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quinta-feira, 16 de abril de 2015

Ezequiel 17:1-24 - A PARÁBOLA DAS DUAS ÁGUIAS.

Para nos situarmos na leitura e não perdemos nosso foco, estamos estudando o livro de Ezequiel composto de 48 capítulos. Veja em nosso mapa de leitura, a seguir, que ainda estamos no primeiro capítulo “I”, agora na segunda parte “B”, na terceira seção “3”, alínea “f”, estamos no capítulo 17:
I. JULGAMENTO SOBRE JUDÁ E JERUSALÉM (1.1-24.27).
B. A segunda série de visões, a vocação, os atos simbólicos e os discursos relacionados de Ezequiel (8.1-24.27).
3. Discursos relacionados (12.21-24.27) - continuação.
f. A parábola das duas águias (17.1-24).
Nos próximos 24 versículos, veremos a parábola das duas águias. Esse oráculo não é datado, mas provavelmente foi pronunciado entre as datas apresentadas em 8.1 (no sexto ano, no sexto mês, aos cinco dias do mês...); 20.1 (no quinto mês do sétimo ano, aos dez dias do mês,...), que falam sobre o sexto e o sétimo anos do exílio de Joaquim (592-590 a.C.). Nabucodonosor estabeleceu o cerco a Jerusalém em 588 a.C. e depôs Zedequias do trono em 586 (v. 20).
Ezequiel diz, ao iniciar este capítulo, que ainda veio a ele, filho do homem, a palavra do Senhor que lhe dizia, para propor à casa de Israel um enigma.
Na alegoria de Ezequiel, a águia representava o poderio da Babilônia sob o comando de Nabucodonosor.  A ponta de um cedro, o reino de Judá e a dinastia de Davi que por essa ocasião já havia durado por mais de trezentos anos.
A águia bonita, de grandes asas, de plumagem colorida, foi ao Líbano e arrancou a ponta mais alta de seus ramos. Uma referência ao exílio e ao cativeiro de Joaquim na Babilônia. Os exilados continuavam a considerar Joaquim como o legítimo rei de Judá.
Também ela tomou da semente da terra e a lançou num solo frutífero, junto a muitas águas e a plantou como o salgueiro. O resultado disso foi que se tornou em uma videira mui larga, mas de pouca altura, ou seja, era Jerusalém sob a liderança de Zedequias, que havia sido empossado por Nabucodonosor após ter deportado Joaquim (2Rs 24.15-17). Essa videira prosperou, embora numa escala mais humilde.
A outra grande águia da alegoria de Ezequiel se trata do Egito – vs. 7 - o Egito, sob o governo de Psamético II (595 — 589 a.C.) ou Hofra (589-570 a.C.). Zedequias trocou a sua aliança (vs. 15-17 – veja mais à frente), o que resultou na destruição de Jerusalém.
Dos versos 8 ao 10, o Senhor explica os detalhes da alegoria e lhes dá a interpretação correta. Ela tinha sido plantada corretamente e junto a muitas águas e se esperava o seu crescimento e amadurecimento com a consequente produção de frutos.
No entanto, nada disso aconteceu, pelo contrário passou a imitar e a praticar coisas abomináveis até que veio a Águia e a levou para plantá-la na Babilônia. O que ficou dela para trás para nada prestaria, não poderia subsistir – vs. 14.
Também contra os babilônios se revoltou e buscou ajuda com os egípcios. Embora os historiadores do Antigo Testamento não mencionem o apelo por auxílio feito por Zedequias ao Egito, Jeremias o faz (Jr 37.5-11; 44.30).
Uma das cartas de Laquis escrita sobre pedaços de cerâmica nos últimos dias do reino de Judá, também informa que um comandante do exército havia ido ao Egito, talvez para solicitar auxílio. Veja 16.26-29; 29.6-7; 30.20-26.
Dos versos 16 ao 21, o Senhor fala e jura por ele mesmo que o rei que desprezou o juramento e quebrou o pacto, no meio da Babilônia ele iria morrer. (Veja também 2Rs 25.4-7).
“A rebelião de Zedequias contra o rei da Babilônia provocou o ataque dos babilônios. O resultado foi a destruição de Jerusalém – inclusive do templo – e a deportação de Zedequias e da maioria do povo de Judá.
O ano era de 586 a.C. e apesar de ser um vassalo nomeado por Nabucodonosor, Zedequias se juntou ao Egito e outras nações numa conspiração contra os babilônios – Jr 27:3-8; Ez 17:11-21.
Conforme a BEG, a decisão infeliz do rei de Judá de se rebelar contra a Babilônia pode ter recebido o incentivo de Faraó Ofra – Apries – que subiu ao poder em 589 a.C.
Foram quase dois anos exatos do cerco dos babilônios contra Jerusalém, aproximadamente uns 539 dias contados de 10 do 10 do ano 9 até 9 de 4 do ano 11. A fome apertou e não havia pão para comerem. Foi nesse momento que a cidade foi arrombada e alguns deles fugiram, inclusive o rei.
No entanto, foram alcançados, presos e fizeram subir o rei de Judá ao rei da Babilônia, a Ribla e ali foi pronunciada a sentença contra Zedequias. Seus filhos foram mortos à espada às suas vistas e Zedequias teve os seus olhos vazados e seus pés presos em cadeias e assim levados cativos para a Babilônia.
Se Zedequias tivesse ouvido os profetas Jeremias e Ezequiel – Jr 38:14-28; Ez 12:13 -, nada disso teria acontecido a ele. Jeremias tinha tentado convencer o rei a se render, pois o julgamento do Senhor era inevitável.
Quem sabe uma rendição pacífica teria poupado tanto a Jerusalém quanto ao templo? A sua rebeldia trouxe consequências terríveis tanto a ele quanto a sua família e ao povo sofrido de Judá. Ao final morre na Babilônia – Jr 52:11.”[1]
Somente nesse momento de grande dor e pesar, de remorsos e de arrependimentos, quando o juízo tivesse ocorrido e as consequências estavam sendo distribuídas em doses amargas é que saberiam que foi o Senhor quem disse isso tudo. Souberam antecipadamente, mas não creram, desprezaram, e agora, tarde demais, estavam sendo desprezados – vs. 21.
A misericórdia e a graça do Senhor permitiriam que de um topo do cedro, apanhasse um simples broto para plantá-lo. Ele seria cortado do mais tenro e plantado sobre um monte alto e sublime.
A Bíblia com frequência usa um renovo, um galho ou uma árvore como símbolos da realeza (Dn 4.9-12,19-22). Ezequiel anunciou que Deus restauraria um descendente de Joaquim ("a ponta de um cedro"; vs. 3,22) ao reinado de Judá. Essa predição foi e seria cumprida por Jesus o Messias, o Renovo do Senhor (Is 4.2; 11.1; 53.2; 60.21; Jr 23.5; 33.15; Zc 6.12).
Ez 17:1 Ainda veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
Ez 17:2 Filho do homem, propõe um enigma,
e profere uma alegoria à casa de Israel;
Ez 17:3 e dize:
Assim diz o Senhor Deus:
uma grande águia, de grandes asas e de plumagem comprida,
cheia de penas de várias cores, veio ao Líbano
e tomou o mais alto ramo dum cedro;
Ez 17:4 arrancou a ponta mais alta dos seus raminhos,
e a levou a uma terra de comércio;
e a pôs numa cidade de comerciantes.
Ez 17:5 Também tomou da semente da terra,
e a lançou num solo frutífero;
pô-la junto a muitas águas;
e plantou-a como salgueiro.
Ez 17:6 E brotou, e tornou-se numa videira larga, de pouca altura,
virando-se para ela os seus ramos,
e as suas raízes estavam debaixo dela.
Tornou-se numa videira, e produzia sarmentos,
e lançava renovos.
Ez 17:7 Houve ainda outra grande águia, de grandes asas,
e cheia de penas;
e eis que também esta videira lançou para ela
as suas raízes,
e estendeu para ela os seus ramos desde as auréolas
em que estava plantada,
para que ela a regasse.
Ez 17:8 Numa boa terra, junto a muitas águas,
estava ela plantada, para produzir ramos,
e para dar fruto, a fim de que fosse videira excelente.
Ez 17:9 Dize:
Assim diz o Senhor Deus:
Acaso prosperará ela?
Não lhe arrancará a águia as raízes,
e não lhe cortará o fruto, para que se seque?
para que se sequem todas as folhas de seus renovos?
Não será necessário nem braço forte, nem muita gente,
para arrancá-la pelas raízes.
Ez 17:10 Mas, estando plantada, prosperará?
Não se secará de todo, quando a tocar o vento oriental?
Nas auréolas onde cresceu se secará.
Ez 17:11 Então veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
Ez 17:12 Dize, pois, à casa rebelde:
Não sabeis o que significam estas coisas?
Dize-lhes:
Eis que veio o rei de Babilônia a Jerusalém,
e tomou o seu rei e os seus príncipes,
e os levou consigo para Babilônia;
Ez 17:13 e tomou um da estirpe real, e fez pacto com ele,
e o juramentou. E aos poderosos da terra removeu,
Ez 17:14 para que o reino ficasse humilhado,
e não se levantasse, embora, guardando o seu pacto,
pudesse subsistir.
Ez 17:15 Mas ele se rebelou contra o rei de Babilônia,
enviando os seus embaixadores ao Egito,
para que se lhe mandassem cavalos
e muita gente.
Prosperará ou escapará aquele que faz tais coisas?
Quebrará o pacto e escapará?
Ez 17:16 Como eu vivo, diz o Senhor Deus,
no lugar em que habita o rei que o fez reinar,
cujo juramento desprezou, e cujo pacto quebrou,
sim, com ele no meio de Babilônia
certamente morrerá.
Ez 17:17 Não lhe prestará Faraó ajuda em guerra,
nem com seu grande exército, nem com sua companhia
numerosa, quando se levantarem tranqueiras
e se edificarem baluartes, para destruir muitas vidas.
Ez 17:18 Porquanto desprezou o juramento e quebrou o pacto,
porquanto deu a sua mão, e ainda fez todas estas coisas,
ele não escapará.
Ez 17:19 Portanto, assim diz o Senhor Deus:
Vivo eu, que o meu juramento que desprezou,
e o meu pacto que violou,
isso farei recair sobre a sua cabeça.
Ez 17:20 E estenderei sobre ele a minha rede,
e ficará preso no meu laço; e o levarei a Babilônia,
e ali entrarei em juízo com ele por causa da traição
que cometeu contra mim.
Ez 17:21 E a fina flor de todas as suas tropas cairá à espada,
e os que restarem serão espalhados a todos os ventos;
e sabereis que eu, o Senhor, o disse.
Ez 17:22 Assim diz o Senhor Deus:
Também eu tomarei um broto do topo do cedro,
e o plantarei;
do principal dos seus renovos cortarei o mais tenro,
e o plantarei sobre um monte alto e sublime.
Ez 17:23 No monte alto de Israel o plantarei;
e produzirá ramos, e dará fruto,
e se fará um cedro excelente.
Habitarão debaixo dele aves de toda a sorte;
à sombra dos seus ramos habitarão.
Ez 17:24 Assim saberão todas as árvores do campo que eu,
o Senhor,
abati a árvore alta,
elevei a árvore baixa,
sequei a árvore verde,
e fiz reverdecer a árvore seca;
eu, e Senhor, o disse, e o farei. 
Naquele lugar especial, no monte alto de Israel, seria plantado e vingaria e produziria ramos, dando frutos e se tornando um excelente cedro onde debaixo dele habitariam aves de toda a sorte, à sombra de seus ramos esbeltos.
Em vez de ser ameaçado por outros reinos (aves como as águias), esse esplêndido cedro tornar-se-ia um refúgio para todas as espécies de aves (cf. Dn 4.12,21; Mt 13.31-32). Essa árvore daria frutos (2Rs 19.30; Is 11.1; 37.31; Jr 17.8; Jo 15.4, 5, 8,16).
No verso 24, o fecho deste capítulo de forma profética, exortativa e instrutiva. Agora, saberão todas as árvores do campo que foi o Senhor, e sempre será a sua glória somente para ele, que:
·         Abateu a árvore alta.
·         Elevou a árvore baixa.
·         Secou a árvore verde.
·         Fez reverdecer a árvore seca.
Foi o Senhor quem disse e que o fará- vs. 24.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br




[1] Do livro do mesmo autor: O REINO DIVIDIDO - Reflexões bíblicas nas histórias dos reis de Judá e de Israel em I e II Reis.
 ...

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Ezequiel 16:1-63 - EZEQUIEL FAZ UMA ANÁLISE PROFUNDA DE JERUSALÉM DESDE O SEU NASCIMENTO.

Para nos situarmos na leitura e não perdemos nosso foco, estamos estudando o livro de Ezequiel composto de 48 capítulos. Veja em nosso mapa de leitura, a seguir, que ainda estamos no primeiro capítulo “I”, agora na segunda parte “B”, na terceira seção “3”, alínea “e”, estamos no capítulo 16:
I. JULGAMENTO SOBRE JUDÁ E JERUSALÉM (1.1-24.27).
B. A segunda série de visões, a vocação, os atos simbólicos e os discursos relacionados de Ezequiel (8.1-24.27).
3. Discursos relacionados (12.21-24.27) - continuação.
e. Jerusalém como uma criança e uma prostituta (16.1-63).
Neste longo capítulo de 63 versículos, estaremos vendo Jerusalém como uma criança indesejada, o seu resgate e, por fim, ela como prostituta.
Ezequiel contou a história de uma criança não desejada, o seu resgate, o seu casamento e a infidelidade dela. Oseias, também, usou o casamento como urna analogia do relacionamento de aliança entre Deus e Israel (Os 1-3), e essa mesma analogia foi também usada no Novo Testamento (Ef 5.22-33; Ap 19.7; 21.2,9).
O discurso de Ezequiel parece possuir um tom judicial; ele relata a acusação de Deus contra a nação desde os tempos mais antigos até os seus dias.
E a palavra de Deus continua, invariavelmente, vindo ao filho do homem, dizendo para ele conhecer a Jerusalém e aos seus atos abomináveis.
Ele começa falando da origem da cidade. Jerusalém tinha uma origem pagã; seus habitantes anteriores aos israelitas eram descritos alternativamente como amorreus, cananeus, jebuseus e heteus (v 45; Gn 10.15-16; Js 10.5; Jz 19.11-12; 2Sm 5.6).
Nesse sentido, a cidade não era diferente dos próprios patriarcas que descendiam de arameus pagãos (Dt 26.25, Js 24.14).
Ele descreve o dia de seu nascimento como um filho indesejado ou como um que está para ser lançado fora, para ver a morte e não ter continuidade a sua vida, Ninguém teve o mínimo cuidado com ela e foi lançada fora no campo, pois dela sentiram nojo;
Ela foi abandonada para morrer. De acordo com os documentos do antigo Oriente Próximo, o abandono ou a exposição de crianças aos elementos da natureza eram práticas comuns no mundo antigo, especialmente quando essas crianças eram indesejadas, deformadas ou doentias. Em Israel, essas atrocidades eram condenadas.
Quem a viu abandonada e lhe prestou socorro porque dela se apiedou foi o Senhor e assim ele lhe deu os primeiros cuidados para que crescesse.
Ele a fez multiplicar-se como o renovo do campo e ela começou a crescer. A criança indesejada cresceu até atingir formosa maturidade. O desenvolvimento dos seios (Ez 23.3) e dos pelos pubianos assinalava a sua puberdade; mais tarde ela atingiu a idade própria para casar-se e foi ficando formosa, atraente e desejável.
Novamente o Senhor passando por ela a viu agora na sua fase de amores e toda oferecida aos seus admiradores. O que o Senhor estendeu sobre ela o seu manto e cobriu a sua nudez.
O fato de um homem cobrir a mulher com o seu manto simbolizava o casamento (Rt 3.9). A mulher permaneceria coberta para todos, exceto para o seu marido (cf. Dt 22.30 onde a frase "profanar o leito de seu pai" significa literalmente "levantar a aba do manto de seu pai").
Após isso entrou em aliança com ela por meio de seu juramento e firmou-se um pacto. Provavelmente urna alusão à formulação básica do relacionamento da aliança "serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo" - Lv 2612; Jr 7.12, 11 14; 30.22; Ez 36.28; Os 1.9. (Para uma melhor compreensão da questão do juramento divino, veja Gn 15.7-21; 26.3; Dt 1.18.).
Dos versos de 9 ao 14, ele vai dizer que cuidou e amparou dela a ponto de ela se tornar rainha. A enjeitada recebeu todo o cuidado que lhe faltara por ocasião do nascimento e muito mais. Sua vida, sua posição na vida, sua saúde e beleza derivavam-se todas da dádiva graciosa daquele que a havia escolhido. Seria interessante, nesse momento, compare esse texto com Ap 17.4.
Dos versos de 15 ao 19, ela, confiando em sua formosura, se deixou corromper-se e se prostituiu. Tudo que a rainha havia recebido do seu amoroso marido e rei foi utilizado em malícia e promiscuidade. Contraste "e passaste a ser minha" (v. 8) com "para seres dele" (v. 15).
As atitudes dela demonstram a irracionalidade do pecado. Não poderia haver nenhuma razão válida para esse tipo de comportamento (veja Dt 6.10-12).
De tudo que lhe foi dado, ela usou não para se conservar, nem para se manter íntegra, mas para se exibir e atrair amantes. Até mesmo o pão, a flor de farinha, o azeite e o mel pois diante dela em cheiro suave, mas não para o Senhor.
Se não bastasse isso tudo, ainda os filhos dela com o Senhor foram lançados em sacrifícios para serem devorados pelas chamas. Em Jerusalém essas práticas estavam associadas ao vale de Hinom, ao sul da cidade. (Sobre o sacrifício de crianças em Israel e nas nações vizinhas, veja o v. 36; 20.31; Gn 22.2,13; Lv 18.21; 20.2-5; Dt 12.31; 18 10; 2Rs 16.3; 17.17; 21.6; 23.10; 2Cr 28.3; 33.6; Sl 106.37-38; Jr 32.35; Mq 6.7).
Ainda não satisfeita com suas prostituições e sacrifícios e amantes construiu uma câmara abobadada e lugares altos em todas as praças para se fazer mais abominável a sua formosura. Começou a alargar os seus passos para se envolver com quem por ela passava e foi se prostituindo. Prostituiu-se com os egípcios, com os assírios e nem assim se fartou em seus desejos, pelo contrário sua alma parecia querer mais e mais o pecado.
O mesmo se dá com quem flerta com o pecado e se deixa envolver-se achando que será somente aquela vez. O envolvimento acaba levando a pessoa a se afundar cada vez mais. Quem deu o seu dedinho mínimo ao diabo, logo terá os outros dedos envolvidos, um a um e depois a mão, antebraço, braço, tronco, cabeça e todo o corpo envolvido com o inferno.
E o que dizer daqueles que querem apenasmente dar uma “experimentadinha” para saber como é e depois sair fora? Cuidado!
Você nunca experimentou uma droga? - Não experimente!
Você nunca experimentou sexo antes do casamento? - Não experimente!
Você nunca experimentou álcool - Não experimente!
Você nunca experimentou sexo proibido por Deus: com animais, entre pessoas do mesmo sexo, com vegetais, sozinho, etc.? - Não experimente!
Você nunca experimentou algo proibido por Deus? - Não experimente!
Tira isso da sua cabeça!
Você não estará perdendo nada!
Quem experimenta, abre uma porta, uma porta que não precisava de jeito algum de ser aberta, uma porta que poderá te aborrecer para sempre, uma porta que poderá ser a tua ruína - uma porta que não precisava de ser aberta!
Agora, se você não tem Deus ou tem, mas não está nem aí, abra tantas portas quanto quiser... Experimente tudo, mas saiba que de todas as coisas terás de prestar contas a quem te deu o dom da vida e o teu corpo não para ser um cavalo, mas templo de Deus e morada do Espírito Santo.
Feita essa pequena pausa sobre não experimentar as coisas proibidas por Deus em suas leis e alianças, voltemos aos versos 26 ao 29 que continua a falar da prostituição, do caminho depravado e das prostituições.
O fracasso de Israel em obedecer a Deus não se restringia apenas à área da idolatria. Alianças estrangeiras evidenciavam o fracasso em confiar em Deus durante os períodos de dificuldade política e representavam uma quebra da lealdade e fidelidade ao Senhor. Compare com 23.7; 29.16; Is 7-8; 30-31; Jr 2.36-37; 22.20-22; Lm 1.19; Os 7.11-13; 8.9.
O cronista se mostra particularmente preocupado em enfatizar esse ponto em sua história de Israel (2Cr 14.9-15; 16.1-9; 19.1-2; 20.1-37; 25.6-8; 28.1-36).
Ela fala no verso 26 dos grandes membros dos egípcios que representa mesmo uma tradução literal. Com frequência, as estátuas e os ícones de fertilidade no antigo Oriente Próximo exibiam uma genitália exagerada.
Essa multiplicação das suas prostituições estava atrelada ao seu coração fraco e desenfreado – vs. 30. Ela era tão lasciva que nem ao menos cobrava como fazem as prostitutas, antes pagava para seus amores e amantes para se relacionarem com ela.
Então o profeta fala claramente para que a prostituta ouça, para que a meretriz abra os seus ouvidos para ouvir e ele diz que sua lascívia tinha se derramado como água e sua nudez tinha sido descoberta pelos seus amantes por causa dos ídolos das suas abominações e do sangue dos seus filhos que Deus lhe deu – vs. 36.
Portanto, por isso, o Senhor haveria de juntar todos os seus amantes contra ela. Jerusalém buscou a lealdade e afeição de outros amantes, mas estes seriam os instrumentos de sua humilhação e castigo. Compare com Ap 17.15-17. As nações procederam traiçoeiramente para com Jerusalém.
Embora tivessem sido os agentes mediante os quais Deus puniu o seu povo, essas nações seriam punidas pelas suas ações (cap. 25; Is 10.5,12; Zc 1.14-15). A degradação pública pela exposição da nudez de prostitutas e adúlteras é mencionada também em Jr 13.22,26; Os 2.10; Na 3.5.
O Senhor (reflita sobre a ira de um marido ciumento em Pv 6.34) promete então um julgamento para ela à semelhança do julgamento das adúlteras, conforme à lei. Os amantes da mulher se apossariam de sua riqueza e vestimentas deixando-a tão nua e desprovida como no início da história. Ela seria coberta de sangue, não do seu nascimento (v. 6), mas dos seus ferimentos. A penalidade máxima para o adultério era a morte por apedrejamento (Lv 20.10; Dt 22.21-24; Jo 7.53-8.11).
Ainda assim, Deus a entregaria nas mãos dos seus inimigos que derribariam a câmara abobadada, demoliria os lugares altos, despiriam os seus vestidos e tomariam as suas joias, deixando nua e descoberta.
Após isso, fariam subir uma hoste contra ela para apedrejá-la, para traspassá-la com suas espadas, queimar as suas casas com fogo e executar juízos contra ela, à vista de muitas mulheres e assim seria feito o seu fim como meretriz que paga os seus clientes ao invés de receber a sua paga.
Uma grande parte de Jerusalém foi mesmo queimada pelo exército babilônio (Jr 39.8; cf. Jr 32.29; 34.22; 37.8; 38.18). Somente assim, estaria garantida a satisfação do furor do Senhor contra ela e o afastamento dos seus legítimos ciúmes, fazendo com que se aquietasse e não mais se indignasse- vs. 42.
Já no verso 43, o Senhor retoma a sua ameaça baseada no comportamento da meretriz que o provocou à ira, fazendo, portanto, recair sobre a sua própria cabeça, os seus próprios caminhos, principalmente por ter ela juntado a infidelidade a todas as suas abominações.
Ezequiel gostava de basear os seus oráculos em provérbios populares (12.21-28; 18.1-2). No verso 44, ele fala de um deles que dizia “tal mãe, tal filha”, isso é, geração após geração, os habitantes de Jerusalém foram infiéis ao Senhor.
Dos versos 45 ao 48, ele fala da mãe dela que tinha nojo do marido e de seus filhos e que era irmã daquelas que tinham nojo de seus respectivos maridos e filhos e declara a origem de sua mãe e pai, isto é, a mãe hetéia e o pai amorreu. Uma de suas irmãs, Samaria, habitando à sua esquerda, juntamente com suas filhas e a irmã menor, era Sodoma, que habitava à sua direita. O triste é que ela se corrompeu ainda mais que suas irmãs em todos os seus caminhos. O Senhor jura por ele mesmo que Sodoma, sua irmã, e suas filhas não fizeram tantas abominações como ela e suas filhas.
A depravação moral dos heteus e amorreus era terrível, mas Jerusalém estava se tornando pior ainda.
No verso 49, Deus fala dos pecados de Sodoma, sua irmã:
·         Soberba.
·         Fartura de pão.
·         Próspera ociosidade.
·         Descaso com o pobre e o necessitado.
·         Prática de abominações diante do Senhor.
Geralmente pensamos nos pecados de Sodoma como transgressões sexuais (Gn 19.5-9), mas Ezequiel denunciou a cidade pelo seu materialismo e negligência para com os necessitados (embora "abominações" - vs. 50 - pudessem incluir pecados sexuais).
Em Mt 11.23-24, Jesus fez uma comparação semelhante com Cafarnaum. Os pecados de Jerusalém haviam excedido os pecados das duas irmãs: Samaria e Judá (Sodoma).
Ez 16:1 Ainda veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
Ez 16:2 Filho do homem, faze conhecer a Jerusalém
seus atos abomináveis;
Ez 16:3 e dize:
Assim diz o Senhor Deus a Jerusalém:
A tua origem e o teu nascimento
procedem da terra dos cananeus.
Teu pai era amorreu, e a tua mãe hetéia.
Ez 16:4 E, quanto ao teu nascimento, no dia em que nasceste
não te foi cortado o umbigo, nem foste lavada com água,
para te alimpar;
nem tampouco foste esfregada com sal,
nem envolta em faixas;
Ez 16:5 ninguém se apiedou de ti para te fazer alguma destas coisas,
compadecido de ti; porém foste lançada fora no campo,
pelo nojo de ti, no dia em que nasceste.
Ez 16:6 E, passando eu por ti, vi-te banhada no teu sangue, e disse-te:
Ainda que estás no teu sangue, vive; sim, disse-te:
Ainda que estás no teu sangue, vive.
Ez 16:7 Eu te fiz multiplicar como o renovo do campo. E cresceste,
e te engrandeceste, e alcançaste grande formosura.
Formaram-se os teus seios e cresceu o teu cabelo;
contudo estavas nua e descoberta.
Ez 16:8 Então, passando eu por ti, vi-te,
e eis que o teu tempo era tempo de amores;
e estendi sobre ti a minha aba, e cobri a tua nudez;
e dei-te juramento, e entrei num pacto contigo,
diz o Senhor Deus, e tu ficaste sendo minha.
Ez 16:9 Então te lavei com água, alimpei-te do teu sangue
e te ungi com óleo.
Ez 16:10 Também te vesti de bordados,
e te calcei com pele de dugongo, cingi-te de linho fino,
e te cobri de seda.
Ez 16:11 Também te ornei de enfeites, e te pus braceletes nas mãos
e um colar ao pescoço.
Ez 16:12 E te pus um pendente no nariz, e arrecadas nas orelhas,
e uma linda coroa na cabeça.
Ez 16:13 Assim foste ornada de ouro e prata,
e o teu vestido foi de linho fino, de seda e de bordados;
de flor de farinha te nutriste, e de mel e azeite;
e chegaste a ser formosa em extremo,
e subiste até a realeza.
Ez 16:14 Correu a tua fama entre as nações,
por causa da tua formosura, pois era perfeita,
graças ao esplendor que eu tinha posto sobre ti,
diz o Senhor Deus.
Ez 16:15 Mas confiaste na tua formosura,
e te corrompeste por causa da tua fama;
e derramavas as tuas prostituições sobre todo o que passava,
para seres dele.
Ez 16:16 E tomaste dos teus vestidos e fizeste lugares altos adornados
de diversas cores, e te prostituíste sobre eles,
como nunca sucedera, nem sucederá.
Ez 16:17 Também tomaste as tuas belas jóias feitas do meu ouro
e da minha prata que eu te havia dado,
e te fizeste imagens de homens, e te prostituíste com elas;
Ez 16:18 e tomaste os teus vestidos bordados, e as cobriste;
e puseste diante delas o meu azeite e o meu incenso.
Ez 16:19 E o meu pão que te dei, a flor de farinha,
e o azeite e o mel, com que eu te sustentava,
também puseste diante delas em cheiro suave,
diz o Senhor Deus.
Ez 16:20 Além disto, tomaste a teus filhos e tuas filhas,
que me geraras, e lhos sacrificaste,
para serem devorados pelas chamas.
Acaso foi a tua prostituição de tão pouca monta,
Ez 16:21 que havias de matar meus filhos
e lhos entregar, fazendo os passar pelo fogo?
Ez 16:22 E em todas as tuas abominações, e nas tuas prostituições,
não te lembraste dos dias da tua mocidade,
quando tu estavas nua e descoberta,
e jazias no teu sangue.
Ez 16:23 E sucedeu, depois de toda a tua maldade
(ai, ai de ti! diz o Senhor Deus),
Ez 16:24 que te edificaste uma câmara abobadada,
e fizeste lugares altos em todas as praças.
Ez 16:25 A cada canto do caminho edificaste o teu lugar alto,
e fizeste abominável a tua formosura,
e alargaste os teus pés a todo o que passava,
e multiplicaste as tuas prostituições.
Ez 16:26 Também te prostituíste com os egípcios,
eus vizinhos, grandemente carnais;
e multiplicaste a tua prostituição,
para me provocares à ira.
Ez 16:27 Pelo que estendi a minha mão sobre ti,
e diminuí a tua porção;
e te entreguei à vontade dos que te odeiam,
das filhas dos filisteus,
as quais se envergonhavam do teu caminho depravado.
Ez 16:28 Também te prostituíste com os assírios,
porquanto eras insaciável;
contudo, prostituindo-te com eles,
nem ainda assim ficaste farta.
Ez 16:29 Demais multiplicaste as tuas prostituições
na terra de tráfico, isto é, até Caldéia,
e nem ainda com isso te fartaste.
Ez 16:30 Quão fraco é teu coração, diz o Senhor Deus,
fazendo tu todas estas coisas,
obra duma meretriz desenfreada,
Ez 16:31 edificando a tua câmara abobadada
no canto de cada caminho,
 e fazendo o teu lugar alto em cada rua!
Não foste sequer como a meretriz,
pois desprezaste a paga;
Ez 16:32 tens sido como a mulher adúltera que,
em lugar de seu marido, recebe os estranhos.
Ez 16:33 A todas as meretrizes se dá a sua paga,
mas tu dás presentes a todos es teus amantes;
e lhes dás peitas, para que venham a ti
de todas as partes, pelas tuas prostituições.
Ez 16:34 Assim és diferente de outras mulheres nas tuas prostituições;
pois ninguém te procura para prostituição;
pelo contrário tu dás a paga, e não a recebes;
assim és diferente.
Ez 16:35 Portanto, ó meretriz, ouve a palavra do Senhor.
Ez 16:36 Assim diz o Senhor Deus:
Pois que se derramou a tua lascívia,
e se descobriu a tua nudez nas tuas prostituições
com os teus amantes;
por causa também de todos os ídolos das tuas abominações,
e do sangue de teus filhos que lhes deste;
Ez 16:37 portanto eis que ajuntarei todos os teus amantes,
com os quais te deleitaste,
como também todos os que amaste,
juntamente com todos os que odiaste, sim,
ajuntá-los-ei contra ti em redor,
e descobrirei a tua nudez diante deles,
para que vejam toda a tua nudez.
Ez 16:38 E julgar-te-ei como são julgadas
as adúlteras e as que derramam sangue;
e entregar-te-ei ao sangue de furor e de ciúme.
Ez 16:39 Também te entregarei nas mãos dos teus inimigos,
e eles derribarão a tua câmara abobadada,
e demolirão os teus altos lugares,
e te despirão os teus vestidos,
e tomarão as tuas belas jóias,
e te deixarão nua e descoberta.
Ez 16:40 Então farão subir uma hoste contra ti,
e te apedrejarão,
e te traspassarão com as suas espadas.
Ez 16:41 E queimarão as tuas casas a fogo,
e executarão juízos contra ti, à vista de muitas mulheres;
e te farei cessar de ser meretriz,
e paga não darás mais.
Ez 16:42 Assim satisfarei em ti o meu furor,
e os meus ciúmes se desviarão de ti; t
ambém me aquietarei, e não tornarei mais a me indignar.
Ez 16:43 Porquanto não te lembraste dos dias da tua mocidade,
mas me provocaste à ira com todas estas coisas,
eis que eu farei recair o teu caminho
sobre a tua cabeça diz o Senhor Deus.
Pois não acrescentaste a infidelidade
a todas as tuas abominações?
Ez 16:44 Eis que todo o que usa de provérbios usará contra ti
deste provérbio:
Tal mãe, tal filha.
Ez 16:45 Tu és filha de tua mãe, que tinha nojo de seu marido
e de seus filhos; e tu és irmã de tuas irmãs,
que tinham nojo de seus maridos e de seus filhos.
Vossa mãe foi hetéia, e vosso pai amorreu.
Ez 16:46 E tua irmã maior, que habita à tua esquerda,
é Samária, ela juntamente com suas filhas;
e tua irmã menor, que habita à tua mão direita,
é Sodoma e suas filhas.
Ez 16:47 Todavia não andaste nos seus caminhos,
nem fizeste conforme as suas abominações;
mas, como se isso mui pouco fora,
ainda te corrompeste mais do que elas,
em todos os teus caminhos.
Ez 16:48 Vivo eu, diz o Senhor Deus, não fez Sodoma, tua irmã,
nem ela nem suas filhas, como fizeste tu e tuas filhas.
Ez 16:49 Eis que esta foi a iniqüidade de Sodoma, tua irmã:
Soberba,
fartura de pão,
e próspera ociosidade teve ela e suas filhas;
mas nunca fortaleceu
a mão do pobre e do necessitado.
Ez 16:50 Também elas se ensoberbeceram,
e fizeram abominação diante de mim;
pelo que, ao ver isso, as tirei do seu lugar.
Ez 16:51 Demais Samária não cometeu metade de teus pecados;
e multiplicaste as tuas abominações mais do que elas,
e justificaste a tuas irmãs, com todas
as abominações que fizeste.
Ez 16:52 Tu, também, pois que deste sentença favorável a tuas irmãs,
leva a tua vergonha; por causa de teus pecados,
que fizeste mais abomináveis do que elas,
mais justas são elas do que tu;
confunde-te logo também, e sofre a tua vergonha,
porque justificaste a tuas irmãs.
Ez 16:53 Eu, pois, farei tornar do cativeiro a elas,
a Sodoma e suas filhas, a Samária e suas filhas,
e aos de vós que são cativos no meio delas;
Ez 16:54 para que sofras a tua vergonha, e sejas envergonhada
por causa de tudo o que fizeste, dando-lhes tu consolação.
Ez 16:55 Quanto a tuas irmãs, Sodoma e suas filhas, t
ornarão ao seu primeiro estado;
e Samária e suas filhas tornarão ao seu primeiro estado;
também tu e tuas filhas tornareis ao vosso primeiro estado.
Ez 16:56 Não foi Sodoma, tua irmã, um provérbio na tua boca,
no dia da tua soberba,
Ez 16:57 antes que fosse descoberta a tua maldade?
Agora, de igual modo, te fizeste objeto de opróbrio
das filhas da Síria,
e de todos os que estão ao redor dela,
e para as filhas dos filisteus,
que te desprezam em redor.
Ez 16:58 Pela tua perversidade e as tuas abominações estás sofrendo,
diz o Senhor.
Ez 16:59 Pois assim diz o Senhor Deus:
Eu te farei como fizeste, tu que desprezaste o juramento,
quebrantando o pacto.
Ez 16:60 Contudo eu me lembrarei do meu pacto,
que fiz contigo nos dias da tua mocidade;
e estabelecerei contigo um pacto eterno.
Ez 16:61 Então te lembrarás dos teus caminhos,
e ficarás envergonhada, quando receberes tuas irmãs,
as mais velhas e as mais novas,
e eu tas der por filhas,
mas não por causa do pacto contigo.
Ez 16:62 E estabelecerei o meu pacto contigo,
e saberás que eu sou o Senhor;
Ez 16:63 para que te lembres, e te envergonhes,
e nunca mais abras a tua boca,
por causa da tua vergonha,
quando eu te perdoar tudo quanto fizeste,
diz o Senhor Deus.
Dos versos 50 ao 59, ele continua a falar dos pecados e das consequências dos pecados de Samaria e suas irmãs e compara com os de Jerusalém e vê que esta estaria na frente em abominações.
Se ela fora capaz de ir além de suas irmãs, agora deveria suportar as aflições e juízos contra ela. O que estava fazendo com que sofresse era a sua própria perversidade e práticas de suas próprias abominações desenfreadas. Terrível coisa tinha feito ela ao desprezar o juramento e ao quebrar o pacto com o Senhor – vs. 59.
Contudo, o Senhor ainda haveria de se lembrar de seu pacto que fez com ela na sua mocidade, um pacto eterno – vs. 60. Jerusalém teria novamente mais influência que as suas irmãs. Deus renovaria a sua aliança com ela, e nessa renovação, aumentaria enormemente as bênçãos que lhe conferiria.
Por isso, por causa do Senhor, ela haveria de se lembrar dos seus maus caminhos e iria se envergonhar quando o Senhor lhes der as suas irmãs por filhas, mas não por causa da aliança dela, mas pelos propósitos maiores do Senhor.
Ai, sim, ela se lembrará, se envergonhará e nunca mais falará soberbamente, por causa de seu opróbrio uma vez que será perdoada gratuitamente, pela maravilhosa graça do Senhor. No dia que o Senhor estabelecer a sua aliança com ela, ela saberá que o Senhor é Deus.
Em Cristo Jesus, na figura do Messias, o resgatador e libertador de Israel é que se cumprirá cabalmente essa palavra em sua totalidade. Por hora, Israel rejeita o seu Messias até que se cumpram todos os tempos e profecias e seja revelado o iniquo que será tragado pelo Senhor.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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terça-feira, 14 de abril de 2015

Ezequiel 15:1-8 - A PARÁBOLA DA VIDEIRA.

Para nos situarmos na leitura e não perdemos nosso foco, estamos estudando o livro de Ezequiel composto de 48 capítulos. Veja em nosso mapa de leitura, a seguir, que ainda estamos no primeiro capítulo “I”, agora na segunda parte “B”, na terceira seção “3”, alínea “d”, estamos no capítulo 15:
I. JULGAMENTO SOBRE JUDÁ E JERUSALÉM (1.1-24.27).
B. A segunda série de visões, a vocação, os atos simbólicos e os discursos relacionados de Ezequiel (8.1-24.27).
3. Discursos relacionados (12.21-24.27) - continuação.
d. A parábola da videira (15.1-8).
Neste capítulo estaremos vendo a parábola da vinha. Ezequiel comparou Israel a uma vinha que havia sido podada. Os galhos que foram cortados não serviam para mais nada a não ser serem queimados (cf. Jo 15.2-6).
Começamos, como de costume, com a palavra do Senhor vindo ao seu profeta e dizendo algo para ele para que ele diga aos destinatários e deixe registrado como Escritura para aprendizagem de todos nós. “Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra.” (II Tm 3.16, 17).
Ele faz uma pergunta a Ezequiel sobre o tipo de madeira da videira que se encontra entre as outras árvores do bosque, comparando árvores com nações.
A madeira da videira seria útil para qualquer obra? Ou mesmo dela se usaria para se fazer uma estaca e nela pendurar coisas? Para que serviria a sua madeira?
Ela não se prestava para fazer nenhum objeto útil, nem ao menos um modesto prendedor. Deus relembrou aos exilados que a sua escolha dos israelitas para serem o seu povo não estava baseada em qualquer valor intrínseco que possuíssem, mas dependia somente de sua graça (Dt 7:6-8).
Sendo essa madeira lançada ao fogo, o fogo devora primeiro as suas extremidades, mas o meio fica também queimado e para que serviria isso?  
Essa "chamuscadura" de Israel (uma queimadura de baixo grau que torna enegrecida a madeira) referia-se provavelmente ao exílio parcial que acontecera em 597 a.C. com a deportação de Joaquim e a maior parte da elite de Jerusalém. Veja 1.1-3.
Quando a cidade estava inteira, para nada prestava e agora que já consumida, qual o seu valor? Agora que a madeira/cidade estava danificada ela valia menos ainda. O profeta Zacarias aludiu a essa representação do exílio como um fogo, quando mais tarde ele descreveu o sumo sacerdote como um tição tirado do fogo (Zc 3.2).
Deus promete entregar ao fogo, como seu pasto, toda madeira imprestável, ou seja, os habitantes de Jerusalém – vs. 6.
Ez 15:1 De novo veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
Ez 15:2 Filho do homem,
que mais do que qualquer outro pau é o da videira,
o sarmento que está entre as árvores do bosque?
Ez 15:3 Tema-se dele madeira para fazer alguma obra?
ou toma-se dele alguma estaca,
para se lhe pendurar algum traste?
Ez 15:4 Eis que é lançado no fogo, para servir de pasto;
o fogo devora ambas as suas extremidades,
e o meio dele fica também queimado;
serve para alguma obra?
Ez 15:5 Ora, quando estava inteiro,
não servia para obra alguma;
quanto menos, estando consumido ou carbonizado pelo fogo,
se faria dele qualquer obra?
Ez 15:6 Portanto, assim diz o Senhor Deus:
Como entre as árvores do bosque é o pau da videira,
que entreguei para servir de pasto ao fogo,
assim entregarei os habitantes de Jerusalém.
Ez 15:7 E porei a minha face contra eles;
eles sairão do fogo, mas o fogo os devorará;
e sabereis que eu sou o Senhor,
quando tiver posto a minha face contra eles.
Ez 15:8 Farei da terra uma desolação,
porquanto eles se houveram traiçoeiramente,
diz o Senhor Deus.
Posteriormente, João Batista usou uma imagem semelhante para se referir a Jerusalém, quando o julgamento do exílio fosse cumprido numa dimensão ainda maior, sob o julgamento proferido pelo Messias (Lc 3 9 - E também já está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não dá bom fruto, corta-se e lança-se no fogo. Lucas 3:9).
Assim, a face do Senhor estará com eles e o fogo sairá e consumirá e devorará tudo que vier pela frente. Aqui, neste momento de grande terror e tribulação, é que o povo viria a saber que Deus é o Senhor! – vs. 7 – Quanto tiver posto a sua face contra eles.
A sua promessa incluía fazer da terra uma assolação, mas teve um motivo para isso, e a própria palavra explica, no vs. 8, que eles agiram traiçoeiramente.
Não podemos deixar de refletir também na figura da árvore com que Jesus se comparou. Ele afirmou ser a videira verdadeira, sendo o seu Pai o agricultor, e nós, os seus ramos. Todo ramo, nele, que produzir frutos, ele o limpará para que produza ainda mais, mas do ramo que não produzir frutos, ele o cortará e o lançará no fogo. (Jo 15).
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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