir dos
profetas, que o Messias deveria nascer em Belém, nenhum deles – sacerdotes e
mestres da lei - se preocupou em fazer a curta viagem com os magos para ver o
Cristo.
A jornada deles, ao fim, foi exitosa, pois
que encontraram o seu caminho tendo uma estrela no Oriente servindo de sinal a
eles até que ela parou sobre o lugar onde estava o menino. Curioso e mesmo
estranho que ninguém os tenha acompanhado. Tudo indica que não criam, por isso
nem se deram ao trabalho de conferirem.
Quando a estrela parou no lugar onde estava
o menino, se encheram de júbilo e ao entrarem na casa viram o menino com Maria,
sua mãe e, prostrando-se o adoraram.
Os primeiros a adorá-lo dentre os homens
não foram os que esperavam por ele, os judeus, mas gentios e ainda magos que
creram e que perseguiram os sinais, os escritos – a Lei, os Profetas e os
Escritos -, que investigaram tudo, que estudaram, que conversaram e entrevistaram
pessoas, autoridades, e que, finalmente, tiveram a atitude proativa de sair de
sua zona de conforto.
Também foram os primeiros a lhe darem
presentes reconhecendo ser ele o Messias! Eles lhe deram incenso, ouro e mirra.
Ao final, enquanto dormiam, foram
advertidos em sonhos, de forma divina, para não retornarem a Herodes, nem
voltarem pelo caminho, mas irem por outro caminho.
Para quem foram escritos os sinais e as
profecias? Obviamente, para todos, inclusive para nós que estamos estudando os
fatos hoje em pleno século XXI, no entanto, aqueles sinais e profecias, na
prática, foram escritos mesmo para aqueles magos! Isso é incrível e assustador!
Jesus não mais estava num estábulo. Essa
visita ocorreu algum tempo depois do seu nascimento (2.1), talvez um ano ou
mais anos depois.
A ordem de Herodes para matar crianças com
menos de dois anos de idade foi baseada na informação que ele recebeu dos magos
(2.16).
Embora dificilmente os magos pudessem ter
percebido o pleno valor simbólico dos seus presentes, Mateus fala deles para
mostrar o cumprimento das passagens do Antigo Testamento que descrevem os
gentios levando suas riquezas ao rei de Israel (SI 72.10; Is 60.6).
Os anjos estão sempre bem atuantes aqui no
início do ministério de Jesus. Agora, eles interferiram na decisão dos magos
que iriam voltar até Herodes, mas que mudaram de opinião depois da divina
advertência, por meio de sonho, novamente.
O interesse de Herodes era puramente
egoísta e somente queria se livrar de um possível rival ao seu reinado. Era de
se esperar que temesse a Deus por causa da profecia e não que fosse achado
lutando contra Deus. Na verdade, Herodes desprezava a Deus.
Conheço pouco de relacionamento com anjos e
sonhos divinos, mas eis aqui a realidade e como ela acontece. Os anjos sabiam o
que estava para fazer Herodes e advertiu José e Maria que foram para o Egito.
Depois da morte de Herodes, novamente, os
advertiu para retornarem à Israel e, finalmente, para Nazaré porque Jerusalém
não parecia segura com o reinado de Arquelau, filho de Herodes. Os homens
cometem erros ou pelo menos estão grandemente sujeitos a ele em suas decisões,
e os anjos?
Os 11.1 refere-se ao chamado de Deus de seu
filho Israel para fora do Egito, no êxodo. Mateus mostra que a história da
redenção de Israel por Deus realmente apontava para Jesus, o verdadeiro Filho
de Deus. Alguns dizem que Jesus "recapitulou" a historia de Israel.
em dias do
rei Herodes,
eis
que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém.
Mt 2:2 E
perguntavam:
Onde
está o recém-nascido Rei dos judeus?
Porque
vimos a sua estrela no Oriente
e
viemos para adorá-lo.
Mt 2:3 Tendo ouvido isso,
alarmou-se o
rei Herodes,
e, com ele,
toda a Jerusalém;
Mt 2:4 então, convocando
todos os
principais sacerdotes e escribas do povo,
indagava
deles onde o Cristo deveria nascer.
Mt 2:5 Em Belém da Judéia,
responderam
eles,
porque
assim está escrito por intermédio do profeta:
Mt 2:6 E tu,
Belém, terra de Judá,
não
és de modo algum a menor entre as principais de Judá;
porque
de ti sairá o Guia
que
há de apascentar a meu povo, Israel.
Mt 2:7 Com isto, Herodes,
tendo chamado
secretamente os magos,
inquiriu
deles com precisão
quanto
ao tempo em que a estrela aparecera.
Mt 2:8 E,
enviando-os a Belém, disse-lhes:
Ide
informar-vos cuidadosamente
a
respeito do menino;
e,
quando o tiverdes encontrado,
avisai-me,
para eu também ir adorá-lo.
Mt 2:9 Depois de ouvirem o rei,
partiram;
e
eis que a estrela que viram no Oriente os precedia,
até que,
chegando, parou sobre onde estava o menino.
Mt 2:10 E,
vendo eles a estrela,
alegraram-se
com grande e intenso júbilo.
Mt 2:11
Entrando na casa,
viram
o menino com Maria, sua mãe.
Prostrando-se,
o
adoraram;
e, abrindo os
seus tesouros,
entregaram-lhe
suas ofertas:
ouro,
incenso
e
mirra.
Mt 2:12 Sendo por divina advertência
prevenidos em
sonho para não voltarem à presença de Herodes,
regressaram
por outro caminho a sua terra.
Mt 2:13 Tendo eles partido,
eis que
apareceu um anjo do Senhor a José, em sonho, e disse:
Dispõe-te,
toma
o menino e sua mãe,
foge
para o Egito
e
permanece lá até que eu te avise;
porque
Herodes há de procurar o menino
para
o matar.
Mt 2:14 Dispondo-se ele,
tomou de
noite o menino e sua mãe
e
partiu para o Egito;
Mt
2:15 e lá ficou até à morte de Herodes,
para
que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor,
por
intermédio do profeta:
Do
Egito chamei o meu Filho.
Mt 2:16 Vendo-se iludido pelos magos,
enfureceu-se
Herodes grandemente
e mandou
matar todos os meninos de Belém
e de todos os
seus arredores, de dois anos para baixo,
conforme
o tempo do qual com precisão
se
informara dos magos.
Mt 2:17 Então,
se cumpriu o
que fora dito por intermédio do profeta Jeremias:
Mt
2:18 Ouviu-se um clamor em Ramá,
pranto,
[choro]
e
grande lamento;
era
Raquel chorando por seus filhos
e
inconsolável porque não mais existem.
Mt 2:19 Tendo Herodes morrido,
eis que um
anjo do Senhor apareceu em sonho a José,
no
Egito, e disse-lhe:
Mt
2:20 Dispõe-te,
toma
o menino e sua mãe
e
vai para a terra de Israel;
porque
já morreram os que atentavam
contra
a vida do menino.
Mt 2:21 Dispôs-se ele,
tomou o
menino e sua mãe
e
regressou para a terra de Israel.
Mt 2:22 Tendo, porém, ouvido que
Arquelau reinava na Judéia
em lugar de
seu pai Herodes,
temeu
ir para lá;
e,
por divina advertência
prevenido
em sonho,
retirou-se
para as regiões da Galiléia.
Mt 2:23 E foi habitar numa cidade
chamada Nazaré,
para que se
cumprisse o que fora dito por intermédio dos profetas:
Ele
será chamado Nazareno.
Os magos adoraram o Senhor e lhe entregaram
presentes. Deve ter sido uma interessante experiência pela qual passaram.
Herodes, furioso, planejou a morte do Messias e na sua execução matou muitas
crianças inocentes.
Mateus cita Jr 31.15, um versículo tirado
do meio de uma profecia sobre o retorno de Israel do exílio.
Raquel, a matriarca, representa Israel em
sua lamentação, e a partida de Cristo para o Egito é como a partida dos filhos
de Raquel, José e Benjamim, para o Egito, relatada na Gênesis.
A citação em Mateus também relaciona a
tristeza que precedeu o êxodo do Egito com a tristeza na Babilónia antes de
retorno, e com a tristeza de Israel nesse momento na vida de Cristo.
Vemos aqui, em função do contexto
envolvendo essa história do nascimento de Jesus, dos magos, de Herodes e dos
sacerdotes e mestres da Lei, três tipos de pessoas:
1.
Os
que buscam adoração e são saciados.
2.
Os
que odeiam o Senhor e em seu ódio cego cometem crimes bárbaros e não são
saciados.
3.
Os
que estão indiferentes a tudo por que estão muito ocupados consigo mesmo e são
enganados.
Por fim, foram morar na cidade de Nazaré
para que se cumprisse o que fora dito por intermédio dos profetas de que seria
chamado de Nazareno. Conforme a BEG, o Antigo Testamento não tem nenhum
versículo que corresponda exatamente a esse, mas deve ser observado que Mateus
apresenta essa referência a "dos profetas” em termos mais gerais do que
outras citações.
Mateus não deveria estar pensando tanto em
Nazaré como o lugar de onde o Cristo viveria, mas no fato de que o Cristo
enfrentaria o estigma de ser desprezado, como os nazarenos eram (cf. Jo 1.46;
7.41-42,52).
Isaías 11.1, que se refere à vinda de
Cristo como um netzer, um
"renovo" que vem das raízes de Jessé, também pode estar falando sobre
isso.
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quarta-feira, 5 de agosto de 2015
quarta-feira, agosto 05, 2015
Jamais Desista
Dia 31/40 - PARÁCLETO - CHAMADO PARA O LADO DE ALGUÉM.
Nossa reflexão de hoje sobre a unidade,
sobre o estar juntos nos levará ao Espírito Santo, o paracleto.
Paracleto
vêm da palavra do grego koiné παράκλητος (paráklētos - que pode significar
"aquele que consola ou conforta; aquele que encoraja e reanima; aquele que
revive; aquele que intercede em nosso favor como um defensor numa corte"3
. A palavra para "paracleto" é passiva na forma e, etimologicamente,
significava "chamado para o lado de alguém". A forma ativa da
palavra, parakletos, não é encontrada no Novo Testamento, mas está na
Septuaginta, no plural, em «...Todos vós sois consoladores enfadonhos» (Jó
16:2)4. (Wikipédia)
Como sabemos, o Espírito Santo é o nosso
Ajudador ou Consolador, que procede do Pai e do Filho (Credo Niceno). O apóstolo
Paulo disse que não sabemos orar como convém, por isso que ele nos ajuda com
gemidos inexprimíveis. (Rm 8.26).
Conforme o Rev. Adail Sandoval, nesse caso,
a oração é Deus falando com o próprio Deus, dentro da unidade da Trindade
acerca de nós. Faz muito sentido: já que não sabemos orar e ele intercede por
nós.
O que me chama atenção nisso e no seu nome
em grego como parácleto, que também significa “chamado para o lado de alguém”,
é o fato de ele, Deus, estar ao nosso lado, junto, conforme o pedido do próprio
Senhor ao rogar pelos seus discípulos – Jo 17.
O seu desejo era para que todos fôssemos
um! Assim como o Pai era com ele e ele era com o Pai e com o Espírito Santo,
assim, era o seu desejo que fôssemos todos um com ele.
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quarta-feira, agosto 05, 2015
Jamais Desista
Mateus 1 1-25 - A GENEALOGIA DE JESUS, O CRISTO!
SOBRE O EVANGELHO E ATOS
Antes de entramos nos livros de Mt, Mc,
Lc e Jo, faremos um breve resumo sobre os evangelhos. Aproveitaremos, sempre
que oportuno, os comentários e dicas da Bíblia de Estudo de Genebra – BEG.
Os evangelhos são os quatro livros de
Mateus, Marcos, Lucas e João que narram a vida de Jesus desde o seu nascimento
até sua morte, ressurreição e ascensão aos céus, 40 dias após ter ressuscitado
dentre os mortos e andado com seus discípulos os preparando para a formação da
sua igreja.
Jesus Cristo é a personagem central desses
livros bem como seus ensinamentos, palavras, pregações, curas, sinais, prodígios
e milagres. Jesus Cristo é a resposta de Deus ao homem que o buscava. Ele é a
semente messiânica anunciada desde Gn 3.15, no proto-evangelho. Deus não deu
opções ao homem por outro caminho até ele. Ou ele aceita a sua palavra, se converte
e siga Jesus Cristo, o Messias, ou estará sendo separado para ser para sempre
rejeitado.
Contexto histórico dos Evangelhos e de
Atos.
Herodes
o Grande, que faleceu logo depois do nascimento cie Jesus, havia designado seu
filho Arquelau como sucessor no governo da Judeia e Samaria (Mt 2.19-22). Tendo
herdado as fraquezas de seu pai, mas não suas virtudes, Arquelau foi banido dez
anos depois de se tornar governador. Em decorrência disso, a Judeia e Samaria
foram colocadas sob o controle direto de Roma, exercido por meio de
governadores ou prefeitos (chamados posteriormente de
"procuradores"), incluindo Pôncio Pilatos, que ocupava esse cargo durante
o ministério de Jesus. Herodes havia entregue as províncias da Galileia (onde
Jesus passou a maior parte de sua vida e ministério) e Pereia a outro filho,
Herodes Antipas, mencionado apenas de passagem nos Evangelhos (p. ex., Mt
14.1-12; Lc 23.6-15). O reinado de Antipas foi longo, mas em 39 d.C., Herodes
Agripa, neto de Herodes o Grande, conseguiu banir Antipas e assumir o controle
da Galileia e da Pereia. Dois anos depois, o seu amigo de infância Cláudio, o
imperador romano na época, também o coroou rei da Judeia e Samaria. Agripa
tinha o apoio dos judeus, mas o seu reinado foi curto. Morreu em 44 d.C. depois
de perseguir alguns dos apóstolos e receber louvores como se fosse um deus (At
12.1-4,19-23). Os romanos reassumiram o governo, dando a Agripa II o controle
de apenas uma pequena porção da Terra Prometida (At 25.13-26.32). As tensões
entre judeus e romanos se intensificaram nesse período e eclodiram na revolta
de 66 d.C. Esse conflito teve consequências desastrosas para o povo judeu e Jerusalém
foi destruída em 70 d.C.[1]
O caráter da narrativa do Novo
Testamento
Com exceção do Pentateuco, os
principais livros históricos do Antigo Testamento (Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel,
1 e 2 Reis) são chamados na tradição judaica de "Profetas Anteriores",
sendo que os “Profetas Posteriores” são os “Profetas maiores” e os “Profetas
Menores” que se constituem dos últimos 17 livros da Bíblia, do Antigo
Testamento.
Assim, não temos neles, nos Profetas
Anteriores, o propósito principal de servir de registro dos acontecimentos
históricos nacionais, mas sim de se constituir de mensagens proféticas que
visam repreender, consolar e exortar. Do mesmo modo, os Evangelhos e Atos não
fornecem, como propósito principal, todos os detalhes históricos e cronológicos,
antes, registram acontecimentos selecionados e organizados de modo a apresentar
da melhor maneira possível, a mensagem do evangelho.
Os livros sinópticos
Até mesmo uma leitura superficial dos
quatro Evangelhos mostra que três deles (Mateus, Marcos e Lucas) são bastante
parecidos, especialmente em contraste com João. Salvo poucas exceções
importantes, os acontecimentos incluídos em João (p. ex., cap. 3; 9; 11; 14)
não aparecem nos três primeiros Evangelhos. Por esses motivos, os três
primeiros Evangelhos são chamados com frequência de "sinóticos" (pois
compartilham um mesmo ponto de vista).
O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
Autor:
•
Cremos
ser de autoria de Mateus (Levi), embora pareça ter sido escrito anonimamente.
Pode haver uma sutil confirmação da
autoria de Mateus pela maneira em que ele fala sobre si mesmo (9.9; 10.3), mas
essa evidência pode ser questionada.
Embora seja impossível determinar a
identidade do autor com absoluta certeza, a antiga associação desse livro com
Mateus aponta para a sua aceitação como o relato de uma testemunha ocular da
vida de Jesus.
Além disso, ouvimos no Evangelho a voz
de seu principal autor, o próprio Espírito de Deus.
Propósito:
•
Demonstrar
pela vida e obra de Jesus que ele é o Messias esperado e desejado e assim evangelizar
o ser humano em suas aldeias, povoados, vilas, povos e nações. Também o de inspirar
os cristãos ao serviço grato e fiel de promover o reino de Deus ao apresentar
Jesus como o tão esperado rei e apresentar o reino que ele trouxe como o
cumprimento do plano da redenção de Deus.
Verdades
fundamentais:
•
Jesus
cumpriu as Escrituras do Antigo Testamento.
•
Jesus
é o Rei prometido (o Messias).
•
Enquanto
esteve aqui na terra, Jesus inaugurou o reino de Deus.
•
Os
seguidores de Jesus devem espalhar o reino e fazer discípulos de todas as
nações.
•
Os
seguidores de Jesus sofrerão, mas Jesus estará sempre com eles.
•
Quando
retornar, Jesus completará o reino de Deus.
Data
e Ocasião
Provavelmente Data: 60-70 d.C.
Pode ser difícil determinar a data do
Evangelho de Mateus, mas com certeza ele foi completado cinquenta ou sessenta
anos depois dos acontecimentos que descreve.
Seu autor não poderia ter inventado as
histórias livremente, uma vez que as testemunhas oculares ainda estavam vivas
para desmentir as declarações falsas. Com muita probabilidade, o Evangelho de
Mateus foi escrito em Antioquia, na Síria.
Público
original
O Evangelho de Mateus foi provavelmente
dirigido à igreja de Antioquia. Inácio, o primeiro pai da igreja a citar
Mateus, era bispo de Antioquia. Além disso, a congregação em Antioquia era uma
mistura de judeus e gentios (cf. At 15), um fato que poderia ter dado origem
aos problemas de legalismo e antinomianismo de que Mateus particularmente tratou.
Propósito
e características
O Evangelho de Mateus nos apresenta
Jesus – especialmente os ensinos de Jesus sobre ele mesmo e o reino do céu.
Esse reino é o cumprimento do plano de
redenção de Deus e a renovação que havia sido profetizada desde a queda (Gn
3.15).
Nesse plano, a paixão e a morte de
Jesus não se constituíram numa lamentável tragédia; em vez disso, elas são os
meios que Deus usou para atingir o seu objetivo.
A ressurreição de Jesus marca o início
do fim da História.
O propósito do Evangelho de Mateus é
transmitir o ensinamento autorizado de Jesus e sobre ele, cuja vinda marcou o
cumprimento das promessas de Deus. Não se trata meramente de uma história ou
biografia, uma teologia ou uma confissão, um catecismo ou um conjunto de
ensinamentos; é uma combinação de todas essas coisas. Mateus não permite
separação entre a narrativa e a teologia ou entre a teoria e a prática.
A História é a única base autêntica
para a teologia, e a teologia dá o único significado correto para a História; o
mesmo vale, também, para a teoria e a prática.
O Evangelho de Mateus é excepcional em
seu extensivo apelo ao cumprimento de Jesus dos padrões, requerimentos e
expectativas do Antigo Testamento.
Estes não são apresentados simplesmente
como "predições" e "cumprimentos", mas como indicações do
cumprimento de todas as esperanças do Antigo Testamento e do propósito da
existência de Israel.
Essa preocupação com o cumprimento é
evidenciada não somente nas citações de Mateus, mas também na maneira como
certas coisas na História são enfatizadas.
É o Evangelho de Mateus que conta que
havia dois endemoninhados e dois homens cegos, de acordo com o princípio do
Antigo Testamento de que um depoimento deveria ser fundamentado pela presença
de, no mínimo, duas testemunhas.
É o Evangelho de Mateus que nos mostra
claramente a ilegalidade das ações do Sinédrio, a perversão do Antigo
Testamento pelos escribas e fariseus e a natureza pactual no modo de Deus
tratar com o seu povo.
Também distintivo em Mateus é o fato de
ter estruturado o ensino de Jesus em cinco principais sermões:
1.
Ética.
2.
Discipulado
e missão.
3.
O
reino do céu.
4.
A
igreja.
5.
A
escatologia.
Essa estrutura em si deve ter sido
padronizada de acordo os cinco livros de Moisés de modo a apresentar Jesus como
o "profeta [Moisés]" (Dt 18.18) que era ainda maior do que Moisés.
Hoje, a maioria dos estudiosos
reconhece esses cinco principais sermões como o principal recurso da estrutura
de Mateus, especialmente porque cada sermão termina o seu objetivo. A
ressurreição de Jesus marca o início com uma fórmula: “E quando Jesus
terminou...". Além do mais, parece haver uma relação entre cada sermão e o
material narrativo anterior.
Esboço
de Mateus:
Veremos ao longo desses 28 capítulos
três partes: Parte I. PRÓLOGO (1.1 – 2.23); Parte II. A VINDA DO REINO (3.1 –
7.29); Parte III. AS OBRAS DO REINO (8.1 – 10.42); Parte IV. A NATUREZA DO
REINO (11.1 – 13.58); Parte V. A AUTORIDADE DO REINO (14.1 – 18.35); Parte VI. AS
MUDANÇAS DO REINO (19.1 – 25.46); Parte VII. A PAIXÃO E A RESSURREIÇÃO (26.1 –
28.20).
Mateus
1 1-25 - A genealogia de Jesus, o Cristo
Parte I – PRÓLOGO (1.1 – 2.23)
A razão de ser de toda as Escrituras é
demonstrar a qualquer estudante sério e que busca a verdade acima de qualquer
coisa que Jesus Cristo é o Filho legítimo, unigênito, de Deus que foi enviado
ao mundo para salvação de todo aquele que nele crer – Jo 3.16-18.
A genealogia, o nascimento e a primeira
infância de Jesus demonstram que ele era o tão esperado Messias, anunciado
desde Gn 3.15. Deus trabalhou miraculosamente nos primeiros anos da vida de
Jesus a fim de apresentá-lo como rei dos judeus e gentios.
Os caps. 1-2 formam o prólogo,
iniciando o Evangelho com a genealogia e alguns acontecimentos extraordinários
que demonstram que Jesus é o Messias.
O livro de Mateus começa exatamente com
a expressão “Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de
Abraão.” e em seguida vai relacionando em uma certa ordem, os seus ascendentes
a partir de Abraão.
Genealogia, literalmente, “Origem"
ou “começo" (gênesis), o que, na terminologia bíblica poderia significar
"gênese" (cf. Gn 2.4; 5.1).
O termo poderia apontar para além da
genealogia para todo o Evangelho, que é um “relato do começo" de Jesus
Cristo, ou seja, a inauguração do seu reino.
Ele é apresentado como Cristo como se o
seu nome incluísse esse adjetivo. Baseado na palavra grega para
"ungido", Cristo corresponde à palavra hebraica mashiach, ou “messias",
ou "o ungido'.
No Antigo Testamento, a unção com óleo
simbolizava a nomeação de uma pessoa por Deus para um ofício. Todos os três
ofícios do Antigo Testamento - profeta, ministro e rei - eram nomeados dessa
maneira (veja 1Rs 19.16; Ex 29.7; 1Sm 16.13, respectivamente); porém, no tempo
de Jesus, "Messias" era uma nomeação primariamente usada para o cargo
de rei.
O Antigo Testamento prometeu a vinda de
um justo servo do Senhor (Is 42.1-9), o qual seria um profeta como Moisés (Dt
18.18-19), um ministro como Melquisedeque (SI 110.4) e um rei como Davi, o
ungido do Senhor (Is 55.3-5; Jr 30.9; Ez 34.24; Os 3.5; Zc 12.8).
Israel esperava um Messias que traria
vitória sobre seus inimigos e estabeleceria uma regra de paz. O Evangelho de
Mateus proclama que Jesus é o "Cristo", o rei e libertador prometido
- muito mais do que o Messias das expectativas populares. O próprio Jesus
raramente usou esse título pelo fato de que era muito mal interpretado.
Nas genealogias do Oriente Próximo, as
mulheres geralmente não são listadas, mas elas faziam parte do propósito de
Deus de enviar o Cristo.
Conforme a BEG, as cinco explicitamente
citadas na genealogia de Jesus relembram a todos nós que Deus frequentemente
faz o inesperado e escolhe o improvável.
· Tamar
nos relembra os erros de Judá (Gn 38.6-30).
· Raabe
foi uma prostituta gentia (Js 2).
· Rute
era uma moabita e, assim, sob uma maldição especial (cl. Dt 23.3-5).
· Bate-beba,
a esposa de Urias, o hitita, foi a queda de Davi (2Sm 11).
· Maria,
a virgem, não somente cumpriu Is 7.14 (cf. 1.23) como também a mais importante
promessa de Gn 3.15 (cf. Cl 4.4).
Os detalhes da genealogia diferem de Lc
3.23-38, provavelmente porque o Evangelho de Lucas nos mostra a descendência
biológica, enquanto o Evangelho de Mateus nos dá as sucessões ao trono.
Mateus organiza a genealogia em três
grupos de quatorze (ou três grupos de sete duplos) para mostrar que Deus tem um
propósito na História e que a história primitiva de Israel que levou a Davi, a
monarquia que levou ao exílio e a história pós-exílio de Israel, todas levam e
apontam para Cristo.
Jeconias (ou seja, Jeoaquim) está
incluso tanto no segundo quanto no terceiro grupo de quatorze. Não se trata de
um erro, e nem uma abreviação de Mateus da genealogia. Jeoaquim foi rei tanto
antes, como também depois do exílio (Dn 9.24).
Mateus não estava interessado na
numerologia “per se”; ele estava
ressaltando um padrão na história redentora de Deus.
Jesus veio da linhagem de Zorobabel (Mt
1.12-16) e recebeu as promessas dadas à casa de Davi depois do exílio. Contados
desde Abraão, Zorobabel foi o 31º e Jesus Cristo foi 42º.
O vs. 19 diz que José era justo e resolveu,
em seu coração, deixá-la secretamente. O noivado, uma promessa de casamento,
era tão comprometedor como o casamento, e a infidelidade durante o noivado
tornaria virtualmente obrigatório o divórcio, uma vez que não se divorciar
seria uma aceitação implícita da própria culpa.
Foi necessária a intervenção de um anjo
que apareceu a José em sonho dizendo para ele que não levasse adiante seu
propósito de seu coração, mas que relevasse porque o que em Maria havia sido
gerado não era fruto de traição ou de adultério, mas obra do Espírito Santo de
Deus para trazer o Messias ao mundo.
O anjo então lhe dá mais instruções e
fala qual deve ser o nome da criança quando essa nascesse: Jesus. O equivalente
grego de Josué, Jesus significa "Javé é salvação" ou “Javé
salva". Era também um nome comum àquela época.
Vimos aqui a interferência de um anjo –
um anjo do Senhor - na tomada de decisão de um homem. José já tinha decidido
deixá-la, secretamente, por que era justo, mas um anjo, em nome de Deus, o
impediu por meio de um sonho. O anjo foi instrumento de Deus na comunicação do
Espírito Santo com ele.
O que acontecia ali era especial e
cumprimento das Escrituras e tudo se sucedeu para que se cumprisse as palavras
proféticas, especialmente de Isaías.
O significado preciso da palavra hebraica
‘almah’ em Is 7.14 anda é
questionado, mas Mateus apresenta claramente Maria como virgem até o nascimento
de Jesus.
A concepção de uma virgem foi um
milagre e certamente foi um sinal da iminente redenção de Deus de seu povo e de
sua presença com ele (nesse momento, a BEG recomenda a leitura de seu excelente
artigo teológico “O nascimento virginal de Jesus”, em Mt 1 – reproduzido na
íntegra, logo abaixo).
Essa é primeira de muitas referências
do Antigo Testamento que Mateus usa para mostrar que Jesus cumpriu o Antigo
Testamento (2.6,15,18,23). Em todo o Evangelho, há doze fórmulas desse tipo
cumpridas, bem como quarenta e sete citações do Antigo Testamento.
O nome Emanuel vem à mente novamente em
28.20, onde Jesus prometeu que ele estaria com seus discípulos até a consumação
do século (Is 7.14).
O propósito do evangelho de Mateus, além
do óbvio que é evangelizar, é inspirar os cristãos ao serviço grato e fiel de
promover o reino de Deus ao apresentar Jesus como o tão esperado rei e
apresentar o reino de que ele trouxe como cumprimento do plano da redenção de
Deus.
filho de Davi,
filho de
Abraão.
Mt 1:2 Abraão gerou a Isaque;
Isaque, a Jacó;
Jacó, a Judá e a seus
irmãos;
Mt 1:3 Judá gerou de
Tamar a Perez e a Zera;
Perez gerou a Esrom;
Esrom, a Arão;
Mt 1:4 Arão gerou a
Aminadabe;
Aminadabe, a Naassom;
Naassom, a Salmom;
Mt 1:5 Salmom gerou de
Raabe a Boaz;
este, de Rute, gerou a
Obede;
e Obede, a Jessé;
Mt 1:6 Jessé gerou ao
rei Davi;
e o rei Davi, a Salomão, da que fora mulher de Urias;
Mt 1:7 Salomão gerou a
Roboão;
Roboão, a Abias;
Abias, a Asa;
Mt 1:8 Asa gerou a
Josafá;
Josafá, a Jorão;
Jorão, a Uzias;
Mt 1:9 Uzias gerou a
Jotão;
Jotão, a Acaz;
Acaz, a Ezequias;
Mt 1:10 Ezequias gerou
a Manassés;
Manassés, a Amom;
Amom, a Josias;
Mt 1:11 Josias gerou a
Jeconias e a seus irmãos,
no tempo
do exílio na Babilônia.
Mt 1:12 Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou a
Salatiel;
e Salatiel, a
Zorobabel;
Mt 1:13 Zorobabel
gerou a Abiúde;
Abiúde, a Eliaquim;
Eliaquim, a Azor;
Mt 1:14 Azor gerou a
Sadoque;
Sadoque, a Aquim;
Aquim, a Eliúde;
Mt 1:15 Eliúde gerou a
Eleazar;
Eleazar, a Matã;
Matã, a Jacó.
Mt 1:16 E Jacó gerou a
José, marido de Maria,
da qual
nasceu Jesus, que se chama o Cristo.
Mt 1:17 De sorte que todas as gerações,
desde Abraão até Davi,
são catorze;
desde Davi até ao
exílio na Babilônia, catorze;
e desde o exílio na
Babilônia até Cristo, catorze.
Mt 1:18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim:
estando Maria, sua
mãe, desposada com José,
sem que
tivessem antes coabitado,
achou-se
grávida
pelo
Espírito Santo.
Mt 1:19 Mas José, seu
esposo,
sendo
justo
e não a
querendo infamar,
resolveu
deixá-la secretamente.
Mt 1:20 Enquanto ponderava nestas coisas,
eis que lhe apareceu,
em
sonho,
um anjo
do Senhor, dizendo:
José, filho de Davi,
não
temas receber Maria, tua mulher,
porque o
que nela foi gerado
é do
Espírito Santo.
Mt 1:21 Ela dará à luz um filho
e lhe porás o nome de
Jesus,
porque
ele salvará o seu povo dos pecados deles.
Mt 1:22 Ora, tudo isto aconteceu
para que se cumprisse
o que fora dito pelo Senhor
por
intermédio do profeta:
Mt 1:23 Eis que a
virgem conceberá
e dará à
luz um filho,
e ele
será chamado pelo nome de Emanuel
(que
quer dizer: Deus conosco).
Mt 1:24 Despertado José do sono,
fez como lhe ordenara
o anjo do Senhor
e recebeu sua mulher.
Mt 1:25
Contudo, não a conheceu,
enquanto
ela não deu à luz um filho,
a quem
pôs o nome de Jesus.
As verdades fundamentais encontradas em
Mateus são: Jesus cumpriu as Escrituras do AT; Jesus é o Rei prometido – o
Messias; Enquanto esteve aqui na terra, Jesus inaugurou o reino de Deus; Os
seguidores de Jesus devem espalhar o reino a todas as nações; Os seguidores de
Jesus sofrerão, mas Jesus está sempre com eles; e, quando retornar, Jesus
completará o reino de Deus.
Já no primeiro capítulo, como estamos
vendo, Mateus procura demonstrar a linhagem messiânica que vem desde Abraão. De
Abraão até Adão foram, conforme Lucas, 35 gerações. Somando-se tudo, teremos 77
gerações de Adão até o Cristo Jesus, o Messias.
Todas as histórias e as lições do
Antigo Testamento, de Adão até Cristo, são para, entre outras coisas,
demonstrar mais especificamente a linhagem messiânica a qual Deus falou em
Gênesis 3 para a mulher, ao homem e a Satanás.
Mt 1.18-25; Lc 1.26-56 e 2.4-7 testemunham em uníssono que
o nascimento de Jesus foi fruto de uma concepção miraculosa. Maria engravidou
pela ação criadora do Espírito Santo enquanto ela ainda era virgem (Mt 1.20; Lc
1.35).
A maioria dos cristãos aceitava o nascimento virginal sem
hesitar até que a teologia moderna começou a questionar os milagres no século
19. Então, a doutrina do nascimento virginal se tornou um ponto crítico de
discussão acerca do sobrenaturalismo cristão e da divindade de Jesus. O
liberalismo moderno rejeitou o nascimento virginal juntamente com outros
milagres bíblicos.
Na realidade, o nascimento virginal harmoniza-se perfeitamente
com o restante da mensagem do Novo Testamento acerca de Jesus. O próprio Jesus
operou milagres e ressuscitou miraculosamente dentre os mortos, de modo que a
sua entrada miraculosa no mundo não cria nenhuma dificuldade inédita. Uma vez
que ele deixou o mundo de maneira sobrenatural, pela ressurreição e ascensão, a
sobrenaturalidade do seu nascimento é inteiramente apropriada. Tendo em vista a
dignidade e a glória pré-encarnada de Jesus (Jo 1.1-9; 17.5; Fp 2.5-11; Cl
1.15-17; Hb 1.1-3; 1Jo 1.1), bem como a glória da obra que ele veio para
realizar (Mt 1.21-23; Lc 1.31-35) é natural que o seu nascimento tenha sido
glorioso e miraculoso. Rejeitar o nascimento virginal de Jesus corresponde,
implicitamente a questionar todos os ensinamentos do Novo Testamento a seu
respeito.
A concepção miraculosa de Jesus aponta para a sua
divindade e também para a realidade do poder criador que opera no nosso próprio
novo nascimento (Jo 1.13). Seu nascimento miraculoso também aponta para a sua
impecabilidade. Embora Maria fosse uma pecadora (Lc 1.43-48,) deu à luz Aquele
que não teve pecado algum. Por meio da operação do Espírito Santo, a humanidade
de Jesus não foi maculada pelo pecado, permitindo que Jesus se tornasse o
sacrifício perfeito pelos pecados dos homens e o Salvador de sua própria mãe e,
com ela, do restante da verdadeira igreja.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdetehttp://www.jamaisdesista.com.br