domingo, 19 de abril de 2015
domingo, abril 19, 2015
Jamais Desista
Ezequiel 20:1-49 - A HISTÓRIA E O FUTURO DAS NAÇÕES.
I. JULGAMENTO SOBRE JUDÁ E
JERUSALÉM (1.1-24.27).
B. A segunda série de visões, a
vocação, os atos simbólicos e os discursos relacionados de Ezequiel
(8.1-24.27).
3. Discursos relacionados
(12.21-24.27) - continuação.
i. A história e o futuro das nações (20.1-49).
Neste capítulo, veremos a história e o
futuro das nações. Os anciãos se reuniram cerca de um ano depois da última data
mencionada (8 1; cf. 14.1) para buscar instruções de Ezequiel. O profeta explicou
por que Israel se encontrava naquela condição e o que eles poderiam esperar no
futuro.
Alguns anciãos vieram consultar o Senhor
por meio do profeta Ezequiel e se assentaram diante dele, esperando o que ele
iria falar-lhes. Ezequiel especifica, com precisão a data em questão, no sétimo
ano, no mês quinto, aos dez do mês, ou seja, no dia dez de abe, 14 de agosto de
591 a.C., cinco anos antes do dia em que Jerusalém foi queimada (Jr 52.12-13).
Foi nesse momento que veio ao profeta a
palavra do Senhor que dizia que o Senhor não se deixaria consultar por eles.
O Senhor manda o seu profeta dizer a eles
que ele escolheu a Israel e nesse dia de sua escolha tinha levantado a sua mão
em juramento – vs. 5 - se comprometendo com Israel e cumpriria as suas
promessas (veja Ex 3.6-10; 6.2-8). Seria necessário, portanto, que cada um
lançasse fora as coisas abomináveis que encantavam os olhos e não se contaminassem
com os ídolos do Egito, pois somente o Senhor era Deus.
Esta frase “levantei a minha mão para eles,
jurando” será ainda repetida várias vezes nesse capítulo (veja os vs. 5, 6, 15,
23, 28,42).
Era de se esperar que obedeceriam ao
Senhor, principalmente depois de tantas manifestações de seu poder e majestade,
no entanto – vs. 8 – se rebelaram contra o Senhor e não quiseram ouvi-lo. Destarte,
não lançaram de si cada um as suas coisas abomináveis que encantavam os seus
olhos, nem deixaram os ídolos do Egito.
O Pentateuco não relata nenhum detalhe
sobre a vida religiosa dos israelitas durante o seu período de escravidão no
Egito, mas é provável que tenham assimilado a religião da cultura hospedeira
assim como fariam mais tarde em Canaã. O incidente do bezerro de ouro (Êx 32)
refletiu a idolatria no Egito (veja 23.3; Js 24.14).
Por conta disso, sobre eles, o Senhor
derramaria a sua ira, o seu furor na terra do Egito. Ainda assim, por amor ao
seu nome, o Senhor os tirou do Egito para não ser profanado entre as nações no
meio das quais estavam e ele se tinha dado a conhecer. O Senhor então os tira
do Egito e os leva ao deserto – vs. 10.
E ai lhes deu os seus estatutos – vs. 11. A
dádiva graciosa de Deus para Israel; um modo de vida (Dt 4.40; 32.46-47; Js
1.7-8). Seria interessante e produtivo para nosso estudo que fossem lidos,
conforme sugestão da BEG, os artigos teológicos “A lei de Deus”, em Ex 20, e “Os
três usos da lei”, em SI 119.
E também lhes deu os sábados – vs. 12. O
sábado (20.13,16 21.24) era uma lei única e singular de Israel; era um
componente que representava toda a lei e um tema importante em Ezequiel
(22.8,26; 23.38; 44.24; cf. Ne 13.18; Is 56.2,4, 6; Jr 17.19-27).
Ele lhes deu os seus estatutos, e lhes
mostrou as suas ordenanças para o homem viver, se as cumprir e lhes deu o
sábado, para servir de sinal entre Deus e eles; a fim de que soubessem que ele
era o Senhor que os santificava – vs. 11 e 12.
No entanto, Israel se rebelou – vs. 13. A
primeira geração no deserto rebelou-se contra Deus (Ex 17.2; Nm 14.18; 16-17;
20.10,24; 25; 26.9; 27 14; Dt 1.26,43; 9.7; 31.27):
·
Não
andando nos seus estatutos.
·
Rejeitando
as suas ordenanças.
·
Profanando
grandemente os seus sábados.
Seria por isso que Deus derramaria sobre
eles o seu furor no deserto para consumi-los – vs. 13. Mas, não o fez por amor
do seu nome para não ser profanado entre as nações perante as quais os tinha
feito saírem do Egito.
Até ao verso 22, ele continuará falando dessa
rejeição de Israel por ele por parte daqueles daquela geração e por parte da
geração também de seus filhos que imitariam os seus pais e não obedeceriam ao
Senhor que lhes estaria propondo a vida, para ser exemplo às nações.
Para que servissem de sinal entre Deus e o
povo e para que todos soubessem que o Senhor era Deus, sua proposta simples a
eles seria – vs. 19 e 20:
·
Que
andassem em seus estatutos.
·
Que
guardassem as suas ordenanças e as executassem.
·
Que
santificassem os seus sábados.
A proposta tinha sido feita aos pais no
deserto e depois, ainda no deserto, aos filhos, mas ninguém atendeu ou quis
saber.
Foi ai que, no deserto, jurou o Senhor. A
ameaça de exílio já existia antes que o povo entrasse na Terra Prometida (Dt
28.64-67; Lv 26.32-35; veja SI 106.26.) Moisés predisse que, uma vez lá, eles
se rebelariam contra o Senhor Dt 31.27,29; cf. 31.15-29).
Além disso, o Senhor lhes deu estatutos que
não eram bons e ordenanças pelas quais não poderiam viver e os deixou se
contaminarem em seus próprios dons a ponto de fazerem passar pelo fogo os seus
filhos para assolá-los e saberem que o Senhor é que é Deus. Compare com Rm
1.24-32. A lei era uma dádiva graciosa de Deus (vs. 11), mas essa lei, quando
pervertida, trazia a morte.
Ezequiel aparentemente considerava o
sacrifício infantil em Israel como uma perversão das leis relativas aos
primogênitos em Ex 13.1-16; 22.29; 34.19-20; Nm 18.15-16. O primogênito
pertencia ao Senhor e era sacrificado (Nm 18.17-19), embora as crianças e
alguns animais devessem ser redimidos. (16.20-21).
Ele continua a dizer para Ezequiel lhes
falar e dizer como aquela geração de seus pais o blasfemaram, agindo
traiçoeiramente para com o Senhor que os havia introduzido na terra, conforme
suas promessas– vs. 27.
Na Terra Prometida, que Deus os
introduzira, o que fizeram? Olharam para todo outeiro alto e para toda árvore
frondosa para ali oferecerem seus sacrifícios e apresentarem ali suas ofertas
de provocação e ali colocarem os seus cheiros suaves e ainda derramarem suas
libações.
O escritor de Reis avaliava quase todos os
reis de Judá pelo que haviam feito (ou deixado de fazer) a respeito dos lugares
altos ao redor de Jerusalém (p. ex., as reformas de Josias, em 2Rs 23).
Dos versos 29 ao 31, o Senhor elencando
esses motivos, se recusa a ser consultado por eles. Que razão teria para consultá-lo
quando na verdade o haviam rejeitado desde o início? E o Senhor jura que não
permitira ser consultado por eles, pois ali estavam apenas de forma interessada
e descompromissada.
Ainda assim, o Senhor os avisa que o que
veio ao seu espírito de alguma maneira se sucederia. O desejo maligno deles era
de ser como as outras nações, ao invés de serem modelos a elas – vs. 32 ao 38.
Isso reflete 1 Sm 8 20; o povo havia rejeitado a Deus (vs. 7-8). Mas assim como
Deus não abandonara as gerações anteriores do seu povo, de modo que, por meio
de Ezequiel ele prometeu um novo êxodo e um retorno à experiência do deserto.
Assim como somente os fiéis e obedientes
dentre aqueles da geração do deserto atravessaram o rio e entraram na terra (Nm
14.30,38), assim Deus novamente purificaria a nação para levar um povo fiel
para a Terra Prometida.
No verso 33, o Senhor faz um juramento, com
mão forte e com braço estendido e com indignação derramada, de que ainda assim
reinaria sobre eles. Por isso os tiraria dentre os povos e os congregaria dos
países nos quais foram espalhados, novamente, com mão forte, e com braço
estendido, e com indignação derramada e os levaria ao deserto dos povos – vs.
35. Possivelmente o deserto da Arábia, que margeava as nações onde Israel estava
exilado. Israel seria julgado no deserto, assim como acontecera com a geração
do deserto.
E como o Senhor tinha entrado em juízo
contra os seus pais no deserto, na terra do Egito, assim, entraria, no deserto
contra eles onde também faria passá-los debaixo do seu cajado. Uma alusão à
contagem dos animais para a separação do dízimo (Lv 27.32-33); sugere ainda que
um décimo seria poupado (cf. Is 6.13).
Sendo assim, ocorreria a separação entre os
rebeldes e os que transgridem contra ele e à terra de Israel, não voltariam e
somente assim, saberiam que o Senhor é Deus – vs. 38.
O tempo era mesmo de se entregarem ao
pecado porque estavam – vs. 39 - no auge da insensatez e da rebeldia, mas o
Senhor promete que mais tarde haveriam de ouvi-lo e já não mais iriam profanar
o santo nome do Senhor com suas dádivas e ídolos.
O objetivo das catástrofes que
periodicamente atingiram Israel era produzir um remanescente purificado,
purgado e fiel.
Esse remanescente fiel e purificado adoraria
no santo monte de Deus (SI 43.3; 48.1; 87.1; 99.9, Is 11.9; 27.13; 56.7; 57.13;
65.11,25; 66.20; Zc 8.3). A glória e a graça de Deus estão no fato de que ele
lida conosco não de acordo com o que os nossos pecados merecem, mas com
misericórdia (20.44; Ed 9.13; Jó 33.27; SI 103.10; Lm 3.22-23,31-33).
A igreja do Senhor Jesus Cristo é resultado
dessa escolha pelos remanescentes. De um grande total de milhares e milhões,
somente poucos iriam ouvir e obedecer e se tornar, pela graça e misericórdia de
Deus, o seu povo obediente.
Dos versos 45 ao 49, encerrando este
capítulo, ele profetiza contra o sul, ou seja, de forma específica contra
Jerusalém, conforme consta em 21.1-5. Tanto aqui como em 21.4, o desastre vem
"do sul para o norte" e não pode ser impedido (v. 48; 21.5).
A ameaça veio da Babilônia e Israel estava
ao sul. O desastre era comumente retratado como vindo do norte (Jó 37.22; Is
14.31; 41.25; Jr 1.13-15; 4.6; 6.1,22; 10.22; 13.20; 25.9; 47.2; 50.9,41;
51.48; J12. 20; Zc 6.8).
no sétimo
ano, no mês quinto, aos dez do mês,
que
vieram alguns dos anciãos de Israel,
para
consultarem o Senhor;
e
assentaram-se diante de mim.
Ez 20:2 Então veio a mim a palavra do
Senhor, dizendo:
Ez 20:3 Filho
do homem, fala aos anciãos de Israel,
Ez 20:5 e
dize-lhes:
Assim
diz o Senhor Deus:
Vós
vindes consultar-me,
Vivo
eu, que não me deixarei ser consultado de vós,
diz
o Senhor Deus.
Ez 20:4 Acaso
os julgarás,
faze-lhes
saber as abominações de seus pais; e dize-lhes:
Assim
diz o Senhor Deus:
No dia em que
escolhi a Israel,
levantei
a minha mão para a descendência da casa de Jacó,
e
me deu a conhecer a eles na terra do Egito,
quando
levantei a minha mão para eles, dizendo:
Eu
sou o Senhor vosso Deus.
Ez 20:6
Naquele dia levantei a minha mão para eles,
jurando
que os tiraria da terra do Egito
para
uma terra que lhes tinha espiado,
que
mana leite e mel,
a
qual é a glória de todas as terras.
Ez 20:7 Então lhes disse:
Lançai de
vós, cada um, as coisas abomináveis
que
encantam os seus olhos, e não vos contamineis
com
os ídolos do Egito;
eu
sou o Senhor vosso Deus.
Ez 20:8 Mas
rebelaram-se contra mim, e não me quiseram ouvir;
não
lançaram de si, cada um, as coisas abomináveis
que
encantavam os seus olhos,
nem
deixaram os ídolos de Egito;
então
eu disse que derramaria sobre eles o meu furor,
para
cumprir a minha ira contra eles
no
meio da terra do Egito.
Ez 20:9 O que
fiz, porém, foi por amor do meu nome,
para
que não fosse profanado à vista das nações,
no
meio das quais eles estavam,
a
cujos olhos eu me dei a conhecer a eles,
tirando-os
da terra do Egito.
Ez 20:10
Assim os tirei da terra do Egito, e os levei ao deserto.
Ez 20:11 E
dei-lhes os meus estatutos,
e lhes
mostrei as minhas ordenanças,
pelas
quais o homem viverá, se as cumprir.
Ez 20:12
Demais lhes dei também os meus sábados,
para
servirem de sinal entre mim e eles;
a
fim de que soubessem que eu sou o Senhor
que
os santifica.
Ez 20:13 Mas
a casa de Israel se rebelou contra mim no deserto,
não
andando nos meus estatutos,
e
rejeitando as minhas ordenanças,
pelas
quais o homem viverá, se as cumprir;
e profanaram
grandemente os meus sábados;
então
eu disse que derramaria sobre eles
o
meu furor no deserto, para os consumir.
Ez 20:14 O
que fiz, porém, foi por amor do meu nome,
para
que não fosse profanado à vista das nações
perante
as quais os fiz sair.
Ez 20:15 E,
contudo, eu levantei a minha mão para eles no deserto,
jurando
que não os introduziria na terra que lhes tinha dado,
que
mana leite e mel,
a
qual é a glória de todas as terras;
Ez 20:16
porque rejeitaram as minhas ordenanças,
e
não andaram nos meus estatutos,
e
profanaram os meus sábados;
pois
o seu coração andava após os seus ídolos.
Ez 20:17 Não
obstante os meus olhos os pouparam
e
não os destruí nem os consumi de todo no deserto.
Ez 20:18 Mas
disse eu a seus filhos no deserto:
Não
andeis nos estatutos de vossos pais,
nem
guardeis as suas ordenanças,
nem
vos contamineis com os seus ídolos.
Ez 20:19 Eu
sou o Senhor vosso Deus;
andai
nos meus estatutos, e guardai as minhas ordenanças,
e
executai-os
Ez 20:20 E
santificai os meus sábados;
e
eles servirão de sinal entre mim e vós
para
que saibais que eu sou
o
Senhor vosso Deus.
Ez 20:21 Mas
também os filhos se rebelaram contra mim;
não
andaram nos meus estatutos
nem
guardaram as minhas ordenanças para as praticarem,
pelas
quais o homem viverá, se as cumprir;
profanaram
eles os meus sábados;
por
isso eu disse que derramaria sobre eles
o
meu furor, para cumprir contra eles
a
minha ira no deserto.
Ez 20:22
Todavia retive a minha mão,
e
procedi por amor do meu nome,
para
que não fosse profanado à vista das nações,
a
cujos olhos os fiz sair.
Ez 20:23
Também levantei a minha mão para eles no deserto,
jurando
que os espalharia entre as nações,
e
os dispersaria entre os países;
Ez 20:24
porque não haviam executado as minhas ordenanças,
mas
rejeitaram os meus estatutos,
e
profanaram os meus sábados,
e
os seus olhos se iam após os ídolos de seus pais.
Ez 20:25
Também lhes dei estatutos que não eram bons,
e
ordenanças pelas quais não poderiam viver;
Ez 20:26 e os
deixei contaminar-se em seus próprios dons,
nos
quais faziam passar pelo fogo todos
os
que abrem a madre, para os assolar,
a
fim de que soubessem que eu sou o Senhor.
Ez 20:27 Portanto fala à casa de Israel,
ó filho do homem, e dize-lhe:
Assim diz o
Senhor Deus:
Ainda
nisto me blasfemaram vossos pais,
que
procederam traiçoeiramente para comigo;
Ez 20:28 pois
quando eu os havia introduzido na terra
a
respeito da qual eu levantara a minha mão,
jurando
que lha daria,
então olharam
para todo outeiro alto,
e
para toda árvore frondosa,
e
ofereceram ali os seus sacrifícios,
e
apresentaram ali a provocação das suas ofertas;
puseram
ali os seus cheiros suaves,
e
ali derramaram as suas libações.
Ez 20:29 E eu lhes disse:
Que significa
o alto a que vós ides?
Assim
o seu nome ficou sendo Bamá, até o dia de hoje.
Ez 20:30 Portanto dize à casa de Israel:
Assim diz o
Senhor Deus: Acaso vós vos contaminais a vós mesmos,
à
maneira de vossos pais?
e vos prostituís com as suas abominações?
Ez 20:31 E,
ao oferecerdes os vossos dons,
quando
fazeis passar os vossos filhos pelo fogo,
vós
vos contaminais com todos os vossos ídolos, até hoje.
E
eu hei de ser consultado por vós, ó casa de Israel?
Vivo eu, diz
o Senhor Deus,
que
não serei consultado de vós.
Ez 20:32 E o
que veio ao vosso espírito de maneira alguma sucederá,
quando
dizeis:
Sejamos
como as nações, como as tribos dos países,
servindo
ao madeiro e à pedra.
Ez 20:33 Vivo
eu, diz o Senhor Deus, certamente com mão forte,
e
com braço estendido, e com indignação derramada,
hei
de reinar sobre vós.
Ez 20:34 E
vos tirarei dentre os povos,
e
vos congregarei dos países nos quais fostes espalhados,
com
mão forte, e com braço estendido,
e
com indignação derramada;
Ez
20:35 e vos levarei ao deserto dos povos;
e
ali face a face entrarei em juízo convosco;
Ez 20:36 como
entrei em juízo com vossos pais,
no
deserto da terra do Egito,
assim
entrarei em juízo convosco, diz o Senhor Deus.
Ez 20:37
Também vos farei passar debaixo da vara,
e
vos farei entrar no vínculo do pacto;
Ez 20:38 e
separarei dentre vós os rebeldes,
e
os que transgridem contra mim;
da
terra das suas peregrinações os tirarei,
mas
à terra de Israel não voltarão;
e
sabereis que eu sou o Senhor.
Ez 20:39
Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor Deus:
Ide,
sirva cada um os seus ídolos;
contudo
mais tarde me ouvireis e não profanareis
mais o meu
santo nome com as vossas dádivas
e
com os vossos ídolos.
Ez 20:40 Pois
no meu santo monte, no monte alto de Israel,
diz
o Senhor Deus, ali me servirá toda a casa de Israel,
toda
ela, na terra; ali vos aceitarei,
e
ali requererei as vossas ofertas,
e
as primícias das vossas oblações,
com
todas as vossas coisas santas.
Ez 20:41 Como
cheiro suave vos aceitarei,
quando
eu vos tirar dentre os povos
e
vos congregar dos países em que fostes
espalhados;
e serei santificado
em
vós à vista das nações.
Ez 20:42 E
sabereis que eu sou o Senhor,
quando
eu vos introduzir na terra de Israel,
no
país a respeito do qual levantei a minha mão,
jurando
que o daria a vossos pais.
Ez 20:43 Ali
vos lembrareis de vossos caminhos,
e
de todos os vossos atos com que vos tendes contaminado;
e
tereis nojo de vós mesmos,
por causa de
todas as vossas maldades que tendes cometido.
Ez 20:44 E
sabereis que eu sou o Senhor,
quando
eu proceder para convosco por amor do meu nome,
não
conforme os vossos maus caminhos,
nem
conforme os vossos atos corruptos,
ó
casa de Israel, diz o senhor Deus.
Ez 20:45 E veio a mim a palavra do
Senhor, dizendo:
Ez 20:46
Filho do homem, dirige o teu rosto para o caminho do sul,
e
derrama as tuas palavras contra o sul,
e
profetiza contra o bosque do campo do sul.
Ez 20:47 E
dize ao bosque do sul:
Ouve
a palavra do Senhor:
Assim
diz o Senhor Deus:
Eis
que acenderei em ti um fogo que em ti
consumirá
toda árvore verde
e
toda árvore seca;
não
se apagará a chama flamejante,
antes
com ela se queimarão todos os rostos,
desde
o sul até o norte.
Ez 20:48 E
verá toda a carne que eu, o Senhor, o acendi;
não
se apagará.
Ez 20:49 Então disse eu:
Ah Senhor
Deus! eles dizem de mim:
Não
é este um fazedor de alegorias?
O Senhor acabara de falar a ele do mal que
viria contra Jerusalém e que por conta disso haveriam de saber, toda a carne –
vs. 48 – que foi ele o Senhor quem a fez pegar fogo, mas Ezequiel se queixava
ao Senhor de que sua fama era de um alegórico e que por isso estava sendo ridicularizado
e recebendo zombarias – vs. 49. O fato de ser ridicularizado e receber zombaria
eram frequentemente o quinhão do profeta (2Rs 2.23-24; 2Cr 36.16; Mt 20.19;
27.29; 213e 3.3).
...
sábado, 18 de abril de 2015
sábado, abril 18, 2015
Jamais Desista
Ezequiel 19:1-14 - CANTO FÚNEBRE PARA REIS DE ISRAEL.
I. JULGAMENTO SOBRE JUDÁ E
JERUSALÉM (1.1-24.27).
B. A segunda série de visões, a
vocação, os atos simbólicos e os discursos relacionados de Ezequiel
(8.1-24.27).
3. Discursos relacionados (12.21-24.27)
- continuação.
h. Canto fúnebre para os reis de Israel (19.1-14).
Veremos, em seguida, neste capítulo até o
vs. 14, o canto fúnebre para os reis de Israel. Ezequiel apresenta uma alegoria
em forma de poesia hebraica, normalmente utilizada para cantos fúnebres ou
lamentos.
Esse tipo de poesia tem um ritmo ou métrica
especial que os ouvintes identificariam imediatamente. Ezequiel usa esse mesmo
ritmo em 26.17-18; 27.12-19; 28.12-19; 32.2-8.
Foi dito a Ezequiel no primeiro versículo
que ele levantasse uma lamentação sobre os príncipes de Israel falando da leoa
que foi mãe deles no meio dos leõezinhos onde criou os seus filhotinhos.
A nação de Israel ou a cidade de Jerusalém era
tida como mãe em SI 87.5; Is 49.21; 50.1, 54.1; Cl 4.26-27. Fora ela que havia
produzido esses filhotes de leão/reis.
A figura do leão era frequentemente
associada ao reinado davídico (Gn 49.9; 1Rs 10.20; Mq 5.8). O Novo Testamento
aguardava ansiosamente o aparecimento do Leão da tribo de Judá para
restabelecer os estágios finais do reino de Deus (Ap 5.5).
Ela, leoa, criou um de seus filhotinhos, provavelmente
Jeoacaz, filho de Josias, que reinou apenas três meses antes de ser levado para
o Egito como cativo do Faraó Neco em 609 a.C. (2Rs 23.30-35; 2Cr 36 2-4).
Ele reinou pouco tempo, mas aprendeu a apanhar
presas e a devorar homens. As nações ouviram falar dele, mas ai ele foi
apanhado na cova delas e foi levado com ganchos à terra do Egito.
Então, vendo que havia esperado em vão pelo
seu filhotinho levado cativo e assim com ele toda esperança, tomou outro de
seus filhotinhos – vs. 5 - provavelmente Joaquim.
Ezequiel não inclui qualquer menção de
Jeoaquim em seu livro. Segundo Reis não menciona exílio para Jeoaquim (2Rs
23.36-24.7; cf. 2Cr 36.5-8); aparentemente, ele morreu em Jerusalém.
Igualmente ao outro leãozinho, o primeiro,
que foi deportado para o Egito, este aprendeu também a apanhar presas e a devorar
homens. Ele fez grandes devastações nos seus palácios, destruiu cidades,
assolou a terra por causa do som de seu rugido.
Acabou despertando o furor das pessoas das províncias
ao seu redor e estenderam sobre ele a rede e foi também apanhado na cova delas,
onde com ganchos foi aprisionado numa jaula.
A ira de Nabucodonosor caiu sobre Joaquim
por causa da rebelião do seu pai, Jeoaquim. Ezequiel descreve a deportação de
Joaquim em 597 a.C., depois de um reinado de apenas três meses (2Rs 24.8-1 6;
2Cr 36.9-10); Joaquim ficou preso na Babilônia até o reinado de Evil-Merodaque
(562-560 a.C.; 2Rs 25.27-30).
A leoa que gerou esses dois filhotinhos que
teve esses destinos, agora é comparada a uma videira arruinada que havia sido
plantada junto às águas, tendo de tudo para crescer e tornar-se uma linda
videira, cheia de cachos de bons frutos.
Ela, no entanto, encheu-se de ramos por
causa das muitas águas e até tinha uma vara forte para governador e assim
elevou-se a sua estatura entre os espessos ramos e foi observada na sua altura
com a multidão de seus ramos até que foi arrancada com furor e lançada por
terra onde um vento oriental secou o seu fruto – vs. 12; 17.9-10.
O vento oriental era um instrumento da
vontade de Deus (Êx 10.13; 14.21; SI 78.26; Os 13.15; Jn 4.8). Aqui, trata-se
de uma ilustração para se referir a Nabucodonosor e os babilônios que saquearam
a Terra Prometida e subjugaram o povo.
Ez 19:2 e
dize:
Que
de leoa foi tua mãe entre os leões!
Deitou-se
no meio dos leõezinhos, criou os seus cachorros.
Ez 19:3 Assim
criou um dos seus cachorrinhos,
o
qual, fazendo-se leão novo, aprendeu a apanhar a presa;
e
devorou homens.
Ez 19:4 Ora
as nações ouviram falar dele;
foi
apanhado na cova delas; e o trouxeram com ganchos
à
terra do Egito.
Ez 19:5
Vendo, pois, ela que havia esperado,
e
que a sua esperança era perdida,
tomou
outro dos seus cachorros,
e
fê-lo leão novo.
Ez 19:6 E
este, rondando no meio dos leões,
veio
a ser leão novo, e aprendeu a apanhar a presa;
e
devorou homens.
Ez 19:7 E
devastou os seus palácios, e destruiu as suas cidades;
e
assolou-se a terra, e a sua plenitude,
por
causa do som do seu rugido.
Ez 19:8 Então
se ajuntaram contra ele
as
gentes das províncias ao redor;
estenderam
sobre ele a rede;
e
ele foi apanhado na cova delas.
Ez 19:9 E com
ganchos meteram-no numa jaula,
e
o levaram ao rei de Babilônia; fizeram-no entrar
nos
lugares fortes, para que se não ouvisse mais
a
sua voz sobre os montes de Israel.
Ez 19:10 Tua
mãe era como uma videira plantada junto às águas;
ela
frutificou, e encheu-se de ramos,
por
causa das muitas águas.
Ez 19:11 E
tinha uma vara forte para cetro de governador,
e
elevou-se a sua estatura entre os espessos ramos,
e
foi vista na sua altura
com
a multidão dos seus ramos.
Ez 19:12 Mas
foi arrancada com furor,
e
lançada por terra; o vento oriental secou o seu fruto;
quebrou-se
e secou-se a sua forte vara;
o
fogo a consumiu.
Ez 19:13 E
agora está plantada no deserto,
numa
terra seca e sedenta.
Ez 19:14 E
duma vara dos seus ramos saiu fogo
que
consumiu o seu fruto, de maneira
que
não há mais nela nenhuma vara forte
para
servir de cetro para governar.
Essa
é a lamentação, e servirá de lamentação.
De onde se encontrava, junto às muitas
águas, agora estava no deserto, longe de água, numa terra seca e sedenta. Até de
uma de suas varas de seu ramo saiu fogo que consumiu o seu fruto de tal modo
que não restou nenhuma vara forte para servir de cetro para governar novamente.
Então ele pede que se encerre o lamento
iniciado no verso primeiro.
O reino de Judá terminou quando a vinha foi
arrancada (v. 12) e nenhum galho foi deixado a partir do qual se pudesse
modelar um cetro real (v. 14). Sobre o galho como um símbolo do rei messiânico,
veja a nota sobre 17.22. Compare com a pregação de João Batista (Lc 3.9).
...
sexta-feira, 17 de abril de 2015
sexta-feira, abril 17, 2015
Jamais Desista
Ezequiel 18:1-32 - A RESPONSABILIDADE É INDIVIDUAL.
I. JULGAMENTO SOBRE JUDÁ E
JERUSALÉM (1.1-24.27).
B. A segunda série de visões, a
vocação, os atos simbólicos e os discursos relacionados de Ezequiel
(8.1-24.27).
3. Discursos relacionados
(12.21-24.27) - continuação.
g. Responsabilidade individual (18.1-32).
Os trinta e dois versículos deste capítulo
são para dizer a quem se interessar que a responsabilidade é individual e não
que o pai transmite ao filho ou este ao pai.
Foi a palavra do Senhor que novamente veio
a Ezequiel para questionar o uso do ditado das uvas verdes. Havia esse ditado
na época que era usado para descrever esse mau entendimento: os pais comeram
uvas verdes, mas os dentes dos filhos é que se embotaram.
Deus jura por ele mesmo que não mais
permitirá que se usem desse provérbio em Israel por não ser o reflexo da
verdade, nem de longe.
Em seguida ele fala dele mesmo como
soberano Senhor que não deve satisfação de seus atos a ninguém. Nessa condição,
todas as almas são dele, tanto as do pai, como as do filho e a sua máxima é a
alma que pecar, essa morrerá.
A condição espiritual dos israelitas, tanto
dos que permaneceram na Terra Prometida, como daqueles que foram levados
cativos, era tão caótica que Ezequiel teve de focalizar no chamamento de
indivíduos à responsabilidade.
O exílio não foi resultado dos pecados de
uma única geração. Ao contrário, a desobediência que havia sido endêmica
"desde o dia em que seus pais saíram do Egito até ao dia de hoje"
(2Rs 21.15) trouxe julgamento tanto sobre Israel como sobre Judá.
Deus julgou a sua culpa cumulativa nos
acontecimentos que levaram à destruição de Jerusalém. A resposta dos exilados
foi questionar a justiça de Deus. O provérbio popular (v. 2; cf. Jr 31.29) na
realidade dizia: "A culpa não é nossa — estamos sendo punidos por algo que
não fizemos. Nossos antepassados pecaram e estamos pagando o preço".
Ezequiel retrucou enfatizando que Deus
havia respondido de acordo com os atos de cada pessoa e geração. Os exilados
não podiam se eximir da culpa; estavam sofrendo pelos seus próprios pecados
assim como pelos de seus ancestrais.
Dos versos de 5 ao 9, ele, depois de dizer
que a alma que pecar, essa é a que vai morrer, ele fala do justo e de suas
práticas de justiça e conclui que andando nos seus estatutos e guardando as
suas ordenanças para que seu proceder seja verdadeiro e justo, este tal homem
certamente viverá.
No entanto, o que dizer se ele gerar um
filho que não é como o seu pai e que ao contrário pratique coisas abomináveis
diante de Deus? A sua resposta está nos versos de 10 ao 13. A consequência será
para este que não observou suas ordenanças, nem andou em seus estatutos, a
morte por causa de sua iniquidade e não por causa da iniquidade de seu pai.
Ter um pai justo não significava que o
filho injusto escaparia da punição pelos seus pecados. Por outro lado, ter um
pai injusto não traria julgamento sobre um filho justo (vs. 10; veja também Dt
24.16; 2Rs 4.16; 2Cr 25.4).
Dos versos 14 ao 17, seria o caso de um pai
gerar um filho que vendo os pecados de seu pai, não fez semelhantemente, mas
antes se guardou, esse certamente viverá, ao contrário de seu pai que, sendo
injusto, morrerá.
Dos versos 18 ao 23, ele fala do pai ímpio,
do filho justo e do pai ímpio que se converter. Sempre enfatizando que alma que
pecar é essa que morrerá. O verso 20 resume a ideia que se quer transmitir: A alma que pecar, essa morrerá; o filho não
levará a iniquidade do pai, nem o pai levará a iniquidade do filho, A justiça
do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele.
Teria Deus prazer na morte do ímpio, do
pecador? A pergunta retórica traz a sua resposta que não! Deus não tem prazer
nessas mortes, antes que se convertam e vivam – vs. 23.
Ao longo de suas explicações ele vai
citando alguns desses pecados e práticas abomináveis que são cometidas ou pelo
pai ou pelo filho, mas certamente por aqueles que não respeitam, nem andam com
Deus.
Vejamos alguns deles, para aproveitarmos
justamente as ricas referencias bíblicas elencadas pela BEG:
·
Comer
nos altos – vs. 6 - uma referência às refeições sacrificiais nos altos (6.13;
20.28; 22.9; 34.6; Ex 32.5-6).
·
Manter
relações sexuais com a mulher na época de sua menstruação – vs. 6 - a lei
proibia relações sexuais durante esse período (22.10; 36.17; Lv 12.2; 15.16-33;
18.19).
·
Não
tornando ao devedor a coisa penhorada – vs. 7 - veja os vs. 12.16; Êx 22.26; Dt
24.10-13,17; Pv 20.16; 27.13; Am 2.8. Numa ostraca (um pedaço de cerâmica
quebrada com inscrições sobre ela) do final do século 7 d.C., um trabalhador do
campo reclamava à autoridade da vila que o seu empregador havia tomado a sua
vestimenta e não a havia devolvido.
·
A
prática da usura – vs. 8 - vs. 13.17; Êx 22.25; Lv 25.35-37; Dt 23.19-20.
Ele continua com seu arrazoado, agora
falando do justo que se desvia – vs. 24 ao 26 - e o resultado é que se
desviando o justo, nem de suas justiças Deus se lembraria, mas na sua injustiça
seria punido.
Deus não se permitiria ser meramente uma
escotilha de emergência a ser usada em tempos de calamidade e infortúnio. Ele
não pode ser visto como Salvador sem ser também recebido como Senhor.
No entanto, convertendo-se o ímpio de sua
impiedade – vs. 27 ao 29 – e praticando doravante a justiça, conservará este a
sua alma em vida.
Dos versos de 30 a 32, Ezequiel apresenta
um resumo de como deve ser esse relacionamento com Deus baseado na prática da
justiça e no arrependimento para a vida.
No nosso relacionamento com Deus, o pecado
não pode nunca ser encarado de modo leviano. Entretanto, nas solenes
advertências sobre a gravidade do pecado e do risco que ele representa,
permanece a certeza de que Deus não deseja nem se alegra com a morte de
ninguém.
O arrependimento é o caminho para a vida
(2Cr 6.37; Is 30.15; 59.20; Jr 18.8; Mt 3.2,8; 4.17; Mc 1.4,15; 6.12; Lc 5.32;
13.3,5; 15.7,10; 24.47; At 3.19; 8.22; 17.30; 2Co 7.10).
O chamado repetido de Deus para que o seu
povo se arrependesse dos seus pecados indica que, a despeito do seu decreto
eterno, alguns não responderão.
Deus normalmente deseja arrependimento quando
determina o contrário, isso é digno de nota (p. ex., Is 6.10).
Neste ponto, a BEG propõe a leitura de seu artigo
teológico "A vontade de Deus", em Ez 18.
As Escrituras se referem à vontade de Deus de várias maneiras.
Uma vez que até mesmo a vontade humana apresenta várias facetas, não devemos
nos surpreender ao descobrir que a vontade de Deus é bastante complexa.
Tradicionalmente, a teologia reformada enfatiza dois sentidos segundo os quais
devemos entender a vontade de Deus. Alguns teólogos reformados falam, ainda, de
um terceiro sentido.
Em primeiro lugar, as Escrituras nos falam da vontade
decretiva de Deus. Trata-se do seu decreto eterno de tudo o que deve ocorrer na
História, "seu eterno propósito, segundo o conselho da sua vontade, pelo
qual, para a sua própria glória, ele predestinou tudo o que acontece" (BC
7). Nesse sentido, a vontade de Deus é imutável e não pode, de maneira nenhuma,
ser frustrada. Aquilo que Deus decretou acontecerá exatamente do modo como ele
ordenou.
A vontade decretiva de Deus não pode ser conhecida de
antemão, exceto por vislumbres revelados nas profecias relativamente raras que
Deus confirma por promessa ou juramento. Mesmo nessas profecias pouco
frequentes, apenas os parâmetros mais gerais podem ser discernidos. O restante
do plano eterno de Deus por meio do qual ele ordena o universo permanece oculto
dos seres humanos até que se desdobre na História. Por esse motivo, somos
chamados a confiar na bondade de Deus, segundo a qual ele fará todas as coisas
cooperarem para o nosso bem (Rm 8.28).
Em segundo lugar, podemos falar da vontade normativa ou
preceptiva de Deus, ou seja, a sua vontade que se expressa em preceitos ou
mandamentos. A vontade normativa consiste, portanto, nos requisitos morais de
Deus que ele torna conhecidos em sua revelação geral e especial e é tema de
várias passagens das Escrituras (1Cr 13.2, Ed 7.18; Rm 12.2; Ef 5.17; Cl 1.9;
1Ts 4.3-6; 5.16-18). Esse sentido da vontade de Deus é conhecido em parte por
meio da revelação natural ou geral. Pode ser conhecido mais plenamente pelo
estudo das Escrituras, onde se encontra registrado. Na verdade, um dos propósitos
centrais da revelação é nos ensinar a vontade normativa de Deus.
Por fim, várias tradições cristãs falam da vontade desiderativa
de Deus como o seu desejo em relação a coisas que jamais acontecerão e o seu
pesar em relação a coisas que já aconteceram. Por vezes, esse conceito é
combinado com a ideia de que Deus não pode fazer o que bem lhe aprouver, o que
é contrário às Escrituras (SI 115 3). Não obstante, por vezes Deus expressa
verdadeiramente esse tipo de desejo e pesar (p. ex., Gn 6.6-7; 2Sm 24.16; Ez
18.23,32, 33.11).
Essas expressões não são contrárias à sua vontade decretiva
-- Deus não é obrigado a fazer certas coisas acontecerem contra a sua vontade.
Antes, a vontade desiderativa de Deus é intimamente relacionada à sua vontade normativa
no sentido de que revela o seu desejo sincero de que seus preceitos sejam
obedecidos. As expressões de desejo e pesar de Deus também mostram a sua
misericórdia e o seu plano gracioso para com suas criaturas, mesmo quando estas
se rebelam contra ele. Por exemplo, Deus disse a Moisés para se afastar, pois
ele ---Deus — estava preste a destruir Israel (Ex 32.9-10). No entanto, depois
de ouvir a oração de Moisés, Deus teve compaixão e "se arrependeu... do
mal que dissera havia de fazer ao povo" (Êx 32.14). Deus também disse a
Ezequiel que não tinha prazer na morte dos perversos (Ez 33.11); antes, o seu
desejo era que se arrependessem. Seu desejo é expresso com frequência em
ocasiões nas quais o evangelho é oferecido (1 Tm 2 4). Deus expressou
preocupação até mesmo pela cidade pagã perversa de Nínive (Jn 4.11). Jesus
disse a urna Jerusalém personificada que reuniria os filhos dela sob suas asas
se ela tivesse sido receptiva (Mt 23.37). Alguns intérpretes também consideram
passagens como 1Tm 2.4 e 2Pe 3.17 expressões da vontade desiderativa de Deus.
É possível ter um amplo conhecimento da vontade desiderativa
de Deus; ela é revelada em suas emoções, ações, instruções e providência .
Podemos descobrir o que Deus deseja de nós e para nós ao estudar o seu caráter
e os seus preceitos. Quando discernirmos a vontade de Deus dessas maneiras,
deveríamos ser levados a servi-lo com gratidão e sinceridade.
Ez 18:1 De novo veio a mim a palavra do
Senhor, dizendo:
Ez 18:2 Que
quereis vós dizer, citando na terra de Israel
este
provérbio:
Os
pais comeram uvas verdes,
e
os dentes dos filhos se embotaram?
Ez 18:3 Vivo eu, diz e Senhor Deus,
não se vos
permite mais usar deste provérbio em Israel.
Ez 18:4 Eis
que todas as almas são minhas;
como
o é a alma do pai,
assim
também a alma do filho é minha:
a
alma que pecar, essa morrerá.
Ez 18:5 Sendo
pois o homem justo,
e
procedendo com retidão e justiça,
Ez
18:6 não comendo sobre os montes,
nem
levantando os seus olhes para os ídolos
da
casa de Israel,
nem
contaminando a mulher do seu próximo,
nem se
chegando à mulher na sua separação;
Ez 18:7 não
oprimindo a ninguém,
tornando,
porém, ao devedor e seu penhor,
e não
roubando,
repartindo e
seu pão com o faminto,
e cobrindo ao
nu com vestido;
Ez 18:8 não
emprestando com usura,
e não
recebendo mais de que emprestou,
desviando a
sua mão da injustiça,
e fazendo
verdadeira justiça entre homem e homem;
Ez 18:9
andando nos meus estatutos,
e guardando
as minhas ordenanças,
para
proceder segundo a verdade;
esse
é justo,
certamente
viverá, diz o Senhor Deus,
Ez 18:10 E se
ele gerar um filho
que
se torne salteador,
que
derrame sangue,
que
faça a seu irmão qualquer dessas coisas;
Ez
18:11 e que não cumpra com nenhum desses deveres,
porém
coma sobre os montes,
e
contamine a mulher de seu próximo,
Ez
18:12 oprima ao pobre e necessitado,
pratique
roubos,
não
devolva o penhor,
levante
os seus olhos para os ídolos,
cometa
abominação,
Ez
18:13 empreste com usura,
e
receba mais do que emprestou;
porventura
viverá ele?
Não
viverá!
Todas
estas abominações, ele as praticou;
certamente
morrerá;
o
seu sangue será sobre ele.
Ez 18:14 Eis
que também, se este por sua vez gerar um filho
que
veja todos os pecados que seu pai fez,
tema,
e não cometa coisas semelhantes,
Ez 18:15 não
coma sobre os montes,
nem levante
os olhos para os ídolos da casa de Israel,
e não
contamine a mulher de seu próximo,
Ez 18:16 nem
oprima a ninguém,
e não
empreste sob penhores,
nem roube,
porém reparta o seu pão com o faminto,
e cubra ao nu
com vestido;
Ez 18:17 que
aparte da iniqüidade a sua mão,
que não
receba usura nem mais do que emprestou,
que observe
as minhas ordenanças
e ande nos
meus estatutos;
esse
não morrerá por causa da iniqüidade
de
seu pai; certamente viverá.
Ez 18:18
Quanto ao seu pai,
porque
praticou extorsão,
e
roubou os bens do irmão,
e
fez o que não era bom no meio de seu povo,
eis
que ele morrerá na sua iniqüidade.
Ez 18:19 contudo dizeis:
Por que não
levará o filho a iniqüidade do pai?
Ora,
se o filho proceder com retidão e justiça,
e
guardar todos os meus estatutos,
e
os cumprir,
certamente
viverá.
Ez 18:20 A alma que pecar, essa morrerá;
o filho não
levará a iniquidade do pai,
nem
o pai levará a iniquidade do filho,
A justiça do
justo ficará sobre ele,
e a impiedade
do ímpio cairá sobre ele.
Ez 18:21 Mas
se o ímpio se converter
de
todos os seus pecados que cometeu,
e
guardar todos os meus estatutos,
e
preceder com retidão e justiça,
certamente
viverá; não morrerá.
Ez 18:22 De
todas as suas transgressões que cometeu
não
haverá lembrança contra ele;
pela
sua justiça que praticou viverá.
Ez 18:23
Tenho eu algum prazer na morte do ímpio?
diz
o Senhor Deus.
Não
desejo antes que se converta dos seus caminhos, e viva?
Ez 18:24 Mas, desviando-se o justo da
sua justiça,
e cometendo a
iniqüidade,
fazendo
conforme todas as abominações que faz o ímpio,
porventura
viverá?
De
todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória;
pois
pela traição que praticou,
e
pelo pecado que cometeu ele morrerá.
Ez 18:25 Dizeis, porém:
O caminho do
Senhor não é justo.
Ouvi,
pois, ó casa de Israel:
Acaso
não é justo o meu caminho?
não
são os vossos caminhos que são injustos?
Ez 18:26
Desviando-se o justo da sua justiça,
e
cometendo iniqüidade, morrerá por ela;
na
sua iniqüidade que cometeu morrerá.
Ez 18:27 Mas,
convertendo-se o ímpio da sua impiedade que cometeu,
e
procedendo com retidão e justiça,
conservará
este a sua alma em vida.
Ez 18:28 pois
que reconsidera,
e
se desvia de todas as suas transgressões
que
cometeu, certamente viverá,
não
morrerá.
Ez 18:29 Contudo, diz a casa de Israel:
O caminho do
Senhor não é justo.
Acaso
não são justos os meus caminhos, ó casa de Israel,
Não
são antes os vossos caminhos que são injustos?
Ez 18:30
Portanto, eu vos julgarei,
a
cada um conforme os seus caminhos, ó casa de Israel,
diz
o Senhor Deus.
Vinde, e
convertei-vos de todas as vossas transgressões,
para
que a iniqüidade não vos leve à perdição.
Ez 18:31
Lançai de vós todas as vossas transgressões
que
cometestes contra mim;
e
criai em vós um coração novo
e
um espírito novo; pois,
por
que morrereis,
ó
casa de Israel,
Ez 18:32 Porque não tenho prazer na
morte de ninguém,
diz o Senhor
Deus;
convertei-vos,
pois, e vivei,
No verso 31, quando Deus diz para criar em
cada um, um coração novo e um espírito novo, devemos entender isso como uma dádiva
de Deus (36.26) e não como produto do esforço humano (cf. Ef 2.8-9). Ezequiel
exortou os seus ouvintes ao arrependimento para que Deus pudesse lhes conferir,
essa bênção (v. 32).
Reparem que aqui ele pede para criar e em 36.26,
ele mesmo diz que criará ou dará. Compare: “Criai em vós um coração novo e um
espírito novo.” com “E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um
espírito novo;”.
Na verdade, como já falado, é tudo graça de
Deus. Sem ela, jamais poderíamos obedecer ao seu comando de criação, ainda mais
de um novo coração e de um novo espírito.
É o mesmo caso quando Deus pediu para
Ezequiel pôr-se de pé que ele falaria com ele; no entanto, foi necessário o
Espírito entrar nele e o colocar de pé para que ele pudesse obedecer e ficar de
pé e somente assim pode ouvir Deus falar. Ez 2:1,2.
...