domingo, 11 de janeiro de 2015
domingo, janeiro 11, 2015
Jamais Desista
Isaías 45:1-25 - ISAÍAS PREVE A VINDA DE CIRO O LIBERTADOR DE ISRAEL
Para
você não se perder na leitura capítulo por capítulo, nós nos encontramos aqui:
Is
45:1 Assim diz o SENHOR ao seu ungido,
Parte
IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
C.
Os dois instrumentos de Deus para a restauração (44:24 – 55:13).
1.
O plano de Deus para Ciro – 44:24 até 48:22.
Como
já falamos, Ciro, imperador da Pérsia,
contemporâneo de Esdras, Neemias, Zorobabel, Ester e Mordecai, é mencionado
tanto por seu próprio nome - algo espetacular demais que tem intrigado
estudiosos e tem feito os céticos afirmarem que Isaías fora escrito depois do
exílio - quanto por implicação ao longo de toda a passagem.
Ciro,
que já fora mencionado em 41:1 e nos
versículos seguintes, seria:
·
O
pastor de Deus para o seu povo - 44:28.
·
O
ungido de Deus – 45:1.
·
Aquele
a quem Deus levantaria 45:13.
·
Uma
ave de rapina do oriente que realizaria os propósitos de Deus – 46:11.
·
O
aliado escolhido de Deus contra a Babilônia – 48:14.
Além
dessas referências explícitas, a questão da escolha de Ciro por Deus está
implícita em vários pontos desses capítulos, como teremos a oportunidade de
vermos em riqueza de detalhes.
Esse
plano de Deus para Ciro pode ser dividido também em 8 partes para melhor
entendimento do texto e de seu contexto. a. O hino de autoglorificação do
Senhor – 44:24-28 – já vimos; b.
Oráculo real acerca de Ciro – 45:1-8 –
veremos agora; c. Ai dos contendores – 45:9-14 – veremos agora; d. Aceitação do plano de Deus – 45:15-17 – veremos agora; e. O Senhor é capaz –
45:18-25 – veremos agora; f. O
destino certo da Babilônia – 46:1-13; g. Julgamento contra a Babilônia –
47:1-15; e, finalmente, h. O chamado para ouvir e partir – 48:1-22.
b. Oráculo real acerca
de Ciro – 45:1-8
O
Senhor levanta Ciro para realizar seus propósitos na história da redenção. Deus
fala dele de maneiras notáveis, como já temos visto – e ainda veremos - e isso
nos tem impressionado, sendo que muitos estudiosos tem dito que foram
manipulações textuais.
A
palavra hebraica frequentemente traduzida como "messias" aqui é usada
para se refir a Ciro “ao seu ungido” – vs. 1. Esse é o único momento nas
Escrituras que um rei estrangeiro é chamado de ungido do Senhor.
Esse
termo ungido ou messias é normalmente reservado:
·
Aos
patriarcas (Sl 105:15).
·
Aos
profetas, sacerdotes e reis.
·
À
nova comunidade (Hc 3:13).
·
Em
especial ao Messias da linhagem de Davi (Dn 9:25).
Os
que ouviram Isaías pregar - e nós hoje a estudar - devem ter ficado chocado ao
ouvir que Ciro seria o rei ungido de Deus que seria tomado pela sua mão
direita, para abater. Isto é, Ciro governaria sob a autoridade do Senhor (41:2;
48:14; cf. Sl 2:8-9; 110:1) para abater nações e reis.
Nada
impediria Ciro, o servo do Senhor (cf. Sl 107:16), nem as portas de bronze, se
referindo à Babilônia que tinha cem portas de bronze.
A
profecia pode ter sido literalmente cumprida quando Ciro encontrou abertas as
portas que estavam ligadas aos fossos de defesa da Babilônia (44.27).
Deus
disse que daria a ele os tesouros escondidos e as riquezas encobertas
provavelmente metais preciosos eram extraídos de minas perfuradas nas
profundezas da terra. Ciro também saqueou as fabulosas riquezas da Lídia em 546
a.C.
O
Senhor levantaria Ciro e o conheceria, do mesmo modo como ele conhece seus
filhos, pelo nome. Ciro teria um título de honra (44.1,28) e apesar do seu
papel fundamental na realização do plano de Deus para o seu povo, Ciro
permaneceria descrente.
A
criação deveria se preparar para o novo ato redentor de Deus, descrito por dois
sinônimos: "justiça" (1:21) e "salvação" (12:2; 26:17-18).
Na
cosmovisão de Isaías, a fertilidade da terra e a ordem da sociedade dependiam
do correto relacionamento do rei e do seu povo com a divindade. Como Ciro seria
o ungido do Senhor, os céus derramariam suas bênçãos sobre a terra quando ele
governasse.
Tendo
anunciado que Ciro seria o servo ungido de Deus, Isaías adverte mais uma vez
contra a descrença de alguns.
c. Ai dos contendores
– 45:9-14
Os
israelitas não tinham o direito de discutir com Deus sobre a maneira como ele
redimiria o seu povo. Se Deus quisesse usar Ciro e chamá-lo de
"ungido", então Israel deveria aceitar a sua vontade soberana. (Rm
9:20).
Embora
o Senhor fosse dar a Ciro uma boa recompensa (45:3) para resgatar o seu povo
(43:3; 45:14), essa não seria a razão pela qual Ciro os libertaria. Ele teria
os seus próprios motivos, mas que se completariam em Deus, isso sim aconteceria
naturalmente de forma que Deus seria e continuaria a ser soberano e Ciro teria
agido livre e responsavelmente.
Depois
de o Senhor ter dado essas nações como resgate por Israel (43:3-4), eles
próprios se entregariam ao Senhor e a Israel. Em submissão ao Senhor (v 14) e
em reconhecimento de sua presença com seu povo (2.2-4; cf. SI 68.31), se
prostrariam e lhes fariam as suas súplicas.
d. Aceitação do plano
de Deus – 45:15-17
Isaías
responde à declaração de Deus sobre o seu modo de salvar Israel por meio de
Ciro afirmando a sua aceitação do misterioso plano de Deus.
Deus
havia acabado de revelar que redimiria Israel do exílio de uma maneira
inesperada. Essa revelação ainda permanece misteriosa e difícil de entender.
Israel
– vs. 17 – é salvo pelo Senhor com uma salvação eterna, pois que Deus é
diferente dos humanos e dos ídolos, que não podem jamais garantir o seu próprio
futuro ou dos outros (cf. Hb 5:9). Isaías afirmou que o plano do Senhor de que
Ciro libertaria Israel certamente traria uma grande salvação para o povo de
Deus.
e. O Senhor é capaz –
45:18-25
Assim
diz O SENHOR, mas não qualquer senhor, antes aquele que criou os céus, que
formou a terra e a fez e a confirmou não para ficar vazia ou ser um caos - essa
é a mesma palavra traduzida como “sem forma” em Gn 1:2 que descreve o caos
primordial do momento da criação -, mas para ser habitada.
Sendo
aquele que criou todas as coisas, Deus era mesmo capaz de levar adiante o seu
plano. Jamais seria sua intenção manter Israel no estado de pura desolação no
qual os assírios e os babilônios o haviam deixado.
Diferentemente
dos oráculos pagãos, que eram obscuros e ambíguos – vs. 19 -, a revelação do
Senhor era clara e pública, ainda que o resultado de suas promessas pudesse não
se conformar às expectativas humanas (48:16).
O
convite de Deus para ser encontrado era sincero (vs. 19; 55:3), por isso que
ele os avisa dizendo que não o buscariam em vão, pois o encontrariam, com
certeza. As palavras de Deus prometem e estabelecem ordem no seu reino (Sl
96:10; 98:9; 99:4), pois que fala a justiça e anuncia coisas retas.
Aos
que escaparam das nações, o convite imperativo era para congregar, vir e se
achegar juntos a Deus que se deixaria achar quando o buscassem de todo o seu
coração. Quanto aos que conduzem em procissão as suas imagens de escultura,
feitas de madeira e rogam a um Deus que não pode salvar, de nada sabem!
Depois
de congregar, vir e se achegarem juntos, agora era para anunciar, achegarem-se
novamente, tomarem conselhos todos juntos e a primeira pergunta faz uma
referência à salvação iniciada com o decreto de Ciro que dizia que os
israelitas deveriam retornar para casa (40:1 – 55:13; 44:24; 45:13). Quem fez
ouvir e quem anunciou? A resposta simples era que o Senhor tinha feito isso
porque além dele não há outro Deus que seja igualmente justo e salvador.
Era
para olhar para ele para ser salvo, como os israelitas olhavam para a serpente
pendurada num madeiro e eram curadas das suas mordidas letais, assim deveriam
olhar para o Senhor e serem curados, salvos. Isso também nos aponta para a cruz
de Cristo e a sua obra, pois os que olham para o Senhor serão salvos de seus
pecados para sempre. Toda a terra – vs. 22 – todos os seus termos porque ele é
Deus e não há outro!
Aqui
no vs. 23, Deus entra com um juramento e como não havia alguém maior, jurou por
si mesmo, ratificando e dando total validade à sua palavra de que todo joelho
se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor! Rm 14:11; I Co
15:25; Fp 2:10,11.
a Ciro, a quem tomo pela mão
direita,
para abater as
nações diante de sua face,
e descingir os
lombos dos reis, para abrir diante dele
as
portas, e as portas não se fecharão.
Is 45:2 Eu irei adiante de ti, e
endireitarei os caminhos tortuosos;
quebrarei as
portas de bronze, e despedaçarei
os
ferrolhos de ferro.
Is 45:3 Dar-te-ei os tesouros
escondidos, e as riquezas encobertas,
para que saibas
que eu sou o SENHOR, o Deus de Israel,
que
te chama pelo teu nome.
Is 45:4 Por amor de meu servo
Jacó, e de Israel, meu eleito,
eu te chamei pelo
teu nome, pus o teu sobrenome,
ainda
que não me conhecesses.
Is 45:5 Eu sou o SENHOR, e não há
outro; fora de mim não há Deus;
eu te cingirei,
ainda que tu não me conheças;
Is 45:6 Para que se saiba desde o
nascente do sol, e desde o poente,
que
fora de mim não há outro; eu sou o SENHOR,
e
não há outro.
Is 45:7 Eu formo a luz, e crio as
trevas;
eu faço a paz, e
crio o mal;
eu,
o SENHOR, faço todas estas coisas.
Is 45:8 Destilai, ó céus, dessas
alturas, e as nuvens chovam justiça;
abra-se a terra, e
produza a salvação,
e ao
mesmo tempo frutifique a justiça;
eu,
o SENHOR, as criei.
Is 45:9 Ai daquele que contende
com o seu Criador!
o caco entre
outros cacos de barro!
Porventura
dirá o barro ao que o formou:
Que
fazes? ou a tua obra: Não tens mãos?
Is 45:10 Ai daquele que diz ao
pai:
Que é o que geras?
E à
mulher:
Que
dás tu à luz?
Is 45:11 Assim diz o SENHOR, o
Santo de Israel,
aquele que o
formou:
Perguntai-me
as coisas futuras;
demandai-me acerca de meus
filhos,
e
acerca da obra das minhas mãos.
Is 45:12 Eu fiz a terra, e criei
nela o homem;
eu o fiz; as
minhas mãos estenderam os céus,
e a
todos os seus exércitos dei as minhas ordens.
Is 45:13 Eu o despertei em justiça,
e todos os seus caminhos
endireitarei; ele
edificará a minha cidade,
e
soltará os meus cativos, não por preço
nem
por presente, diz o SENHOR dos Exércitos.
Is 45:14 Assim diz o SENHOR:
O trabalho do
Egito, e o comércio dos etíopes e dos sabeus,
homens
de alta estatura, passarão para ti,
e
serão teus; irão atrás de ti, virão em grilhões,
e
diante de ti se prostrarão;
far-te-ão as suas
súplicas, dizendo:
Deveras Deus está
em ti, e não há nenhum outro deus. Is
Is 45:15 Verdadeiramente tu és o
Deus que te ocultas,
o Deus de Israel,
o Salvador.
Is 45:16 Envergonhar-se-ão, e
também se confundirão todos;
cairão juntamente
na afronta os que fabricam imagens.
Is 45:17 Porém Israel é salvo
pelo SENHOR,
com uma eterna
salvação; por isso não sereis envergonhados
nem
confundidos em toda a eternidade.
Is 45:18 Porque assim diz o
SENHOR que tem criado os céus,
o Deus que formou
a terra, e a fez;
ele
a confirmou, não a criou vazia,
mas
a formou para que fosse habitada:
Eu
sou o SENHOR e não há outro.
Is 45:19 Não falei em segredo,
nem em lugar algum escuro da terra;
não disse à
descendência de Jacó:
Buscai-me
em vão;
eu sou o SENHOR,
que falo a justiça, e anuncio coisas retas.
Is 45:20 Congregai-vos, e vinde;
chegai-vos juntos,
os que escapastes
das nações;
nada
sabem os que conduzem em procissão
as
suas imagens de escultura,
feitas
de madeira,
e
rogam a um deus que não pode salvar.
Is 45:21 Anunciai, e chegai-vos,
e tomai conselho todos juntos;
quem fez ouvir
isto desde a antiguidade?
Quem desde então o
anunciou?
Porventura
não sou eu, o SENHOR?
Pois
não há outro Deus senão eu;
Deus
justo e Salvador não há além de mim.
Is 45:22 Olhai para mim, e sereis
salvos,
vós, todos os
termos da terra; porque eu sou Deus,
e
não há outro.
Is 45:23 Por mim mesmo tenho
jurado,
já saiu da minha
boca a palavra de justiça,
e
não tornará atrás;
que diante de mim
se dobrará todo o joelho,
e
por mim jurará toda a língua.
Is 45:24 De mim se dirá:
Deveras no SENHOR
há justiça e força;
até
ele virão, mas serão envergonhados
todos
os que se indignarem contra ele.
Is 45:25 Mas no SENHOR será
justificada,
e se gloriará toda
a descendência de Israel.
O
reconhecimento será geral de que tanto a justiça como a força estão no Senhor e
a ele virão mas serão envergonhados todos os que se indignarem contra Deus, no
entanto, no Senhor serão justificadas e se gloriarão toda a descendência de
Israel – vs. 24 e 25.
Como
tenho falado e pregado a justiça de Deus é um atributo de sua pessoa que ele,
por sua graça, comunica conosco de forma que também nós nos sentimos
injustiçados quando sofremos algo que não seja justo.
Eu
costumo dizer que temos o senso da justiça, não a justiça que é o próprio Deus.
...
sábado, 10 de janeiro de 2015
sábado, janeiro 10, 2015
Jamais Desista
Isaías 44:1-28 - A LOUCURA DA IDOLATRIA.
Para você não se perder na leitura capítulo por capítulo, nós nos encontramos aqui:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO
BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
B. A capacidade e a determinação
de Deus de trazer restauração para o seu povo na Babilônia (40:12 – 44:23).
Como também já dissemos, dos versos 40:12
ao cap. 44.23, estaremos vendo o poder de Deus na restauração do povo de Deus,
sendo que muitos duvidavam de que isso seria mesmo possível. As profecias
proferidas visavam assegurar aos israelitas no exílio que eles não precisavam
temer, pois que Deus seria plenamente capaz de cumprir a promessa da aliança.
Também essa parte “B” foi dividida em 13
blocos ou seções: 1. Uma discussão sobre o poder de Deus (40:12-31) – já vista; 2. Um pronunciamento judicial
contra as nações (41:1-7) – já vista;
3. Salvação para Israel (41:8-20) – já
vista; 4. Um pronunciamento judicial contra os ídolos (41:21-29) – já vista; 5. Salvação para Israel
(42:1-17) – já vista; 6. Uma
discussão sobre a cegueira e a surdez de Deus (42:18-25) – já vista; 7. Salvação para Israel (43:1-7) – já vista; 8. Um pronunciamento judicial contra as nações e os
ídolos (43:8-13) – já vista; 9.
Salvação para Israel (43:14-21) – já vista; 10. Uma discussão sobre a
justiça de Deus (43:22-28) – já vista;
11. Salvação para Israel (44:1-5) –
veremos agora; 12. Um pronunciamento judicial contra as nações e os ídolos
(44:6-20) – veremos agora; e, 13. Salvação para Israel (44:21-23) – veremos e concluiremos agora.
11. Salvação para Israel (44:1-5).
Novamente, pela quinta vez nessa seção de 4
capítulos envolvendo os versos 40:12 a 44:23, Isaías reafirma à nação a
libertação do cativeiro do exílio.
Jacó, seu servo e Israel seu escolhido –
aqui carinhosamente chamado de Jesurum - são convocados a ouvir o que diz o
Senhor que os criou e que como uma mãe os formou desde o ventre materno e que os
ajudará, como fazem os pais aos filhos a quem quer bem e são tementes a Deus.
A primeira coisa que ouvem é que não temam
e lhes explica porque não deveriam temer.
Fazendo um parêntesis na explicação e
reflexão do tema com a preciosa ajuda da BEG, muito criticada por alguns que
dizem ser uma verdadeira coxa de retalhos, uma vez que foi feita e produzida
para o idioma alemão e que ao ser traduzida para o português, perdeu o sentido
real e propósitos na comunicação de sua mensagem.
As primeiras palavras que a divindade,
esteja ela na forma que estiver, comunica com os humanos é ministrando-lhes a
paz e a segurança por meio da frase imperativa: “não temais!” ou “paz seja
convosco”.
É uma forma de abordagem inicial que nos
comunica tranquilidade e apazigua nossos corações que andam em constante
guerra, perturbação, ansiedade e temores.
A explicação porque não deveriam temer é
que ele, o Senhor, derramaria água sobre o sedento e rios sobre a terra seca e
seu Espírito sobre toda a sua posteridade e sua benção sobre os seus
descendentes – vs 3.
Em consequência desse derramamento, eles irão
brotar como a erva, como salgueiros junto aos ribeiros das águas que dirão
depois, com os corações cheios de alegria, paz e segurança: “Eu sou do Senhor!”
e escolheriam o nome de Jacó e por sobrenome Israel, por causa da benção do
Senhor sobre eles.
Essa salvação anunciada é muito grande e
encontra o seu paralelo na vida real do Messias e do povo de Deus que se manifestaria
dali uns 700 anos, donde seria o nascimento da sua amada igreja, que formaria o
conjunto de todos os crentes espalhados em todos os cantos do mundo.
O Espírito de Deus é o poder por meio do
qual Deus realiza a sua vontade e confirma as suas promessas. Ele operaria poderosamente
na bênção futura de tudo criado como fez na ordem primitiva na natureza – Gn 1:3.
O Novo Testamento vê o cumprimento dessa
promessa na obra miraculosa de Jesus por meio do poder do Espírito, na
renovação da igreja hoje promovida pelo Espírito – Jl 2:28. At 2:38,39 – e na
vinda dos gloriosos novos céus e nova terra.
Dessa nova era de restauração, muitos iriam
participar juntos, judeus e gentios confessando o nome do Senhor – vs 5; Sl
87:6; Gl 6:16.
12. Um pronunciamento judicial contra as nações e os ídolos (44:6-20).
Mais uma vez, agora pela sexta vez nessa
seção de 4 capítulos envolvendo os versos 40:12 a 44:23, Isaías ataca a
descrença em Israel e, novamente, ele usa o discurso de Deus no tribunal
celeste contra as nações gentias e contra os seus ídolos que nada são ou podem
fazer.
Ele é o Senhor, o rei de Israel, o seu
redentor, o Senhor dos Exércitos, que fala e afirma ser ele o primeiro e o
último e que fora dele não há outro – vs 6. Em seguida uma pergunta retórica demonstrando
que o Senhor é soberano sobre o passado, o presente e o futuro.
Não deveriam se assombrar, nem temerem pois
ele os fez ouvir e previamente anunciou que eles seria suas testemunhas de como
o Senhor tinha demonstrado a sua superioridade sobre todas as nações e sobre
todos os seus deuses não existindo outro que possa ser seu co-igual ou
desafiante ou que ameace a sua divindade e poder.
Não, não há outro Deus além do Senhor esse
era o testemunho de todas as testemunhas do Senhor. Não há outra Rocha eu se
conheça!
Em seguida, dos vs 9 ao 20, Isaías descreve em detalhes a loucura
da idolatria uma vez que o que fazem é sem sentido e, para agravar a situação,
transformavam as obras de suas mãos em seus deuses diante dos quais se curvavam
em adoração.
O diabo cega o entendimento dos incrédulos
e dos que insistem em rejeitar ao Senhor. Se ele nos falou e insistimos com
nossas idiossincrasias sem sentido e objetivo algum, então estamos vivendo nas
garras da aparência, do engodo e da ilusão.
Isaías 44:9 a 20 descreve nossa insensatez
refletida na nossa idolatria. Fazer uma escultura como obra de arte é muito
interessante, mas transformar essa arte, por meio de bênçãos ou qualquer ato
profético ou consagração em algo sagrado é uma tremenda cegueira espiritual dos
que fazem e de todos os que as adoram.
A força da ilusão que mantém o homem preso
e escravo de imagens de escultura é a força da rejeição ao Senhor por causa de
seus pecados os quais não quer de forma alguma livrar-se deles.
Não devemos temer qualquer objeto ou
maldição ou praga lançada contra nós em nome de tais deuses que não são deuses,
antes devemos temer ao Senhor. Ele deve ser nosso espanto e temor e terror.
13. Salvação para Israel (44:21-23).
Estamos finalizando essa seção de 4
capítulos que envolveu os versos 40:12 a 44:23 onde por diversas vezes Isaías atacou
a descrença em Isael e reafirmou a Israel a salvação do exílio.
Essa é a sexta vez, fechando essa seção,
que Isaías reafirma a Israel a salvação do exílio.
Aqui, agora vem uma mensagem de promessa de
livramento.
Começando com uma exortação para se
lembrarem dessas coisas, tanto Jacó quanto Israel de que Deus não se esqueceria
deles e, melhor ainda, apagaria as suas transgressões como a névoa e os pecados
como a nuvem. Ambas as névoas e as nuvens são sempre passageiras, mas o perdão
dos pecados é para todo o sempre.
Que ídolo poderia fazer isso e dar a paz às
nossas consciências carregadas com a culpa do pecado?
Isaías chama a cantar alegremente os céus
porque o Senhor o fez e para exultar as partes mais baixas da terra, os montes,
os bosques, as árvores, em fim, Isaías chama toda a criação a de deleitar na
redenção de Israel no exílio, um ato promovido por Deus.
Um tema semelhante é visto em Rm 8:22 em
que Paulo declara que toda a natureza espera pela redenção dos filhos de Deus na
volta de Cristo.
C. Os dois instrumentos de Deus para a restauração (44:24 – 55:13).
Nós estamos vendo nesta última parte 4 de
4, que ocupa uns 26 capítulos deste livro, de Isaías, as suas inúmeras profecias
direcionadas, basicamente, aos exilados na Babilônia para encorajá-los a escapar
de seus captores e retornar, pela fé, à Terra Prometida (47:20-21).
Como já falamos, a parte IV foi dividida em
quatro outras partes principais: A. O chamado de Isaías para proclamar a
restauração (40:1-11) – já vista; B. A
capacidade e a determinação de Deus de trazer restauração para o seu povo na
Babilônia (40:12 – 44:23) – também já
vista e encerrada neste capítulo; C. Os dois instrumentos de Deus para a
restauração (44:24 – 55:13) – veremos agora;
depois, veremos D. Pecado, arrependimento e restauração de Israel – 56:1 a
66:24.
De 44:24 a 55:13, veremos os instrumentos
de Deus para a sua salvação garantida. Embora muitos motivos apareçam nesses
capítulos, podemos ver que eles giram em torno da revelação dos instrumentos levantados
por Deus para trazer libertação do povo de Deus do exílio.
Dividiremos essa seção “C” em duas seções.
1. O plano de Deus para Ciro – 44:24 até 48:22, onde Isaías aborda
primeiramente esse instrumento de Deus que é Ciro e depois, 2. O plano de Deus para
o seu servo - 49:1 a 55:13, onde ele se
concentrará no servo real que viria.
1. O plano de Deus para Ciro – 44:24 até 48:22.
Ciro, imperador da Pérsia, contemporâneo de Esdras, Neemias,
Zorobabel, Ester e Mordecai, é mencionado tanto por seu próprio nome, algo
espetacular demais que tem intrigado estudiosos e tem feito os céticos
afirmarem que Isaías fora escrito depois do exílio, quanto por implicação ao longo de toda a
passagem.
Ciro, que já fora mencionado em 41:1 e nos versículos
seguintes, seria:
·
O
pastor de Deus para o seu povo - 44:28.
·
O
ungido de Deus – 45:1.
·
Aquele
a quem Deus levantaria 45:13.
·
Uma
ave de rapina do oriente que realizaria os propósitos de Deus – 46:11.
·
O
aliado escolhido de Deus contra a Babilônia – 48:14.
Além dessas referências explícitas, a
questão da escolha de Ciro por Deus está implícita em vários pontos desses
capítulos, como teremos a oportunidade de vermos em riqueza de detalhes.
Esse plano de Deus para Ciro pode ser
dividido também em 8 partes para melhor entendimento do texto e seu contexto. a.
O hino de autoglorificação do Senhor – 44:24-28; b. Oráculo real acerca de Ciro
– 45:1-8; c. Ai dos contendores – 45:9-14; d. Aceitação do pleno de Deus – 45:15-17;
e. O Senhor é capaz – 45:18-25; f. O destino certo da Babilônia – 46:1-13; g.
Julgamento contra a Babilônia – 47:1-15; e, finalmente, h. O convite para ir –
55:1-13.
a. O hino de autoglorificação do Senhor – 44:24-28.
Essa é uma seção que começa com uma
surpreendente revelação: Deus libertaria o seu povo da Babilônia por meio do
rei persa Ciro.
Seria o grande Deus, o que se chama SENHOR
que faria tudo isso – vs 24 a 26. Ele sozinho estendeu os céus e espraiou a
terra. É ele também quem desfaz os sinais dos inventores de mentiras, que enlouquece
os adivinhos, que faz tornar atrás os sábios e converter em loucura o
conhecimento deles.
Também é ele, o Senhor, que confirma a
palavra do seu servo, e cumpre o conselho dos seus mensageiros; que diz a Jerusalém que será habitada e às
cidades de Judá que seriam edificadas e levantadas suas ruínas – vs 26.
A redenção está expressa – vs 27 - numa
linguagem que faz referência ao episódio da travessia do mar vermelho por
Israel, o que está intimamente ligado à metáfora da vitória do Senhor sobre o
monstro. A profecia pode ter encontrado um cumprimento literal quando Ciro
secou o rio Eufrates que alimentava os fossos que cercavam a Babilônia.
e
tu, ó Israel, a quem escolhi.
Is 44:2 Assim diz o SENHOR
que
te criou
e
te formou desde o ventre,
e
que te ajudará:
Não
temas, ó Jacó, servo meu,
e
tu, Jesurum, a quem escolhi.
Is
44:3 Porque derramarei água sobre o sedento,
e
rios sobre a terra seca;
derramarei
o meu Espírito sobre a tua posteridade,
e
a minha bênção sobre os teus descendentes.
Is
44:4 E brotarão como a erva, como salgueiros
junto
aos ribeiros das águas.
Is
44:5 Este dirá:
Eu
sou do SENHOR;
e
aquele se chamará do nome de Jacó;
e
aquele outro escreverá com a sua mão ao SENHOR,
e
por sobrenome tomará o nome de Israel.
Is 44:6 Assim diz o SENHOR, Rei de
Israel, e seu Redentor,
o
SENHOR dos Exércitos:
Eu
sou o primeiro, e eu sou o último,
e
fora de mim não há Deus.
Is
44:7 E quem proclamará como eu,
e
anunciará isto, e o porá em ordem perante mim,
desde
que ordenei um povo eterno?
E
anuncie-lhes as coisas vindouras, e as que ainda hão de vir.
Is
44:8 Não vos assombreis, nem temais;
porventura
desde então não vo-lo fiz ouvir,
e
não vo-lo anunciei?
Porque
vós sois as minhas testemunhas.
Porventura
há outro Deus fora de mim?
Não,
não há outra Rocha que eu conheça.
Is
44:9 Todos os artífices de imagens de escultura são vaidade,
e
as suas coisas mais desejáveis são de nenhum préstimo;
e
suas próprias testemunhas,
nada
veem nem entendem para que sejam envergonhados.
Is
44:10 Quem forma um deus, e funde uma imagem de escultura,
que
é de nenhum préstimo?
Is
44:11 Eis que todos os seus companheiros ficarão confundidos,
pois
os mesmos artífices não passam de homens;
ajuntem-se
todos, e levantem-se;
assombrar-se-ão,
e serão juntamente confundidos.
Is
44:12 O ferreiro, com a tenaz, trabalha nas brasas,
e
o forma com martelos, e o lavra com a força do seu braço;
ele
tem fome e a sua força enfraquece,
e
não bebe água, e desfalece.
Is
44:13 O carpinteiro estende a régua, desenha-o com uma linha,
aplaina-o
com a plaina, e traça-o com o compasso;
e
o faz à semelhança de um homem, segundo
a
forma de um homem, para ficar em casa.
Is
44:14 Quando corta para si cedros, toma, também,
o
cipreste e o carvalho;
assim
escolhe dentre as árvores do bosque;
planta
um olmeiro, e a chuva o faz crescer.
Is
44:15 Então serve ao homem para queimar; e toma deles,
e
se aquenta, e os acende, e coze o pão;
também
faz um deus, e se prostra diante dele;
também
fabrica uma imagem de escultura,
e
ajoelha-se diante dela.
Is
44:16 Metade dele queima no fogo,
com
a outra metade prepara a carne para comer,
assa-a
e farta-se dela; também se aquenta, e diz:
Ora
já me aquentei, já vi o fogo.
Is
44:17 Então do resto faz um deus, uma imagem de escultura;
ajoelha-se
diante dela, e se inclina, e roga-lhe, e diz:
Livra-me,
porquanto tu és o meu deus.
Is
44:18 Nada sabem, nem entendem;
porque
tapou os olhos para que não vejam,
e
os seus corações para que não entendam.
Is
44:19 E nenhum deles cai em si, e já não têm conhecimento
nem
entendimento para dizer:
Metade
queimei no fogo,
e
cozi pão sobre as suas brasas,
assei
sobre elas carne, e a comi;
e
faria eu do resto uma abominação?
Ajoelhar-me-ei
ao que saiu de uma árvore?
Is
44:20 Apascenta-se de cinza; o seu coração enganado o desviou,
de
maneira que já não pode livrar a sua alma, nem dizer:
Porventura
não há uma mentira na minha mão direita?
Is
44:21 Lembra-te destas coisas, ó Jacó, e Israel,
porquanto
és meu servo; eu te formei, meu servo és, ó Israel,
não
me esquecerei de ti.
Is
44:22 Apaguei as tuas transgressões como a névoa,
e
os teus pecados como a nuvem;
torna-te
para mim, porque eu te remi.
Is
44:23 Cantai alegres, vós, ó céus, porque o SENHOR o fez;
exultai
vós, as partes mais baixas da terra; vós, montes,
retumbai
com júbilo; também vós,
bosques,
e todas as suas árvores; porque o SENHOR
remiu
a Jacó, e glorificou-se em Israel.
Is
44:24 Assim diz o SENHOR, teu redentor, e que te formou
desde
o ventre:
Eu
sou o SENHOR que faço tudo, que sozinho
estendo
os céus, e espraio a terra por mim mesmo;
Is
44:25 Que desfaço os sinais dos inventores
de
mentiras, e enlouqueço os adivinhos;
que
faço tornar atrás os sábios,
e
converto em loucura o conhecimento deles;
Is
44:26 Que confirmo a palavra do seu servo,
e
cumpro o conselho dos seus mensageiros;
que
digo a Jerusalém:
Tu
serás habitada,
e
às cidades de Judá:
Sereis
edificadas, e eu levantarei
as
suas ruínas;
Is
44:27 Que digo à profundeza:
Seca-te,
e eu secarei os teus rios.
Is
44:28 Que digo de Ciro:
É
meu pastor, e cumprirá tudo o que me apraz,
dizendo
também a Jerusalém:
Tu
serás edificada;
e
ao templo:
Tu
serás fundado.
O povo está regressando...
Esse
governador persa governaria debaixo do decreto de Deus e ambos, Jerusalém e o
templo seriam reconstruídos mediante decreto real do rei persa Ciro – Ed 1:2-4;
6:3-5.
Essa
ideia fantástica e aparentemente absurda de que um rei pagão libertaria o povo
de Deus e seria o responsável pela restauração de Jerusalém e do templo, teria
sido algo muito difícil de acreditar, para muitos nos antigos dias de cativeiro
e até hoje quando olhamos para o passado para estudá-lo e entender os
acontecimentos.
p.s.: link da
imagem original: http://conhecimentoreformado.blogspot.com.br/2012/11/a-loucura-do-evangelho-ou-loucura-dos.html
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